O Brasil poderia ter participado da conferência a que foi convidado pela chancelaria da Suíça no nível adequado, ou seja, chefe de Estado e de governo, como corresponde ao status de Lula.
Este decidiu não participar, alegando um motivo pueril, na verdade totalmente equivocado: a parte agressora não foi convidada (de fato declarou que não aceitaria participar).
Lula poderia ter ido e dito o que o Brasil já disse na ONU (ainda que em meias palavras): a Rússia é responsável pela guerra. Ponto! Este é um FATO!
Um jornalista que cobre o Itamaraty, mas que não quer se indispor com a chefia da Casa e com quem manda na Casa, me escreveu isto, mas pediu para omitir o seu nome:
“A ausência de liderança brasileira na Conferência sobre a Ucrânia na Suiça é uma evidência de que o Brasil escolheu um lado no conflito: a Russia.
O PT defendeu todo tempo a invasão russa na Ucrânia.
Zelensky tem razão quando diz que Lula não é parte isenta e portanto não tem o que contribuir para a resolução do conflito.“
Ele tem inteiramente razão. Eu até diria que Lula e o PT torcem pela vitória da Rússia, por muitas razões sobre as quais já escrevi neste mesmo espaço, mas que podem resumidas a duas: antiamericanismo genético e anacrônico — pois vem dos tempos da Guerra Fria, quando todos os comunistas apoiavam a URSS, contra o imperialismo americano— e pertencimento ao BRIC, BRICS, BRICS+, que foi o maior erro estratégico da diplomacia lulopetista (e já escrevi um livro inteiro sobre isso).
Acredito que diplomatas como eu, na ativa ou já aposentados, discordam da postura de Lula, pois aprenderam o mínimo sobre a Carta da ONU e sobre o que são valores e princípios da diplomacia brasileira, que aliás estão na própria Constituição. Imagino que diplomatas corretos estejam escandalizados pela escolha de Lula e do PT.
Apenas evitam dizê-lo. Eu digo. Estou horrorizado d envergonhado pelo Brasil e por sua diplomacia.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 16/06/2024
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