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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Livros publicados em formato impresso por Paulo Roberto de Almeida, 1993-2022 (29 livros)

 Livros publicados em formato impresso por Paulo Roberto de Almeida, 1993-2022

 Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor. 

1)      Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior (São Paulo: LVM Editora, 2022, 304 p.; ISBN: 978-65-5052-036-6; Amazon)

2)      Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (Curitiba: Appris, 2021, 291 p.; ISBN: 978-65-250-1634-4; Amazon.com.br)

3)      Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Brasília: Edição do autor, 2019, 184 p., ISBN: 978-65-901103-0-5; Boa Vista: Editora da UFRR, Clube de Autores, 2019, 165 p., Coleção “Comunicação e Políticas Públicas vol. 42; ISBN livro impresso: 978-85-8288-201-6; Academia.eduAmazon.com.br)

4)      Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) (Curitiba: Appris, 2019, 247 p.; ISBN: 978-85-473-2798-9; Amazon.com.br)

5)      A Constituição contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN: 978-8593751394; Amazon)

6)      O homem que pensou o Brasiltrajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-8547304850Amazon.com.br)

7)      Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (3ª edição; Brasília: Funag, 2017; 2 vols.; 964 p.; ISBN: 978-85-7631-675-6; 1º volume2º volume).

8)      Nunca Antes na Diplomacia…: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, e-book, 2016, 450 p.; 1366 KB; Kindle, ASIN: B0758G8BXLAmazon.com.br).

9)      Révolutions bourgeoises et modernisation capitaliste : Démocratie et autoritarisme au Brésil (Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 496 p.; ISBN: 978-3-8416-7391-6 ; Inroduction : Academia.edu; livre complet : Amazon.com).

10)   Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015, 204 p.; Übersetzung aus dem Portugiesischen ins Deutsche: Ulrich Dressel; ISBN: 978-3-639-86648-3; Amazon.comAmazon.com.br).

11)   Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8; Academia.com.br).

12)   Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013, 192 p.; ISBN: 978-85-02-19963-7; Amazon.com.br).

13)   Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012, 328 p.; ISBN: 978-85-216-2001-3; esgotado; não disponível na Amazon; Estante Virtual). 

14)   Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011; xx+272 p.; ISBN: 978-85-375-0875-6; Amazon.com.br).

15)   O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado) (Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010, 195 p.; ISBN: 978-85-7018-343-9; esgotado; ver ASIN: B00F2AC146). 

16)   O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE Editora, 2006, 385 p.; ISBN: 85-7238-271-2; Amazon.com.brAcademia.edu).

17)   Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (2ª edição; São Paulo: Editora Senac, 2005, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9; 3ª. edição, 2017, dois vols.: ISBN: 978-85-7631-675-6; 1º volume2º volume).

18)   Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (2ª ed.: revista, ampliada e atualizada; Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004, 440 p.; coleção Relações internacionais e integração n. 1; ISBN: 85-7025-738-4; esgotado; Amazon.com.br). 

19)   A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Editora Códex, 2003, 200 p.; ISBN: 85-7594-005-8; esgotado; Estante Virtual).

20)   Une histoire du Brésil: pour comprendre le Brésil contemporain (avec Katia de Queiroz Mattoso; Paris: Editions L’Harmattan, 2002, 142 p.; ISBN: 978-2747514538Amazon.com.br). 

21)   Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Editora Paz e Terra, 2002, 286 p.; ISBN: 85-219-0435-5’esgotado; Estante VirtualAcademia.edu).

22)   Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (São Paulo: Editora Senac, 2001, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9; 3ª. edição, 2017, dois vols.: ISBN: 978-85-7631-675-6; 1º volume2º volume).

23)   Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud, Paris: L’Harmattan, 2000, 160 p.; ISBN: 2-7384-9350-5 ; Amazon.com).

24)   O estudo das relações internacionais do Brasil (São Paulo: Editora da Universidade São Marcos, 1999, 300 p.; ISBN: 85-86022-23-3; Estante VirtualAcademia.edu).

25)   O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, na coleção “Direito e Comércio Internacional”, 1999, 328 p.; ISBN: 85-7348-093-9; Estante Virtual).

26)   Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização (São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999, 96 p.; ISBN: 85-7441-022-5; esgotado; Academia.edu).

27)   Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: Editora LTr, 1998, 160 p.; ISBN: 85-7322-548-3; esgotado; Academia.edu).

28)   Relações internacionais e política externa do Brasil: dos descobrimentos à globalização (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998, 360 p.; ISBN: 85-7025-455-5; esgotado; Amazon.com).

29)   O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Edições Aduaneiras, 1993, 204 p.; ISBN: 85-7129-098-9; Estante VirtualAcademia.edu).

Brasília, 4638, 23 abril 2024, 2 p.


terça-feira, 23 de abril de 2024

Livros organizados ou editados por Paulo Roberto de Almeida, 1992-2024 (14 livros)

Livros organizados ou editados por Paulo Roberto de Almeida, 1992-2024

 

14) Intelectuais na diplomacia brasileira: a cultura a serviço da nação, Brasília: Edição preliminar, 30/01/2024, 385 p.; n. 4573.

13) Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro, Sérgio Eduardo Moreira Lima; Paulo Roberto de Almeida; Rogério de Souza Farias (organizadores); Brasília: Funag, 2017; 2 vols.; vol. 1, 568 p.; ISBN: 978-85-7631-696-1; vol. 2, 356 p.; ISBN: 978-85-7631-697-8).

12) O Homem que pensou o Brasiltrajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0).

11) Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (Brasília: Senado Federal, 2016, 504 p.; ISBN: 978-85-7018-696-6).

10) The Drama of Brazilian Politics: From 1814 to 2015 (with Ted Goertzel; 2015, 278 p.; Edição Kindle, ASIN: B00NZBPX8A; ISBN: 978-1-4951-2981-0). 

09) Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (com Rubens Antonio Barbosa; São Paulo: Saraiva, 2016, 326 p.; edição digital; ISBN: 978-85-0212-208-6).

08) Guia dos Arquivos Americanos sobre o Brasil: coleções documentais sobre o Brasil nos Estados Unidos (com Rubens Antônio Barbosa e Francisco Rogido Fins; Brasília: Funag, 2010, 244 p.; ISBN: 978-85-7631-274-1). 

07) Envisioning Brazil: A Guide to Brazilian Studies in the United States, 1945-2000 (with Marshall C. Eakin; Madison: Wisconsin University Press, 2005, 536 p.; ISBN: 0-299-20770-6).

06) Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (com Rubens Antonio Barbosa; São Paulo: Saraiva, 2005, 328 p.; ISBN: 978-85-02-05385-4).

05) O Brasil dos Brasilianistas: um guia dos estudos sobre o Brasil nos Estados Unidos, 1945-2000 (com Marshall C. Eakin e Rubens Antônio Barbosa; São Paulo: Paz e Terra, 2002; ISBN: 85-219-0441-X). 

04) Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social (São Paulo: LTr, 1999, com Yves Chaloult). 

03) Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (edição fac-similar: Brasília: Senado Federal, 1998; Coleção Memória brasileira n. 13; 420 p.).

02) José Manoel Cardoso de Oliveira: Actos Diplomaticos do Brasil: tratados do periodo colonial e varios documentos desde 1492 (edição fac-similar, publicada na coleção “Memória Brasileira” do Senado Federal; Brasília: Senado Federal, 1997; 2 volumes; Volume I: 1493 a 1870; Volume II: 1871 a 1912). 

01) Mercosul: Textos Básicos (Brasília: IPRI-Fundação Alexandre de Gusmão, 1992, Coleção Integração Regional nº 1) 


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 23 abril 2024.

Depois de 100 dias brutais, mercados começam a acreditar em Javier Milei - The Economist

Milei acaba de completar 100 dias. Pouco mais de 100 anos atrás, Rui Barbosa, em visita à Argentina, saudava o seu crescimento inédito na América Latina de então, miseravelmente pobre, e predizia que não poderia impedir o país de se projetar entre os países mais desenvolvidos do planeta, à frente até de vários países europeus. 

Como um país anunciado como modelo para o Brasil poderia descer tanto no declínio e na decadência não estava nas previsões do estadista brasileiro, e no entanto a classe política argentina conseguiu acumular um rotundo fracasso. A recuperação vai ser muito difícil e deve demorar bem mais do que o período de uma presidência. (PRA) 

Depois de 100 dias brutais, mercados começam a acreditar em Javier Milei

O presidente da Argentina se colocou como outsider, fez campanha empunhando uma motosserra e prometeu cortar gastos, mas esbarra na falta de apoio da classe política para aplicar uma reforma profunda 


The Economist , 23 Abril 2024

 “Nós estamos genuinamente muito satisfeitos”, declarou o presidente da ArgentinaJavier Milei, numa rádio local, após a inflação em seu país cair mais que o esperado em fevereiro, para 13%. Esse índice, contudo, é mensal. Ao longo do ano recente a inflação argentina atingiu 276% — é a maior do mundo. Inflações de apenas 8% ao ano sacodem a política em países mais ricos. Milei ter motivo para celebrar uma inflação mensal de 13% mostra a escala da bagunça econômica que ele herdou e o quanto ele ainda tem de fazer para consertar a economia.

Milei, um outsider irascível, que se descreve como “anarco-capitalista”, fez campanha empunhando uma motosserra, prometendo cortar gastos. Em 10 de dezembro, ele assumiu um Estado inchado, com vastos déficits de orçamento financiados por impressão de dinheiro. A inflação galopava, o valor do peso se esvaia. O governo devia US$ 263 bilhões para credores estrangeiros, incluindo US$ 43 bilhões para o FMI, mas não tinha nenhum dólar sequer. Como muitos governos argentinos, a gestão anterior gastou muito mais do que tinha para comprar popularidade, ao mesmo tempo que inventou reparos macroeconômicos temporários cada vez mais absurdos (como controles pesados sobre os preços) para manter a economia de pé.

Milei está tentando conduzir a Argentina para um caminho perigosamente estreito, descartando esses reparos duvidosos. Seu problema político básico é que atacar estridentemente o establishment e os políticos comuns, um grupo que ele chama de “casta”, é crucial para sua popularidade. Contudo, ele precisa de algum apoio da classe política para aplicar uma reforma profunda, já que seus membros dominam o Congresso. Mas se fizer acordos demais, ele arrisca perder o status de outsider e, portanto, parte de seu apoio popular — seu único ativo político sólido.

Depois de 100 dias, Milei pode se gabar de um sucesso econômico real. Sua popularidade está se mantendo, ainda que lhe falte apoio no Congresso. Se conseguir manter o público de seu lado até as eleições de meio de mandato no próximo ano, ele poderia impulsionar sua influência e portanto sua capacidade de reformular a economia. Mas os argentinos já estão sofrendo intensamente. E podem abandoná-lo muito antes da votação. Isso seria um golpe para reformadores radicais de todo o mundo.

Comecemos com os sucessos econômicos de Milei. Para mostrar que não haverá mais impressão de dinheiro, ele está obcecado em alcançar um superávit orçamentário, o que significa o governo arrecadar mais do que gasta. Ele afirma que este ano alcançará um superávit (anterior aos pagamentos de juros) de 2% do PIB, uma enorme mudança em relação ao déficit de 3% no ano passado. Em janeiro e fevereiro, o governo alcançou superávits mensais, os primeiros em mais de uma década. E o fez em parte usando a motosserra de Milei, cortando subsídios em energia e transporte, transferências para as Províncias e despesas de capital. E também recorreu a outra ferramenta: o liquidificador. Aumentar o gasto a uma taxa menor que a inflação é uma redução em termos reais, o que é conhecido na Argentina como liquidação. O gasto em pensões a contribuintes, o maior item no orçamento, caiu quase 40% em termos reais em comparação com os dois primeiros meses do ano passado.

O governo fez outros dois grandes movimentos. Em dezembro, desvalorizou o peso em quase 50% para diminuir o abismo entre o câmbio oficial e o clandestino. Mas isso fez a inflação aumentar, assim como os cortes na taxa de juros em dezembro. Normalmente, bancos centrais elevam juros para conter a inflação. A lógica do banco foi que cortar juros reduziria os pagamentos sobre seus próprios títulos, o que diminuiria a quantidade de dinheiro em circulação. Inicialmente a inflação mensal saltou para 26% em dezembro. Isso doeu nos argentinos, mas fortaleceu o liquidificador de Milei.

O governo afirma que os resultados justificam suas escolhas difíceis. Além dos superávits fiscais mensais e da inflação em queda, a diferença entre as taxas de câmbio oficiais e clandestinas se situa agora em apenas cerca de 20%. As reservas estrangeiras aumentaram em mais de US$ 7 bilhões. E o governo foi bem-sucedido em prolongar o prazo de vencimento de seus títulos, reduzindo a pressão sobre o Tesouro. O FMI está satisfeito; os mercados estão começando a ter fé. O índice argentino de risco-país, uma medida relativa à chance de calote, caiu de forma tranquilizadora. Em relação à economia, Milei merece um 8 numa escala de zero a 10, entusiasma-se Andrés Borenstein, da consultoria Econviews, em Buenos Aires, a capital.

Os meios importam

Os custos, contudo, são brutais. Assolados pela inflação, estimados 50% dos argentinos vivem na pobreza, contra 38% em setembro. Em termos reais, os salários recuaram para os níveis de 20 anos atrás, segundo calcula a Invecq, outra consultoria. As compras de medicamentos com prescrição caíram 7%. As vendas das farmácias caíram 46%. Os volumes de vendas de empresas pequenas e médias caíram quase 30% em janeiro, em comparação ao ano anterior. A economia argentina encolherá 4% este ano, calcula o banco Barclays.

Agruras desse tipo podem se tornar perigosas para presidentes — literalmente. Em 2001, o incumbente fugiu da Casa Rosada, que abriga o gabinete presidencial, em um helicóptero, apavorado com manifestantes violentos. Mas os índices de aprovação de Milei continuam notavelmente altos, em torno de 50%, apesar da dor econômica. Isso se deve principalmente ao seu sucesso em culpar a casta por bagunçar a Argentina dessa maneira.

Ainda assim, os primeiros 100 dias de Milei revelaram graves problemas. Para além da dor, seu plano econômico está repleto de incertezas. Um risco é a taxa de câmbio. Tentando diminuir a inflação, o governo está desvalorizando o peso em 2% a cada mês. Mas com a inflação mensal muito maior que 2%, isso provavelmente é menos que o necessário. Infelizmente, um passo mais acelerado ou uma desvalorização súbita acentuada causaria mais inflação.

Inevitavelmente, a Argentina logo terá de mudar para um novo regime monetário e cambial. A dúvida é quando — e para qual regime. O plano de Milei é eliminar controles sobre o capital e unificar as taxas de câmbio. Mas o governo introduzirá um programa monetário ortodoxo para o peso ou continuará a dolarizar a economia? A promessa de dolarização da campanha de Milei tornou-se vaga desde que ele assumiu a função. O governo fala agora mais a respeito de “competição monetária” (permitindo transações em dólares e pesos). Mas quando questionado a respeito da dolarização estar ou não fora do jogo, o secretário de Finanças, Pablo Quirno, se equivocou. A dolarização é “basicamente uma maneira de enterrar a impressora (de dinheiro)”, afirma ele. É “mais uma discussão moral”. A incerteza já está provocando inquietações entre investidores. O governo também sugeriu que buscará um novo programa do FMI, talvez na casa de US$ 15 bilhões, mas isso também pode ser difícil sem planos mais claros.

Reduzir a inflação forçando uma recessão causará outros problemas. “Não é atrativo investir em um país no qual a recessão é um ingrediente crítico de sua política monetária”, afirma Eduardo Levy, da Universidade Torcuato Di Tella, em Buenos Aires. Além disso, acrescenta ele, quando o crescimento voltar, a inflação poderia acelerar.

Finalmente, esses superávits fiscais podem se provar difíceis de sustentar. O superávit de fevereiro já foi menor que o de janeiro, e a recessão prejudica gravemente as receitas tributárias. Uma grande economia ocorreu em relação aos subsídios sobre a energia, mas grande parte foi apenas suspensa, não cancelada. Governadores de Províncias protestaram furiosamente, incluindo nos tribunais, contra os cortes em suas transferências. Apesar da atual fórmula de pensão ajudar o governo a reduzir o gasto, conforme a inflação cair isso eventualmente surtirá o efeito oposto.

A política tem sido atribulada. Milei ainda é popular, mas sua coalizão não tem nenhum governador e conta com apenas 15% dos assentos na Câmara Baixa. O colossal pacote “omnibus”, com 664 artigos, que ele mandou para o Congresso em dezembro, foi rejeitado. Eventualmente Milei o retirará, uma derrota marcante. A falta de priorização também o prejudica. Desregular autorizações de pesca e fechar o Instituto Nacional do Teatro são medidas irrelevantes diante da reforma nas pensões. Mas tudo isso — e muito mais — entrou no mesmo saco, diminuindo a velocidade de tramitação do projeto e ocasionando incontáveis razões para votar contra.

Um amplo decreto presidencial anterior teve o mesmo problema. Abrangendo do importante (desregulação do mercado de trabalho) ao desimportante (permitir que bancos cobrem mais juros sobre dívidas de cartão de crédito). O decreto foi rejeitado pelo Senado em 14 de março. Isso aprofundou preocupações sobre a vulnerabilidade política de Milei, apesar do decreto continuar vigorando a não ser que a Câmara Baixa também o rejeite. Suas reformas trabalhistas e tentativas de neutralizar os sindicatos também estão sendo contestados na Justiça.

Milei também cometeu erros simples. Este mês, a oposição revelou um decreto com a assinatura de Milei que, entre outras coisas lhe concedeu um aumento 48% no salário — algo terrível na foto do homem que empunhou a motosserra fiscal. Ele disse que o aumento era resultado de um decreto do presidente anterior, o reverteu rapidamente e despediu seu secretário do Trabalho.

Nos próximos 100 dias, política e economia se entrelaçarão. O governo quer que pelo menos 1 ponto porcentual de consolidação fiscal venha da reinstalação de impostos sobre a renda e outras reformas tributárias. A fórmula das pensões também precisa urgentemente de atualização. Tudo isso requer aprovação parlamentar. Milei também precisa de sucessos no Congresso para tranquilizar investidores demonstrando que tem aliados suficientes para refrear futuros protestos e caos políticos — ou pelo menos sobreviver. Ele está longe de ser à prova de impeachment. “Há muitas bombas-relógio acionadas”, afirma Sebastián Mazzuca, da Universidade Johns Hopkins.

Milei parece entender isso. Em 1.º de março, ele abriu uma janela para negociações a respeito de um “Pacto de Maio”, uma série de princípios em prol do livre mercado. Seu ministro do Interior encontrou-se na ocasião com governadores de Províncias, que influenciam o Congresso. Muitos pareceram apaziguados. Um acordo pode envolver a restauração de transferências para algumas Províncias e reinstalação de impostos sobre a renda (que ambas as partes desejam, mas pelas quais ninguém quer se responsabilizar). Em troca, o presidente obteria alguns poderes de emergência para lidar com a economia, a reforma nas pensões e a desregulação do setor de minas e energia. Muitas outras coisas ficarão paralisadas.

Estética da obstinação

Ainda que seja incerto se isso será suficiente para Milei, que ainda troveja que não recuará “nenhum milímetro” em relação aos planos fiscais e que chamou os senadores que votaram contra seu decreto de “inimigos da sociedade”. O governo alcançará sua meta fiscal “custe o que custar”, afirma Quirno. Se reformas tributárias forem bloqueadas no Congresso, o governo poderia continuar a suspensão nas transferências para as Províncias para compensar a diferença, ameaça ele. Isso seria explosivo.

O destino de Milei depende de duas incógnitas. Quanta dor econômica os argentinos conseguem aguentar antes de se voltar contra ele? E ele será capaz de reunir o apoio político necessário para acelerar suficientemente o progresso econômico para não permitir que tudo se despedace? Por agora, os sinais são moderadamente positivos. O sucesso poderia fazer com que Milei domine as eleições de meio de mandato do próximo ano. Mas se seus índices de popularidade despencarem primeiro, seus rivais certamente empunharão suas próprias motosserras para derrubar seus planos. E então tentarão jogar sua presidência no liquidificador. 

TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL


O Brasil tem 1/3 (ou mais) da população na assistência pública: nenhum país se desenvolve na base da assistência pública - Editorial Valor Econômico

 Desigualdade segue alta, apesar de renda maior e Bolsa Família

Valor Econômico, 23/04/2024

Dependência do Bolsa Família é enorme, sendo urgente complementar o programa com portas de saída

Os indicadores da Pnad Contínua: Rendimento de Todas as Fontes 2023, do IBGE, mostram que o presidente Lula não conseguiu, em seu primeiro ano de mandato, reduzir a desigualdade de renda, que ficou estagnada exatamente no patamar do fim do governo Bolsonaro. Um Bolsa Família turbinado e a recuperação do mercado de trabalho apenas evitaram que a desigualdade avançasse.

O estudo do IBGE constatou que a desigualdade de renda permanece elevada no Brasil, qualquer que seja o indicador utilizado. Os 10% mais ricos, com um rendimento médio domiciliar per capita de R$ 7.580, mantiveram dianteira, ganhando 14,4 vezes mais do que os 40% da população com rendimento menor, de R$ 527 em média. No topo da pirâmide, a vantagem é ainda maior. O 1% mais rico, com R$ 20.664 em média por pessoa por mês, ganha 39,2 vezes mais do que os 40% mais pobres.

Outro indicador tradicional, o índice de Gini, que mede a concentração da distribuição de renda em uma população, ficou estável em 0,518 em 2023, o mesmo patamar de 2022. O IBGE chamou a atenção para o fato de que o Índice de Gini do Brasil vem melhorando desde a década passada. O índice de 0,518 de 2022-2023 é o menor da série, mas alinha-se com países como Angola (0,513) e Moçambique (0,505).

A desigualdade somente não piorou no ano passado por conta do reforço do Bolsa Família e da recuperação do mercado de trabalho. O governo Lula retomou o Bolsa Família, cujo nome Bolsonaro havia mudado para Auxílio Brasil, e manteve o valor de R$ 600, que o ex-presidente havia elevado em plena campanha eleitoral de 2022 na esperança de angariar votos. Lula ainda criou benefícios complementares conforme o número e a idade das crianças das famílias beneficiadas. Desse modo, o valor médio do rendimento per capita nos domicílios que recebiam o Bolsa Família em 2023 cresceu 42,4% em comparação com 2022, para R$ 635. Nos domicílios que não recebiam o benefício o rendimento per capita aumentou 8,6%.

O número de domicílios beneficiados também foi ampliado, de 16,9% em 2022 para 19% em 2023, maior nível da série. Em termos absolutos, 14,7 milhões de domicílios, de um total de 77,7 milhões do país, tinham pessoas que recebiam o Bolsa Família em 2023. O benefício injeta no mercado ao redor de R$ 14 bilhões por mês ou perto de R$ 170 bilhões anuais.

O Bolsa Família passou a ser a fonte de renda de maior peso na conta de outros rendimentos, que inclui ainda o BCP/Loas, aplicações financeiras e bolsas de estudo. Para o IBGE, as transferências como o Bolsa Família contribuíram para elevar a renda de camadas mais pobres da população. Contrabalançaram ainda o efeito do mercado de trabalho, que acentuou a desigualdade ao favorecer o topo da pirâmide da população.

A expansão do mercado de trabalho garantiu emprego para mais 4 milhões de pessoas em 2023. A população com rendimento habitualmente recebido do trabalho passou de 44,5% (95,2 milhões de pessoas) em 2022 para 46% (99,2 milhões) em 2023. Com isso, a massa de rendimento mensal cresceu 11,7% em relação a 2022 e 8,8% em comparação com 2019, alcançando R$ 295,6 bilhões, o maior valor da série histórica da Pnad Contínua.

Nem todos saíram ganhando da mesma forma. A população de renda mais elevada conseguiu melhores salários, o que contribuiu para ampliar a desigualdade. A pesquisa do IBGE constatou que os trabalhadores de nível superior e os empregadores, especialmente os que realizam serviços mais sofisticados nos setores financeiro, de comunicação, informação e administrativo, que são mais bem remunerados, recuperaram o espaço que haviam perdido durante a pandemia. Já os trabalhadores menos escolarizados haviam conseguido retomar o mercado anteriormente e ficaram para trás em 2023. Assim, o rendimento do trabalho dos 10% mais ricos avançou 10,4%, enquanto os 10% com menor rendimento da população conseguiram apenas 1,8% a mais sobre o ano anterior, apesar do reajuste do salário mínimo.

A dependência do Bolsa Família é enorme. Retirados os ganhos com o programa, a desigualdade voltou a piorar em 2023. Da mesma forma, ele foi fundamental para reduzir o número de pessoas na extrema pobreza no país. Sua extensão a mais 8 milhões de pessoas (21,1 milhões de pessoas), depois de duas décadas de sua existência, mostra que a pobreza continua avançando. Os recursos para o Bolsa Família triplicaram nos últimos dois anos, mas sua ampliação com recursos públicos será mais difícil pelos desequilíbrios fiscais que se avolumam.

Seria mais que urgente complementar o programa com portas de saídas, o que só se dará pela qualificação massiva que dê profissão, emprego ou uma fonte de renda autônoma para seus integrantes. Um crescimento robusto, distinto do medíocre dos últimos anos, seria essencial para fortalecer o mercado de trabalho e o ingresso de novos contingentes nele. Isso só será possível com políticas econômicas sensatas, especialmente no campo fiscal, que busquem ampliar a formação da mão de obra, o emprego e a produtividade. Deveria ser esse o rumo do governo.

A Venezuela continua a provocar a Guiana Carlos Martins Aero-in.net

Hércules da Venezuela decola na terra e estreia pista reformada na fronteira com Essequibo

Aero-in.net, 

A Venezuela acaba de inaugurar uma pista de pouso reformada e asfaltada bem na fronteira com Essequibo, parte da Guiana reclamada por Caracas.

A Ilha de Anacoco fica às margens do Rio Cuyuni, no estado de Bolívar, o maior da Venezuela. Nesta ilha já existia uma base do exército venezuelano e uma pista de em torno de 1.300 metros de terra.

Nela, os militares venezuelanos investiram pesado na infraestrutura, e transformaram ela numa pista asfaltada e sinalizada, que foi reinaugurada nesta semana por um C-130 Hércules da Força Aérea Venezuelana.

A menos de 1.000 metros da pista está a Guiana, mais especificamente o território de Essequibo, considerado por Caracas como parte do país. 

A reforma e ampliação da pista é vista como um reforço no discurso de Nicolás Maduro, que afirma que a Venezuela é responsável pelo território, embora até o momento o governo venezuelano não entrou de fato na Guiana, como ameaçou meses atrás. De todo o modo, a pista pode servir para planos futuros de presença no país vizinho.

A decolagem do avião cargueiro militar foi gravada por um drone.


Problèmes Actuels du Commerce Extérieur Brésilien: une évaluation de la période 1968-1975 - Paulo Roberto de Almeida


039. Problèmes Actuels du Commerce Extérieur Brésilien: une évaluation de la période 1968-1975, Antuérpia-Bruxelas, outubro 1976, 55 p. Tese apresentada para obtenção do título de “Maître en Coopération au Développement - Planification Economique”; Diretor: Prof. A. Dralans (Anvers, Centre Universitaire de l'Etat - Collège des Pays en Développement, Année académique 1975-1976, 55 p.). Disponible à la platerforme Academia.edu (link: https://www.academia.edu/117910782/039_Problemes_Actuels_du_Commerce_Exterieur_Bresilien_une_evaluation_de_la_periode_1968_1975). Relação de Publicados n. 007.


                 RIJKSUNIVERSITAIR CENTRUM ANTWERPEN (RUCA)

Collège voor de Ontwikkelingslanden

UNIVERSITÉ DE L’ÉTAT À ANVERS

Collège des Pays en Voie de Développement

 

Problèmes Actuels du

Commerce Extérieur Brésilien :

une évaluation de la période 1968-1975

  

Paulo Roberto de Almeida

Maître en Coopération au

Développement

Orientation :

Planification Économique 

 

Promoteur :

Prof. Dr. A. Dralans

 

1976


TABLE DE MATIERES

 

INTRODUCTION

 

I. SITUATION GENERALE DU SECTEUR EXTERNE

    1. Évolution récente des transactions courantes

    2. Participation du Brésil au commerce international

    3. L’évolution des termes de l’échange

    4. Effets de la crise internationale sur le secteur externe

 

II. LA BALANCE COMMERCIALE DU BRESIL ENTRE 1968 ET 1975

    5. L’évolution des échanges externes

    6. Le comportement des exportations

    7. Le poids des importations

 

III. LA POLITIQUE GOUVERNEMENTALE DE PROMOTION DES EXPORTATIONS

     8. Les mesures d’encouragement aux exportations

     9. La politique de change et les exportations

     10. Une étude de cas : le Nord-Est du Brésil à l’heure des exportations

 

IV. PROBLEMES ACTUELS DE LA BALANCE COMMERCIALE BRESILIENNE

     11. LA vulnérabilité extérieure

     12. Déséquilibre extérieur et dépendance qualitative

 

CONCLUSIONS

 

BIBLIOGRAPHIE

 

Introduction

 

L’objet du présent travail porte sur une évaluation critique des caractéristiques et difficultés du commerce extérieur brésilien dans la période récente. D’emblée nous avertissons nos lecteurs qu’il s’agit d’une tentative de cerner quelques-uns des problèmes qui affectent aujourd’hui la balance commerciale du Brésil, sur la base de données empiriques, plutôt que d’une approche globale des traits fondamentaux des échanges extérieures de l’économie brésilienne dans son étape actuelle de développement.

Nous savons aussi qu’il est illusoire de vouloir isoler les performances obtenues dans le secteur du commerce extérieur des autres aspects qui font partie des services et les mouvements de capitaux. L’unité et l’interaction de ces trois éléments, aussi bien entre eux qu’au niveau de l’économie globale, n’est plus à démontrer. Cependant, le traitement global de la balance de paiements brésilienne, entre 1968 et 1975, exigerait un effort que nous ne sommes pas en mesure de fournir dans l’étape actuelle de nos études.

Nous avons ainsi limité notre analyse aux seules questions intéressant les transactions commerciales du Brésil, mais cela dans une perspective plutôt large : référence est ainsi faite à l’évolution des termes de l’échange et aux différentes modalités de politique de change qui ont été appliquées au Brésil dans l’après-guerre. Nous n’avons pas voulu non plus trop cerner les questions théoriques qui concernent la problématique actuelle du commerce international dans l’optique des pays en voie de développement : les débats sont encore en cours et nous réservons donc le traitement de ces questions à une occasion ultérieure. 

Dans une première partie nous portons un regard sur la situation générale du secteur externe brésilien, à l’exclusion des mouvements de capitaux et de l’évolution de la dette extérieure brésilienne, qui sont toutefois effleurés. Après avoir suivi les tendances observées dans les transactions extérieures du Brésil et situé sa place dans le commerce international, nous nous penchons sur l’évolution des termes de l’échange des pays en voie de développement, en général, et du Brésil en particulier : on a ainsi constaté une progression favorable jusqu’à la fin 1973précédant une phrase négative qui s’est maintenue depuis lors et dans laquelle le relèvement du prix du pétrole n’est qu’en partie responsable. Nous terminons cette partie introductoire par une tentative d’évaluation des effets de la crise internationale sur le secteur externe brésilien : la réduction des débouchés et le nouveau directionnement des liquidités internationales se sont conjugués pour porter un sérieux coup à l’économie brésilienne, dans l’étape la plus critique de son développement.

L’analyse de la balance commerciale proprement dite est entamée dans la deuxième partie de ce travail, en s’appuyant sur des nombreuses données. A l’évaluation général des échanges extérieures entre 1968 et 1975 suit l’analyse du comportement des exportations, et deux faits sont à observer par le Brésil et l’accroissement de la participation des produits manufacturés dans le total des exportations. Dans le chapitre concernant le “poids des importations brésilienne, dans laquelle l’acquisition d’équipement et de machines industrielles prend de plus en plus de l’importance.

La troisième partie est dédiée à l’exposition des mesures prises par le gouvernement pour promouvoir les exportations brésiliennes - surtout de produits non traditionnels - mais aussi à l’étude du cas du Nord-Est du Brésil qui s’intègre à son tour au modèle brésilien d’ouverture vers l’extérieure. Étant donné l’importance primordiale accordée par les autorités brésiliennes à la politique du change, dans la stratégie de promotion des exportations, nous lui avons fixées dans le présent travail ; nous croyons qu’il y a là matière à des recherches ultérieures.

Finalement, dans la dernière partie de ce travail, nous essayons de situer quelques-uns des problèmes actuels de la balance commerciale brésilienne : nos observations sont autant que possible très critiques envers les orientations actuelles en matière de commerce extérieur. Nous constatons un certain renforcement de la vulnérabilité extérieure - encouragée d’ailleurs par le modèle de développement ouvert - ainsi que l’aggravation de la dépendance qualitative du Brésil vis-à-vis de ses partenaires les plus importants.

Non conclusions reprennent et développent ces observations, dans une tentative de cerner l’expérience dans le cadre des voies possibles offertes au développement du Tiers Monde : nous n’allons pas jusqu’à dire que le Brésil est le modèle à ne pas suivre, mais nous pensons qu’il faut envisager avec un certain scepticisme critique le développement récent de l’économie brésilienne. 


1. Situation Générale du Secteur Externe

    1. Évolution récente des transactions courantes avec l’extérieur

Dans l’histoire économique du Brésil, les année 1968-1975 seront vraisemblablement retenues comme une période d’expansion confortable dans le commerce extérieure suivi d’une dégradation rapide de la situation. Le point d’inflexion dans la tendance ascendante est, comme d’ailleurs pour beaucoup d’autres pays, représenté par l’année 1973 quand les facteurs favorables à la balance commerciale est rompu, ce qui ne fait qu’aggraver la situation de la balance des transactions courantes, traditionnellement déficitaire. Une vision d’ensemble de la balance de paiements brésilienne est fournie dans le tableau ci-dessous.

 

Tableau 1 : Balance de Paiements du Brésil (millions de dollars)

 

 

La situation favorable de la balance de paiements dans la période 1968-1973 est avant tout le résultat de la conjonction d’une série de facteurs propices parmi lesquels on peut citer l’évolution satisfaisante du commerce international, les disponibilités financières internationales, une progression positive des termes de l’échange et une inflation intérieure en diminution. A la fin 1973 cependant, la hausse du prix du pétrole brut, conjuguée à d‘autres facteurs défavorables dans les transactions extérieures et sur le plan interne, a créé une situation (…)

 

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https://www.academia.edu/117910782/039_Problemes_Actuels_du_Commerce_Exterieur_Bresilien_une_evaluation_de_la_periode_1968_1975