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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Politica externa: aos amigos, tudo? Aos demais, apenas o que sobrar? - Contribuicoes devidas pelo Brasil aos organismos internacionais

Apenas transcrevendo...


JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE 
O ESTADO DE S. PAULO,29 Janeiro 2015
Dinheiro foi depositado após reportagens revelarem débitos do Itamaraty com órgãos da Nações Unidas; com as contas pagas, brasileiro deve tentar a reeleição na FAO
GENEBRA - Num esforço para garantir a candidatura à reeleição do brasileiro José Graziano da Silva, o governo de Dilma Rousseff depositou o que devia à Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O Brasil somava uma dívida de US$ 15 milhões em relação à sua cota de 2014.
O depósito foi feito pelo Ministério do Planejamento após reportagens revelarem que o Brasil estava devendo para diversos organismos na ONU e, por essa razão, ter sido suspenso de alguns deles. No caso da Agência Internacional de Energia Atômica e do Tribunal Penal Internacional, o Brasil já perdeu seu direito de voto.
Conforme revelou o Estado, a dívida do Brasil com as agências da ONU soma mais de R$ 662 milhões (cerca de US$ 258 milhões).
José Graziano da Silva manteve boas relações com Dilma Rousseff, desde o tempo em que ambos eram ministros do governo Lula. Ao vencer as eleições em 2012 para seu primeiro mandato na FAO, Graziano assumiu prometendo recolocar a entidade no centro do debate mundial.
A falta de pagamento por parte do Brasil, portanto, era considerado como um golpe a essa promessa e poderia enfraquecer a nova candidatura do brasileiro. As eleições ocorrem em junho.
A crise no pagamento das cotas brasileiras ocorreu após a ONU modificar os critérios de contribuições e elevar a participação dos países emergentes na conta final da entidade.
O tema das dívidas também foi alvo de uma reunião no início da semana entre o novo chanceler Mauro Vieira e o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa. O objetivo era mostrar que a falta de fundos à chancelaria está tendo um impacto não apenas na estrutura física das embaixadas, mas também custando caro em termos de impacto na posição do País no exterior.
Interesses. Pelo Itamaraty, se o pagamento à FAO foi comemorado, diplomatas não deixaram de atacar a influência de Graziano, um ex-ministro, na cúpula do governo. Falando sob a condição de anonimato, diplomatas apontaram que o Brasil hoje não pode votar em temas de interesse internacional. Mas, por não estar entre as prioridades do governo, essas contas não estão sendo pagas.

Pausa para... uma historia de papagaio - Mauricio David

Recebido do meu amigo Mauricio David, uma historieta que não tem nenhum sentido econômico, político, moral ou literário.
Serve apenas para divertir...
E tomar um pouco do nosso tempo com coisas mais amenas...
Paulo Roberto de Almeida

Versão 2015 do filme "Rio" : em Copacabana, última semana de janeiro, um calor senegalês, o meu papagaio Martin (vulgo Perroquet) fugiu, provocando grande tumulto e a atrapalhando o trânsito, deixando um rastro de desolação e tristeza

Peça em sete atos

Ato 1, domingo à noite :
Visitas em casa, o general U. e o sueco Torsten, o Martin (vulgo "perroquet" ou "o pássaro"), dez anos de convivência, alegria dos netos e conversador inveterado ( "Bom dia, louro", "vai dormir, lourinho", "cadê o João", "cadê a Isabela", e cantador de musiquinhas tais como "Atirei o pau no gato, to- tô...") se solta da corrente mas termina por voltar para sua casa, para dormir... A Beatriz, que há dez anos o cuida como mãe postiça, deixa para colocar a corrente no dia seguinte porque o lourinho tem o temperamento da Dilma e está inquieto no jardim de inverno, querendo ir dormir.

Ato 2, segunda-feira :
Pela manhã chega o nordestino Silva, o faz-tudo a quem o Martin respeita e a única pessoa com quem se comporta docilmente ( o Silva é uma espécie de Lula, o único que consegue enquadrar a Dilma), mas o perroquet dá um jeito de escapulir e pela primeira vez, em dez anos de vida, alça vôo e vai pousar nas copas das árvores da rua Viveiros de Castro. Martin é cabeça dura - como a presidente - e resiste aos apelos para que desça da árvore. Todas as tentativas são em vão, desde os apelos da multidão que se aglomera na rua até a tentativa de atraí-lo com guloseimas e suas frutas prediletas...
A multidão vai aumentando no curso da manhã, alguém diz "tem que chamar os bombeiros", mas os bombeiros estão apagando incendio não sei onde, virão mais tarde. Aventureiros tentam subir nas árvores onde se refugia Martin (vulgo "Perroquet"), mas tudo em vão... A molecada de hoje em dia não sabe mais subir em árvores...
Chegam os bombeiros, fecham a rua e tentam com a escada Magirus chegar até o pouso do Martin... A rua em polvorosa, janelas cheias, calçadas regorgitando de palpiteiros, todas as tentativas dos bombeiros se frustram.
Os bombeiros se vão, porque começou um incendio não sei donde, mas prometem voltar mais tarde. Os palpiteiros continuam dando seus pitacos, os bombeiros voltam mais tarde, e nada... O Martin continua impecável e inamovível na copa dá árvore, parece até a Graça Foster na presidência da Petrobrás.
Chegam as rádios e televisões, a Bandeirantes transmitindo em direto, até a Marilene - a assessora do lar e cuidadora do Martin - é entrevistada ao vivo, a rua está em comoção.

Ato 3, terça-feira :
O Martin continua indiferente ao que se passa abaixo, no máximo repetindo os seus gritos de "dá o pé, louro" e "bom-dia, louro"...
Voltam os bombeiros e novas tentativas de resgate, em vão. Crescem as rodas de palpiteiros, alguém sugere contatar o batalhão de alpinistas do Exército, alguns mais afoitos tentam escalar as árvores para ver se capturam o lourinho. No final da tarde desci para dar uma caminhada no Saara (desculpe !, na praia de Copacabana) e fui cercado por gente na rua, perguntando se era a verdade que havia uma grande recompensa para quem recuperasse o lourinho. Alguém me diz que ouviu dizer que a recompensa seria de 15.000 reais, assustado corri antes que alguém ( ignorando que o BNDES não deu reajuste salarial este ano que passou aos seus funcionários) viesse com um papagaio na mão me cobrar.
Chovem telefonemas (até de outros municípios) de gente se oferecendo, a troco de uma "módica recompensa", para escalar a árvore e recuperar o Martin. Telefona um bombeiro, se oferecendo para "no seu dia de folga", capturar o a esta altura rebelde papagaio. Deixa o seu telefone, mas pede que não se fale com o seus comandante na corporação, apenas "diretamente com ele".

Ato 4, quarta-feira:
Passados dois dias e duas noites do Martin encarapintado na copa da árvore (desta vez já em uma diferente, vizinha da primeira), o Martin virou personagem da rua : vem gente fotografá-lo, as rodinhas continuam se formando, os boatos crescendo... Que a Ana Maria Braga queria levá-lo ao seu programa na TV, que o Boechat queria vir fazer uma entrevista ao vivo com ele... Tenho que comunicar aos netos do desaparecimento do Martin, Beatriz começa a se consolar com o inevitável, mas mantenho firme a esperança de que a ave, afinal !, premida pela fome e sede, terminará por descer da árvore  voltar ao doce recesso do lar, onde é tratada diariamente com substitutos do caviar e da champagne.

Ato 5, quinta-feira pela manhã :
Eis senão quando toca o interfone hoje pela manhã : alguém achou o Martin caminhando tranquilamente pela Avenida Copacabana, como se fosse um velho aposentado do do BNDES ou da Petrobrás... O trânsito parou, até que alguém teve a idéia de pegar um saco e capturar o bichinho, trazendo-o para a portaria do meu (seu) prédio.

Ato 6, quinta-feira à tarde :
Restabelecida a paz e pago o resgate, aqui está o Martin gozando da parte que lhe toca da previdência complementar do meu fundo de pensão, livre dos ataques dos gaviões (que soube abundam em Copacabana, e eu que pensava que só estavam em Brasília...), comendo a sua goiabinha e aguardando a hora do " boa-noite, lourinho", "vai dormir, lourinho" que o Senhor reserva para os justos. E vou tratar de mandar pela rede para os netos a fotografia do Martin já restabelecido nos seus domínios, para que eles possam, por sua vez, dormir tranquilos...que amanhã tem neve nas ruas de Washington e frio e vento nas de Paris...

Ato 7, sexta-feira à tarde  :
Equipe de televisão da TV Bandeirantes, que veio "entrevistar" o peralta no contexto de uma reportagem sobre o louro fujão...

Moral da história 1 : Mais vale uma gaiola social-democrata com casa, comida e roupa-lavada, que escapadas aventureiras nestes ceus controlados pelo Joaquim Levy e pela Dilma em sua fase neoliberal...

Moral da história 2 : Mas acho mesmo é que o meu papagaio é muito politizado e fugiu porque não estava aguentando este governo Dilma...Ou seria o calor ? Ou o governo Dilma 2 combinado com o calor senegalês?

Por Zeus !

Mauricio David

Choque dentro de uma civilizacao: o caso do blogueiro condenado a MIL chibatadas - Mario Machado

Meu amigo Mário Machado, animador do Coisas Internacionais, tem uma sensibilidade especial para assuntos "civilizatórios", como eu, e sempre se preocupou com o destino de pessoas, como eu, acima e além dos Estados e das religiões.Sua postagem sobre o caso do infeliz blogueiro saudita, é particularmente feliz (se me permitem a contradição nos termos) em capturar o absurdo da sentença punitiva em face do que ele escreveu, que está no centro do conflito de civilização a que eu já me referi várias vezes, e que divide as sociedades islâmicas (não todas, mas várias) dentro delas. Elas não vão poder evoluir enquanto não equacionarem essa impossibilidade de seus próprios filhos não puderem discutir os textos sagrados e fazerem aquilo que se chama de exegese, ou seja, interpretação e discussão. Até lá, teremos pequenas e grandes tragédias como essa.
Paulo Roberto de Almeida

A punição Raif Badawi
Mario Machado
Coisas Internacionais, 30 Janeiro 2015 08:59 AM PST

Ontem escrevi en passant sobre os conflitos internos sobre os rumos das civilizações e sobre as forças de manutenção cultural tendem a se valer de leis draconianas para artificialmente coibir a força natural pela mudança que existe em qualquer agrupamento humano e como a comparação (facilitada pela migração e tecnologia) entre civilizações pode ser uma força importante.

Um exemplo, extremo desse fenômeno é a punição administrada ao blogueiro saudita Raif Badawi, 1.000 chibatadas. Acredito que nem a mais relativista das almas consegue não se escandalizar diante das 1.000 chibatadas.

O The Guardian fez uma boa seleção de citações do blog (hoje encerrado, obviamente) de Badawi destaco algumas, que são analises sobre a realidade de seu país e de sua ‘civilização’.

Sobre liberdade de expressão e inovação:
As soon as a thinker starts to reveal his ideas, you will find hundreds of fatwas that accused him of being an infidel just because he had the courage to discuss some sacred topics. I’m really worried that Arab thinkers will migrate in search of fresh air and to escape the sword of the religious authorities.

Secularismo:
Secularism respects everyone and does not offend anyone ... Secularism ... is the practical solution to lift countries (including ours) out of the third world and into the first world.

e;

I’m not in support of the Israeli occupation of any Arab country, but at the same time I do not want to replace Israel by a religious state ... whose main concern would be spreading the culture of death and ignorance among its people when we need modernisation and hope. States based on religious ideology ... have nothing except the fear of God and an inability to face up to life. Look at what had happened after the European peoples succeeded in removing the clergy from public life and restricting them to their churches. They built up human beings and (promoted) enlightenment, creativity and rebellion. States which are based on religion confine their people in the circle of faith and fear.

Sobre o terrorismo de inspiração islâmico:

What hurts me most as a citizen of the area which exported those terrorists ... is the audacity of Muslims in New York that reaches the limits of insolence, not taking any regard of the thousands of victims who perished on that fateful day or their families. What increases my pain is this [Islamist] chauvinist arrogance which claims that innocent blood, shed by barbarian, brutal minds under the slogan “Allahu Akbar”, means nothing compared to the act of building an Islamic mosque whose mission will be to ... spawn new terrorists ... Suppose we put ourselves in the place of American citizens. Would we accept that a Christian or Jew assaults us in our own house and then build a church or synagogue in the same area of the attack? I doubt it. We reject the building of churches in Saudi Arabia, not having been assaulted by anyone. Then what would you think if those who wanted to build a church are the same people who stormed the sanctity of our land? Finally, we should not hide that fact that Muslims in Saudi Arabia not only disrespect the beliefs of others, but also charge them with infidelity to the extent that they consider anyone who is not Muslim an infidel, and, within their own narrow definitions, they consider non-Hanbali [the Saudi school of Islam] Muslims as apostates. How can we be such people and build ... normal relations with six billion humans, four and a half billion of whom do not believe in Islam.

As mil chibatadas em Badawi são um drama humanitário e uma história tristemente exemplar sobre os conflitos internos nas civilizações e nos lembram uma vez mais como é incompleta a explicação do terrorismo e autoritarismo somente pela luta de civilizações, ou como culpa do imperialismo “ianque” (como gostam de dizer).

Não entendam esse texto como uma apologia de uma pretensa superioridade do ocidente que seria o exemplo máximo, por que no seio do ocidente os mesmos temas estão presente e causam acalorados debates, mas é aí que reside o ponto, não é mesmo? Afinal, é contra um debate amplo com alternativas múltiplas que se insurgem os radicais, claro que dão nomes como ocidentalização e infiéis, por que como sabemos palavras além de sua carga semântica, carregam uma forte carga emocional.

Mario Machado

Os grandes crimes da humanidade: companheiros turcos fazem genocidio contra os armenios

Com a desculpa dos "companheiros", aqui vai uma recomendação de livro sobre o primeiro genocídio do século 20 (bem, os companheiros turcos já tinham massacrado um bocado de gregos no istmo que une, ou separa, os dois países, mas não na escala praticada contra os armênios 3 anos depois), aquele cometido pelo Estado e pelo exército turcos contra dezenas de milhares, centenas de milhares de inocentes armênios, no curso da Grande Guerra.
A revista francesa L' Histoire, deste mês de janeiro, também traz um dossiê especial sobre esse genocídio.
O jornal Le Monde também publicou um dossiê a respeito.
Paulo Roberto de Almeida

Carnegie Endowment for International Peace: 
http://carnegieendowment.org/2015/01/27/great-catastrophe-armenians-and-turks-in-shadow-of-genocide/i0ph?mkt_tok=3RkMMJWWfF9wsRolv6vMZKXonjHpfsX66%2B0qXqOg38431UFwdcjKPmjr1YAFRcd0aPyQAgobGp5I5FEIQ7XYTLB2t60MWA%3D%3D

L'Histoire:

Arméniens : le premier génocide du XXᵉ siècle

Il y a cent ans le gouvernement des Jeunes-Turcs commettait le premier génocide du XXe siècle décimant la communauté arménienne, pourtant bien intégrée à l’Empire ottoman. On comprend mieux aujourd’hui l’idéologie qui a motivé les responsables et la mécanique implacable du massacre.
Par Boris Adjemian, Taner Akçam, Annette Becker, Hamit Bozarslan, Pierre Chuvin, Vincent Duclert, François Georgeon, Raymond Kévorkian, Claire Mouradian, Mikaël Nichanian et Yves Ternon.http://www.histoire.presse.fr/mensuel/408


Crimes economicos do lulo-petismo: Custo Petrobras - Carlos Alberto Sardenberg

Acho que não preciso acrescentar mais nada, ou talvez sim.
Estou somando, ou tentando somar os custos econômicos do lulo-petismo no Brasil (e fora dele).
Só posso dizer que foram enormes, talvez maiores do que dois PIBs (porque além dos projetos equivocados, da roubalheira, do dinheiro dado a ditadores, ainda tem aquilo que os economistas chamam de custo oportunidade, ou seja, o que se deixou de investir racionalmente, e o que se deixou de ganhar...).
Essa turma está custando caro ao país...
Paulo Roberto de Almeida

Custo Petrobras

Carlos Alberto Sardenberg

O Globo, 29/01/2015

Graça gastou dinheiro mandando refazer as plantas nos EUA, mas agora, dado o evidente desastre, cancelou tudo

Há menos de seis anos, em 17 de setembro de 2009, o então presidente Lula apresentou-se triunfante em uma entrevista ao jornal “Valor Econômico". Entre outras coisas, contou, sem meias palavras, que a Petrobras não queria construir refinarias e ainda apresentara um plano pífio de investimentos em 2008. “Convoquei o conselho da empresa", contou Lula. Resultado: não uma, mas quatro refinarias no plano de investimentos, além de previsões fantásticas para a produção de óleo.
Duas seriam refinarias Premium, uma no Maranhão, com previsão de refino de 600 mil barris/dia, a maior do país, e outra no Ceará, para 300 mil barris/dia.
Ontem, ainda na madrugada de terça para quarta, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, informou que a companhia simplesmente desistiu dos projetos Premium. Disse que a estatal não encontrou parceiros e que o negócio, afinal, não era viável economicamente.
Parece que não tem nada de mais. Algo assim como: “Foi mal, desculpa aí”.
Mas tem — nada menos que R$ 2,7 bilhões. Esse é o dinheiro que foi torrado em dois projetos que não saíram do papel. Na Premium I, a do Maranhão, ainda foram concluídas obras de terraplenagem, com “investimentos” de R$ 2,1 bilhões. Na II, do Ceará, a Petrobras conseguiu gastar R$ 600 milhões para praticamente nada.
Faz tempo que Graça Foster sabe que os projetos estavam furados. Desde 2012, pelo menos. Disse então que a companhia estava reavaliando a coisa, incluindo os equipamentos já comprados. Sim, Graça confirmou que equipamentos haviam sido adquiridos antes da definição dos projetos.
Graça ainda gastou dinheiro mandando refazer as plantas nos Estados Unidos — mas agora, dado o evidente desastre, cancelou tudo.
Curiosidade: ainda ontem à tarde, na página da Petrobras, lá constavam as duas refinarias, na categoria de novos empreendimentos. Pelo texto, coisas grandiosas. Pelo que disse ontem a presidente Graça Foster, a decisão de cancelar as refinarias foi tomada no último dia 22. Esqueceram de avisar o pessoal do site.
Na verdade, é mais do que isso. A história não deixa dúvida: isso aí é “Custo Lula", mas também um custo a ser atribuído à diretoria da Petrobras e seu Conselho de Administração, no momento em que a companhia assumiu projetos tão mal desenhados e durante todo o tempo em que o desastre foi simplesmente escondido. Dilma Rousseff contou que, quando presidente do Conselho da Petrobras, foi levada ao equívoco ao se basear em documentos frágeis para autorizar a compra da refinaria de Pasadena. Pois parece que há muitos outros equívocos a contabilizar.
As outras duas refinarias que a Petrobras, então presidida por José Sergio Gabrielli, foi levada a fazer por decisão de Lula são a do Nordeste (Abreu e Lima) e o Comperj, do Rio, dois projetos que saíram do papel, mas a preços escandalosamente elevados.
Outra curiosidade: ainda ontem, estavam funcionando direitinho os escritórios das refinarias Premium em Fortaleza e São Luís. As obras tinham óbvio caráter político, espécie de prêmio para aliados no Nordeste. Por isso foi tão difícil cancelar: o negócio tinha outras funções além de refinar petróleo. Aliás, parece que a única coisa que não importava era o refino.
E pensar que os R$ 2,7 bilhões são coisa pequena diante dos erros, desvios, roubos e superfaturamento que a empresa ainda nem conseguiu contar. É explosiva a combinação da gestão “vamo-que-vamo”, para a qual fazer contas é coisa de neoliberal, com corrupção.
ECONOMIA
Como dizia Mario Henrique Simonsen: muitas vezes é melhor pagar a propina e não fazer a obra; sai mais barato para o contribuinte.
VISIONÁRIO
Como dizia Eike Batista: um dia a OGX vai valer tanto quanto a Petrobrás.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/custo-petrobras-15181216#ixzz3QHCZ6H3Z
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Caso Lava Jato: Ministerio Publico Federal divulga pagina de informacao (e esquece os politicos)

O Ministério Público Federal fez uma bonita página sobre o caso Lava Jato, bem apresentada, com desenho gráfico avançado, com muitas informações sobre as investigações conduzidas, apenas que se esquece do essencial: indicar os beneficiários últimos do esquema:
http://www.lavajato.mpf.mp.br/index.html
Tudo muito asséptico. Parece que os únicos bandidos são doleiros, empresas corruptas ou corruptoras, e funcionários da Petrobras, que teriam assim agido a seu bel prazer, ou por sua própria iniciativa, como se eles roubassem, achacassem, desviassem recursos e faturavam por fora apenas para ficar ricos pessoalmente.
Parece que o MPF quer provar que os únicos beneficiários vivem num mundo onde não existem partidos, onde não existem políticos, e onde não existe governo, e as pessoas saem por aqui corrompendo e roubando como se isso fosse um esporte como outro qualquer.
Vamos ver quando o MPF vai apontar os verdadeiros chefes de toda a operação...
Paulo Roberto de Almeida

Fiz um dossiê a partir das muitas páginas disponíveis no site especial criado pelo MPF, que pode ser visto aqui:

Caso Lava Jato – Página do Ministério Público Federal URL: http://www.lavajato.mpf.mp.br/index.html Dossiê compilado por: Paulo Roberto de Almeida, em 29/01/2015 Sumário: Entenda o caso As empreiteiras Funcionários da Petrobras... more
Em claro, aqui: https://www.academia.edu/10380012/Caso_Lava_Jato_P%C3%A1gina_do_Minist%C3%A9rio_P%C3%BAblico_Federal

A página do MPF está aqui:
http://www.lavajato.mpf.mp.br/index.html

LAVA JATO

Entenda o caso

O nome do caso, “Lava Jato”, decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas. Embora a investigação tenha avançado para outras organizações criminosas, o nome inicial se consagrou.
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolve a companhia.
A princípio foram investigadas e processadas quatro organizações criminosas lideradas por doleiros, que são operadores do mercado paralelo ou negro de câmbio. Por lavar dinheiro de modo profissional, doleiros fizeram parte dos maiores esquemas criminosos já descobertos na história recente do Brasil.
Na segunda etapa do caso, que engloba as investigações desenvolvidas ao longo dos últimos meses, o Ministério Público Federal recolheu provas de um imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a Petrobras. Nesse esquema, que dura pelo menos dez anos, grandes empreiteiras (como Engevix, Mendes Júnior, OAS, Camargo Corrêa, UTC e Galvão Engenharia) pagavam propina para altos executivos da estatal e para outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários. Esse suborno era distribuído aos beneficiários por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa. A propina era paga para superfaturar contratos e obter outros benefícios.
Um dos principais modos de operação do esquema investigado nessa segunda etapa era o superfaturamento de contratos por um cartel de empreiteiras que cooptou funcionários do alto escalão da Petrobras, pagando-os por meio dos operadores financeiros.

    Segue na página do MPF: 
http://www.lavajato.mpf.mp.br/index.html

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Crimes economicos: o seguro desemprego - Joao Luiz Mauad

Certo: não é exclusivo do, nem foi criado pelo lulo-petismo. Mas são as centrais sindicais e sua máfias setoriais que o incentivam e mantêm. 
Paulo Roberto de Almeida 

Saber o que é certo e não fazê-lo é a pior das covardias.  Confúcio

O Brasil parece um país fadado ao imobilismo.  Nenhuma das necessárias reformas (tributária, fiscal, trabalhista) de que o país tanto precisa jamais conseguiu sair do papel.  Mesmo as pequenas mudanças, visando a modernizar certas instituições arcaicas, raramente conseguem seguir adiante, quase sempre enterradas por grupos sindicais estridentes e por forças políticas retrógradas, cujo único compromisso é com os próprios interesses.

Não foi diferente agora, com a ex-futura reforma do famigerado seguro desemprego.  Qualquer um que tenha algum contato com o mundo empresarial e trabalhista sabe que o SD é hoje um sorvedouro de dinheiro público, uma instituição onde a fraude e os incentivos errados predominam.  É óbvio, até para a presidente Dilma, que alguma mudança deveria ser feita para evitar mais desperdício de dinheiro público.  Infelizmente, porém, as forças do atraso estão sempre alertas e dispostas a fazer barulho para que as coisas permaneçam exatamente como estão.

Da forma como foi projetado, o seguro desemprego incentiva o trabalhador, especialmente o trabalhador de baixa renda, a permanecer o mínimo tempo possível em cada emprego.  Com os índices de desemprego em baixa, o risco para o trabalhador é pequeno, já que, findo o prazo do ócio remunerado, provavelmente ele não terá dificuldade de arranjar outro emprego.  Na construção civil, este processo é bastante acentuado.  Quem trabalha em obra sabe que, passados seis meses com a carteira assinada, muitos indivíduos começam a fazer corpo mole, “pedindo” para ser demitidos, sabendo que, nos próximos quatro meses, poderão viver sem trabalhar, ou mesmo ganhar dobrado, trabalhando informalmente.

O professor José Pastore, especialista no assunto, fez uma simulação, há alguns anos, para um empregado que ganha R$ 1 mil por mês e completa um ano na empresa.  Vejam a que ponto chega o descalabro:

“Se ele for dispensado sem justa causa, terá acumulado R$ 1.040 na sua conta do FGTS (inclusive a parcela do 13.º salário). No caso de ser desligado da empresa sem justa causa, sacará esse montante e receberá R$ 400 a título de indenização de dispensa, perfazendo R$ 1.440. Além do salário do mês, como parte das verbas rescisórias, ele terá direito a R$ 1 mil de 13.º salário e R$ 1.333 a título de férias e abono, o que no agregado soma R$ 3.773. Uma vez despedido, ele receberá quatro parcelas no valor de R$ 763,29 a título de seguro-desemprego, ou seja, R$ 3.053,16. Em resumo: para viver nestes quatro meses, o empregado em tela disporá de R$ 6.826, o que dá uma média mensal de R$ 1.706, ou seja, 70% a mais do que ganhava quando estava trabalhando.
Até aqui foi tudo legal. Mas, com a atual falta de mão de obra, o referido trabalhador pode se reempregar com facilidade. Para não perder o benefício do seguro-desemprego, muitos procuram um emprego informal. Digamos que o protagonista do exemplo consiga ganhar R$ 1 mil nessa atividade, ou seja, R$ 4 mil durante os quatro meses. O ganho total no período subirá para R$ 10.826, que dá uma média de R$ 2.706 mensais! Além disso, há o abono salarial.”

O aumento ininterrupto do número de concessões do seguro desemprego, quando cotejado com os índices de desemprego no país nos últimos anos, não deixam margem para dúvidas.  Existe um forte incentivo, não apenas para a alta rotatividade no emprego, mas também para a fraude contra o seguro.  No entanto, basta alguém levantar a hipótese de mexer na lei para que uma verdadeira avalanche de críticas, quase sempre vindas dos indefectíveis guardiões do atraso, não raro encastelados dentro do próprio PT, tome conta da mídia do Congresso, imobilizando qualquer tentativa de reforma.

Sobre o autor


Administrador de Empresas e Diretor do Instituto Liberal
João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

Matéria extraída do web site do Instituto Liberal

Abutres investem contra Petrobras: fazem muito bem

Abutres defendem o seu lucro, claro, mas só podem agir dentro das regras. Quem descumpre regras são os governos. A Argentina que o diga. 
O Bradil está em processo acelerado de argentinização. E nem temos o tango...
Paulo Roberto de Almeida 
Bruno Rosa
Globo, 29/01/2014

A Petrobras, que divulgou seu balanço não auditado do terceiro trimestre do ano passado sem as baixas contábeis relativas aos casos de corrupção, está sob pressão do fundo de investimento Aurelius Capital Management, um dos donos de títulos emitidos pela estatal nos Estados Unidos.

Em nota enviada ao GLOBO, Mark Brodsky, presidente do Aurelius, diz que a estatal brasileira não está seguindo as regras do International Accounting Standards Board (IASB, uma organização que determina normas internacionais de contabilidade). Segundo Mark, a emissão de títulos (bonds) nos EUA exige que os balanços divulgados pelas empresas estejam de acordo com as regras contábeis internacionais. Para o fundo abutre, um dos detentores de títulos da dívida da Argentina, a Petrobras está em calote.

“Apesar das recentes garantias, a Petrobras permanece em calote de seus títulos que seguem a legislação de NY. Esses títulos requerem que a Petrobras divulgue balanços financeiros que estejam de acordo com as regras de IASB”, disse Mark Brodsky, presidente da Aurelius Capital Management.A própria Petrobras admite ainda que há a existência de erros nos valores de determinados ativos imobilizados, que não puderam ser corrigidos pela companhia, já que as investigação da Operação Lava-Jato estão em curso.

Por isso, a estatal diz que esses “erros” não estão de acordo com as regras do International Accounting Standards Board (IASB, uma organização que determina normas internacionais de contabilidade).O Aurelius é um fundo abutre (que investe em empresas e governos em dificuldade) e liderou no fim de dezembro uma campanha entre donos de outros títulos para que a estatal fosse notificada sobre irregularidades em seu balanço.Procurada, a Petrobras ainda não se pronunciou. O Aurelius, por sua vez, não informou se tomará alguma medida legal contra a Petrobras.

Petrolao: "a bandalheira de uma diretoria e' fichinha perto do resto"

Quem diz isso é o presidente do clube das empreiteiras, ou seja, a máfia dos empresários, que só existe porque a máfia petista criou um clube da extorsão, nas duas pontas: das empresas, de um lado, da Petrobras, de outro. E de tudo o mais que gerasse dinheiro, no Estado ou no setor privado. Onde houvesse dinheiro, lá estavam os petralhas assaltando. 
Paulo Roberto de Almeida 

Aos poucos, o escândalo do petrolão começa a revelar a sua real natureza. A defesa de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, arrolou como suas testemunhas cabeças coroadas do petismo, deste governo e de outros. Estão na sua lista o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner, ex-governador da Bahia; Arlindo Chinaglia, candidato do PT e do governo à presidência da Câmara, e Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações. Ele foi além: resolveu também chamar, vamos dizer assim, uma bancada suprapartidária de deputados: Paulinho da Força (SD-SP), Arnaldo Jardim (PPS-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Jutahy Magalhães (PSDB-SP).

Pessoa está preso desde novembro. Ele é apontado como coordenador do que foi chamado “Clube das Empreiteiras”. Em um manuscrito de sua autoria, revelado pela revista VEJA, o empresário deixa claro que o escândalo que veio à luz é de natureza política. Não se trata apenas de um conluio de empresas assaltando o erário. Nas entrelinhas, fica claro que o coordenador da festa é o PT. Tanto é assim que o autor afirma que o Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma, está “preocupadíssimo”.

Está escrito lá: “Edinho Silva está preocupadíssimo. Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso da Operação Lava-Jato doaram para a campanha de Dilma. Será que falarão sobre vinculação campanha x obras da Petrobras?”. Segundo ele, a bandalheira que passou pela diretoria de Paulo Roberto Costa é “fichinha” perto de outros negócios da Petrobras que também teriam servido à coleta de propina.

Pois é… Um réu só chama como testemunha de defesa pessoas que ele acredita possam fazer depoimentos que lhe são favoráveis. Então juntemos as duas pontas: Pessoa deixa claro que o esquema de corrupção é muito maior do que se investiga até agora, sugere que o tesoureiro da campanha de Dilma está preocupado e, em seguida, chama uma penca de petistas para falar em seu favor. A UTC, uma empreiteira baiana, chamou Jaques Wagner, ex-governador da… Bahia! Wagner é aquele que levou para seu governo José Sérgio Grabielli, o baiano que presidiu a Petrobras durante o período da esbórnia. Dois mais dois continuam a ser quatro mesmo no governo do PT.

Sim, ele está disposto a ir fundo, parece — caso não recue, como recuou Nestor Cerveró, que chamou Dilma e depois desistiu — e chamou ainda a bancadinha suprapartidária. O também baiano Jutahy Jr, do PSDB, está na lista, além de Paulinho da Força (SD-SP), Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP). Mas a tensão do momento, nesse grupo parlamentar, fica para Arlindo Chinaglia, candidato à Presidência da Câmara. Os petistas, não é segredo, fazem um esforço enorme para ligar ao escândalo Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o outro candidato. Parece que Pessoa tem outros planos para Chinaglia.

Conversei ontem com uma fonte que conhece parte dos bastidores dessa investigação e de seus desdobramentos. Estima-se, atenção!, que até 80 deputados e 20 senadores possam ser engolfados. Parece que os terremotos havidos até aqui são apenas antecipações do “Big One”.


"Incontida Erosao do Itamaraty" - Pedro da Cunha (via Cesar Maia)

Os acréscimos entre colchetes não pertencem ao autor do texto, que foi publicado originalmente na coluna diária do ex-prefeito Cesar Maia.

INCONTIDA EROSÃO DO ITAMARATI 
Pedro da Cunha (filho do Embaixador Vasco Leitão a Cunha, ex-Chanceler - falecido em  1984)
25 de janeiro de 2015.
       
1. Poucas instituições têm servido o Brasil tão bem quanto o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty.  Respeitado pelas chancelarias estrangeiras, o diplomata brasileiro tem demonstrado profissionalismo de primeira qualidade, habilidade na sua atuação, conhecimento na avaliação e negociação dos temas de interesse do país. Muito tem contribuído para enaltecer a imagem internacional que até bem pouco o Brasil gozava nos fóruns internacionais.
       
2. Contudo, nestes últimos anos, esta Instituição vem sofrendo incontida erosão que decorrem do simplismo e da submissão aos arroubos ideológicos que emanam do cume executivo da República. Na tentativa de tornar o Itamaraty sucursal do Partido dos Trabalhadores, grande mal faz o governo Dilma aos interesses permanentes do Brasil. A importância devida ao Ministro das Relações Exteriores, cuja comunicação deveria  fazer-se diretamente com o primeiro mandatário, hoje se encontra subordinada, de fato senão de jure, ao Senhor Marco Aurélio Garcia, cuja qualificação está embasada no seu fiel alinhamento ao pensamento social-populista. [não exatamente social-populista, mas mais propriamente comunista-cubano]
   
3. Por conseguinte, este filtro extemporâneo e constrangedor  nega a eficácia  necessária para que, através de dialogo direto com a presidência da República, sejam corrigidas as graves falhas que ocorrem tanto nos campos da política externa como no domínio administrativo.   No primeiro caso, ainda que boas relações com os vizinhos sejam necessárias, a atual   intensidade das relações com as nações Bolivarianas, mais especificamente Venezuela, Equador e Bolívia, só encontra sustentação na preferência ideológica. A inclusão da Venezuela no Mercosul não encontra justificação, seja pelas imposições regulamentares onde a Clausula Democrática se destaca, seja por benefícios econômicos e políticos que não se materializam. [a inclusão da Venezuela no Mercosul não poderia ser obstada pela cláusula democrática do Mercosul, que é muito tênue, e não serve para praticamente nada na avaliação da qualidade da democracia em qualquer país; ela só se aplica em caso de ruptura democrática, ou seja, caso haja um golpe contra um governo legitimamente eleito, o que parece que ainda não foi o caso da Venezuela: as fraudes ali foram legalizadas por um poder judiciário submisso ao caudilho; tampouco se pode antecipar sobre eventuais prejuizos de uma relação comercial; a Venezuela não poderia entrar no Mercosul simplesmente porque não cumpria nenhum dos requisitos formais de adesão, simples assim.]
   
4. A interrupção dos pagamentos aos organismos multilaterais, nos quais o Brasil participa, tais com o Tribunal Criminal Internacional, o fundo para as missões de paz das Nações Unidas e outros, revela desvio contrário ao objetivo de fortalecer a imagem internacional da nação.  No campo administrativo, a incúria orçamentária leva nossas representações no exterior ao ridículo, uma vez que inadimplências e calotes não passarão despercebidos, seja pelo Estado anfitrião, seja por nossos pares que bem queremos impressionar. Ainda, a gradativa redução de exigências qualitativas para a inclusão de candidatos ao Itamaraty  atenderá, talvez, a necessidade de assegurar a quantidade de novos diplomatas, mas certamente não a sua qualidade. Projeta-se assim, para o futuro, um servidor continuamente aquém da qualidade de seu antecessor.
    
5. Mau caminho escolheu a Presidenta Dilma; ou bem nomeia o Senhor Marco Aurélio Garcia como Ministro das Relações Exteriores, ou retira-lhe a canhestra interferência.  Quanto ao atual  Ministro das Relações Exteriores espera-se atitude clara em defesa da Casa de Rio Branco e do Brasil.

(do blog do Cesar Maia)

Corrupcao mafiosa petista: tentando desmentir o indesmentivel

Mafiosos e mentirosos compulsivos, como o grande apedeuta são assim: wuerem construir sua versão da história. Aqui, o porta-voz do chefe da quadrilha cumpre a sua função: continuar mentindo.
Vou continuar denunciando...
Paulo Roberto de Almeida 
O ex-ministro Gilberto Carvalho, que foi espião de Lula no governo Dilma, abriu novamente seu saco de asneiras. Avesso aos fatos, como todo petista, disse que o petrolão - pasmem! - não passa de um complô para prejudicar a candidatura de Lula. Saquinho, por favor:

Faz tempo que estão no terreno das fábulas as tentativas petistas de desvincular a imagem do partido dos sucessivos escândalos nos quais diversos potentados da legenda se envolveram até a medula, na última década. Contra todas as evidências, essas versões zombam da inteligência alheia quando atribuem as bandalheiras a conspirações de entidades diabólicas como "a mídia" e "os rentistas", todos, claro, inimigos do "povo" - aquele que os líderes do PT julgam encarnar. Mas, como a provar que a capacidade petista de fantasiar não tem limites, o ex-ministro Gilberto Carvalho conseguiu criar uma versão que deixaria constrangida até a criativa boneca Emília - personagem de Monteiro Lobato que, quando tinha de justificar suas travessuras, abria a "torneirinha de asneiras".
Segundo Carvalho disse a militantes do PT, em uma reunião testemunhada pelo jornal O Globo, as diversas evidências de que o monumental esquema de corrupção na Petrobrás foi urdido para abastecer os cofres do partido e de outras legendas governistas não passam de uma tentativa de criminalizar os petistas com vista a prejudicar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2018.
Em sua cândida versão, esse complô serve para esconder o fato de que os verdadeiros protagonistas do escândalo da Petrobrás não são os petistas nem os funcionários da estatal que serviram ao esquema, e sim as grandes empreiteiras.
O despudorado desvio de dinheiro para os partidos que lotearam a Petrobrás - chamado singelamente por Carvalho de "contribuição política" - não passa de um "pequeno capítulo do grande crime que é todo o processo do acerto entre as empresas que fazem seu cartel, como fizeram no Metrô de São Paulo e fazem na Petrobrás". Assim, os únicos criminosos no caso são as "empresas que se unem e corrompem funcionários de uma estatal para auferir lucros, fazer lavagem de dinheiro".
Para entender o que quer Gilbertinho, como Lula o chama carinhosamente, é preciso lembrar que o ex-ministro nunca fala por si, pois sempre foi porta-voz do ex-presidente. Portanto, é Lula quem se manifesta quando Carvalho fabula - razão pela qual tudo deve ser visto na perspectiva da eleição presidencial de 2018, pois, como se sabe, a única coisa que importa para o PT e para Lula é a manutenção do poder.
A estratégia é atribuir a "criminalização" do PT aos interessados em eximir os empreiteiros e em enxovalhar dirigentes petistas com o objetivo de atingir a candidatura de Lula. Com o conhecimento de quem integra um partido que se especializou em destruir reputações, Carvalho denunciou a existência de um plano concreto da oposição para esse fim.
"Tem uma central de inteligência disposta a fazer o ataque definitivo ao PT e ao nosso projeto popular", disse Carvalho aos militantes, acusando os conspiradores de pretender indispor o partido com a classe média. "Não vamos subestimar a capacidade deles para nos criminalizar, nos identificar com o roubo, para nos chamar de ladrões." Para o ex-ministro, a intenção "deles" é isolar o PT e "inviabilizar a candidatura do Lula, seja judicialmente, seja politicamente".
Carvalho disse que faz parte da operação que visa a levar o PT para "as barras dos tribunais" a recente inclusão do ex-ministro José Dirceu nas investigações da Operação Lava Jato. O petista, que cumpre pena por ter protagonizado o caso do mensalão, recebeu pagamentos de empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobrás em troca de "consultoria". Para Carvalho, "o envolvimento do Zé agora, de novo, é tudo na mesma perspectiva", isto é, tem o objetivo de colocar "na cabeça do povo" que "a corrupção nasce conosco e, por isso, não temos condição de continuar governando o País".
Considerando que a derrota do partido seria a derrota "dos mais pobres, dos excluídos" - o que dá a exata dimensão da arrogância lulopetista -, a palavra de ordem de Lula, vocalizada por Carvalho para a tigrada, é "não baixar a cabeça" e não se "acadelar" - senha inequívoca para partir para o ataque, usando as armas que os petistas manejam muito bem. Afinal, como não se cansa de afirmar o nosso personagem, "nós não somos ladrões". (Estadão).

Indonesia e seus principios de poder: soberania, independencia economica, carater cultural distinto - comentários

O novo governo da Indonésia proclamou, em declaração formal, seus novos princípios de atuação.
Eles são três, e eu indico abaixo com simples comentários a respeito:

1) Soberania política: creio ser absolutamente dispensável tal tipo de declaração, tal manifestação principista, sequer a invocação da questão. Tem-se como dado inerente a qualquer Estado, mesmo o mais humilde, o mais pobre, o mais periférico, o exercício da soberania, que se exerce na prática, naturalmente, e dispensa qualquer declaração ou repetição. Reiterações dessa "coisa" pode ser um desconforto psicológico ou uma dúvida quanto a seus atributos próprios.

2) Independência econômica: Algo inatingível, irracional, e até prejudicial, a qualquer país, em qualquer época, e qualquer circunstância. A melhor situação, de maior bem-estar, é sempre a interdependência econômica, segundo velhos princípios ricardianos, de acordo com a total liberdade dos agentes diretos da prosperidade nacional. Qualquer obrigação estatal de "independência" é ilusória e constrangedora das liberdades econômicas, ou seja, torna o Estado e os cidadãos mais pobres, e menos inseridos na riqueza e na diversidade da economia global. Por definição primária, a soma de realizações, inovações e acumulação de riqueza no plano mundial é, e sempre será, bem maior e mais diversificada do que qualquer desempenho nacional, certo? Então, esqueça isso.

3) Caráter cultural distinto: Todo país é resultado de uma história complexa e contraditória, com aportes de seu próprio povo -- o que sempre será distinto de qualquer outra identidade cultural -- e de outros povos, via importações, imigrantes, turismo, internet, etc. Afirmações culturais são próprias do povo, da comunidade, não atributos do Estado. Ele não precisa se meter com cultura, pois não é o seu terreno próprio. Dispensável a afirmação, portanto...

Paulo Roberto de Almeida

Petrobras: o prejuizo deve ser pelo menos o dobro do que anunciam

Inacreditáveis companheiros (ou melhor: era isso mesmo que se esperava): os roubos começaram logo depois que assumiram o poder, e não pararam mais. Roubaram durante todo o tempo, em tão larga escala que não se pode nem quantificar.
Qualquer valor que apresentarem, tenha certeza: é o dobro, ou o triplo, ou mais ainda, do que o anunciado...
Algum dia se saberá toda a extensão dos desmandos, da roubalheira?
Dificilmente...
Paulo Roberto de Almeida

Um balanço para colecionador

Editorial O Estado de S.Paulo
29 Janeiro 2015 | 02h 05
Não é para acreditar. Esta advertência, em letras grandes, ficaria muito bem no alto do balanço divulgado na madrugada de ontem pela Petrobrás. Depois de 12 horas de reunião, o Conselho de Administração decidiu publicar as demonstrações do terceiro trimestre, já muito atrasadas, para evitar a antecipação de vencimento de US$ 17,6 bilhões de dívidas. O relatório saiu sem a baixa das perdas causadas pela pilhagem da empresa - objeto de investigação da Operação Lava Jato - e, naturalmente, sem a garantia dos auditores. Quase inimaginável, é obra para colecionador. É uma dupla raridade - pela falta do aval de um escritório de auditoria e por ser desacreditado pela direção da empresa. A presidente da companhia, Graça Foster, gastou a maior parte de uma entrevista para explicar por que os números apresentados ao público destoam da realidade.
Mesmo sem registrar o saque denunciado pelos delatores e ainda sob investigação, as contas mostram resultados medíocres. O lucro líquido para os acionistas, de R$ 3,09 bilhões no terceiro trimestre de 2014, foi 38% inferior ao de um ano antes. O ganho antes do pagamento de juros, impostos e dividendos, de R$ 11,73 bilhões, ficou 28% abaixo do contabilizado entre julho e agosto de 2013. Mesmo esses valores, apesar de indicarem mau desempenho, provavelmente ocultam uma realidade bem mais feia. Não há como acreditar em um relatório publicado apenas para cumprir tabela, e com muito atraso, e como tentativa formal de atender a uma exigência de credores.
O balanço saiu sem a baixa das perdas simplesmente porque ninguém soube como registrá-las. As investigações indicaram desvios muito grandes e os valores são estimados, mas faltam informações para uma apresentação contábil satisfatória. Com base no trabalho de firmas internacionais contratadas para cuidar do problema, foi possível calcular alguns desvios. Tentou-se confrontar o "valor justo" de uma parte importante dos ativos com os valores contabilizados. Para uma parte dos ativos, o valor registrado foi R$ 88,6 bilhões maior que o "justo". Do lado oposto, com registro abaixo do adequado, foi encontrada uma diferença de R$ 27,2 bilhões.
Os ativos selecionados para exame corresponderam a um total de R$ 188,4 bilhões, pouco menos de um terço do imobilizado total, de R$ 600,1 bilhões. Feitas as contas, faltaram, no entanto, informações para individualizar as causas das diferenças - os pagamentos indevidos e as fraudes cometidas nos vários contratos com fornecedores de bens e de serviços. Os contratos ocorreram entre 2004 e abril de 2012.
A análise contábil conduzida até agora serviu essencialmente para confirmar - talvez de forma incompleta - a enorme extensão dos prejuízos causados à companhia. Parte dos danos foi causada em operações muito citadas, como a compra da refinaria americana de Pasadena e a construção da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Mas os contratos envolveram muitas outras operações.
O número e a importância das empresas investigadas na Lava Jato dão ideia da amplitude dos acordos de propina e de desvios. Parte relevante da história só será conhecida quando houver mais informações sobre o envolvimento de políticos e de partidos. Por todos os dados conhecidos, o escândalo da Petrobrás é muito diferente dos casos clássicos de corrupção nas empresas. Mais que um problema empresarial, é um fato político e assim os historiadores deverão registrá-lo.
Falta saber se a publicação de um balanço reconhecidamente inexato bastará para satisfazer aos credores e evitar a antecipação de vencimentos. Mas até esse problema, apesar de sua relevância, parece pequeno diante do estrago causado à maior empresa nacional pelo estilo de política implantado no Brasil em 2003. Não há como explicar essa história sem levar em conta a apropriação partidária da máquina do Estado, o seu loteamento e a sua utilização para fins estritamente privados, incluídos, naturalmente, os objetivos eleitorais. O mais preciso dos balanços jamais será suficiente para contar essa história.

Delano Roosevelt, traficante de opio? - Delancey book excerpt



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Today's encore selection -- from The Imperial Cruise: A Secret History of Empire and War by James Bradley. Whether Caribbean rum, Prohibition-era bootlegging, or Chinese opium, more than a few American and European fortunes have been alleged to come from unexpected sources:

 

"On March 17, 1905, one of the most significant weddings in American history took place in a house in New York City at 8 East 76th Street, between Madison and Fifth avenues. At 3:30 p.m., [President Theodore Roosevelt's daughter] Miss Alice Roosevelt -- serving as a bridesmaid dressed in a white veil and holding a bouquet of pink roses -- opened the ceremony as she proceeded down the wide stairs from the third floor to the second-floor salon. The bride -- her cousin Eleanor Roosevelt --followed, and behind her was President Theodore Roosevelt, who would give his niece away to the bridegroom, his fifth Cousin Franklin Delano Roosevelt.

 

"Eleanor wore a pearl necklace and diamonds in her hair, gifts from Franklin's rich Delano relatives. Even though Franklin had never made much money himself, Teddy knew that he would be able to care for his new wife: FDR was heir to the huge Delano opium fortune.

 

"Franklin's grandfather Warren Delano had for years skulked around [China's] Pearl River Delta dealing drugs. Delano had run offices in Canton and Hong Kong. During business hours, Chinese criminals would pay him cash and receive an opium chit. At night, Scrambling Crabs -- long, sleek, heavily armed crafts -- rowed out into the Pearl River Delta to Delano's floating warehouses, where they received their Jesus opium under the cover of darkness. The profits were enormous, and at his death Delano left his daughter Sara a fortune that she lavished on her only son.

 

"The Delanos were not alone. Many of New England's great families made their fortunes dealing drugs in China. The Cabot family of Boston endowed Harvard with opium money, while Yale's famous Skull and Bones society was funded by the biggest American opium dealers of them all-the Russell family. The most famous landmark on the Columbia University campus is the Low Memorial Library, which honors Abiel Low, a New York boy who made it big in the Pearl River Delta and bankrolled the first cable across the Atlantic. Princeton University's first big benefactor, John Green, sold opium in the Pearl River Delta with Warren Delano.

 

"The list goes on and on: Boston's John Murray Forbes's opium profits financed the career of transcendentalist Ralph Waldo Emerson and bankrolled the Bell Telephone Company. Thomas Perkins founded America's first commercial railroad and funded the Boston Athenaeum. These wealthy and powerful drug-dealing families combined to create dynasties."

 

 

The Imperial Cruise: A Secret History of Empire and War
Author: James Bradley 
Publisher: Back Bay Books
Copyright 2009 by James Bradley
pages: 289-290

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