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quarta-feira, 2 de junho de 2010

O sumô tributário e o presidente peso-pesado...

Se quem tem carga tributária não tem Estado, então o Brasil está com excesso de Estado. Os países que tem carga tributária na faixa de 20% do PIB são os que mais crescem no mundo, porque quem investe na produção de bens e servicos, produzem empregos e criam riquezas são os empresários, não o Estado.
Uma carga na faixa de 30% seria o máximo que um país como o Brasil poderia suportar, sendo que o ideal seria na faixa de 20 a 25% do PIB apenas.
Com 38% do PIB, o Brasil tem uma carga tributária de país rico, com uma renda per capita seis vezes menor.
Então alguma coisa está errada e não é a matemática ou os registros históricos.
Seria muito bom que o Estado fizesse menos e deixasse o setor produtivo criar renda e riqueza, empregos e crescimento.
Ao acreditar nessa história, o Brasil vai pagar um alto preço pelo desperdício estatal, como aliás já vem pagando.
Paulo Roberto de Almeida

Lula defende alta carga tributária do Brasil
Tânia Monteiro e Leonencio Nossa
Agência Estado, 1 de junho de 2010

'Quem tem carga tributária de 10% não tem Estado', afirmou presidente em discurso de improviso

BRASÍLIA - Em discurso de improviso na 33ª reunião da Cepal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a alta carga tributária do País, alegando que "quem tem carga tributária de 10% não tem Estado" e "o Estado não pode fazer absolutamente nada".

Lula ironizou lembrando o que chamou de "brigas apoteóticas" entre os ex-ministros da Fazenda do Brasil e da Argentina, Pedro Malan e Domingo Cavallo, respectivamente, querendo saber quem era mais amigo dos países ricos. "O FMI mandava todo dia um agente aqui para dar palpite, funcionários do FMI, e essas pessoas achavam que faziam bem pros seus países. Eu penso que estamos construindo um mundo mais verdadeiro", desabafou Lula, avisando que "tem orgulho" da carga tributária do país hoje.

"Tem gente que se orgulha de dizer, olha, em meu país, a carga tributária é de apenas 9%, no meu país é apenas 10%. Quem tem carga tributária de 10% não tem Estado. O Estado não pode fazer absolutamente nada". "E estamos aí cheio de exemplos para a gente ver. É só percorrer o mundo para perceber que exatamente os Estados que têm as melhores políticas sociais são os que têm a carga tributária mais elevadas, vide Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Dinamarca", declarou Lula. "E os que têm a carga tributária menor, não têm condição de fazer absolutamente nada de política social, é só fazer um recorrido pela América do Sul", defendeu.

2 comentários:

Sabine disse...

Os Estados que têm as melhores políticas sociais são os que têm as cargas tributárias mais elevadas. O Brasil tem a carga tributária elevada, portanto tem das melhores políticas sociais?! O Presidente, claramente, precisa de uma aula básica de lógica.

Professor, o senhor lê a Carta Capital? Fiz uma rápida busca em seu blog e constatei que há vários artigos da Veja, e nenhum da Carta Capital. Pergunto por curiosidade apenas, pois não creio, como muitos por aí, serem uma e outra partidos políticos aos quais as pessoas tenham de se filiar ou dever fidelidade!

Sempre li a Veja, que é o que tinha em casa, até entrar na faculdade. Me formei em 2009 por um instituto de humanidades de uma universidade federal, onde uma pessoa poderia ser "discriminada" por ser vista a menos de três metros de uma revista Veja. Fiquei curiosa com a tietagem em torno de Carta Capital e passei a lê-la também. Hoje leio ambas as revistas, mais um sem-número de outros veículos pela internet (e acho a Carta Capital um tanto canhestra em suas investidas, tanto contra quanto a favor de quem quer que seja. Ultimamente tenho até pensado se não estou perdendo meu tempo lendo essa revista.)

Bem, todos esses floreios são apenas pra dizer que, ao ler esta notícia em seu blog, logo me perguntei: como será que a Carta Capital defenderá o Presidente quanto a essas declarações absurdas? No próximo capítulo, digo, número, a resposta...

Paulo Roberto de Almeida disse...

Sabine,
Muito grato pelos seus comentários.
Não apenas não existe sequer um resquício de lógica e de consistência econômica, ou de qualquer outra política pública, no que diz o presidente, como é preciso ficar bem claro que estamos -- no caso estão -- construindo um sistema absolutamente inviável no plano da racionalidade, da sustentabilidade econômica e até de certos princípios morais que gostaríamos de reforçar em nosso país. Essa noção de que o grande irmão estatal -- o paizão, ou a mãezona dos brasileiros carentes, segundo o presidente -- deve vir em socorro dos brasileiros mais desprovidos de meios, transferindo dinheiro de quem produz para quem simplesmente tem baixíssima produtividade, por falta de padrões educacionais mínimos é absolutamente deletéria do ponto de vista da construção de uma sociedade "normal". Reafirmo isso e digo que estão construindo no Brasil uma sociedade anormal, baseada no redistributivismo criminoso (posto que redutor das possibilidades de crescimento) da riqueza criada pela fração produtiva da população.
Vamos pagar muito caro por isso, sobretudo sua geração e a seguinte, até que se consiga corrigir essas políticas nefastas no plano econômico, social e até moral.

Q Veja é uma revistinha medíocre de vulgarização de informações, mas que ocupa um espaço hoje não ocupaado por melhores veículos de informação e análise. A nossa imprensa, com raríssimas exceções, é muito mediocre, e fora de alguns editoriais e pouquíssimos colunistas mais bem informados e minimamente equilibrados, o panorama é desolador pela má qualidade de quem trabalha no setor, fruto dessas reservas de mercado e da decadência universitária que enfrentamos desde muitos anos. Jornalistas e reporteres sao ou medíocres ou enviesados.
Quanto a Carta Capital, leio sim, e recebo regularmente, e minha opinião é muito simples.
Reune o que sobrou de viuvas do socialismo e de órfãos do comunismo, que defendem certas causas absolutamente anacrônicas, não apenas com a fé cega dos true believers -- e vários são realmente idiotas a esse ponto -- mas também com a conivência de má fé dos que são comprados pelo dinheiro público para escrever o que escrevem.
Absolutamente nojento e totalmente sem crédito; uma máfia de jornalistas vendidos ou idiotas inúteis.
Paulo Roberto de Almeida