terça-feira, 12 de novembro de 2024

BRICS Vs. the G7 - The Globalist

 BRICS Vs. the G7

How do the BRICS stack up against the G7 group of nations?

October 23, 2024

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BRICS member states now represent 45% of the world's population, while the G7 (United States, Germany, Canada, France, Great Britain, Italy and Japan) only account for 10%.

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The BRICS countries account for 35% of global GDP, while the G7 only represents 30%.

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BRICS member states are responsible for approximately 50% of global CO2 emissions, compared to approximately 21% produced by the G7.

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Membership of the BRICS has expanded well beyond the initial five members — Brazil, Russia, India, China and South Africa.

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The term BRICS+ is now mostly used, as Egypt, Ethiopia, Iran and the United Arab Emirates (UAE) officially joined in 2024.

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More than 40 countries have expressed an interest in membership — including NATO member Turkey and Indonesia.

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However, the interests of major players such as China, India and Brazil are becoming increasingly difficult to align into a common strategy. Brazil and India want to portray themselves as "non-aligned."

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In contrast, Russia, China and Iran are keen to compete with the dollar as a reserve currency, to circumvent sanctions and to present a counter-model to the West, which is perceived as too dominant.

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Meanwhile, countries such as South Africa and Egypt, on the other hand, attach importance to economic diversification and strengthening the voice of the global South without burning all other bridges.

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For its part, China is attempting to dominate the BRICS alliance politically. However, India is growing into another major regional power that is competing with China's ambitions — especially as India is acting in an ambivalent strategic manner.

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For India, BRICS membership is increasingly becoming a balancing act. It is the only country in the group to find itself in open conflict with heavyweight China.

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India clearly rejects the anti-Western course that China, Russia and Iran would like to see for the BRICS. Delhi is also skeptical about the attempt to push for a move away from the dollar.

Sources: Financial Times, Handelsblatt, Destatis, Reuters, Statista, Washington Post, Foreign Affairs, Foreign Policy

Coffee, Ships, and Peace: Brazilian and US Diplomacy at the 1919 Paris Peace Conference - Norma Breda dos Santos (RBPI)

 O artigo "Coffee, Ships, and Peace: Brazilian and US Diplomacy at the 1919 Paris Peace Conference" examina a relação diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos ao longo da década de 1910 e sua influência na participação brasileira na Conferência de Paz de Paris, em 1919. 

Publicado na Revista Brasileira de Política Internacional, o estudo feito por Norma Breda dos Santos, destaca a atuação de Domício da Gama, embaixador do Brasil em Washington entre 1912 e 1918, como figura chave no fortalecimento dos laços entre os dois países. A pesquisa explora como a cooperação entre Brasil e Estados Unidos foi construída em um período marcado por transformações na política internacional, argumentando que essa relação diplomática contribuiu para o desempenho da delegação brasileira na conferência. A análise sugere que, sem a consolidação desses laços, o Brasil teria encontrado dificuldades em alcançar seus objetivos em Paris. 

A análise fornece uma perspectiva sobre o impacto das relações bilaterais nas estratégias de inserção internacional do Brasil no contexto do pós-Primeira Guerra Mundial. Baseado em fontes diplomáticas, o artigo é relevante para pesquisadores de Relações Internacionais, História e Ciência Política que buscam compreender as práticas de política externa e o papel do Brasil na política internacional desse período.

Acesse o artigo completo em: https://lnkd.in/g84hYEj2 

Publicado em 23 de agosto de 2024, Revista Brasileira de Política Internacional, Volume: 67, Número: 1, Publicado: 2024 

A Rússia é culturalmente imperialista - Rodrigo da Silva

 Thread de Rodrigo da Silva

A Rússia é o maior país do mundo. 11% de toda a área terrestre do planeta pertence à Rússia – a mesma área da superfície de Plutão. Quando o sol nasce no leste da Rússia, se põe no oeste.

Mas este país nem sempre teve esse tamanho.

Nos seus primeiros séculos, a Rússia possuía um território de 1,3 milhão de km², o equivalente ao estado do Pará.

No auge da União Soviética, esse espaço chegou a atingir 22,4 milhões de km².

Como isso aconteceu? A resposta parece estar no solo desse lugar.

No passado distante, os primeiros eslavos que se estabeleceram na Rússia encontraram terra fértil para a agricultura, mas tiveram que enfrentar um problema bastante sério: as invasões.

A Rússia foi fundada numa região da Europa sem grandes rios, montanhas e desertos, em que a média de altitude é de míseros 170 metros. Nós chamamos essa região de Planície Europeia Oriental, e ela se estende da França até os Montes Urais.

. O leste deste continente é plano.

Justamente porque é muito fácil colocar grandes exércitos para invadir os países dessa região que, ao longo da história, a Rússia sofreu diferentes invasões – e não apenas de povos nômades, como os mogóis e os tártaros. Os poloneses invadiram a Rússia em 1610; seguidos pelos suecos, em 1707; os franceses, em 1812; e os alemães – duas vezes, em ambas as guerras mundiais – em 1914 e 1941.

Só que nenhum país abocanha o maior território da Terra apenas se defendendo de ameaças externas. Os russos não demoraram para entender que a melhor estratégia para se proteger contra invasões hipotéticas é invadindo outros países e aumentando o seu próprio território.

Foi exatamente o que eles fizeram. Por séculos, os czares dedicaram um esforço monumental para atingir esse objetivo. E essa demanda obsessiva por terra como proteção foi, com o tempo, criando na Rússia uma cultura política intrinsecamente imperialista.

Os soviéticos não romperam com essa tradição. Pelo contrário: eles se empenharam em construir uma zona tampão entre o coração da Rússia e as grandes potências europeias. Nós conhecemos esse espaço como Cortina de Ferro.

Para os líderes soviéticos, controlar essas extensões de terra ao redor das suas fronteiras dava à Rússia uma profundidade estratégica; um colchão geográfico entre potenciais invasores ocidentais e os centros de poder do país.

A União Soviética era composta por 15 repúblicas que, embora na teoria gozassem de alguma autonomia, na prática, estavam sob o controle centralizado de Moscou.

Dessas 15 repúblicas, além da própria Rússia, 6 estavam no leste da Europa, ajudando a construir uma zona tampão: Ucrânia, Bielorrússia, Moldávia, Lituânia, Letônia e Estônia.

Mas a zona de influência russa não se limitava a esses países. Moscou também tinha os seus estados-satélites na Europa Oriental – Polônia, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária. Quando nós consideramos esses lugares, no auge da União Soviética, os russos exerciam controle e influência sobre um território de 23,3 milhões de km².

Foi exatamente para combater essa política de expansão da Rússia na Europa – num momento em que este era um continente devastado pela maior guerra de todos os tempos – que a OTAN foi fundada, em 1949.

No auge da União Soviética, no pós-guerra, enquanto Moscou controlava ou influenciava 23,3 milhões de km², os outros países da Europa, somados, tinham um território de míseros 3,5 milhões de km².

Através do Pacto de Varsóvia, Moscou exercia poder sobre 61% do território europeu – quase dois de cada três metros de terra do continente.

E esses não eram os únicos países controlados ou influenciados por Moscou.

Durante a sua existência, a União Soviética patrocinou diferentes revoluções no mundo, além de dezenas de movimentos e partidos políticos que, mesmo quando não conseguiram uma revolução, alteraram radicalmente o cenário político de seus países. Alguns deles estão no poder nesse exato momento.

É por isso que o fim da União Soviética (1989-91) não representou apenas a dissolução de um estado, mas a fragmentação de um bloco que havia projetado poder global e sustentado uma identidade política homogênea para milhões de pessoa.

Vladimir Putin chama esse episódio de “tragédia genuína” – “a maior catástrofe geopolítica do século vinte”.

Hoje, três décadas após o fim desse bloco, o território russo ainda é grande o suficiente para colocar a Rússia no topo dos maiores países do planeta (com quase o dobro do território do Canadá, o segundo maior país do mundo). Mas Putin entende que a queda da Cortina de Ferro foi “uma desintegração da Rússia histórica sob o nome de União Soviética”:

“Nós nos transformamos em um país completamente diferente. E o que foi construído ao longo de mil anos foi em grande parte perdido.”

O que o líder da Rússia planeja fazer para corrigir esta “catástrofe”? Aquilo que os russos passaram os últimos séculos fazendo: expandir o território do país. O objetivo é reconstruir a União Soviética/Império Russo.

Na Guerra na Ucrânia, os russos nem fazem questão de esconder isso.

Os Estados Unidos desempenharam um papel indispensável para o colapso da União Soviética.

Mas isso não aconteceu porque os americanos têm um compromisso moral com a proteção da humanidade. Isso aconteceu porque os americanos – sobretudo os conservadores – sempre entenderam que o expansionismo russo desafia o American way of life. Os Estados Unidos não estão imunes ao que acontece no leste da Europa porque os americanos dependem visceralmente das instituições e do comércio internacional para sustentar os seus padrões de vida

Nesse momento, os Estados Unidos são a maior economia do mundo, com um produto interno bruto que ultrapassa os US$ 29 trilhões. Este é um país que nunca foi tão rico e poderoso.

Washington gasta anualmente uma fração disso, US$ 916 bilhões, nas suas forças armadas – um valor equivalente à soma dos gastos de China, Rússia, Índia, Arábia Saudita, Reino Unido, Alemanha, Ucrânia, França e Japão (os 9 países seguintes, dos 10 com os maiores gastos militares).

Os Estados Unidos são o lar de 4% da população mundial, mas 1/4 da riqueza mundial está sob controle americano.

Ao mesmo tempo, 3,4% da riqueza americana é gasta com as suas forças armadas, mas 37% do gasto mundial com forças armadas está concentrado nos Estados Unidos.

Ninguém gasta tanto com defesa quanto os Estados Unidos porque nenhum outro país tem a posição dos Estados Unidos no mundo. E o desenvolvimento dos Estados Unidos – o país mais poderoso e desenvolvido da Terra – está umbilicalmente ligado a esse poder.

Washington sustenta algo próximo de 750 bases militares em pelo menos 80 países. Todo esse poderio militar não caiu do céu. Ninguém forçou o Pentágono a construir essa estrutura.

Os Estados Unidos não gastam esse dinheiro todo porque desejam proteger o mundo da ação dos homens maus. Essa estrutura só é sustentada – com apoio bipartidário nas últimas 7 décadas – porque os ganhos que Washington alcança com essa posição são imensos.

É por isso que, nesse momento, só um cínico diria que os Estados Unidos não têm a obrigação de “proteger” a Ucrânia – como se os Washington alocasse dinheiro nessa região do mundo por altruísmo.

Não é o Ocidente quem está protegendo a Ucrânia da Rússia. É a Ucrânia quem está protegendo o Ocidente da Rússia. E quem ainda não entendeu isso, não entendeu nada sobre esse conflito.

Não é difícil prever o que acontecerá se a Ucrânia ceder um milímetro de terra para Moscou: a Rússia terá incentivos para continuar expandindo o seu território em direção ao Ocidente, mesmo que um “acordo de paz” gere uma falsa sensação momentânea de estabilidade.

Num primeiro momento, a Rússia não precisará atacar a Bielorrússia, a Geórgia e a Hungria para melhorar a sua posição porque esses países já sustentam governos fantoches, profundamente influenciados por Moscou (é verdade que a questão da Geórgia é um pouco mais sensível por conta das regiões de Ossétia do Sul e Abecásia, dois territórios disputados por Moscou).

Mas dá para prever os próximos alvos desse expansionismo: a Moldávia (provavelmente a próxima vítima russa, justificada pela proteção da população da Transnístria), a Estônia, a Letônia e a Lituânia, além da própria Ucrânia (ou o que terá sobrado dela).

A partir disso, a Rússia será uma ameaça constante para a Polônia – país que desempenha um papel crucial como ponto de trânsito para a ajuda militar e humanitária do Ocidente para a Ucrânia.

Também dá para dizer que a República Tcheca e a Eslováquia – que formavam a antiga Tchecoslováquia – viverão sob ameaça.

Para alcançar esses objetivos, a Rússia não usará apenas a carta da expansão militar. O Kremlin acelerará a sua guerra híbrida na região. Esses países continuarão sendo alvos da interferência política russa subterrânea – como vêm sendo, com sucesso para Moscou, desde 2014.

Os russos terão um papel cada vez maior:

- na política alemã, através da AfD (da direita radical) e da BSW (da esquerda radical);

- da política francesa, através do Rassemblement National;

- da política britânica, através do Reform UK;

- da política holandesa, através do PVV;

- da política austríaca, através do FPÖ;

- e da política italiana, através do Lega.

Essa ameaça contínua russa à segurança da Europa criará um ambiente de alta tensão no continente – e sem o apoio dos Estados Unidos, produzirá incentivos para que a União Europeia recorra ao pragmatismo chinês para controlar os ímpetos do imperialismo russo; o que melhorará o status da China no mundo (foi o que aconteceu entre 2017 e 2020, quando os chineses viraram os maiores parceiros comerciais da União Europeia – posição que os Estados Unidos só recuperaram sob o governo Biden, em 2022).

Essa reconstrução da ordem mundial impactará profundamente o desenvolvimento político do mundo – inclusive do Brasil, que até hoje vive as consequências da Guerra Fria: da forma como acessamos às redes sociais à maneira como compramos na internet.

O fortalecimento político da Rússia poderá aumentar o capital político e militar dos seus aliados no mundo – incluindo a China (o que ameaçará Taiwan), o Irã (o que ameaçará Israel), a Coreia do Norte (o que ameaçará a Coreia do Sul) e a Venezuela (o que ameaçará a Guiana).

Este não é um mundo mais estável e pacífico. Apaziguamento não é paz. Neville Chamberlain, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, não era um pacifista porque assinou o Acordo de Munique, em 1938, cedendo a região dos Sudetos da Tchecoslováquia à Alemanha Nazista. Negociar com Adolf Hitler em busca de uma paz hipotética e estratégica não colaborou para tornar o mundo mais seguro – pelo contrário: tornou o mundo mais violento, instável e inseguro.

Esse cenário poderia levar 5, 10 ou 15 anos até ser deflagrado. Por um tempo, os atores políticos do Ocidente poderiam até se convencer de que um apaziguamento temporário significaria um controle da situação. Os líderes desse acordo poderiam até concorrer ao Nobel da Paz por tamanha benevolência. Mas isso seria apenas ingenuidade.

Não há um único serviço de inteligência ocidental que não aponte para o mesmo cenário. A Rússia está em expansão e não tem pressa. Qualquer metro de território ucraniano conquistado será uma vitória para Putin. Essa é a estratégia russa. Como dizia Andrei Gromiko – Ministro das Relações Exteriores da União Soviética, e uma das figuras centrais da política russa no século 20 – Moscou utiliza três regras básicas para negociar com o Ocidente:

“Primeiro, exija o máximo, não peça humildemente, mas exija. Segundo, apresente ultimatos. E, terceiro, não ceda um centímetro de terreno porque sempre haverá alguém no Ocidente que lhe oferecerá algo, talvez metade do que você não tinha antes.

É assim que nasce aquela expressão que a direita tantas vezes usou nas últimas décadas – uma nova ordem mundial.

É dessa forma que você perde a Guerra Fria.

Não será por falta de aviso.


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Comentários;

Mestre:

Gostei! De fato, a história é cíclica e o ocidente começa a entender um pouco mais sobre o imperialismo real.

A China, por exemplo, não ostenta suas ligações e parcerias estratégicas, nem age de maneira linear para alcançar seus objetivos, como fazem os ocidentais, que olham apenas para o futuro e por isso nunca sabe para onde vai, nem quem são os seus inimigos, muito menos como eles agem.

Observar a história da China é crucial para entender como ela avança, sempre com cercos duradouros, algo absorvido dos antigos mongóis. Outro ponto a se entender olhando o passado da China é a sua tendência para a boa diplomacia com povos expansionistas sanguinários, visto que mantinham grande parceria com o Império Sassanida, chegando a abrigar dezenas de embaixadas em seu território, que geograficamente eram distente na época.

E ambos se fortaleciam com métodos e estratégias de guerra que vemos até hoje, por exemplo, usando a propaganda para demonizar seus inimigos e justificar suas ações, bem como a diplomacia com inimigos estratégicos. Tanto a China quanto a Dinastia Sassanida ofereciam presentes e vantagens aos países que lhes ofereciam resistência, ou os que possuiam riquezas naturais, como bom solo, acessos ao mar, enfim. Sempre aqueles que estavam no caminho para os seus objetivos. 

Entrar nesses países tinha método: eles buscavam, principalmente, homens poderosos e corruptíveis, potenciais traidores de suas pátrias e/ou aqueles com grande ambição de poder,.

Porém, por trás dessa linda amizade, o que de fato acontecia era o início do plano tático de infiltração. Pois a partir dos acordos de intercâmbio, tanto os Sassanidas quanto os Chines, ou ambos, empregavam nesses países um grande número de espiões e agentes, que agiam para abastecer a rede de informação e, o mais crucial para eles, esses exércitos invisíveis garantiam muitas vezes aos generais uma vitória a necessidade da guerra.

Como faziam isso? Gerando caos com desinformação, estimulando conspirações, assassinatos sem explicação e tudo o que podiam fazer para drenar a força dos alvos, incluindo colocar esses alvos em guerras diversas e, durante as campanhas, iniciavam uma escala de sabotagem em tantas áreas dispersas que o Rei, Governador Susserano caia em desgraça.

Puxa, ainda poderia falar mais, como a perseguição religiosa é a opressão, mas acho que deu para entender mais um pouco da China, do Iran e sobre quem abastece os imperialistas sanguinários no mundo... a saber: o comunismo e os seus idiotas úteis, adeptos da ideologia ou da religião baseada no zoroatrismo reformado.

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Bruno Souza:

Rodrigo, bons pontos, mas acho que faltou um importante: pro Putin se aventurar um pouco mais a oeste, forçosamente entraria em choque direto com um país-membro da OTAN, e aí o cenário é bem diferente. Que há uma intenção expansionista é claro - mas daí a presumir que qualquer perda na Ucrânia significa carte blanche pra festa do caqui do Putin eu considero um salto. Parte central da discussão aqui na Europa é justamente o risco de escalada incontrolável em torno do Ucrânia que leve a um conflito direto da OTAN com a Rússia, e é o que todos querem evitar. Pragmaticamente: preferem entregar um pedaço da Ucrânia pra evitar um risco de conflito nuclear agora.

Surpresas acontecem… - Paulo Roberto de Almeida

Surpresas acontecem…

Paulo Roberto de Almeida


O mundo acadêmico, formado por gente bem formada e informada, mas também por algumas almas cândidas, não conseguiu ver a avalanche da ignorância que foi se se formando em áreas recuadas da nação, com a mudança de condições econômicas, entre outros fatores. Ela chegou, finalmente, e submergiu a todos. Vai demorar um pouco para refluir, pois depende da hipótese da força decrescente da avalanche, que pode continuar a ser alimentada por novas vagas de ignorância, commodity extremamente abundante no mundo. Acadêmicos saberiam explicar e interpretar esse fenômeno, acredito.

Brasília, 12/11/2024

Panorama das Estatais Brasileiras - Ricardo Bergamini, Ministério da Gestão

 Na defesa de interesses corporativos todas as ideologias existentes no Brasil são aliadas históricas, assim sendo, com Bolsonaro ou com Lula, com a esquerda ou com a direita, com os civis ou militares, com a dita(dura) ou a dita(mole) os problemas serão os mesmos. Vamos ajudar a resolvê-los divulgando as informações oficiais do governante de plantão (Ricardo Bergamini)

 

Prezados Senhores

 

A imprensa está voltando a sua função original de divulgar as informações oficiais do governante de plantão, isento de masturbação mental ideológica.

 

Lula agradece ao Bolsonaro ter preservado o ninho petista das estatais.

 

São quase 500.000 funcionários das estatais aliados do Lula. 

 

Panorama das Estatais – Fonte MGISP

 

Base: Ano de 2023

 

 

I – Quantidade de Empresas Estatais Federais

São 123 empresas estatais federais, sendo 44 com controle direto da União (17 dependentes exclusivas do tesouro nacional, e 27 não dependentes do tesouro nacional), e 79 com controle indireto (39 subsidiárias no Brasil, e 40 subsidiárias no exterior.

Esses “elefantes brancos” somente servem para gerar déficit público e empregos para apadrinhados de políticos, além de ser o principal ninho petista. E o mais grave é que o “prostíbulo BNDES” financia muitas delas. Uma imoralidade sem precedentes. 

Cabe lembrar que existem 79 empresas estatais com controle indireto do governo, que não necessitam de autorização do Congresso para serem vendidas. 

 

II – Empresas Estatais Dependentes Exclusivas do Tesouro Nacional

De 2019 até 2022, o falso liberal Bolsonaro enterrou R$ 79,2 bilhões (média de R$ 20,0 bilhões ano) nas lixeiras das estatais dependentes exclusivas do Tesouro Nacional.

Em 2023, Lula iniciou a festa no seu ninho político e enterrou R$ 23,9 bilhões nessas lixeiras das estatais dependentes exclusivas do Tesouro Nacional.

III – Empresas Estatais Não Dependentes Exclusivas do Tesouro Nacional

De 2019 até 2022, o falso liberal Bolsonaro enterrou R$ 4,5 bilhões (média de R$ 1,1 bilhão ano) nas estatais não dependentes do tesouro nacional.

IV – Evolução do Endividamente das Estatais Federais

Em 2018, a dívida consolidada das empresas estatias era de R$ 388,5 bilhões (5,55% do PIB). Em 2022, a dívida consolidada das empresas estatais era de R$ 293,5 bilhões (2,51% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 54,71%.

Até o 2º trimestre de 2024, Lula iniciou a festa no seu ninho político e elevou a dívida para R$ 345,1 (3,18% do PIB). Aumento real em relação ao PIB foi de 26,69%, comaprativamente ao ano de 2022.

VI– Quadro De Pessoal Efetivo das Estatais Federais

Em 2018, existiam 499.326 servidores ativos nas estatais federais, já em 2022, reduziu para 434.017. Redução do efetivo de 65.309 em relação ao ano de 2018. Em 2023 houve aumento para 436.283 servidores. Aumento do efetivo de 2.266 em relação ao ano de 2022.

Estudo completo clique abaixo:

http://www.panoramadasestatais.planejamento.gov.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=paineldopanoramadasestatais.qvw&lang=en-US&host=QVS%40srvbsaiasprd07&anonymous=true

Ricardo Bergamini

Resistência da economia global surpreende - Martin Wolf (Valor)

Resistência da economia global surpreende

Martin Wolf 


Um fato notável é que o aumento da inflação, em grande medida inesperado, dissipou-se a um custo baixo em termos de produção e de emprego

 Valor Econômico, quarta-feira, 23 de outubro de 2024

 

“Uma pandemia única em um século, a eclosão de conflitos geopolíticos e eventos climáticos extremos desestabilizaram as cadeias produtivas, provocaram crises alimentares e energéticas e levaram os governos a tomar ações inéditas para proteger as vidas e os meios de subsistência”. É assim que o mais novo Panorama Econômico Mundial (WEO) do Fundo Monetário Internacional (FMI) descreve os eventos econômicos ocorridos desde o início de 2020.

Ainda assim, vista como um todo, a economia mundial tem mostrado resiliência. Infelizmente, os países em desenvolvimento têm mostrado menos do que os países de alta renda - beneficiados por uma maior margem de manobra em suas políticas públicas. Em suma, enquanto os de alta renda “voltaram aos níveis de atividade e de inflação que se projetavam antes da pandemia”, os países em desenvolvimento “estão mostrando cicatrizes mais permanentes”.

Um fato notável, contudo, é que o aumento da inflação, em grande medida inesperado, dissipou-se a um custo baixo em termos de produção e de emprego. Por outro lado, o núcleo da inflação também tem mostrado persistência, observa o FMI. Um ponto crucial é que “o núcleo da inflação dos preços dos serviços essenciais, em 4,2%, está cerca de 50% maior do que antes da pandemia em importantes economias avançadas e emergentes (excluindo os EUA)”. A pressão para que os ritmos dos salários e preços voltem à é o principal motivo para isso. No entanto, como os hiatos dos produtos estão se fechando, o FMI tem a esperança de que essa pressão salarial também diminua.

Os riscos são abundantes. A política monetária do passado pode ter mais impactos do que o previsto, talvez provocando recessões. Se a inflação for mais forte, o aperto monetário será maior do que o imaginado, o que poderia afetar a estabilidade financeira

Tanto o salto da inflação quanto seu notavelmente indolor declínio precisam de explicações. Entre elas, argumenta o WEO, está a queda mais rápida do que o esperado nos preços das fontes de energia e a forte recuperação da oferta de trabalho, impulsionada por surtos inesperados (e impopulares) na imigração.

Uma explicação mais sutil para o comportamento da inflação é que a interação entre o aumento da demanda pós-pandemia e as restrições de oferta tornaram a relação entre a ociosidade na economia e a inflação mais acentuada. Dessa forma, a inflação subiu acima do previsto quando a demanda aumentou, mas caiu mais rápido do que o esperado à medida que a oferta e a demanda se equilibraram. A política monetária desempenhou um papel em ambas as direções, ao estimular e depois restringir a demanda, mas também (quando os juros subiram) ao reforçar a credibilidade das metas de inflação.

Uma característica digna de nota desde 2020 tem sido a mudança na relação entre política monetária e fiscal. Durante a pandemia, ambas foram ultraexpansionistas. No entanto, após 2021, a política monetária foi apertada, enquanto a política fiscal permaneceu expansionista, em especial nos EUA. Os juros mais altos, então, elevam os déficits fiscais. Existe, entretanto, uma grande divergência entre os EUA e a região do euro nas perspectivas fiscais: pelas projeções do FMI, a dívida pública dos EUA subirá para quase 134% do PIB em 2029; na região do euro, por outro lado, a proporção da dívida pública em relação ao PIB deve se estabilizar em cerca de 88% em 2024, embora com grandes diferenças entre os países que a compõem.

Outra recente característica importante da economia mundial é que, desde o ataque da Rússia à Ucrânia em 2022, a taxa de crescimento do comércio exterior entre “blocos” desacelerou-se mais do que dentro deles, sendo que um “bloco” está centrado nos EUA e na Europa e o outro, na China e na Rússia.

O FMI não mudou muito suas estimativas e projeta um crescimento mundial próximo de 3%. Isso, pressupondo que não haja grandes choques negativos, que o crescimento do comércio exterior acompanhe o da produção, que a inflação se estabilize, que as políticas monetárias sejam apertadas e que as políticas fiscais sejam afrouxadas. As projeções do FMI mostram que o crescimento dos EUA, na comparação entre os quartos trimestres, cairá de 2,5% em 2024 para 1,9% em 2025, e que o da zona do euro terá leve aceleração, para 1,3%. Para a Ásia em desenvolvimento projeta-se um crescimento de 5% em 2025, para a China, de 4,7%, e para a Índia, de 6,5%.

Os riscos, infelizmente, são abundantes. A política monetária do passado pode ter impactos mais fortes do que os agora previstos, talvez provocando recessões. Se a inflação for mais forte do que a projetada, a política monetária ficaria mais apertada do que a imaginada, o que poderia afetar a estabilidade financeira. O impacto dos juros mais altos sobre a sustentabilidade da dívida pode ser maior do que o esperado, em particular nos países emergentes e em desenvolvimento. Os problemas macroeconômicos da China podem ser maiores do que o previsto, à medida que seu setor imobiliário se retrai e as medidas econômicas compensatórias permanecem limitadas. Caso Donald Trump se torne presidente dos EUA e lance suas medidas comerciais, as chances de uma guerra comercial total seriam consideráveis, com consequências imprevisíveis para a economia mundial e as relações internacionais.

Além disso, a eleição dos EUA será decidida pacificamente? Também há a chance de intensificação das guerras existentes ou do surgimento de novas. Tais eventos poderiam levar a novos saltos nas cotações das commodities, possivelmente (ou provavelmente) agravados por rápidas mudanças climáticas.

Tudo isso é assustador. Também vale a pena citar, porém, os possíveis lados positivos. Reformas e uma retomada da confiança poderiam levar ao aumento dos investimentos. A inteligência artificial e a revolução energética poderiam impulsionar os investimentos e o crescimento. É até possível que a humanidade decida ter coisas melhores a fazer do que intensificar a hostilidade e a estupidez a níveis cada vez mais altos.

O FMI ressalta a necessidade de garantir um pouso suave para a inflação e a política monetária. Também ressalta a necessidade mais imediata de estabilizar as contas públicas, ao mesmo tempo em que se promove o crescimento e se reduz a desigualdade. No médio prazo, torce por reformas estruturais mais fortes, como a melhoria do acesso à educação, a redução dos elementos de rigidez no mercado de trabalho, o aumento da taxa de participação na força de trabalho, a redução das barreiras à concorrência, o apoio a startups e o avanço da digitalização. Não menos importante, deseja a aceleração da transição verde e uma maior cooperação multilateral.

Se ao menos alguma divindade pudesse forçar a humanidade a ser assim sensata. Na prática, como sempre, isso caberá a nós.

 

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...