Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
Putin invadiu a Crimeia em 2014 e o resto da Ucrânia em 2022. A ONU não pode fazer nada contra o invasor, como a Liga das Nações em 1935 contra a Itália. Parece que o mundo não aprende.
Como escreveu o ativista americano negro W.E.B. Du Bois na revista, “if Italy takes her pound of flesh by force, does anyone suppose that Germany will not make a similar attempt?”.
Italy invaded Ethiopia in October 1935, launching a war that would drive Ethiopian Emperor Haile Selassie into exile, pave the way for Italian occupation, and test the capacity and will of the League of Nations to check the aggression of expansionist states. Evidence of an impending incursion had “been accumulating for some months,” Robert Gale Woolbert wrote in Foreign Affairs earlier that year. But in a world still largely governed by European colonial powers, whether Italy would go to war depended on whether “France and Great Britain . . . permit it.”
Much of the writing in Foreign Affairs during the war revealed the racism implicit in Western understandings of the conquest—and, in some cases, the racist ideas used to justify it (Corrado Zoli, the former Italian colonial governor of Eritrea, extolled the imperial expansion as a “civilizing mission”). A powerful indictment of Italy’s “indefensible aggression,” meanwhile, came from W. E .B. Du Bois. Italy, he wrote, had proceeded with its invasion “in spite of the League of Nations, in spite of her treaty of arbitration, in spite of efforts at conciliation and adjustment”—and its actions perpetuated a colonial system of “economic exploitation based on the excuse of race prejudice.”
The League of Nations—of which both Ethiopia and Italy were members—did vote to condemn the war. The achievement “seemed little less than a miracle,” Alfred Zimmern wrote in 1936. But the fact remained that the body “did not succeed in preventing war from breaking out.” Nor, as A. Lawrence Lowell pointed out, were the sanctions imposed on Italy particularly effective restraints. Both scholars still believed the league could learn from its failure; others, however, saw in Ethiopia signs of another war to come. As Du Bois put it, “if Italy takes her pound of flesh by force, does anyone suppose that Germany will not make a similar attempt?”
Tem início a Intentona Comunista no Rio de Janeiro
No dia 27 de novembro de 1935, o levante, que pretendia tirar Getúlio Vargas do poder, chegou ao Rio de Janeiro
27 nov, 2019
A Intentona Comunista também conhecida como Revolta Vermelha de 35 ou Levante Comunista, foi uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Liderada pelo Partido Comunista Brasileiro em nome da Aliança Nacional Libertadora, o levante começou no dia 23 de novembro de 1935, e foi rapidamente combatida pelas Forças de Segurança Nacional. No dia 27, chegou ao Rio de Janeiro.
Entusiasmados pela composição política europeia pós-Primeira Guerra Mundial, na qual duas frentes disputavam espaço (Fascismo e Comunismo), surgiram dois movimentos políticos no Brasil com estas mesmas características.
Em 1932, sob o comando do político paulista Plínio Salgado foi fundada a Ação Integralista Nacional, de cunho fascista. De extrema-direita, os integralistas combatiam com fervor o comunismo.
Paralelamente à campanha Integralista, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) impulsionou a fundação da Aliança Nacional Libertadora, um movimento político radicalmente contrário à Ação Integralista Nacional.
Com o decreto de Getúlio Vargas, o plano de fazer uma revolução foi colocado em prática. A ação foi planejada dentro dos quartéis e os militares simpatizantes ao movimento comunista deram início às rebeliões em novembro de 1935, em Natal, no Rio Grande do Norte, aonde os revolucionários chegaram a tomar o poder durante três dias. Em seguida se alastrou para o Maranhão, Recife e por último para o Rio de Janeiro, no dia 27.
Entretanto, os revolucionários falharam com relação à organização. As revoltas ocorreram em datas diferentes, o que facilitou as ações do governo para dominar a situação e frustrar o movimento.
A partir desse episódio, Vargas decretou estado de sítio e deu início a uma forte repressão aos envolvidos na Intentona Comunista. Luís Carlos Prestes foi preso, bem como vários líderes sindicais, militares e intelectuais também foram presos ou tiveram seus direitos cassados.
A ANL não conseguiu concretizar seus planos e a Intentona Comunista não desestabilizou o governo de Getúlio Vargas. O incidente comunista acabou sendo usado como desculpa, pois na época, o governo plantou a denúncia de um plano comunista – Plano Cohen – que ameaçava a ordem institucional, permitindo o golpe que originou o Estado Novo, em 1937.