Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Banco do Brics: primeiros emprestimos; Brasil pegou 300 milhoes...
sábado, 12 de março de 2016
Banco de "desenvolvimento" do BRICS: um grande negocio para a China - James T. Areddy (WSJ)
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 12 de março de 2016
Novo banco do Brics depende do mercado chinês
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a instituição recém-criada pelos países que formam o grupo chamado Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — está esperando a aprovação de reguladores chineses para emitir cerca de US$ 1 bilhão de títulos de longo prazo em yuan, disse ontem o presidente do banco, K.V. Kamath, ao The Wall Street Journal.
A decisão chinesa ajudará a determinar quando o banco poderá começar a emprestar. O conselho da instituição vai começar a analisar propostas a partir de abril.
Um projeto possível é uma usina hidrelétrica no oeste da Rússia, parte dos planos do banco de se concentrar em projetos de energia renovável.
Ele pretende emprestar para a África do Sul em rand, a moeda local, para limitar a exposição do país a possíveis oscilações do dólar. Dirigentes do banco dizem que os desembolsos podem chegar a US$ 2 bilhões neste ano e mais do que triplicar em 2017.
O mercado chinês de títulos de dívida é maior que os dos demais países e, teoricamente, mais favorável ao banco porque ele já obteve uma nota de crédito AAA no país, o que reduziria o custo de suas captações.
Mas os empréstimos no mercado de dívida interbancária do país são altamente regulados.
“Certamente, captar recursos na China é uma oportunidade”, diz Kamath. “Esperamos, nas próximas seis a oito semanas, conseguir realizar nossa primeira emissão de títulos na China.” Ele acrescentou que nenhum outro mercado de dívida parece viável no momento.
Num comunicado, os líderes do Brics expressaram frustração com sua limitada “voz e representação” nos fóruns globais, dado o tamanho de suas economias, que na época cresciam a uma média de mais de 5% ao ano.
Desde então, a queda dos preços das commodities levou o Brasil e a Rússia à recessão e enfraqueceu a África do Sul, enquanto a China atravessa uma desaceleração dolorosa. Do grupo, apenas a Índia deve registrar um crescimento mais rápido neste ano do que quando o banco foi concebido.
O FMI prevê um crescimento médio de 2% neste ano para os países do Brics.
O NBD deve começar a operar em um momento delicado. O rebaixamento da dívida soberana de alguns de seus países-membros, inclusive o Brasil, pode elevar o custo dos empréstimos para o banco nos mercados internacionais. E a desaceleração do crescimento torna ainda mais arriscados os projetos de infraestrutura de baixo retorno que os bancos de desenvolvimento costumam financiar.
Kamath disse que as economias permanecem dinâmicas e ainda precisam de financiamento para se desenvolver. “Elas podem estar desacelerando, mas, juntas, contribuem mais para o crescimento que o resto do sistema”, disse ele.
A China é essencial para as tentativas dos mercados emergentes de criar novas estratégias financeiras globais. O país também é patrocinador de outro banco de desenvolvimento recém-lançado: o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura.
terça-feira, 21 de julho de 2015
Banco dos Brics: concorrencia saudavel ou capitalismo estatal de compadres?
Mas, se ele se deixar levar pelo canto de sereia de capitalistas promíscuos, de burocratas corruptos, e de políticos idem, financiando projetos mal concebidos, custosos e sem retorno definido, então ele vai continuar a história sumamente infeliz dos últimos 60 anos de ajuda ao desenvolvimento e de cooperação Norte-Sul, ainda que ele se pretenda Sul-Sul (o que não quer dizer que seja melhor do que um banco de e para países desenvolvidos).
Tenho minhas sinceras dúvidas, conhecendo a maneira de fazer negócios dos chineses, sobretudo na África, e as tendências inerentemente corruptas das empresas estatais e das burocracias dos países membros, sobretudo quando guiados por lideranças que desprezam determinados princípios e valores, prevejo que será mais um banco, a promover negócios aqui e ali, sem realmente contribuir para o atingimento de seus objetivos estatutários, que aliás são sempre definidos no linguajar politicamente correto de todos os governos atualmente.
Os dois economistas citados na matéria do Shanghai Daily parece exibir uma ingenuidade ilusória e totalmente inadequada a pessoas que lidam com a análise econômica:
" Joseph Stiglitz and Nicholas Stern congratulated the bank on its launch and said they hoped it would help address some “central problems” of modern society concerning wealth distribution, climate change and environmental protection."
Bem, se for assim, o banco já começa mal.
Banco é para atuar no mercado de capitais, fazendo a ponte entre a oferta e a demanda de capitais, só isso, ponto e nada mais. Se ele pretende atuar na "distribuição de renda" já começa mal, pois esta não é uma função de bancos, que não criam riqueza, apenas circulam a riqueza. Ele pode até emprestar mais recursos para os pobres e é para isso que ele existe, mas esse dinheiro é apenas um meio para criar riqueza -- desde que aplicado ou investidos racionalmente -- não sendo ele mesmo riqueza nova. O dinheiro saiu de algum lugar antes de ser aplicado ou emprestado.
Tampouco deve ele atuar em mudança climática: essa é uma agenda ideológica, politicamente correta, que tem pouco a ver com as funções de um banco. O mesmo se aplica à tal de proteção ambiental, o que é puro bullshit politicamente correto.
Banco é feito para emprestar dinheiro com alguma, ou total, perspectiva de retorno, ponto, apenas, isto. Pretender que ele seja agente de justiça social, distribuindo riquezas, é uma grande ilusão.
Então, minhas saudações ao novo banco, mas não acho que ele era indispensável nem de uma necessidade absoluta.
Vamos ver...
Paulo Roberto de Almeida
BRICS’ new bank open for business
OFFICIALS from China and several of the world’s other largest developing nations launched the New Development Bank in Shanghai yesterday.
At the opening ceremony, Chinese Finance Minister Lou Jiwei said the bank will encourage all-inclusive cooperation among developing countries, led by the BRICS nations of Brazil, Russia, India, China and South Africa.
“It is to meet the urgent demand of such countries in infrastructure construction and beyond,” Lou said, adding that it will complement the existing international banking system, rather than challenge it.
KV Kamath, the bank’s president, said he is confident it will deliver people’s expectations.
“We have seen countries closely cooperating, and we hope to collaborate with like-minded institutions like the Asian Infrastructure Investment Bank,” Kamath said. “We will listen carefully to our members and try to offer tailor-made services.”
Shanghai Mayor Yang Xiong said the city will do its best to facilitate growth of the new bank, which may in turn bolster the city’s development.
A BRICS bank was first suggested by economists Nicholas Stern and Joseph Stiglitz in 2011, and the five countries signed an agreement last year which said the bank’s purpose is to “mobilize resources for infrastructure and sustainable development projects in BRICS and other emerging economies and developing countries, complementing the existing efforts of multilateral and regional financial institutions for global growth and development.”
In a video message screened at yesterday’s ceremony, Stiglitz and Stern congratulated the bank on its launch and said they hoped it would help address some “central problems” of modern society concerning wealth distribution, climate change and environmental protection.
The bank, headquartered in Shanghai, will have initial authorized capital of US$100 billion, and its initial subscribed capital of US$50 billion will be shared equally among the five founding members.
In a statement issued yesterday, Jim Yong Kim, president of the World Bank Group, said he was committed to working closely with the bank and other multilateral institutions and offered to share knowledge and to co-finance infrastructure projects.
“These types of partnerships will be essential to reach our common goals to end extreme poverty by 2030, boost shared prosperity, and to reduce inequalities,” Kim said.
The new bank, as well as the AIIB set up earlier this year, aims to address the world’s huge infrastructure needs, which are estimated to have an annual gap of US$1 trillion to US1.5 trillion in emerging markets and low-income countries.
Asian Development Bank President Takehiko Nakao also issued a statement yesterday saying his bank “looks forward to working with this new member of the global family of multilateral development banks in areas of common interest in Asia and Pacific.”
The BRICS economies have fueled more than half of the world’s economic growth over the past decade and are carrying out structural reforms to create balanced, sustainable growth in order to unlock domestic demand.
Economic ties have improved within the BRICS framework over the past six years since the bloc’s first summit. Trade among BRICS nations in 2013 totaled US$350 billion, 2.5 times the value six years ago. China is now the largest trading partner of Brazil, Russia and South Africa, and India’s second-largest trading partner.
At the end of last year, China’s accumulative investment in the other four countries exceeded US$55 billion.
The five nations, with 42.6 percent of the world’s population and roughly a third of the world’s land area, have a combined GDP of about a fifth of the global total.
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Banco dos Brics confirma a hegemonia do dolar: ironia pura?
Claro que podem fazer algo de diferente: e será pior.
Como essa coisa, por exemplo de fazer empréstimos em outros moedas.
Como tudo tem de ser contabilizado em dólar, para que o trabalho? Só para assumir o risco do câmbio e criar mais custos administrativos e intermediações burocráticas?
Sinto muito, mas eu prefiro sorrir, a ter de chamar certas coisas pelo nome certo.
Tenha pena de ver alguém dotado intelectualmente se prestar a esse papel.
Paulo Roberto de Almeida
Negociador brasileiro explica como vai funcionar o Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos BRICS
Isaías Dalle, de Fortaleza
Rebrip, 16/07/2014
Carlos Márcio Bicalho Cozendey, ao centro, respondeu questões dos movimentos sociais sobre funcionamento do banco dos BRICS
O nome escolhido para a instituição financeira criada pelos BRICS é Novo Banco de Desenvolvimento. Já tem slogan: “Um Novo Banco para um Novo Desenvolvimento”. A informação foi dada na manhã desta quarta, dia 16, pelo embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, o principal negociador brasileiro durante o processo de criação do banco.
Curiosamente, essa foi a única informação que ninguém havia pedido. O embaixador esteve em debate promovido pela Rebrip (Rede Brasileira pela Integração dos Povos), em Fortaleza (CE), quando foi questionado sobre como o novo banco vai funcionar e se será, de fato, uma alternativa ao modelo financeiro internacional existente.
Ele diz que o banco pode, no longo prazo, produzir mudanças no sistema financeiro tradicional. “Mas que não se espere que isso vá ocorrer logo no primeiro dia”.
O banco terá um capital inicial de US$ 50 bilhões.
A seguir, os principais pontos explicados por Cozendey:
A China vai mandar no novo banco?
A sede será em Xangai. Cozendey explica que os cinco países terão cotas iguais (20%), ou seja, nenhum sócio será formalmente maior que o outro. Para equilibrar o processo decisório, a China será o último a presidir o banco. Primeira presidência caberá a Índia, depois, na sequência, Brasil, África do Sul e Rússia. O embaixador informa também que haverá um centro, uma espécie de subsede, na África do Sul. “A melhor solução para todos os pontos que precisaremos definir daqui para frente é que as vozes dos acionistas sejam devidamente ouvidas”.
O banco vai se financiar com recursos do sistema financeiro tradicional?
“Não há dois mercados financeiros oficiais no mundo. Então, vamos ter de recorrer ao único que existe. Então, vamos fazer captação de recursos globalmente. Vamos ter de decidir, caso a caso, se queremos, por exemplo, nos capitalizar com bônus dos EUA, por exemplo”, diz
O sistema financeiro vai ditar as regras do banco?
“Ninguém quer ser sancionado pelo mercado dos EUA, por exemplo. Por isso, nossas operações terão, inicialmente, de considerar a lógica atual. Mas, sem dúvida, pelo nosso peso, teremos um poder de negociação junto ao mercado muito maior (...) Temos um potencial futuro de mudar o sistema financeiro, fazendo com novas práticas que até organismos como Banco Mundial e FMI mudem. Mas sem ilusão de que no primeiro dia tudo vai ser diferente”.
O banco vai poder realizar empréstimos e investimentos em outras moedas que não o dólar?
“Prevemos que vamos trabalhar com outras moedas. Depende de onde será o investimento. Se for no Brasil, por exemplo, podemos usar o real. O problema é que essas moedas, por causa das regras atuais, não são conversíveis no mercado internacional, o que é prevalência do dólar. Mas quando pudermos, vamos usar outras moedas em transações multilaterais”.
Só os cinco países poderão aderir ao banco?
“Só os cinco serão acionistas com direito a voto. Caso outros países queiram aderir, vamos sempre manter 55% do capital”.
Os empréstimos serão dirigidos apenas aos cinco países?
“Pretendemos cooperar com outros países em desenvolvimento”.
O banco vai impor condicionantes ambientais, sociais e trabalhistas aos empréstimos?
“Há uma fronteira tênue entre dar à instituição o poder de condicionar os empréstimos a certas exigências e não permitir que essa mesma instituição possa interferir na política interna dos países. Estes dois lados não são facilmente separáveis. A melhor solução aí é que as vozes dos acionistas sejam devidamente ouvidas (...) O Brasil vai defender sempre que as entidades da sociedade civil sejam ouvidas e consultadas, e que tenham poder propositivo. Daí a importância de os movimentos sociais pressionarem e proporem. Eu digo que o Brasil, independentemente dos demais, vai dialogar com os movimentos no âmbito do banco”.
Quais critérios serão usados para financiar empreendimentos e ao mesmo tempo considerar o meio ambiente?
“Nossa referência, e aí digo pelo banco como um todo, será a Rio + 20”.
A criação do banco vai livrar os países de órgãos como FMI e Banco Mundial?
“Continuaremos associados ao Banco Mundial e ao FMI. Mas cremos que com o tempo, nossa menor dependência e a construção de novas políticas levem os outros a caminhar em uma nova direção”.
Os BRICS também anunciaram a criação de um fundo de socorro aos países-membros. Isso dispensará a existência do FMI?
“Não está no horizonte de nenhum dos cinco países a necessidade de recorrer ao FMI. Mas na hipótese de isso ocorrer, esse fundo emprestará 30% do total que o país precisa, com condições diferenciadas. O restante terá de ser buscado no FMI. Mas esses 30% servirão como um colchão que dará ao país um outro poder de negociação com o FMI”.
domingo, 27 de julho de 2014
Banco dos Brics: brincando com o dinheiro dos contribuintes - Gustavo Franco
domingo, 20 de julho de 2014
O Banco dos Brics, visto desde Washington - Raj M. Desai, James Raymond Vreeland (WP)
By Raj M. Desai and James Raymond Vreeland
The Washington Post, July 17, 2014
Leaders of the BRICS nations, from left, Russia’s President Vladimir Putin, India’s Prime Minister Narendra Modi, Brazil’s President Dilma Rousseff, China’s President Xi Jinping and South Africa’s President Jacob Zuma, pose for a group photo during the BRICS summit in Fortaleza, Brazil, Tuesday, July 15, 2014 (Silvia Izquierdo/Associated Press).
As World Cup fever recedes, this week in Fortaleza heads of state from Brazil, Russia, India, China, and South Africa (the so-called BRICS countries) agreed to establish a New Development Bank (NDB) at their summit meeting. They will have a president (an Indian for the first six years), a Board of Governors Chair (a Russian), a Board of Directors Chair (a Brazilian), and a headquarters (in Shanghai). What is the purpose of this BRICS bank? Why have these countries created it now? And, what implications does it have for the global development-finance landscape?
The “what” is relatively straightforward. The NDB has been given $50 billion in initial capital. As with similar initiatives in other regions (see below), the BRICS bank appears to work on an equal-share voting basis, with each of the five signatories contributing $10 billion. The capital base is to be used to finance infrastructure and “sustainable development” projects in the BRICS countries initially, but other low- and middle-income countries will be able buy in and apply for funding. BRICS countries have also created a $100 billion Contingency Reserve Arrangement (CRA), meant to provide additional liquidity protection to member countries during balance of payments problems. The CRA—unlike the pool of contributed capital to the BRICS bank, which is equally shared—is being funded 41 percent by China, 18 percent from Brazil, India, and Russia, and 5 percent from South Africa.
Next, the “why.” As we have discussed in our research, the rising economic strength of the BRICS countries has outpaced increases in their voice at the World Bank and the International Monetary Fund (IMF). South-South economic cooperation has expanded dramatically in recent years. Brazil now has more embassies in Africa than does the United Kingdom. China has become Africa’s most important trading partner. The value of South-South trade now exceeds North-South trade by some $2.2 trillion—over one-quarter of global trade. Low-income countries have also seen unprecedented growth in “South–South” foreign aid—with China, Brazil, and India all becoming larger donors. So, these BRICS institutions are partly just the result of a two-decades long process of greater economic engagement by and among developing nations.
In the meantime, long-standing dissatisfaction with Bretton-Woods institutions has also pushed BRICS towards a developing-country alternative to global development finance. We have seen this before. In the late 1960s, Andean nations created the Corporación Andina de Fomento (CAF), also known as the “Development Bank of Latin America,” as a way of bypassing the stringent rules imposed by the World Bank on infrastructure loans. In the early 2000s, partly as a reaction to a widely perceived failure of the IMF to stop currency speculation during the Asian Crisis, 10 ASEA nations plus China, South Korea, Japan established a network of bilateral currency swap agreements that would become he Chiang Mai Initiative. In 2009 seven Latin American countries signed an agreement to establish the “Bank of the South” or BancoSur to fund regional development and social protection, and in which each member nation would have one vote. Both of these latter efforts were launched, in part, as a response to the Bretton-Woods enforcement of conditions on countries seeking emergency loans. So it is with the NDB and the CRA; said the official statement, “International governance structures designed within a different power configuration show increasingly evident signs of losing legitimacy and effectiveness.”
Although the BRICS comprise over one-fifth of the global economy, together they wield about 11 percent of the votes at the IMF. But reform to the governance of the Bretton-Woods institutions has encountered a number of roadblocks. In 2008 and again in 2010, quota reform at the IMF was intended to double total financial commitments from all member countries, while at the same time giving BRICS countries larger voting shares. Because this required additional contributions by member governments of richer countries, several balked for different reasons.
Smaller European countries, whose quota shares would be reduced by the changes, opposed quota reform on the grounds that their contributions to total official development assistance would be undermined if their voting strength were diminished at the IMF. In the United States—whose shares would not be reduced by quota reform—the Congress failed to approve increased capital contributions to the IMF. In the one recent effort to pass quota reform, Democrats in the House of Representatives tried to sneak an amendment into a loan guarantee for Ukraine that would have authorized the increased quota, but then withdrew the amendment, bowing to Republican opposition. Thus, the one time the Congress has considered IMF quota reform has been as a rider in an unrelated bill.
These developments show the political tightrope on which countries must walk when it comes to global development finance: while low- and middle-income countries have legitimate claims about their exclusion from the governance of the Bretton-Woods institutions, richer countries cannot cede too much influence over these institutions to developing nations and still justify large contributions—in particular, to the World Bank’s International Development Association every three years, and to the IMF as part of quota reforms—to their restless voters, especially during difficult economic times.
What are the implications of the BRICS institutions for international development finance? Developing nations hope that BRICS bank/CRA may eventually challenge World Bank-IMF hegemony over matters such as: funding for basic services, emergency assistance, policy lending, and funding to conflict-affected states. The World Bank’s own estimates point to a $1 trillion infrastructure investment “gap” in developing countries. Existing multilateral development banks are able to fill approximately 40 percent of that gap. So, the fact that a BRICS bank aims to make electricity, transport, telecommunications, and water/sewage a priority is important; the demand for infrastructure is expected to grow sharply as more countries transition out of low-income status. In terms of scale, it has been suggested that—after a couple of decades, should membership be expanded, and should co-financing by governments and private investors be mobilized—that BRICS Bank loans could dwarf World Bank loans. This type of success has been seen with the CAF, which now funds more infrastructure in Latin America than the World Bank and the Inter-American Development Bank combined.
Whether the BRICS institutions go the way of the more successful CAF on the one hand, or the way of the as yet unutilized Chiang-Mai Initiative or BancoSur on the other, will ultimately depend on two other factors: risk management and coordination.
Presumably a BRICS bank and reserve fund will need to ensure a high-quality loan portfolio that maximizes developmental impact, but keeps defaults to a minimum (for expanding the scale of lending operations, it would also be important to make profits on its loans). And so the problem of surveillance will have to be tackled. Unfortunately, the track record of regional initiatives on surveillance does not bode well. The Chiang Mai Initiative, for example, was simply unable to devise and implement a system of monitoring and surveillance, and eventually resigned itself to requiring countries using its credit lines to undergo surveillance by the IMF! The result: not a single Asian nation has used credit through the initiative.
Meanwhile, given the abundance of evidence that multilateral economic initiatives work best when their principal stakeholders are able to resolve coordination problems, the possibility of serious intra-BRICS disagreements could prevent these new institutions from operating at capacity. Hugo Chavez’s dream of BancoSur supplanting both the World Bank and IMF in Latin America foundered on a series of disagreements on issues such as: the bank’s tax-free status, the role of concessional finance, relationships with the private sector, transparency rules, and the need for environmental safeguards.
The structural disparity between China and the rest of the BRICS members (the Chinese economy being larger than the economies of all other BRICS combined) is at the heart of the matter for any BRICS institution. China’s dominant position makes coordination—in terms of operations and funding priorities—difficult to imagine. At one point, all other BRICS countries have expressed concern with Beijing’s economic policies and currency regime. Brazilian and Indian central bankers spoke out against the undervalued Yuan in 2009 and 2010, but to little effect. Ongoing trade disputes among developing countries also threaten unity. Last year WTO member states reached a deal on trade facilitation in Bali but India, among a group of developing nations, has threatened to withdraw support for the protocol over the issue of food security. A joint communiqué of BRICS trade ministers remains vague about whether BRICS countries commonly support the Bali agreement. These, along with a host of other intra-BRICS disputes, could limit the effectiveness of the NDB/CRA. For now, they seem to have been papered over amid the excitement surrounding the Fortaleza agreements. But they will, ultimately, determine whether the developing world has finally found a viable alternative to Bretton Woods.
Raj M. Desai is Associate Professor of International Development at the Edmund A. Walsh School of Foreign Service and in the Department of Government at Georgetown University, and a Non-resident Senior Fellow at the Brookings Institution. James Vreeland is Associate Professor of International Development at the Edmund A. Walsh School of Foreign Service and in the Department of Government at Georgetown University.
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Banco dos Brics: duas opinioes negativas - Roberto Ellery e Adolfo Sachsida
Uma Ideia Ruim Sempre Pode ser Piorada: O Banco dos BRICS
https://www.youtube.com/watch?v=xXwo5_-KDH8&list=UUdivG5uywW1-UHNG5NGpExQAgora leiam o artigo do Roberto Ellery em seu blog, sobre o qual o Sachsida justamente me chamou a atenção.
Paulo Roberto de Almeida
Banco dos BRICS: Desnecessário e Perigoso
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Deu no New York Times: Banco do Brics tem sede em Shanghai e presidente indiano
Emerging Nations Bloc to Open Development Bank
terça-feira, 10 de junho de 2014
Banco do Brics: por que mais um, se já existem tantos?
Internacional
Brasil entrará com US$ 28 bilhões para criar Banco dos Brics
Bloco Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul planeja uma instituição financeira para ocupar o espaço de Banco Mundial e FMI
Brics enfrentam a ressaca do crescimento
Com Brics em baixa, Mist surge como novo oásis econômico