Clodoaldo Bueno e a Política Exterior da República, 1889-1902
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)
Nota sobre a 2ª edição do livro de Clodoaldo Bueno, A República e sua Política Exterior (1889-1902). 2ª ed.; São Paulo-Unesp, 2022
Em 28 anos de distância, dois presentes admiráveis
Clodoaldo Bueno, graduado em História pela Unesp, doutor em História Econômica pela USP e livre-docente em História Econômica, Social e Política do Brasil pela Unesp, da qual é professor aposentado, continua um acadêmico excepcional. Em 1995 fui presenteado com a primeira edição de seu livro, então quase definitivo, sobre a política externa de nossa primeira república, de 1889 a 1902, e agora, 28 anos depois, ele acaba de me presentar novamente com a 2ª edição desta obra, nunca definitiva, mas que já era inexcedível na cobertura do período e que acaba de ser ampliada, revista, aumentada. Eram 377 páginas na 1ª edição, agora são 386, mas a ampliação substantiva foi bem maior, e mais importante, do que meras 9 páginas a mais. Eis as capas dos dois volumes:
Sempre extremamente gentil e atencioso, Clodoaldo Bueno me fez duas dedicatórias, singularmente parecidas, mesmo à distância de 28 anos, um tempo durante o qual intercambiamos algumas colaborações e nos encontramos algumas vezes, geralmente por intermédio do professor e amigo, historiador insigne da diplomacia brasileira, Amado Luiz Cervo, quem escreve a apresentação desta nova edição. Eis as duas dedicatórias dos livros:
Os dados editoriais de cada um dos volumes constam destas duas reproduções:
Comparando os dois sumários, percebe-se diferenças não substanciais, mas significativas entre ambos, com remodelação das partes, reconfiguração e nova titulação de alguns capítulos e, com toda certeza, ampliação do conteúdo para abrigar novas pesquisas, novas interpretações, novas leituras, de acesso a fontes e a bibliografia ampliada. Eis os sumários respectivos resumidos, apenas como exemplo.
A 2ª edição desta obra magnífica deve converter-se, mas ela já era, no standard book da política externa da primeiríssima república, numa era especialmente confusa no Brasil, com não menos de 19 ministros, entre titulares e interinos, sobretudo no caótico governo de Floriano Peixoto, com dez chanceleres (metade interina).
O livro merece uma resenha ampliada, e certamente será usado por mim num trabalho que preparo atualmente sobre a formação do diplomata brasileiro (a “republicanização” do corpo diplomático tem aspectos até hilariantes, se não fossem lamentáveis para muitos).
Parabéns a Clodoaldo Bueno por mais esta performance academicamente estupenda.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4339: 18 março 2023, 2 p.
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