O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Cahiers de l'Amérique Latine, dossier Sud-Sud

Os franceses, mais do que outros europeus, acreditam piamente em teses terceiro-mundistas.
Paulo Roberto de Almeida
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Les relations Sud-Sud : culture et diplomatie
Le dossier central du n° 80 des Cahiers des Amériques latines s'intéresse aux relations entre l’Amérique latine et les pays du Sud, à travers le prisme de la culture, jusqu’à présent peu étudié, et pourtant fondamental dans le jeu des influences intergouvernementales.
Quels sont les instruments de ce soft power ? Quels sont les acteurs et les publics visés ? Quelle image les différents pays cherchent-ils à projeter ?
Révélateurs de l’importance de la culture en politique étrangère, les articles rassemblés ici traitent de la coopération au sein d’une grande diversité de pays du Sud, aussi bien des relations entre le monde arabe et l’Amérique latine, que de l’héritage culturel partagé entre Brésil et Bénin.

Sommaire
Chronique
Discours de Mme Christiane Taubira, à l'occasion du 60e anniversaire de l'Institut des hautes études de l'Amérique latine
Dossier : Les relations Sud-Sud : culture et diplomatie
Introduction
Élodie Brun, Juliette Dumont et Camille Forite
L'action culturelle Sud-Sud du Brésil à travers les clubs de puissances émergentes : fonctions et usages
Folashadé Soulé-Kohndou
La diplomacia cultural de México y Turquía como instrumento de poder regional
María del Rocío Rodríguez Echeverría et Marta Tawil Kuri
Discours, identité et relations interrégionales : la « construction culturelle » du rapprochement entre le monde arabe et l'Amérique latine
Juan José Vagni
Pour une identité sud-atlantique : le patrimoine culturel dans la coopération bénino-brésilienne
Adriana Erthal Abdenur
La place de la diplomatie culturelle dans la politique africaine du Brésil et du Venezuela
Nicolás Falomir Lockhart et Mamadou Lamine Sarr
Études
Politiques d'égalité de genre au Chili sous les gouvernements de la Concertación (1990-2010)
Bérengère Marques-Pereira
La nouvelle phase du syndicalisme brésilien (2003-2013)
Armando Boito, Andréia Galvão et Paula Marcelino

Lire: http://univ-paris3.us12.list-manage1.com/track/click?u=4fac30005210a539d382bf6bf&id=f204730b18&e=34ae433acf

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Edmar Bacha: abrir o Brasil parece dificil, ou sera impossivel? - entrevista

Bacha e como abrir o País

Diretor da Casa das Garças, think tank de economia, reflete sobre dificuldades de abertura comercial no Brasil e como enfrentá-las. Bacha não descarta medidas para conter a eventual valorização excessiva do real, combinadas com liberalização.

OESP, Blog Fernando Dantas,  18 Julho 2016

Por que é tão difícil abrir a economia brasileira, se existe uma opinião tão sólida junto a uma grande e respeitada corrente de economistas de que este seria um passo positivo, que poderia acelerar o crescimento e a produtividade? O economista Edmar Bacha, um dos “pais” do plano Real e sócio-fundador e diretor do think tank Casa das Garças, no Rio, tem uma nova e provocativa reflexão sobre aquele tema.
Para início de conversa, ele revisa os argumentos tradicionais sobre a dificuldade de “vender” a abertura comercial à sociedade e aos políticos.
O primeiro ponto é que a defesa econômica da abertura é complexa e em alguns aspectos contraintuitiva. Já a ideia de proteger o mercado interno e exportar o excedente seria mais fácil de vender. O tradicional argumento das vantagens comparativas e da especialização produtiva não é algo tão palatável ao ouvinte leigo quanto a ideia de proteger empregos e a indústria nacional. Em termos da política recente e atual, Bacha observa que a retórica de Donald Trump do “America First” e de Dilma Rousseff da defesa do mercado interno contra a crise são exemplos desse primeiro ponto, pelo qual os defensores da abertura se consideram “iniciados”, na contramão dos protecionistas, que seriam os “desinformados”.
Um segundo argumento é que os benefícios da abertura são difusos, enquanto os custos são concentrados e recaem sobre grupos politicamente poderosos. Os “aberturistas”, como ironicamente coloca o economista, consideram-se “defensores do bem comum”, e seus adversários seriam “lobistas”.
Em terceiro lugar vem o fato de que os benefícios da abertura ocorrem mais a longo prazo, enquanto os custos vêm na frente: “aberturistas” são “visionários”, e protecionistas são “míopes”. Em quarto, a defesa da proteção viria de uma leitura histórica simplista e equivocada de que o Brasil estagnou-se no século XIX com economia aberta e exportação de produtos primários, e desenvolveu-se no século XX com fechamento e substituição de importações. Como os defensores da abertura são críticos desta visão caricatural, consideram-se “cosmopolitas” e veem seus opositores como “provincianos”.
Bacha deixa claro que esses quatro pontos têm fundamento, mas se pergunta se não há uma quinta razão, que, de certa forma, ponha em questão o sentimento de superioridade dos defensores da liberalização comercial, refletido nos adjetivos com que classificam a si mesmos e aos protecionistas.
Para o economista, o que falta no argumento dos “aberturistas” é reconhecer que não basta reduzir as tarifas unilateralmente para que uma realocação de recursos eficiente se produza, mantendo o equilíbrio externo e interno. A “inércia alocativa” pode levar a desemprego e desequilíbrio externo, e as exportações podem vir a crescer mais pela retração da demanda do que pelo aumento da competitividade externa. Desta forma, a transição pode ser bem mais lenta e penosa do que se imagina, fazendo com que, em regimes democráticos, muitas vezes nem se consiga chegar ao ponto de iniciar a abertura. Ou, caso se tente, ela acabe sendo interrompida ou revertida.
Assim, Bacha acha que o processo de liberalização comercial não pode ser apenas na base do “chicote”, mas deve também conter “cenouras” para atrair a adesão de grupos sócioeconômicos importantes. Ele propõe uma abertura administrada e não apenas baseada em mecanismos automáticos de mercado, que privilegie a reciprocidade em relação a movimentos unilaterais e que se baseie numa flutuação cambial administrada. Os pilares graduais e simultâneos desta estratégia seriam a redução do custo Brasil, os acordos comerciais e – a mais polêmica – a “troca de tarifas por câmbio”.
Bacha diz que, com a perspectiva de aumento das importações, uma estratégia anunciada de abertura poderia levar à desvalorização do câmbio (aumento de demanda por dólares), mas o problema é que o efeito confiança que um caminho liberal como este poderia trazer é tão forte que o País seria inundado de capitais e o real acabaria se apreciando. Neste caso, ele considera que medidas macroprudenciais e de controle de entrada de fluxos deveriam ser tomadas. “Acho que não deveríamos deixar o efeito manada na conta capital prejudicar o equilíbrio de longo prazo da conta corrente”, conclui o economista. (fernando.dantas@estadao.com)

Esta coluna foi publicada pelo Broadcast em 15/7/16, sexta-feira.

terça-feira, 19 de julho de 2016

República Corruptora dos Mandarins: até quando aceitaremos a desfaçatez?

Foi recentemente noticiado o uso ilegal, indevido, criminoso, de carros, funcionários e gasolina do setor público -- ou seja, pagos por todos nós -- por parentes da Afastada em Porto Alegre. Não basta terminar com o "serviço": é preciso cobrar as despesas incorridas e processar TODOS os responsáveis pela ilegalidade. 
Nossa republiquetazinha está tão deformada que NENHUM funcionário ligado a esse serviço ILEGAL se julgou habilitado a denunciar o crime desde que ele começou a ser praticado?
Como a cidadania aceita pagar por esse tipo de acinte?
Abaixo, mais um relato-síntese de como a corrupção continua impune em nosso país. 
Quando é que vai acabar essa excrescência do foro privilegiado? 
Quando é que o STF pretende levar esses casos adiante?
A cidadania será obrigada, algum dia, a atirar ovos contra os tribunais superiores?
Paulo Roberto de Almeida 

Operação Lava Jato

Em depoimento de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF) nos termos da delação premiada, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que propina para Renan furou o teto dos 3% destinados a políticos. O engenheiro Shinko Nakandakari – operador de propina em nome da Galvão Engenharia – como o doleiro Alberto Youssef afirmaram em suas delações que houve pagamento de propina nas contratações da obra de Refinaria Premium I, em Bacabeira, no Maranhão. De acordo com Youssef a licitação da terraplanagem ocorreu entre 2010 e 2011 “sendo acertado que as vencedoras seriam a Galvão Engenharia, Serveng e Fidens”. Ele afirmou que “ficava sabendo antecipadamente” o nome das empresas que ganhariam as licitações.

Em dezembro de 2015, o ministro do STF, Teori Zavascki, autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Renan Calheiros suspeito de envolvimento em fraudes na contratação do consórcio Estaleiro Rio Tietê pela Transpetro em 2010.

Até abril de 2016, Renan respondia a nove processos na Lava Jato.

Em 2 de junho de 2016, foi divulgado por autorização do STF os depoimentos da delação premiada de Nestor Cerveró na Lava Jato. Cerveró afirmou que, em 2012, o senador Renan Calheiros o chamou em seu gabinete no Senado para reclamar da 'falta de propina'.

 

Pedido de prisão

Em 7 de junho de 2016, foi divulgado pela imprensa que o Procurador-Geral da República pediu a prisão de Renan Calheiros, juntamente com a do senador Romero Jucá e do ex-presidente José SarneyDe acordo com o PGR, eles tentaram mudar a decisão do Supremo que prevê a prisão de condenados a partir da segunda instância e que planejaram mudar a lei, para permitir delação premiada apenas para pessoas em liberdade, e não para presos investigados e também para pressionaram para que acordos de leniência das empresas pudessem esvaziar as investigações.

Operação Zelotes

Em final de abril de 2016, a relatora da Operação Zelotes, ministra Cármen Lúcia do Supremo Tribunal Federal, abriu inquérito para apurar suposto envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do senador Romero Jucá, com a venda de emendas a medidas provisórias relacionadas ao setor automotivo editadas pelo governo federal. Renan e Jucá já são investigados em outros inquéritos da Operação Lava Jato por envolvimento com fraudes na Petrobras. É o 12º inquérito que Renan responde no STF, sendo nove na Lava Jato.

Abuso de Autoridade

Em nota à imprensa, Procuradores da República pedem a rejeição do PL nº 280/2016

http://anpr.org.br/assets/uploads/files/noticias/2016/07_Julho/nota-abuso-autoridade.png

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) entregou nota técnica ao Senado Federal para pedir a rejeição do Projeto de Lei nº 280/2016, que define os crimes de abuso de autoridade. No documento, a entidade que representa mais de 1.200 membros do MPF ressalta pontos da proposição que podem prejudicar a atuação do órgão. Todos os parlamentares que compõem a Comissão da Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação da Constituição receberam o documento.

Para a ANPR, o artigo 30 é um dos trechos do PL 280/2016 que deve ser suprimido. O texto pretende punir a persecução penal, civil ou administrativa, sem justa causa fundamentada. “O tipo é aberto, indefinido e claramente findaria por inibir e amordaçar os órgãos persecutórios do Estado, prejudicando a ação técnica e autônoma do Ministério Público, e dos órgãos de controle do Estado”, avalia.

Outro artigo considerado prejudicial a atuação do Ministério Público é a previsão de 15 dias, quando o réu está solto, para que o órgão ofereça denúncia contra crimes de abuso de autoridade, sem prorrogação de prazo para novas diligências. O texto contraria prática rotineira prevista no Código de Processo Penal e “pode prejudicar de forma cabal a investigação dos crimes”.

A nota salienta também a falta de clareza do artigo 28, que proíbe a reprodução ou inserção nos autos dos conteúdos sujeitos a sigilo. A ANPR explica que o correto seria vedar a divulgação ilícita do conteúdo, prática já coibida em diversos dispositivos, a exemplo da Lei de Interceptações Telefônicas.

Os procuradores da República defendem que as discussões ocorram com a maior cautela e transparência, permitindo o amplo debate. A despeito de reconhecer que a lei de 1965 precisa ser aperfeiçoada, a entidade de classe questiona os motivos que levaram o Senado a repentinamente considerar prioritária a apreciação da matéria. “É imperativo que projeto de lei que trate do tema do abuso de autoridade siga seu trâmite regular, com a devida apreciação na Comissão de Constituição e Justiça, não havendo a menor justificativa para a urgência conferida a este PL, que em uma semana já se anuncia será submetido à apreciação do Plenário do Senado”, argumenta.

A Associação indaga, ainda, a quem interessaria um Ministério Público, policiais, e agentes do Estado acuados e sem liberdade para atuar na forma da Lei.

Confira a íntegra da nota técnica.


Grato a Ricardo Bergamini pela transcrição.

Paulo Roberto de Almeida 


segunda-feira, 18 de julho de 2016

Cebri-RJ: presidente discorre sobre o futuro do Mercosul

Transcrevo mensagem recebida do Cebri. Só vou comentar depois de ler.
Paulo Roberto de Almeida 

Temos a satisfação de compartilhar a nova edição do CEBRI Edição Especial – publicação que traz reflexões sobre diversos temas de relações internacionais, com vistas a contribuir, de forma plural e apartidária, para a formulação e disseminação de conteúdo de alta qualidade sobre o cenário internacional e o papel do Brasil.

Nesta edição, contamos com a contribuição do Vice-Presidente Emérito do Conselho Curador do CEBRI, Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves: “Por um novo caminho para o Mercosul”. O Embaixador discute sobre novos rumos para o bloco comercial. 

Para acessar a publicação, clique aqui.

Politica externa brasileira: a favor (poucos); contra o "governo golpista" (muitos) - Google Alerts

Google Alerts: politica externa do Brasil
Atualização semanal ⋅ 18 de julho de 2016

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'A nós interessa Brasil forte e influente', afirma diplomata russo

Até que ponto a crise política interna do Brasil afetou a cooperação ... da política externa e da atividade econômica externa do Brasil como um todo.

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Manifestantes fazem ato de repúdio à política praticada por José Serra

“Além de ser autor do projeto de entrega do pré-sal, como ministro interino, ele tem representado uma política externa que dilapida a soberania ...

Pois é: aqueles que não tem nada de interessante a dizer, são os que mais aparecem...
Paulo Roberto de Almeida