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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Venezuela: mais um retrato ordinário de uma ditadura ordinaria

Venezuela

Maduro convoca milícias contra manifestantes 

Novas mortes aumentam tensão no país, que tem onda de protestos há um mês

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#NoHayPaso na Av. Francisco Solano López, em Chacao
#NoHayPaso na Av. Francisco Solano López, em Chacao - Diego Braga Norte/Veja.com
Durante um desfile militar em homenagem ao falecido Hugo Chávez, seu sucessor Nicolás Maduro convocou as milícias chavistas para acabar com as “guarimbas”, como são chamadas asbarricadas que se tornaram o meio mais comum de protestos na capital Caracas e em outras cidades venezuelanas. “Chama que se acende, chama que se apaga”, disse.
O chamado é feito em meio a uma onda de protestos contra seu governo, que já deixou vinte mortos em aproximadamente um mês. Nesta quinta, o Observatório Venezuelano de Conflito Social informou que 2.248 manifestações foram registradas em fevereiro no país, enquanto em janeiro, o número ficou em 445. Segundo a ONG, a modalidade de protesto mais comum foi o bloqueio de ruas, concentrações, marchas e 'panelaços'.
O observatório reforça ainda as denúncias de opositores e estudantes sobre a ação de milícias armadas, que atuam com o aval do governo na repressão a manifestantes, junto com a Guarda Nacional Bolivariana. “Além da força pública do Estado, os manifestantes foram agredidos porcolectivos, grupos paramilitares de civis armados pró-governo, que atuam com permissão e cumplicidade de funcionários do Estado”, diz o relatório, segundo o jornal El Nacional.
O governador de Miranda, Henrique Capriles Radonski, uma das principais vozes da oposição, considerou “irresponsável” o chamado feito por Maduro. “É um chamado à violência”, disse, acrescentando que se ele também chamasse seus apoiadores a saírem às ruas para responder à ameaça o resultado seria uma guerra. “Isso temos de rejeitar todos nós venezuelanos porque não podemos ter uma guerra nesse país (...) Vamos resolver os problemas econômicos nos enfrentando? Não. Vamos resolver os problemas sociais que estamos vivendo? Não”. (Continue lendo o texto)

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Manifestantes da oposição entraram em confronto com a polícia durante protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro, em Caracas - (05/03/2014)
Manifestantes da oposição entraram em confronto com a polícia durante protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro, em Caracas - (05/03/2014) - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Mortes – Na manhã desta quinta-feira, milícias armadas saíram às ruas no bairro Los Ruices, no leste de Caracas, um dos principais pontos de manifestações contra o governo. Os motorizados tinham a escolta de agentes da Guarda Nacional. Houve confrontos e duas pessoas morreram baleadas: um sargento e um civil. "Um membro da GNB perdeu a vida depois de ser atingido por um tiro no peito e um moto-taxista também morreu", afirmou na televisão a procuradora-geral do Estado, Luisa Ortega Díaz.
Na quarta-feira, o ex-deputado e dirigente do partido opositor Avanzada Progresista Héctor Alzaul Planchart foi morto na cidade de Barquisimeto, capital do estado de Lara. Ele foi baleado no peito em frente à sede do partido. Os disparos foram feitos por duas pessoas que estavam em uma moto, informou o El País, acrescentando que ainda não está claro se o que ocorreu foi uma morte encomendada ou um latrocínio comum, hipótese plausível em um país que tem um dos mais altos índices de criminalidade no mundo. Planchart presidiu o Conselho Legislativo regional e era um colaborador próximo do governador Henri Falcón, um dissidente do chavismo. 
(Com agência France-Presse)

Venezuela: a herança maldita de Chávez 

Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos, criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor, Nicolás Maduro. Confira:

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Criminalidade alta

A criminalidade disparou na Venezuela ao longo dos 14 anos de governo Chávez. Em 1999, quando se elegeu, o país registrava cerca de 6 000 mortes por ano, a uma taxa de 25 por 100 000 habitantes, maior que a do Iraque e semelhante à do Brasil, que já é considerada elevada. Segundo a ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), em 2011, foram cometidos 20 000 assassinatos do país, em um índice de 67 homicídios por 100.000 habitantes. Em 2013, foram mortas na Venezuela quase 25 000 pessoas, cinco vezes mais do que em 1998, quando Hugo Chávez foi eleito. 
Apesar de rica em petróleo, a Venezuela é o país com a terceira maior taxa de homicídios do mundo, atrás de Honduras e El Salvador. Entre as razões para tanto está a baixa proporção de criminosos presos. Enquanto no Brasil a média é de 274 presos para cada 100 000 habitantes, na Venezuela o índice está em 161. De acordo com uma ONG que promove os direitos humanos na Venezuela, a Cofavic, em 96% dos casos de homicídio os responsáveis pelos crimes não são condenados. 

O Estado fora da lei e o governo como contraventor reincidente de ilegalidades repetidas

Com perdão pelas redundâncias e repetições, mas os sinonimos para os contraventores são justamente a demonstração de que eles se sucedem a si próprios nos crimes continuados, sendo que a (in)Justiça eleitoral permanece perfeitamente inerme.
Em qualquer democracia decente, seria caso de impeachment, como diz meu amigo Orlando Tambosi.
Paulo Roberto de Almeida 
Dilma confunde Estado e partido e transforma o palácio do planalto em acampamento petista
Vergonhoso, anti-republicano e ilegal o comportamento de Dilma e Lula, que usam as instalações da presidência da República para fins partidários, isto é, para a campanha de reeleição de Dilma. Dilma faz o que fez o leninismo: confunde Estado e partido. Em país civilizado, seria caso de impeachment. Do blog do Josias:
Diz o artigo 73 da Lei Eleitoral: é proibido aos agentes públicos “ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.”
Certas leis implicam com muita gente. Mas pouca gente implica com certas ilegalidades. Preocupados assegurar ao povo brasileiro a felicidade de mais quatro anos de presidência petista, Dilma, Lula e Cia. converteram o Palácio da Alvorada em comitê reeleitoral.
O Alvorada já sediou pelo menos quatro encontros de campanha. Num deles, em outubro do ano passado, Dilma reuniu-se por cinco horas, em pleno horário de expediente, com Lula, o marqueteiro João Santana, o presidente do PT Rui Falcão, o ex-ministro Franklin Martins e o ministro Aloizio Mercadante.
Além de financiar o palácio, o conforto, a água mineral, o cafezinho, o serviço de copa e o garçom, os contribuintes brasileiros —inclusive os que votam em Eduardo Campos e Aécio Neves— pagaram os salários de Dilma e Mercadante para que eles trocassem os negócios da nação pelas articulações partidárias.
Nesta Quarta-Feitas de Cinzas, o grupo voltou a carnavalizar o Alvorada. Além dos personagens de sempre, participaram da conversa Edinho Silva, futuro tesoureiro do comitê, e Giles Azevedo, que deixará a chefia de gabinete de Dilma para integrar-se formalmente à campanha.
Dilma e Lula já nem se preocupam em maneirar. A pretexto de silenciar o zunzunzum do ‘volta Lula’, divulgou-se nas redes sociais e no site do Instituto Lula um retrato da ilegalidade. Nele, Dilma e Lula estreitam suas diferenças num aperto de mãos na biblioteca do Alvorada. Lindo. Porém, ilegal.

Venezuela: cenas explicitas de uma ditadura assassina

Retratos ordinários de uma ditadura ordinária (com agradecimentos ao colega blogueiro e amigo da resistência intelectual contra os novos fascismos, Orlando Tambosi).

Desde las 10 de la mañana se inició un enfrentamiento entre un grupo de motorizados armados y los vecinos de la calle A de Los Ruices, cuando los integrantes de un colectivo llegaron a la zona a tratar de levantar una barricada. En el hecho resultaron heridos un funcionario de la GNB, que ingresó a la Emergencia de la Policlínica Metropolitana, donde falleció. 

Las víctimas fueron identificadas como José Gregorio Amaris Castillo, de 25 años, quien trabajaba como mototaxista y que fue trasladado hasta el hospital Pérez de León; y el sargento de la GNB Acner Isaac López Lyon, de 21 años, trasladado hasta la Policlínica Metropolitana, ambos con disparos.

En Los Ruices la confrontación arrancó cuando un grupo de motorizados se presentó a la calle A para quitar las barricadas colocadas por los vecinos. Esto originó un cacerolazo y según los habitantes de la zona, los motorizados comenzaron a lanzar botellas y piedras contra los edificios.

Los vecinos comenzaron a cacerolear cuando llegaron los grupos armados y los motorizados dispararon contra los apartamentos, lo que originó que los habitantes de la zona lanzaran botellas. La situación se mantuvo tensa durante más de dos horas hasta que los integrantes de los colectivos intentaron ingresar a algunas de las torres residenciales de la Calle A, por lo que los vecinos comenzaron a lanzar botellas.

Los grupos armados lanzaron una bomba molotov que cayó encima de un vehículo que  se incendió. Cuando llegaron los bomberos a apagar el vehículo fueron agredidos por los grupos armados, quienes comenzaron a lanzarles botellas y disparos.

Casi al mediodía llegó a la zona la Guardia Nacional, quienes lanzaron bombas lacrimógenas contra algunos vecinos que habían bajado a manifestar por la llegada de los colectivos. Después de la arremetida de los militares los colectivos se retiraron de la zona.  

Se mantiene cerrado el paso en la avenida Francisco de Miranda entre Los Ruices y Los Cortijos por esta situación. El alcalde de Sucre, Carlos Ocariz, a través de su cuenta en Twitter, informó: "Hace minutos, herido de bala un motorizado en Los Ruices. Polisucre está en el sitio".

A la 1:49pm, Carlos Ocariz informó que la Policía Nacional se llevó varios detenidos. "En este momento hay 25 tanquetas de la Guardia Nacional en Los Ruices".