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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dividas soberanas: a posicao dos principais paises

"Soberana" é uma palavra muito bonita para um fenômeno que se baseia, na verdade, na irresponsabilidade dos governantes, ao pretender fazer mais do que o permitido por simples leis econômicas.
Antigamente, se recorria a métodos inflacionários, desvalorização da moeda ou outros expedientes de duvidosa racionalidade, mas que faziam sentido em sistemas mais ou menos insulados da economia nacional.
Com a globalização financeira, a integração dos mercados, ou a camisa de força da moeda única (como no caso europeu), esses expediente se tornaram mais difíceis ou impossíveis.
Os governos então recorrem ao financiamento externo, facilitado por enormes volumes de liquidez mundial e facilidade de transações financeiros inter-mercados. Muito fácil fazer syndicated loans -- com os bancos comerciais -- ou emissões de global bonus, com os intermediários financeiros.
A dívida vai se acumulando, com base em projeções superotimistas de melhorias futuras.
Quando ocorre uma crise, como agora, os capitais se retraem e os governos irresponsáveis ficam a descoberto.
Acho tudo isso muito bom, diga-se de passagem, pois vai educando as pessoas -- e, supõe-se também os legisladores -- para a necessidade de comportamentos responsáveis, como, aliás, cada um deve fazer com o seu orçamento pessoal...
Paulo Roberto de Almeida

Economia global
Gráfico mostra dívida mundial

Opinião e Notícia, 25/06/2010

O gráfico interativo mostra os níveis totais de dívida para diferentes países
(a partir da The Economist)

Apesar de as manchetes falarem bastante da dívida dos governos, essa questão é só uma parte do problema. O fato é que a dívida cresceu, seja de consumidores com os cartões de crédito, empresas pegando empréstimos, ou empresas financeiras utilizando dívidas para comprar ativos arriscados.

O gráfico interativo mostra os níveis totais de dívida para diferentes países. Ele se baseia em dados fornecidos pelo Instituto “McKinsey Global Institute”. Na teoria, não há nível máximo para dívidas em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), mas a Irlanda e a Islândia (que não estão no mapa) encontraram o limite na prática. Isso aconteceu quando a dívida dos dois países atingiu de 8 a 10 vezes o PIB.

Veja aqui o gráfico interativo
Dívida mundial (Fonte: Economist)

A dívida também está fragmentada por setor, como pode-se observar no gráfico. Os bancos da Inglaterra em relação à sua economia são enormes. Além disso, a dívida corporativa da Espanha também é bem alta.

Estas figuras irão preocupar os proprietários de títulos do governo desde que a crise de 2008 mostrou que os governos podem ser forçados a garantir a dívida do setor privado.

Pode-se observar também uma atualização da tabela divulgada pela Economist em fevereiro. Ela traz um ranking em termos de seu saldo orçamental primário e de dívida do PIB mais a relação entre o rendimento de sua dívida e o crescimento econômico. A Espanha agora ocupa o lugar da Grécia como o país na pior posição:

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