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sexta-feira, 18 de junho de 2010

A frase do dia: como podemos progredir com professores estáveis?

Bem, não foi bem uma pergunta, mas uma afirmação, e ela está no Wall Street Journal de hoje, num artigo do professor Timothy Knowles, que escreveu o artigo:

The Trouble With Teacher Tenure
(ou seja, o problema com a estabilidade dos professores) e sua frase é exatamente esta:

We can't make progress if bad teachers have jobs for life.

Ele se refere a uma lei estadual (escolas e universidades são um assunto puramente local, provincial ou no máximo estadual nos EUA, e o governo federal só intervem em programas de formação e de pesquisa específicos) do Colorado, onde o governador assinou uma lei revisando completamente o sistema de avaliação de professores do estado, prevendo inclusive demissão por performance insuficiente. De fato, não existe progresso com maus professores se mantendo nos mesmos cargos durante anos e anos.

No que se refere ao Brasil, e no que concerne minha posição, se eu tivesse esse poder, terminaria com toda e qualquer estabilidade em qualquer nível, em qualquer função, para qualquer tipo de funcionário público a qualquer momento (OK, manteria para juízes no exercício exclusivo de funções de magistrado durante períodos de 4 anos, renováveis apenas mediante avaliação de desempenho).
Professor universitário do sistema público, voltado para a pesquisa, poderia adquirir a chamada tenure, depois de 12 anos de exercício contínuo da profissão (aulas combinadas com pesquisas) e avaliação por banca externa.
Não existe outra maneira de buscar a excelência senão por meio da avaliação contínua, e sem que se constituam esses quistos de funcionários interessados apenas em suas próprias carreiras e não no serviço público.
O sistema de mandarinato, outrora um excelente mecanismo de recrutamento dos melhores para servir ao Estado, converteu-se, pouco a pouco, num sistema corrupto e sobredimensionado, contribuindo para a decadência da China.
Acredito que com a sanha irresponsável dos nossos mandarins, com as gangues sindicais de professores do sistema público, o Brasil caminha rapidamente para a decadência.
Na educação isso é uma tragédia...
Paulo Roberto de Almeida

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