Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Palocci: corrupcao da grossa, durante anos; como foi possivel tanto, durante tanto tempo? -
Carlos Newton
Tribuna da Internet, 27 de Setembro de 2016
Charge do Amarildo (amarildo.charge.worldpress.com)
Em qualquer país minimamente sério, o ex-ministro Antonio Palocci há tempos já teria sido algemado e estaria atrás das grades, cumprindo prisão perpétua em funções dos graves crimes cometidos, que já eram públicos e notórios. Na verdade, na denúncia que o levou à prisão, não há maiores novidades em relação à sua vida pregressa . As recentes revelações da Lava Jato, como diria Roberto Carlos, são apenas detalhes, porque em 2015 já havia provas cabais de que o sanitarista que virou ministro da Fazenda de Lula e chefe da Casa Civil de Dilma não passa de um criminoso do colarinho branco, que fica encardido com facilidade, porque ele sempre faz serviço sujo.
CONSULTORIA – Em outubro do ano ano passado, reportagem explosiva na revista Época, redigida pelo excelente jornalista Thiago Bronzatto, revelou que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão subordinado ao Ministério da Fazenda, já apontava que em menos de dez anos o ex-ministro movimentara nas contas da “consultoria” Projeto a mísera quantia de R$ 216,2 milhões, entre 2006 e março de 2015.
Mas como alguém pode fazer operações financeiras de tal monta, sem procedência lícita, e sair impune? O tráfico de influência foi liberado? Como isso pode acontecer? Que país é esse, Francelino Pereira? E o compositor Renato Russo, o que diria?
LEI IMPOSITIVA – A Lei 9.613, que criou o Coaf em 1998, aprovada pelo Congresso Nacional, é bastante impositiva. Em seu artigo 15, determina que o Coaf “comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito”.
Na ocasião, não foi divulgado que Palocci tenha sido motivo de qualquer investigação, nada, nada. Mas a notícia vazou na revista Época, chegou ao Congresso Nacional e à oposição ao governo Dilma (PSDB, DEM e PPS), que imediatamente convocou o festejado “consultor” para comparecer à CPI do BNDES, mas o ex-ministro foi blindado pela base aliada, com PT e PMDB à frente.
Por óbvio, o relatório da Coaf não passou despercebido à força-tarefa da Lava Jato, que trabalha em conjunto com a Receita Federal. E o resultado aí está, com a prisão de Antonio Palocci. As provas são abundantes. Para se ter uma ideia, no período de 20 de junho de 2011 a abril de 2015, a “consultoria” do ex-ministro da Fazenda registrou entrada de R$ 52,8 milhões em seu caixa.
“COMPRA E VENDA” – Embora não tivesse sido o maior cliente da consultora Projeto, o grupo automotivo Caoa se relacionava com Palocci para “comprar” medidas provisórias e portarias dos governos Lula e Dilma, em esquemas de corrupção levantados pela Polícia Federal nas operações Zelotes e Acrônimo. O empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, conhecido como Doutor Caoa (acrônimo de sua empresa), é parceiro antigo de Palocci.
E o maior cliente da “consultoria”, a Odebrecht, contou com atuação forte de Palocci no esquema de corrupção do BNDES, durante a tenebrosa gestão do petista Luciano Coutinho, que também não tarda a ter sua prisão decretada. Somente para Angola, Coutinho mandou liberar mais de US$ 3 bilhões em benefício da Odebrecht, conforme a força-tarefa revelou na entrevista desta segunda-feira.
VEM MAIS POR AÍ – As acusações são múltiplas e estarrecedoras. Uma delas se refere à atuação de Palocci como operador do esquema de corrupção da empresa Sete Brasil, na qual a Petrobras tem participação societária. A Sete Brasil ficou responsável pela construção dos navios sondas para exploração do pré-sal. Na trama, Marcelo Odebrecht e Palocci trocavam informações extraoficiais para se atualizarem sobre o andamento das operações da Sete Brasil e da exploração petroleira. Palocci atualizava o empresário via Branislav Kaontic. Dessa forma, a Odebrecht soube de convite para licitação do pré-sal antes da oficialização.
Como prevê o ministro-relator Teori Zavascki, o pior ainda está para vir, desta vez envolvendo outros personagens importantíssimos, como Lula da Silva, Erenice Guerra e Fernando Pimentel. Vai ser um verdadeiro festival. Podem esperar.
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Pesquisa analisa a gestao da politica externa nos dois mandatos de FHC - livro de Erica Cristina Alexandre Winand (Unesp)
Pesquisa analisa a gestão da política externa nos dois mandatos de FHC
Autora: Érica Cristina Alexandre Winand
Número de páginas: 318
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 68,00
ISBN: 978-85-393-0638-1
Celso Amorim apresenta A grande estratégia do Brasil - Escola de Guerra Naval, 29/09, 18h30
A Escola de Guerra Naval recebe o embaixador Celso Amorim para falar sobre sua experiência à frente do Ministério da Defesa do Brasil (2011-2014) no lançamento de seu livro A grande estratégia do Brasil.
Os discursos, artigos e entrevistas reproduzidos na obra, coeditada pela Editora Unesp e Fundação Alexandre de Gusmão, passam a ideia de que, no Brasil, política externa e política de defesa devem se coadunar em uma grande estratégia de defesa do interesse nacional e de promoção da paz.
O evento, aberto ao público, acontece em 29 de setembro, às 18h30.
Data: 29 de setembro de 2016, às 18h30
Local: Escola de Guerra - Naval Avenida Pasteur, nº 480, Urca, Rio de Janeiro (RJ)
Brazilian Journal of Law and Public Policy - Call for papers (Uniceub)
Brazilian Journal of Law and Public Policy
EDITION 2016.3
We invite all interested scholars to consider submitting a paper to the next edition of the Brazilian Journal of Law and Public Policy (RBPP). Ranked by the Brazilian National Counsel of Technological and Scientific Development as Qualis B2 in Law, RBPP is becoming an important academic asset in the quest for development and construction of critical views about Law and Public Policy. The Brazilian Journal of Law and Public Policy is indexed on the following databases: HeinOnline, LexisNexis, NewJournal (Georgetown University), Directory of Open Access Journals, Portal periódicos CAPES, Directory of Research Journals Indexing, WorldCat, among others.
The call for papers is open to articles focusing on at least one of the themes mentioned bellow:
- New trends in Constitutional and Administrative Law;
- Theory of public policies;
- Governmental system;
- Electoral system and citizenship;
- Political Party system and constitutional reform;
- Criminal Proceedings
- Sustainable development and environment;
- Human Rights and development;
- Administration of government action;
- Methodology of evaluation of public policies and development policies;
- Legal methodology of public policy analysis;
- Results of analysis of public policy;
- Research in sectorial public policy.
SUBMISSION PROCESS
Manuscripts may be submitted in English, French, Portuguese, or Spanish. RBPP reserves the right to reject articles if the level of the chosen language is insufficient. A double blind peer-reviewing policy is adopted. The response from the first review will normally be provided within 20 days from the submission. Authors should preferably hold a Master’s Degree or a PhD and/or have a strong professional/academic background in Law, Political Science or related field at the time of submission. RBPP considers all manuscripts on the strict condition that they have been submitted only to RBPP, that they have not been published already, nor are they under consideration for publication or in press elsewhere. Complete guidelines for preparing and submitting your manuscript to this journal are provided at the Journal’s website.
All submissions should be made online at:
http://publicacoes.uniceub.br/index.php/RBPP/about/submissions#onlineSubmissions
A Economist homenageia Shimon Peres, um dos founding fathers de Israel, alias, o último dos grandes
Intriguing for peace
Shimon Peres, an Israeli statesman, died on September 28th, aged 93
HE OUTLIVED all his country’s other founding fathers, but failed in what he most yearned for: to lead it into a lasting peace. Missed opportunities dogged Shimon Peres’s career. He gained the highest offices—prime minister, twice, and president—but the political arithmetic invariably went against him. His forte was foreign policy, but his political nemesis, Menachem Begin, signed the peace treaty with Egypt in 1979, and his arch-rival, Yitzhak Rabin, got most of the plaudits for Israel’s deal in 1993 with the Palestinian leader, Yasser Arafat.
Mr Peres’s imprint was lasting, nonetheless. As a precocious young civil servant, he brokered arms deals which helped his uniformed counterparts to get the weapons they needed. He circumvented arms embargoes with creative ruses, such as buying warplanes as, purportedly, film props, and cannily found leaky frigates and rusty tanks in places where they were no longer needed. He bargained hard, shaming rich countries for charging full price to tiny, beleaguered Israel, and cajoling rich sympathisers. It meant breaking a lot of rules. Jimmy Hoffa, boss of America’s Teamsters union, became a friend, and Israel’s rapprochement with West Germany was cemented with marathon drinking sessions with the arch-conservative Bavarian, Franz-Josef Strauss.
Perhaps his greatest achievement in this sphere was a secret deal with France which laid the foundations for Israel’s never-avowed nuclear arsenal. Only this year did Mr Peres obliquely acknowledge it, saying that it made the Arabs realise that the Jewish state couldn’t be obliterated, thus laying the foundations for at least a partial peace. “There are two things that cannot be made without closing your eyes,” he told the New York Times in 2013: “love and peace. If you try to make them with open eyes, you won’t get anywhere.”
Unpolished politician
He switched from the civil service to electoral politics, but found it hard to make his mark in the Labour Party—a cause he had served since his teens. A better backroom operator than campaigning politician, he slyly egged on the Jewish settler movement in the West Bank after 1967, at a time when it was still on the fringes of Israeli politics; the settlements have stymied peace efforts ever since. Rabin called him, aptly, “the tireless intriguer”. Though politics obsessed him from childhood, driving out (some said) all other interests, he was wooden on television and was perhaps too fond of aphorisms (“You can turn eggs into omelettes, but it is very difficult to turn omelettes into eggs.”) Personal political relationships were difficult. His closest ally was Moshe Dayan, but the adoration he bestowed on the dashing former general was not reciprocated. David Ben-Gurion, Israel’s first prime minister, appreciated his talents, but would not confide in him.
The problem lay deep. He was never part of the bronzed sabra culture of Israel, having arrived as an immigrant from Poland at the age of 11. His Hebrew had a Polish twang, and his attempt to find a resonant Hebrew name to replace “Persky”, which he was born with, ended only in “Peres”, a sort of bird. In a country which reveres military valour, he was a man in a suit. Unlike many Jews of his generation, he did not fight the Nazis or put on uniform in Israel’s war of independence in 1948. Throughout his career he was ribbed for his vanity, including plastic surgery and, more recently, a diet consisting largely of low-fat cheese, salad and green tea.
When at last he reached the top, as Labour leader in 1977, it cruelly coincided with a shift in the political climate. Religious and ultranationalist parties were on the rise; voters rejected a Labour elite they saw as weak and aloof. He led the party in five elections, but never won outright.
Having helped to build Israel’s war machine, he became a dove; Israel was now strong, he argued, and could achieve true security through compromise. But this essentially optimistic message often fell flat. He opposed the bombing of Iraq’s nuclear reactor at Osiraq in 1981, which most Israelis thought a masterstroke.
His best election result was a stalemate in 1984, which led to a two-year rotation of the top job with Yitzhak Shamir, the Likud leader. Labour did win in 1992, but under Rabin. Two years later he shared the Nobel peace prize with Rabin and Arafat: respected abroad, still unpopular at home. He returned to office on a wave of emotion after the assassination of Rabin in 1995. But his chance to achieve peace with the Palestinians was blown away by a spate of Islamist suicide-bombings and by Israel’s war in Lebanon. He was narrowly defeated by Binyamin Netanyahu in 1996.
A new generation of Labour leaders tried, unsuccessfully, to force him to retire. Instead, on his second attempt and at 83, he became Israel’s largely ceremonial president. As head of state he was muzzled, forced in public to back Mr Netanyahu and defend his policies abroad; yet he conspired with the intelligence services to block the plans to attack Iran’s nuclear installations. Once more, the intriguer tirelessly intrigued. His doings seemed remarkably public, immediately posted on Facebook, Twitter and Instagram by his almost entirely female staff (males, he had found, betrayed him). Undoubtedly, other exploits will remain untold for years.
Homenagem a Werner Baer - Interlegis, 29/09/2016, Brasilia
http://www.cristovam.org.br/seminario/
Tenho a satisfação em convidá-los para o evento “E agora Werner?” Seminário de Economia Brasileira em homenagem ao professor Werner Baer. Uma iniciativa do Senador Cristovam Buarque juntamente com a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e a Comissão d Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal.
O seminário debaterá os rumos da economia brasileira neste crítico período da nossa história e contará com as palestras de doze economistas que conviveram ou foram alunos do Prof. Werner Baer nos anos de 1960/70.
http://www.cristovam.org.br/seminario/
Serão abordados os seguintes tópicos:
As fragilidades e os avanços do pensamento econômico brasileiro;
Identificação de problemas de nossa realidade econômica;
Formulação de políticas para fazer a economia que desejamos;
A economia mundial e a inserção do Brasil;
Onde e como formar os jovens de hoje.
Paulo Roberto de Almeida:
Permito-me referir este meu artito sobre os dois grandes brasilianistas falecidos este ano.
“Gigantes do brasilianismo na história e na economia: Thomas E. Skidmore e Werner Baer – a homenagem da RBPI, por Paulo Roberto de Almeida”, Divulgado na página do IBRI e da Revista Brasileira de Política Internacional. (http://www.ibri-rbpi.org/?p=15168) e no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/06/dois-gigantes-do-brasilianismo-na.html).