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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Justiça Companheira - Editorial Estadão

 JUSTIÇA COMPANHEIRA

Se fosse estadista, Lula se empenharia em desarmar o círculo vicioso de politização da Justiça e judicialização da política. Como não é, está colonizando a Justiça com leais servidores

O ESTADO DE SÃO PAULO - 16/12/2024 

Há tempos as pesquisas de opinião registram que a credibilidade do Judiciário junto à população, em especial a do Supremo Tribunal Federal (STF), diminuiu na exata proporção em que cresce a percepção de seu protagonismo político. Há pelo menos dez anos está em curso um círculo vicioso e antirrepublicano que não dá sinais de arrefecer: a judicialização da política retroalimentada pela politização da Justiça.

Há razões estruturais para isso. A Constituição de 1988 é um documento excessivamente abrangente e prolixo que, como já notou o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, “constitucionalizou inúmeras matérias que, em outras partes do mundo, são deixadas para a política”.

Mas há razões conjunturais. Os freios e contrapesos estão estiolados. Sob chefes do Executivo fragilizados, o Congresso assumiu para si prerrogativas exorbitantes, mormente sobre o Orçamento, gestando uma espécie de parlamentarismo bastardo, em que os caciques têm muito poder e pouca responsabilidade. Com o colapso do presidencialismo de coalizão, ante um Legislativo indócil, o Executivo tem buscado no Judiciário um fiador da governabilidade.

Chamada para a dança política, a Suprema Corte não se fez de rogada, e tomou gosto em atuar ora como poder moderador da República, ora como poder tensionador, seja ditando políticas públicas às instâncias executivas, seja legislando a pretexto da “omissão” das Casas Legislativas. Na Lava Jato, instâncias inferiores do Judiciário se auto-outorgaram uma espécie de “competência universal de combate à corrupção”. Hoje, é o STF quem assume para si uma “competência universal de defesa da democracia”.

Os próprios representantes eleitos contribuem para a politização da Justiça. Partidos nanicos, sobretudo de esquerda, abusam do tapetão judiciário para reverter ou impor nas cortes causas que perderam no voto. “Nós temos culpa de tanta judicialização”, confessou ninguém menos que o presidente Lula da Silva, no início de seu mandato, num raro surto de sinceridade. “A gente perde uma coisa no Congresso Nacional e, ao invés de a gente aceitar a regra do jogo democrático de que a maioria vence e a minoria cumpre aquilo que foi aprovado, a gente recorre a uma outra instância para ver se a gente consegue ganhar.”

Se fosse o estadista que finge ser, Lula teria buscado sanear esse estado de coisas, desestimulando seus partidários de recorrerem ao tapetão sempre que perdem no voto e fazendo indicações técnicas para a Justiça. Ao contrário, Lula mandou às favas o pudor e o notório saber jurídico e indicou para o STF seu amigo e advogado Cristiano Zanin e o também amigo e correligionário Flávio Dino, realizando um “sonho antigo” de instalar nele alguém com “cabeça política”.

A colonização da Justiça não para por aí. Como mostrou reportagem do Estadão, Lula tem se dedicado com afinco a forrar não só o Executivo, mas tribunais superiores e regionais, além de órgãos e autarquias com leais servidores. As nomeações ligadas ao grupo de advogados militantes de esquerda Prerrogativas chegam às dezenas.

Respeitadas as prioridades técnicas, seria natural indicar figuras que compartilhem de uma visão progressista sobre a coisa pública. Mas não se trata apenas de alinhamento ideológico. Se fosse, a indicação de Joaquim Barbosa ao STF, em 2003, não seria considerada “desastrosa”, como disse um interlocutor próximo ao presidente à reportagem. Do que se sabe de suas manifestações públicas, Barbosa comunga dos ideais progressistas, mas seu pecado foi ter aplicado a lei no julgamento do mensalão petista.

“Estou convencido que tentar mexer na Suprema Corte para colocar amigo, para colocar companheiro, para colocar partidário é um atraso”, disse o então candidato Lula na disputa presidencial de 2022. Já o presidente Lula parece convencido de que se trata de um avanço. “A gente ganhou mais malícia”, disse o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas e amigo de Lula. Quando a malícia é critério para indicações na Justiça, o corolário, por necessidade lógica, é um só: más escolhas e más consequências para a legitimidade do Judiciário.

A Lula o que é de Lula

O petista diz que o governo falha ao comunicar suas conquistas à população e avisa que vai ‘falar mais’. Mas esse é precisamente o problema: sempre que Lula fala, os problemas se agravam

Por Notas & Informações - 16/12/2024 

Ao participar do encerramento de um seminário do PT destinado a debater os rumos do partido – aquele tipo de encontro em que o comissariado petista costuma reafirmar vícios do passado para aprimorá-los no futuro –, o presidente Lula da Silva fez uma crítica contundente à comunicação do governo. “Há um erro do governo na questão da comunicação e sou obrigado a fazer as correções necessárias”, disse o presidente, em declaração interpretada como um prenúncio de que em breve trocará o responsável pela área, o desgastado ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. “Quero começar a resolver no começo de ano”, avisou. Apoquentado com o que considera um abismo entre suas grandes realizações e a tépida aprovação popular, Lula endossou e inflamou as queixas já recorrentes num tema que ganha evidência toda vez que o demiurgo sente que seus poderes divinos não estão sendo bem compreendidos.

A fala amuada de Lula contra a comunicação do seu governo até adquiriu contornos inéditos pelas palavras duras que escolheu, mas na prática ele só repetiu o velho hábito de terceirizar a responsabilidade por problemas que nascem, no fundo, no próprio gabinete presidencial. A Lula o que é de Lula: a despeito da inquestionável má qualidade da comunicação no atual mandato e do baixo nível de conhecimento dos seus artífices sobre as dinâmicas do ambiente digital, o defeito de origem está no produto, não no marketing destinado a vendê-lo. O fato é que não há ministro, marketing político ou estratégia de qualidade capaz de vender um produto ruim.

Ocorre que, com a fritura pública de Pimenta, a bolsa de apostas para substituí-lo já tem até favorito: o marqueteiro do presidente na eleição vitoriosa de 2022, Sidônio Palmeira, ideia que teria ganhado corpo após o ruidoso anúncio que misturou, em rede nacional de rádio e TV, o pacote de ajuste fiscal e a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Coube a Sidônio a ideia de combinar as duas coisas e adornar a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convertida no primeiro ato de uma campanha institucional, lançada com slogan marqueteiro e consistência duvidosa. A mistura, o timing e a forma do anúncio provocaram estragos adicionais em um pacote que deveria comprovar a alegada sobriedade econômica do governo, mas foi levado adiante como peça de propaganda eleitoral. Ao que parece, contudo, Lula considerou a operação um sucesso.

Não faltou nem mesmo a velha tática de afetar humildade, quando Lula se incluiu entre os responsáveis pelos problemas de comunicação: “Há um equívoco meu na comunicação. O Stuckert (referência a seu fotógrafo oficial, Ricardo Stuckert) costuma dizer ‘presidente, o senhor é o maior comunicador do nosso partido, o senhor tem que falar mais’. E a verdade é que não tenho organizado as entrevistas coletivas”. Então estamos combinados: Lula, que já fala pelos cotovelos, avisou que vai “falar mais”.

E talvez seja exatamente esse o problema. Quando Lula fala, quase sempre de improviso, ou cria expectativas incompatíveis com a capacidade do governo de realizá-las, ou constrange a equipe econômica com discursos demagógicos que contrariam o compromisso com a saúde das contas públicas. O resultado é a crescente falta de credibilidade do governo.

Mas Lula está convencido de que seu governo é um primor e que a maioria dos brasileiros se convenceria disso se o presidente concedesse “mais entrevistas” – sobretudo para meios escolhidos a dedo pelo Palácio por deixarem Lula à vontade.

Enquanto isso, Lula não comenta sobre os problemas de coordenação política (liderada por ele mesmo), ou sobre a falta de um núcleo dirigente no Planalto capaz de corrigir os rumos ditados pelo presidente, ou ainda sobre a malaise provocada por um governo que chega envelhecido à metade do mandato. Como se vê, o que o presidente espera da comunicação do seu governo é algo que diz respeito mais a ele próprio. Uma certeza que só escancara a inutilidade do debate proposto na reunião do PT.

Mercator Institute for China Studies (MERICS) - Mercator Institute for China Studies (MERICS)

 Mercator Institute for China Studies (MERICS)

Quantum Technology for communications: China

China sees quantum technology as pivotal in global science and tech competition. It has stepped up government spending on scientific and industrial development to about USD 15 billion. At the same time, Beijing has increased secrecy and raised restrictions on the transfer of quantum-related knowledge outside the country.

According to MERICS experts Antonia Hmaidi and Jeroen Groenewegen-Lau, “current global competition in quantum technology is similar to that over nuclear capabilities during the early Cold War. Whoever develops quantum technologies first will have palpable military advantages in cryptology, detection and information processing, not to mention a symbolic victory in a tech field all global powers agree is of strategic significance.” 

In a new MERICS Report, they zoom in on China’s quantum ambitions. The report is part of a series of publications from the MERICS China Tech Observatory, a project funded by the Federal Ministry of Research and Education (Bundesministerium für Bildung und Forschung).

Key takeaways: 

📃China now publishes more quantum-related research papers annually than any other country, including the US. 

⏳As an early-stage technology, quantum computing and communication are the perfect research mission for China. They require long-term planning and large state investments, closely resembling past research missions. 

📡China leads the world in quantum communications, where it boasts the world’s largest quantum communication network, which includes two quantum satellites. 

🥇European countries are leaders in quantum research but have struggled to translate these research results into practical applications. 

🤝The EU should move beyond protecting technological advances by stepping up union-wide efforts to promote the scientific and industrial development of quantum capabilities. 

Links in the first comment.

🖇️ China’s long-term bet on quantum tech may leave the US and EU scrambling to catch up - MERICS Report by Antonia Hmaidi and Jeroen Groenewegen-Lau: https://merics.org/en/report/chinas-long-view-quantum-tech-has-us-and-eu-playing-catch

🖇️ Explore the MERICS China Tech Observatory: https://merics.org/en/china-tech-observatory



segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Acordo Mercosul-UE: dois blocos protecionistas concluem um acordo protecionista - PRA e Jamil Chade

 O último parágrafo confirma o meu titulo:

Acordo Mercosul-UE prevê suspensão por violar pacto do clima e punição por ataques à democracia

Por Jamil Chade 

O acordo entre Mercosul e União Europeia estabelece a suspensão do pacto caso alguma das partes viole o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas ou mesmo promova uma ruptura democrática. Mas o governo brasileiro conseguiu adiar a abertura do seu mercado de automóveis, que estará livre de tarifas apenas em 30 anos. Setores estratégicos que tinham sido abertos no governo de Jair Bolsonaro foram preservados.

Fechado na semana passada depois de 25 anos de negociações, o texto do acordo apenas está sendo divulgado nesta terça-feira no site da União Europeia e pelo governo brasileiro.

A publicação revela que o Itamaraty conseguiu desfazer concessões dadas por Jair Bolsonaro durante as negociações em 2019, preservando setores da economia nacional. Naquele ano, o ex-presidente ordenou que o pacto com a Europa fosse acelerado para que um anúncio fosse feito. No processo, abriu mão da proteção no setor automotivo, minérios e segmentos estratégicos como saúde e educação.

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2024/12/10/acordo-mercosul-ue-preve-punicao-por-violar-pacto-do-clima-ou-democracia.htm?cmpid=copiaecola 

Edição atual, 27, 2024, da Revista de História Econômica e História de Empresas

 Edição atual, 27, 2024, da Revista de História Econômica e História de Empresas

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Venezuela: morte de mais um preso político sob custódia do regime: alguma Nota do Itamaraty em vista? - Paulo Roberto de Almeida

 Não sei se o setor de Notas do Itamaraty vai preparar alguma nota a esse respeito:

Autoridades venezuelanas entregam corpo em decomposição de preso político.

Jesús Álvarez é o segundo preso durante os protestos contra Nicolás Maduro a morrer sob custódia do regime.”

Não sei se o Palácio do Planalto vai autorizar a publicação de uma nota, que só pode ser, conhecendo o brio de meus colegas do Itamaraty, de veemente protesto contra a iniquidade do regine chavista, que perpetrou mais um crime de um imenso rol de violência e exações já acumuladas contra manifestantes pacíficos, por parte de uma ditadura assassina.

Não sei se o Palácio Miraflores vai, uma vez mais e novamente, responder num tom zombeteiro contra o Brasil, dizendo a Lula para não interferir nos assuntos internos do país.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 16/12/2024

sábado, 14 de dezembro de 2024

Crescimento da cooperação Rússia-China - Clara Fong and Will Merrow (Foreign Affairs)

 Where the China-Russia Partnership Is Headed in Seven Charts and Maps

Chinese President Xi Jinping and Russian President Vladimir Putin pose for a photo during the BRICS summit in Kazan, Russia, in October 2024.
Chinese President Xi Jinping and Russian President Vladimir Putin pose for a photo during the BRICS summit in Kazan, Russia, in October 2024. Maxim Shipenkov/Reuters

Beijing’s and Moscow’s relationship has strengthened militarily, economically, and diplomatically in the past two decades, demonstrating their commitment to a “no limits” partnership.

December 12, 2024 11:31 am (EST)

Over the past decade, China and Russia have deepened their diplomatic relationship despite a long and complicated history marked by both cooperation and strategic rivalry. Their partnership—the strongest it’s been in centuries—is driven largely by a common goal: to challenge the U.S.-led world order that has defined the post-World War II era.

In 2022, Chinese President Xi Jinping and Russian President Vladimir Putin said that their countries’ partnership had “no limits” [PDF] and vowed to deepen collaboration on various fronts. The announcement came days before Russia’s invasion of Ukraine. Some experts question the depth of their strategic relationship, arguing that the countries’ alignment is driven by their shared hostility toward the United States rather than by any natural affinity.

This year, China and Russia will pass the seventy-fifth anniversary of their diplomatic relations. CFR’s Robert D. Blackwill and Center for a New American Security’s Richard Fontaine dive into what this will mean for U.S. foreign policy in their new Council Special Report.

The following seven visualizations highlight China and Russia’s military, economic, and diplomatic cooperation in recent years.

A map showing Russia and China noting that they share a 2,600 mile border, including a longer border in the east and a smaller border between Kazakhstan and Mongolia.

CANADA

U.S.

Moscow

RUSSIA

MONGOLIA

KAZAKHSTAN

Beijing

JAPAN

NORTH KOREA

CHINA

PAKISTAN

SOUTH KOREA

TAIWAN

INDIA

The China-Russia border 

spans 2,600 miles, including a 

longer border in the east and 

a smaller border between 

Kazakhstan and Mongolia.

Growing Military Ties

China’s and Russia’s defense ties have been cemented since 2014, the year Russia annexed Crimea. Their bilateral military exercises have also increased in frequency, scale, and complexity in the past two decades. Beijing and Moscow are jointly developing missile warning systems and boosting collaboration in space, including by integrating their satellite-based navigation systems.

More From Our Experts

Since the start of Russia’s war in Ukraine, China and Russia have held several joint military drills, which have taken place in Europe, the Indo-Pacific, and the Middle East. Since 2012, the two countries have performed bilateral naval simulations in geopolitically strategic seas, such as the East China Sea and Sea of Japan (often referred to as the East Sea). The seas include the Indo-Pacific first island chain, a critical formation for U.S. foreign policy that traverses the Japanese archipelago, Taiwan, and the Malay peninsula. In 2017, China’s and Russia’s militaries conducted a drill in the Baltic Sea, practicing live fire against land and air targets. 

China and Russia Joint Military Exercises
Locations of bilateral exercises from January 2022 to August 2024
A map showing China and Russia have conducted joint military exercises in many parts of the world since 2022, with the most occurring in the East China Sea and Sea of Japan (East Sea)

China-Russia border

RUSSIA

1 exercise

Baltic Sea

1 exercise

Bering Sea and

Western Pacific

3 exercises

CHINA

East China Sea

and Sea of Japan

(East Sea)

8 exercises

Arabian Sea

PACIFIC

OCEAN

1 exercise

South China Sea

INDIAN OCEAN

1 exercise

Complementary Economies

Although China’s and Russia’s bilateral trade has increased over the past twenty years, their economic partnership is highly lopsided. Russia depends far more on China than vice versa; China is currently Russia’s number-one trade partner, but Russia was only China’s sixth-largestas of 2023. However, both countries mutually benefit from their trade relationship. Russia relies on Chinese companies and banks for critical investment in its energy and telecommunications infrastructure, while China benefits from Russia’s abundance of oil and natural gas to meet its enormous energy needs. Experts call their relationship complementary economies.

More on:

China

Russia

U.S. Foreign Policy

The War in Ukraine

Russia Is More Dependent on China
Goods trade in 2022
Two pie charts showing that trade with China is 26% of Russia’s total trade, and trade with Russia is 3% of China’s total trade

Trade with China is 26% of Russia’s total trade

Russia’s

total trade:

$681B

Trade with Russia is 3% of China’s total trade

China’s

total trade:

$5.89T

Since Russia’s invasion of Ukraine, China’s exports have become a lifeline for the Russian economy, especially after the United States and European countries sanctioned Russian resources and froze Russian assets. In 2023, China-Russia trade reached an all-time high of $240 billion, compared to their bilateral trade of $147 billion in 2021 before the war in Ukraine. China’s exports to Russia also continue to growat an increasingly rapid pace, supporting the Russian economy, which grew by 3.6 percent in 2023.

Increased Diplomatic Cooperation

China and Russia coordinate in international institutions to expand their influence and reshape global governance in their favor. Since the founding of the Russian Federation, neither country has vetoed a UN Security Councilresolution proposed by the other. Indeed, the two frequently align in their voting patterns. They have dually vetoed sixteen Security Council resolutions, often against U.S. foreign policy interests, and Beijing has not opposed a resolution without Moscow since 1999. Of the twenty-three cases in which the Russian Federation exercised its veto power alone, China abstained twenty times.

They are also jointly expanding their global influence through newly developed “non-Western” multilateral institutions, such as the BRICS group and the Shanghai Cooperation Organization (SCO). BRICS was founded in 2009 with original members Brazil, Russia, India, and China, and joined the following year by South Africa. The group has since grown to nine members, adding Egypt, Ethiopia, Iran, and the United Arab Emirates in 2024.

BRICS communiqués offer insight into the foreign policy positions of the organization members, and their positions on Ukraine and the Gaza Strip especially resemble the preferred views of China and Russia. The same goes for SCO countries, which have supported China’s Belt and Road Initiative and have condemned Western sanctions on Russia for its invasion of Ukraine.