Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
O brevíssimo ex-chanceler acidental deve estar agora se felicitando deveras por ter sido oportunamente demitido pelo inomável e inelegível (agora indiciado) covarde chefão dos golpistas, em março de 2021, do contrário poderia estar sendo indiciado pela maldosa PF na companhia do seu amigo e mentor diplomático (na verdade, verdadeiro chefe do chanceler acidental e da diplomacia, junto com o Bananinha 03, que mandavam e desmandavam no patético personagem), Filipe Martins, vulgo Robespirralho ou Sorocabannon, que foi quem entregou ao covarde desertor do dia 30/12/2022 a minuta do Estado de Sítio preparada por outro patético personagem, o ex-ministro da “justissa” Anderson Torres, ambos na companhia de muitos milicos da força bruta e quase todos os outros militantes da causa, em especial os integrantes do Gabinete do Ódio.
O chanceler acidental, que tinha ficado muito contente com a vitória nas eleições presidenciais americanas do “salvador do Ocidente”, deve estar agora querendo apenas ser esquecido de todos, sobretudo do Xandão, que ainda deve aumentar a lista de três dúzias de golpistas, onde o escondido “dipromata” também poderia estar, se tivesse continuado a ser o chanceler de araque que quase destruiu a diplomacia profissional com seu antiglobalismo esquizofrênico e seu olavismo doentio. Que ele se lembre de agradecer ao ex-chefe a sua demissão.
Eu talvez também tivesse, em todo caso, de agradecer ao funesto chanceler acidental a oportunidade e a inspiração que ele me deu para escrever pelo menos cinco livros sobre sua terrível obra destruidora, começando por “Miséria da Diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty”, logo em meados de 2019, e terminando por “Apogeu e Demolição da Política Externa”, em meados de 2021, pouco depois que ele foi defenestrado pelo ingrato e estúpido chefe desmiolado. No meio teve três outros livros: “O Itamaraty num Labirinto de Sombras” (2019), “Uma Certa Ideia do Itamaraty” (2020) e “O Itamaraty Sequestrado” (2020). Todos eles disponíveis na Amazon.com.br, vários em Kindle.
Eu acho que os anos 2019-2021 deveriam ficar num parênteses na história do Itamaraty, como exemplo do que de errado a ideologia pode fazer contra nossos valores e princípios (até constitucionais), contra nossos padrões de trabalho, quando a corporação resolve ser submissa aos ditames de amadores em política externa e militantes de certas causas bizarras. Isso vale para a esquerda e para a direita, ambas aliadas de ditadores de suas respectivas causas, sempre autocráticas, num sentido ou noutro.
“O problema brasileiro nunca foi fabricar Constituições, e sim cumpri-las.”
Roberto Campos, Lanterna na Popa (memórias), 1994.
Índice
Apresentação: Constituições e desenvolvimento político no Brasil
1. Representação política no Brasil até a Constituição de 1824
2. Formação do constitucionalismo luso-brasileiro no século XIX
3. Da Constituinte de 1823 à Constituição de 1824: aspectos econômicos
4. A economia nas constituições brasileiras, de 1824 a 1946
5. As relações internacionais na ordem constitucional de 1988
6. Brasil: um Prometeu acorrentado pela sua própria Constituição
7. Análise crítica do conteúdo econômico da Constituição de 1988
8. A Constituição e a integração regional
9. Dois séculos de constituições e regimes políticos no Brasil, 1824-2024
Apêndices
Livros de Paulo Roberto de Almeida
Nota sobre o autor
Historical and sociological essays on the building-up of the Brazilian constitutional system, since the beginning of the 19th century up to the current constitutional chart, the 1988 Constitution of the Federative Republic of Brazil. The essays offer an analytical examination of the constitutional processes each time – the 1823 Constitutional Assembly and its liberal project; the 1824 first Constitution, introducing an innovation, the Moderator Power, besides the Executive, Legislative and Judiciary branches; the first, 1891, Republican Constitution; the new, corporative, 1934 Assembly and its "Weimarian" Constitution; the authoritarian 1937 Constitution, inaugurated at the Estado Novo; the liberal 1946 Constitution; the changes introduced by the military regime (1964-1985) and the 1967 Constitution; a new authoritarian turn in 1969; and, finally, the Constituent Assembly of 1987-1988 and the democratic Chart approved in 1988 - and discusses, more extensively the implications of each text for the external policy, as well over the economic framework of the current Constitution.
Trump’s nominee for Secretary of State is known for his hardline stances on dictatorships and China’s activity in the region.
President-elect Donald Trump has nominated Florida Senator Marco Rubio for Secretary of State, making him potentially the first Latino to hold the position. The three-term senator, a son of Cuban immigrants, was born in Miami and was highly influential on Latin America policy during Trump’s first administration.
That influence is now likely to grow. He has consistently spoken out against dictatorships in Venezuela, Cuba and Nicaragua. He has also criticized some of Latin America’s leftist leaders for their positions on Venezuela and China’s presence in the region.
Here is a selection of some of Rubio’s recent statements on Latin America.
On Latin America
April 2024 Article in The National Interest: “We must take seriously the opportunities for collaboration presented by countries like Ecuador, El Salvador, Argentina, Paraguay, the Dominican Republic, Peru, Guyana, and Costa Rica.”
“Our region is currently experiencing at least six major crises. These range from unprecedented mass migration at the U.S. southern border to the complete breakdown of social order in Haiti to ramped-up state oppression in Cuba, Nicaragua, and Venezuela. At the same time, the outlook for our region remains bright.”
“Is this a contradiction? Only if we ignore the bright spots in Latin America and the Caribbean. Even as we recognize the horrors occurring not far from our shores—and do our best to counter them—we must draw inspiration from the new generation of potentially pro-America leaders in the Western Hemisphere.”
On Cuba
August 2024 Introducing a resolution in the Senate condemning the Cuban government: “The world is bearing witness to the multiple ways the Castro/Díaz-Canel regime has served as a puppet for Communist China, Iran, and most recently Russia. America has a moral duty to defend our nation’s interests and we must continue to uphold democratic order and justice in our hemisphere.”
April 2024 Interview in Voz: “Cuba has a long history of intelligence and military cooperation with the communist government of China…. In many cases, we have not done enough to create alternatives to what China has done in many countries.”
On Venezuela
August 2024 Op-ed in the Miami Herald: “The Biden-Harris administration has “serious concerns” that dictator Nicolás Maduro’s announcement of electoral victory in the recent presidential election “does not reflect the will or the votes of the Venezuelan people.”
“But such an outcome to this sham election was entirely predictable from the start. It was made more so by three years’ worth of concessions to and negotiations with the Maduro narco-dictatorship.”
“In short, the Biden-Harris Administration gave away every ounce of leverage we had over Maduro, then appeared surprised when he didn’t do what they wanted. It’s problematic to say the least, and not just for the people of Venezuela—or for opposition leader María Corina Machado and presidential candidate Edmundo González, who are now facing threats of imprisonment—but for America.”
“In recent years, nearly eight million Venezuelans have fled their country. Many of them have crossed our southern border, and many more will do the same if Maduro retains power.”
“The tyrant will also happily send dangerous criminals—like the brutal Tren de Aragua gang, which is already wreaking havoc on our streets—the United States’ way. None of this makes life easier for American communities. It shows the White House’s feckless policies have failed across the board.”
January 2019 Comments for CNN regarding Venezuela: “I don’t know of anyone who is calling for a military intervention.”
September 2018 Quote in Newsweek: In an interview with Univision 23, Rubio said he would not rule out the military option in Venezuela. Rubio, a vocal opponent of Maduro’s regime, commented in Spanish and was quoted by Newsweek.
“For months and years, I wanted the solution in Venezuela to be a non-military and peaceful solution, simply to restore democracy.”
“I believe that the Armed Forces of the United States are only used in the event of a threat to national security. I believe that there is a very strong argument that can be made at this time that Venezuela and the Maduro regime has become a threat to the region and even to the United States.”
“Mexico is an important partner of the United States. The country, its institutions. But López Obrador is not a good ally. The current president, unfortunately, is dedicated to talking nonsense, to interfering in U.S. policy. His thinking is beyond the left, a strange thinking in terms of that line with all these dictators in the hemisphere. And he has a domestic policy with which he has handed over a large part of his national territory to the drug traffickers who control those areas. That matters to us because we are seeing the consequences of that violence, that criminality entering our border and our country. So I have my disagreement with him, but he is the president of Mexico today, he was not yesterday and he is not going to be tomorrow. There is a difference between the country and the importance of the country and its institutions and whoever is in office at the moment.”
Interviewer: “Would you agree with sending U.S. troops to combat drug cartels in Mexico?”
“Well, as long as there is cooperation from the Mexican government, which at the moment I don’t think we are going to see, because this is a president who came into office saying that he didn’t want to go after these criminal gangs. I would be willing to support this measure, but it has to be in coordination with the armed forces and the Mexican police force. Otherwise, it would not be possible to do it.”
On Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva
May 2023 X post commenting on a Reuters piecereporting on Lula’s critiques of U.S. sanctions on Venezuela: “Brazil’s Lula da Silva is the latest far-left leader who whitewashes the criminal nature of the Maduro narco-regime, days after meeting with Pres. Biden. Under the Biden Administration’s weak foreign policy, tyrants in our region feel emboldened to seek international support.”
February 2023 Op-ed in The Epoch Times: “It sounds paradoxical, but President Lula da Silva of Brazil is seeking closer ties with both the United States and Communist China…. For now, that means he will take what he can get from both the U.S. and the CCP—so long as it benefits his agenda.”
“President Biden must take a firm line with Brazil’s new president, holding Lula to account for his friendliness toward the CCP—as well as other bloody handed dictatorships, like those of Cuba, Nicaragua, and Venezuela.”
On Colombian President Gustavo Petro
April 2023 Interview in Semana: “It is very dangerous that the president of a country, which for years has been a great ally of the United States, now chooses to be the spokesperson for a criminal drug dictatorship like the one in Venezuela. In order to obtain the support of intermediaries like Maduro and Castro for “negotiations” with the ELN terrorists, Petro is willing to lobby for a vile dictatorship.”
April 2023 In Medium: “For decades, Colombia has been ravaged by the violent outbursts of rebel groups like the National Liberation Army (ELN)…. Over the past few months, Petro has sought to end the violence through negotiations…, but he’s only sowing disaster.…”
“Case in point: the ELN continues to attack the Colombian government…. These are the mercenaries Petro wants to appease, even to the point of backtracking on Colombia’s longstanding extradition agreement with the U.S. It’s terrible, but it’s what happens when you negotiate with terrorists from a position of weakness.”
“It’s also what happens when you cooperate with tyrants…. Petro has been the foremost Latin American advocate of “engagement” with narco-dictator Nicolás Maduro in Venezuela and puppet dictator Miguel Díaz-Canel in Cuba [because] he wants both regimes to use their leverage over the ELN in Colombia’s favor. [I]t’s a fool’s errand, because internationally ostracized dictators have nothing to gain from increasing stability in the region.…”
“The icing on the cake is that Petro has also joined the ranks of Latin America’s pro-China voices. In February, his Ministry of Foreign Affairs went so far as to issue guidelines instructing Colombian officials to refuse contact with Taiwan….”
On China’s activity in Latin America
October 2024 Op-ed in the Miami Heraldon Huawei: “Its primary goal was and remains, the domination of the global wireless market on Beijing’s behalf, combined with the expansion of the Chinese Communist Party’s ability to spy on and disrupt other countries’ communications.”
“I urge Latin American leaders not to heed Huawei’s siren song. No 5G deal is worth allowing a totalitarian dictatorship to spy on and interfere in a free nation’s affairs.”
March 2022 Remarks at Senate Committee on Foreign Relations subcommittee hearing on China in Latin America: “Unfortunately, many of these newer leaders in the region have expressed admiration for the Communist Party in China’s model, even as they turn a blind eye and in many cases are supportive of the regimes that are creating tremendous suffering in Cuba and Venezuela and in Nicaragua.”
“So Beijing sees this, and they’re seizing the opportunity to grow both their influence and their power in the Western Hemisphere. As an example, their Belt and Road Initiative uses massive infrastructure loans and projects to lure nations into economic and political dependency — debt traps. That’s now spread to Argentina, Brazil, Barbados, and Panama. And in their annual report last year, the bipartisan US-China Security and Economic Review Commission found that the Communist Party of China is taking advantage of its economic importance and political relationships to encourage governments across the region to make domestic and foreign policy decisions that favor the CCP and undermine democracy and free markets in the region.”
“Their intentions in the region are not to be active because they want to make life better for people living in the Western Hemisphere. They care only about power and influence. They don’t care about stability or economic development. And so even as increasing exports to China boost the economies of some of the nations in these regions, the Communist Party of China is pushing countries to remain dependent on mining and the export of other natural resources instead of partnering with them to develop and industrialize their economies. It’s encouraging them to weaken or even break their own environmental, social and [governmental] regulations by promising them increased investment from China in return.”
“And they do this because they know that chaos in Latin America and the Caribbean would severely hurt us, destabilize us, who they view as their primary and central rival. If cartels have greater operating freedom to send drugs and violence across our border, it worsens the opioid and fentanyl epidemic and [amplifies] gang violence in our communities. If more countries go the way of Venezuela, Nicaragua, and Cuba, you’ll see massive new waves of illegal immigration and human trafficking that’s associated with it.”
“So we simply can’t afford to let the Chinese Communist Party expand its influence and absorb Latin America and the Caribbean into its private political-economic bloc. That would leave our country worse off and ensnare the people of Latin America and the Caribbean into a generation of suffering and repression. So I’m hopeful that our nation will begin to address this threat head on and seriously revitalize our engagement in the region.”
This article was updated on November 13 to reflect the confirmation of Rubio’s nomination.
ABOUT THE AUTHOR
Sweigart is an editor at Americas Quarterly and a policy manager at the Americas Society/Council of the Americas
[Objetivo: ensaio introdutório; finalidade: coletânea de textos sobre Thomas Sowell]
Publicado como prefácio in:
Dennys Garcia Xavier (org.), Thomas Sowell e a aniquilação de falácias ideológicas: Breves Lições, compilação de estudos sobre o economista americano (São Paulo: LVM, 2019, 312 p.; ISBN: 978-6550520168). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/125725982/3491_Thomas_Sowell_um_intelectual_completo_2019_)
Meus encontros (erráticos) com a obra de Thomas Sowell
Lamento ter demorado tanto tempo para a “descoberta” desse grande economista americano, seguida do mergulho fascinante em suas obras. Entre a penúltima estada nos Estados Unidos – como ministro-conselheiro na embaixada em Washington, entre 1999 e 2003 – e a mais recente – no Consulado do Brasil em Hartford, entre 2013 e 2015 –, passei dez anos no Brasil, entregue a atividades acadêmicas vinculadas à economia do Brasil, objeto de minhas aulas no mestrado e doutorado em Direito no Uniceub, onde ainda sou professor. Mas, mesmo quando estava em Washington, eu me ocupei basicamente de estudos dirigidos ao Brasil: encontros com brasilianistas, redação de livros sobre a história diplomática ou sobre a política brasileira, e quase não me voltei para a produção acadêmica americana, a não ser nos temas estritamente conectados à minha área de trabalho naquela embaixada: finanças internacionais (seguimento das atividades do FMI, do Banco Mundial e do BID, política comercial numa fase em que a Área de Livre Comércio das Américas ainda não tinha sido implodida pelos companheiros, encontros nos think tanks de capital americana, entre eles o Institute of International Economics, onde trabalhava John Williamson, o homem do “consenso de Washington). Mas, a despeito do atraso, creio ter recuperado algum terreno desde então, e isso começou em Hartford, quando passei a adquirir os seus livros.
Foi apenas da segunda vez que tratei de atualizar minha bibliografia econômica e logo tratei de encomendar meu primeiro livro do grande economista: descubro agora que seis anos atrás, mais exatamente em abril de 2013, encomendei o primeiro, The Thomas Sowell Reader (2011), ao qual se seguiram muitos outros livros dele. Na postagem que fiz em meu blog Diplomatizzando sobre esse e vários outros de sua bibliografia – a qual eu já estava mirando com um olhar cúpido –, verifico que o título escolhido foi o mesmo que, inadvertidamente, decidi adotar neste ensaio: “um intelectual completo”.
Arnaldo Godoy, o imperador dos livros, de quem eu tenho uma pouco secreta inveja
Paulo Roberto de Almeida
Um dia depois que eu escrevi um texto meio simplório sobre a passagem do tempo, a propósito de eu já ter contornado o Cabo da Boa Esperança (antes era o das Tormentas, como foi o meu, durante a ditadura militar), que postei neste espaço:
meu querido amigo Arnaldo Godoy me distinguiu charmosamente me "acusando" de ser um polimata, ou seja, alguém com sete instrumentos.
Mal sabe ele que eu o invejo secretamente, por ser capaz, há décadas, de compor um artigo-resenha altamente inspirado, sobre os mais diversos livros, impiedosamente todos os domingos no Conjur, uma seção das mais saborosas intelectualmente, e que leva o modesto título de "Embargos Culturais". Minha inveja decorre do fato de eu sempre querer ter sido basicamente um resenhista de livros, e ser publicado em algum veículos de grande divulgação.
Mas atenção, eu não me dedicaria a livros do momento, esses lançamentos que recebem maciça propaganda em torno do autor. Não! Eu gostaria de fazer resenhas sobre livros antigos, de preferência de mais de 100 anos atrás, sobre economia, sobre política, sobre temas culturais. Nunca consegui, a não ser alguns petardos episódicos em torno do conceito de "Clássicos Revisitados": mas consegui fazer um Marx (Um novo Manifesto Comunista), um Maquiavel (O Moderno Príncipe), um Toqueville (De la Démocratie au Brésil), um pouco de Sun Tzu (para diplomatas) e de Benjamin Constant (De la Diplomatie des Anciens et des Modernes), e talvez alguns outros projetos inacabados.
Arnaldo Godoy não apenas fez centenas de embargos culturais sobre livros interessantíssimos – inclusive de autores já mortos –, mas também empreendeu uma coleção que ele dirigiu sobre literatura para o Direito, ou seja, grandes obras de nossa literatura – Machado, Lima Barreto e outros – lidos pela ótica dos problemas jurídicos. De fato, como ele disse no seu "praise" a mim oferecido, estivemos juntos em várias bancas de mestrado ou doutorado, sempre com enorme prazer intelectual para mim. E, mais importante, ele forneceu a matéria prima para que eu aceitasse a cadeira que tem Tobias Barreto como patrono para minha posse no Instituto Histórico e Geográfico do DF: seu livro sobre o grande jurista "teuto"-sergipano é um primor de pesquisa e de revelações sobre um dos mais importantes filósofos do direito e crítico social do Brasil. Não sei dizer se minha "retaliação" foi à altura da dele, quando o acolhi no IHG-DF, na qual ele tomou posse com uma brilhante dissertação sobre o "dono" da sua cadeira, o jurista Clovis Beviláqua. Eu apenas o apresentei como grande intelectual, num breve discurso que fica muito abaixo, em decibeis intelectuais, à homenagem que ele me prestou no dia de ontem, por este texto que também postei neste meu quilombo de resistência intelectual:
- "A Paulo Roberto de Almeida, ao ensejo de seus 75 anos"
"Entre os incontáveis textos de Paulo Roberto tenho comigo aqui uma introdução a uma coletânea de estudos sobre Thomas Sowell, intelectual norte- americano que se impôs como um aniquilador de falácias ideológicas. Em nosso ambiente cultural, no mais das vezes tão disperso e retraído, Paulo Roberto de Almeida protagoniza papel idêntico, ainda que o faça de modo reservado, introvertido."
De fato, entre os grandes intelectuais que eu prezo, ilimitadamente, está Thomas Sowell, talvez pelo fato dele ter sido, como eu, um marxista na juventude, inclusive na liberal Universidade de Chicago e ter realizado depois uma das mais belas conversões à inteligência eclética que conheço na academia americana (e mundial). Na minha juventude marxista até escolhi estudar numa universidade socialista, a 17 de Novembro, em Praga, mas saí de lá em menos de três meses ao conhecer o socialismo por dentro. Nunca consegui o brilhantismo de Thomas Sowel, mas eu o chamei de "intelectual completo" na introdução a suas obras que publiquei no livro de Dennys Garcia Xavier (Breves Lições), Thomas Sowell e a aniquilação de falácias ideológicas (São Paulo: LVM, 2019).
Thomas Sowell tem um livro sobre o marxismo – eu tenho vários também – que eu considero ser superior ao de Raymond Aron, este mais filosófico, aquele mais econômico, que ainda combina mais com o meu materialismo histórico.
Mas Arnaldo Godoy toca em outro ponto fraco meu, talvez forte, que é o amor pelos livros. Ele escreveu o seguinte (mas leiam a homenagem completa, no link acima):
- Paulo Roberto de Almeida é, na essência, um homem simples. É um homem de livros e de ideias. Creio que se pudesse escolher, Paulo passaria a vida transitando dos balcões das livrarias, para a sombra das prateleiras dos sebos, a buquinar alguma raridade. Ou dirigindo, pois foi no volante que, com sua inseparável Carmen, andou boa parte desse mundo. -
De fato, ele tem toda a razão, e essa a razão de minha secreta inveja. Além de toda a sua imensa produção de artigos, ensaios e livros –, Arnaldo Godoy consegue produzir semanalmente seus petardos culturais do mais alto nível intelectual, uma coluna absolutamente fascinante sobre todos os tipos de livros, em torno dos quais ele discorre sobre os temas que mais lhe chamaram a atenção na leitura. Por isso eu não hesito em convidar a todos a fazer uma para dominical obrigatória nos Embargos Culturais, neste site:
Finalizo, agradecendo a homenagem que me prestou Arnaldo Godoy. Tem muitas coisas que nos aproximam, ele um jurista, eu um sociólogo, mas uma das qualidades que eu mais prezo nele é honestidade intelectual. Esta a condição primordial que todo indivíduo de pensamento próprio deve manter em face da realidade política do país, em face da diversidade de opiniões daqueles que conosco convivem e das escolhas que devemos fazer sobre as alternativas intelectuais que mais se coadunam com o que nós mesmos pensamos. Ele provavelmente se equivoca ao dizer que eu tenho o "glamour do diplomata", o que talvez seja recebido com sorrisos irônicos por colegas da carreira, que sabem que eu contestei mais de uma vez as posições oficiais de nossa política externa e as ações de "nossa" diplomacia (nós diplomatas, sabemos em todo caso que essas posições não são exatamente nossas, mas as dos políticos que somos obrigados a obedecer).
Tem razão em dizer que sou um "homem simples, um homem de livros e ideias" – mas também ressalva que minha mulher, Carmen Lícia Palazzo, lê muito mais do que eu –, o que finalmente resume todo o sentido de minha vida: leio de tudo, observo a realidade em volta, e reflito sobre nossos problemas, diplomáticos e outros. De certa forma, levamos ambos o bom combate, o do conhecimento pela obra alheia e o da exposição de ideias próprias sobre os desafios da vida.
Obrigado, caro Arnaldo, pela bela homenagem. Vou ter de retaliar um dia desses.
A PAULO ROBERTO DE ALMEIDA, AO ENSEJO DE SEUS 75 ANOS
Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy
Nós, amigos e leitores de Paulo Roberto de Almeida, festejamos, nessa semana, os 75 anos de nosso Farol. Cético, diferente, irreverente, provocador, Paulo Roberto já transitou por todos os campos ideológicos, e sempre convergiu para um campo próprio. Não é preso a igrejinha alguma. A exemplo do inesquecível Barão de Itararé, o apostolado de Paulo (não o de Tarso, mas o do nosso diplomata) é o apostolado do lado oposto.
Conheci Paulo Roberto em uma banca de dissertação de mestrado do Ceub; e já se vão mais de dez anos. Me chamou a atenção a sua prosa calma, seu feitio iconoclasta de quem quebra imagens, mas que o faz com delicadeza. Muitos anos antes de que se falasse sobre guerras culturais, Paulo escancarava sua irritação para com certos textos dos frankfurtianos do exílio e dos pós-estruturalistas. Tem que ter estômago para lê-los, especialmente hoje. Com Paulo Roberto assumi essa realidade, sem medo de patrulhamento.
Paulo lembrava-me o argumento do “niilismo de cátedra”, livro de José Guilherme Merquior, referência de minha geração. Refiro-me a um texto de Paulo Roberto, sobre o encardido tema do “marco teórico” que, de acordo com uma tradição escolástica do tempo do onça, seria o único abre-te-sésamo para uma dissertação/tese de alguma grandeza. A irritação de Paulo Roberto para com esse postulado revelava um pesquisador que sabe o que fala, que sabe quando fala, que sabe para quem fala e, principalmente, que sabe se fala, ou se não se fala. Paulo Roberto conhece o argumento imbatível do silêncio.
Tudo em Paulo Roberto é muito diferente. Educado numa tradição carregada de materialismo histórico, com Paulo Roberto fui entender que o materialismo histórico é pura teoria, e que é uma pura teoria que a prática e o realismo repudiam.
Paulo Roberto tem todo o glamour do diplomata, sua carreira e uma de suas vocações. Quem de nós, que vivíamos lendo o tempo todo, e todo o tempo, não quisermos um dia sê-lo. Paulo era a materialização do sonho de uma geração, ainda obstinada pela falácia de que todo barbudinho do Itamaraty (como muitos eram negativamente referidos nos anos 70) era um fragmento vivo de Guimarães Rosa ou de João Cabral de Mello Neto. Foi através de Paulo Roberto que conheci Gelson Fonseca Júnior, um grande intelectual, e foi com Paulo Roberto que ouvi pela primeira vez sobre a obra de Carlos Henrique Cardim, especialista em Rui Barbosa.
Paulo Roberto, mais do que todos nós, leu tudo, e leu todos. Disse que sua esposa, Carmen, leu mais do que ele. Não duvido. Paulo Roberto lembra- me um Roberto Campos mais contido, e que faz de sua atividade professoral uma lanterna na popa. E aqui não vai nenhuma inferência inversa ao livro do grande memorialista de nossa vida política e econômica.
Eu sempre tive dificuldade em definir Paulo Roberto. Sociólogo, economista, diplomata, crítico literário, professor, Paulo é na verdade um polímata; é fio da meada sensível de uma tradição hoje em extinção, que certamente tem suas origens naquele grego de ombros largos que ensinava na Academia, que foi escravizado no Mediterrâneo, que foi libertado e que nos legou o espírito altaneiro. Falo de Platão, o autor da Carta VII, monumento da filosofia ocidental. É que Platão, com toda metafísica explicativa de nossa condição, espécie de uma religião para os mais refinados, está na outra ponta dessa tradição.
Historiador de nossa diplomacia, Paulo não temeu aquele que foi tão breve, e que jocosamente nomeou de “o Breve”, e que tanto o incomodou. Crítico da esquerda, e da direita, porque sabe que ambas, quando radicais, estão fora de centro, Paulo sobressai-se como uma referência equilibrada e segura de nossos problemas e dilemas.
Entre os incontáveis textos de Paulo Roberto tenho comigo aqui uma introdução a uma coletânea de estudos sobre Thomas Sowell, intelectual norte- americano que se impôs como um aniquilador de falácias ideológicas. Em nosso ambiente cultural, no mais das vezes tão disperso e retraído, Paulo Roberto de Almeida protagoniza papel idêntico, ainda que o faça de modo reservado, introvertido.
Paulo Roberto de Almeida é, na essência, um homem simples. É um homem de livros e de ideias. Creio que se pudesse escolher, Paulo passaria a vida transitando dos balcões das livrarias, para a sombra das prateleiras dos sebos, a buquinar alguma raridade. Ou dirigindo, pois foi no volante que, com sua inseparável Carmen, andou boa parte desse mundo.
Paulo Roberto de Almeida é, acima de tudo, um espírito inquieto e um pensador livre. Sua trajetória intelectual e profissional é marcada pela recusa ao dogmatismo e pela busca incessante por perguntas e respostas que desafiam as convenções e que rompam com as amarras do pensamento único.
Ao celebrarmos seus 75 anos, não apenas festejamos a longevidade de um Amigo e Mestre, mas reafirmamos o valor de uma vida dedicada ao conhecimento e ao debate, sempre no contexto de uma imensa honestidade intelectual.
Nessa data, deixo meu afetuoso abraço ao aniversariante, extensivo a Carmen, sua esposa, e a toda a família.
Lula tenta pela segunda vez o seu Fome Zero Universal (já que o primeiro, no Brasil, em 2003, foi um fracasso completo). O primeiro Fome Zero Universal tampouco saiu do papel, pois que Lula insistia com a ONU em criar o SEU programa, com a sua logomarca de "pai dos pobres", e a ONU dizia que seria duplicar os esforços do programa já montando a muitos anos entre a FAO e o Pnud, "Programa Mundial de Alimentos". Como não deu certo com o seu nome, Lula desistiu da ideia e foi se ocupar de outras glórias (como a paz entre israelenses e palestinos e o programa nuclear iraniano; nenhum deles sequer decolou).
Agora, no G20 do RJ, ele conseguiu fazer uma Aliança Mundial Contra a Fome e a Pobreza. Quem poderia ser contra? Adivinhem onde vai ser o Secretariado desse "novo" programa da ONU? Em Roma, onde já funciona o PMA da FAO-Pnud. Ou seja, a Aliança será um escritório burocrático do PMA, que já existe, mas Lula acha que com isso conseguirá seu ambicionado Prêmio Nobel da Paz, já que no caso da guerra Hamas/Hezbollah-Isreal e no da paz na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia a coisa é mais dificil.
G20 Rio de Janeiro Leaders’ Declaration - Full text
"We, the Leaders of the G20, met in Rio de Janeiro on 18-19 November 2024 to address major global challenges and crises and promote strong, sustainable, balanced, and inclusive growth. We gather in the birthplace of the Sustainable Development Agenda to reaffirm our commitment to building a just world and a sustainable planet, while leaving no one behind."
Follow the link or download below the full text of the G20 Rio de Janeiro Leaders’ Declaration.
A 66ª edição do Prêmio Jabuti, a mais aguardada cerimônia de premiação do livro brasileiro, foi realizada nesta noite, dia 19 de novembro, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), a cerimônia consagrou"Sempre Paris: crônica de uma cidade, seus escritores e artistas ", deRosa Freire d’Aguiar, como oLivro do Ano de 2024.
Este ano, o prêmio contou com 4.170 obras inscritas, distribuídas em 22 categorias nos eixos de Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.Confira aqui a lista completa dos vencedores.
Além de receber a estatueta dourada, Rosa Freire d’Aguiar foi contemplada com o valor de R$ 70 mil e uma viagem com hospedagem para participar da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, uma das maiores feiras literárias do mundo e onde terá uma agenda com editores e agentes literários.
Abrindo a cerimônia de entrega das estatuetas, Bel Santos Mayer recebeu o prêmio para o projeto vencedor na categoria Fomento à Leitura: IBEAC Literatura: os caminhos literários das bibliotecas comunitárias de Parelheiros.
Outro momento marcante foi a apresentação de Luiza Romão, vencedora em Poesia e Livro do Ano em 2022. Ela emocionou o público com uma performance que reuniu música e poesia, antecedendo a entrega das estatuetas do Eixo Literatura.
A edição do Jabuti de 2024 trouxe inovações importantes, como a inclusão da categoria Escritor Estreante - Poesia, no Eixo Inovação, destinada a autores que lançaram seu primeiro livro em português no Brasil em 2023. No Eixo Não Ficção, foram criadas as categorias Saúde e Bem-Estar, Educação e Negócios, refletindo temas emergentes no universo editorial.
Desde 1959, quando consagrou “Gabriela, Cravo e Canela” de Jorge Amado, o Prêmio Jabuti vem se consolidando como um patrimônio cultural do país, reconhecendo e promovendo a rica produção literária nacional. A premiação valoriza todos os aspectos do setor editorial, dialogando com diversos públicos e adaptando-se às transformações sociais.
A mestre de cerimônia deste ano foi Adriana Lessa, com sua presença cativante e carreira artística consolidada no teatro, cinema e televisão, abrilhantou o evento, tornando a celebração ainda mais especial.
Homenagem do Ano
Marina Colasanti foi a escolhida como a Personalidade Literária da 66ª edição do Prêmio Jabuti. A escritora recebeu a homenagem por sua significativa contribuição à literatura brasileira, abordando temas universais com simplicidade e lirismo, conquistando leitores de todas as idades.
Sua filha, Alessandra Colassanti, recebeu a homenagem representando a escritora. “É muito emocionante estar aqui hoje representando minha mãe. Quero expressar nossa gratidão por esta homenagem, que a reconhece com quase 60 anos de trabalho, dedicação e paixão por sua escrita. Como filha, sempre tive a imagem dela trabalhando intensamente, sentada à mesa, com uma movimentação interna impressionante, criando mundos e histórias que encantam leitores de todas as idades. Gostaria de agradecer também a todos os leitores que acompanharam sua trajetória ao longo desses anos. Essa homenagem é um reflexo do impacto profundo de sua obra”, disse Alessandra.
Sevani Matos, presidente da CBL, expressou entusiasmo com a realização de mais uma edição do prêmio: “Em suas décadas de existência, o Prêmio Jabuti passou por muitas transformações, consolidando-se como uma poderosa vitrine da produção literária em nosso país. É com grande alegria que realizamos este momento para celebrar a riqueza e a pluralidade da literatura nacional, destacando todos os envolvidos no processo criativo e na produção de uma obra literária”, afirmou.
Hubert Alquéres, curador do Prêmio, falou sobre a realização desta edição: “Ao longo dos anos, o Jabuti tem se consolidado como um marco da literatura brasileira, valorizando a liberdade de expressão. Nesta edição, recebemos um grande volume de inscrição de obras, um reflexo não apenas da longevidade do prêmio, mas de sua capacidade de se reinventar e dialogar com diferentes gerações de escritores e leitores. As inovações desta edição mostram que a premiação permanece atenta às transformações do mercado editorial e às demandas contemporâneas”.
A cerimônia, transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da CBL, está disponível nolink.
Este ano, o Prêmio Jabuti contou com o patrocínio da Urbia, empresa especializada na gestão e preservação de patrimônios históricos e ambientais, e, pela segunda vez consecutiva, com o apoio da Indústria Gráfica Santa Marta.
Sobre o Autora do Livro do Ano 2024
Rosa Freire d’Aguiar nasceu no Rio de Janeiro. Jornalista nos anos 1970 e 1980, foi correspondente em Paris das revistas Manchete e IstoÉ. Voltou ao Brasil em 1986 e desde então trabalha como editora e tradutora literária. Entre os prêmios que recebeu por suas traduções estão o da União Latina de Tradução Científica e Técnica por O universo, os deuses, os homens, de Jean-Pierre Vernant; o Jabuti por A elegância do ouriço, de Muriel Barbery; e o Biblioteca Nacional por Bússola, de Mathias Enard.
Rosa Freire d’Aguiar é agora, desta vez na categoria Livro do Ano, reconhecida pelo Prêmio Jabuti.
Sinopse de “Sempre Paris: crônica de uma cidade, seus escritores e artistas”.
Ao combinar memórias e entrevistas, Rosa Freire d'Aguiar oferece um registro extraordinário de um lugar e de uma época pulsantes. Sempre Paris não é apenas um livro sobre a cidade; é uma jornada pelo tempo e pela cultura que ela representa. A autora oferece ao leitor conhecimento e uma experiência estética e sensorial. É uma leitura indispensável para aqueles que amam literatura, arte e, claro, tudo o que neles há de universal.
Durante os anos 1970 e 1980, Rosa Freire d'Aguiar trabalhou como correspondente internacional em Paris. Os restaurantes mais badalados da época, a chegada do primeiro avião comercial supersônico, a devolução do deserto do Sinai ao Egito, tudo que dizia respeito a cultura e política internacional virava notícia, que era rapidamente despachada por telex para o Brasil. E, claro, as longas entrevistas, que marcaram a era de ouro das publicações impressas.
Com um texto saboroso, na melhor tradição do jornalismo literário, a autora reconstitui a atmosfera fervilhante que dominava a cidade - dos cafés e livrarias até os embates sociais e políticos que permeavam o dia a dia dos franceses.