Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
O tal d BRIC, inventado pelos companheiros com seus camaradas russos, depois convertido em BRICS, por obra e graça dos companheiros chineses, que precisavam dessa legitimação africana – a despeito de a África do Sul não corresponder minimamente ao conceito original do BRIC –, é para ser levado a sério, ou se trata apenas de uma piada de mau gosto? Começa pelo fato de que ele não existe comercialmente, ou melhor, ele é totalmente anti-comércio, para dizer o mínimo. Ele existe para o quê, exatamente? Se é para ter um banco de financiamento, acho que não precisa, pois para que gastar milhões em divisas para compor seu capital, se podemos usar esse dinheiro para outras finalidades? Cabe registrar, enfaticamente, não existe falta de capital no mundo, e o que falta são bons projetos (mas para que pagar para ter projetos examinados por chineses e indianos?).Por outro lado, para que o acordo de reservas contingentes, para fazer a mesma coisa que o FMI e os bancos multilaterais existentes? Para que gastar mais esse dinheiro? Acho tudo isso uma péssima ideia, e ainda vem com esse abuso dos chineses contra nossa carne de frango, para se acertar com os americanos. Acho que o Brasil deveria abrir um caso contra a China na OMC. Se alguém me provar que o BRICS serve para alguma coisa eu agradeço... Paulo Roberto de Almeida
SOBRETAXAS
China impõe tarifas sobre carne de frango do Brasil
Empresas chinesas que adquirem frangos brasileiros terão de pagar tarifas entre 18,8% e 38,4% sobre o valor das importações
Oinião e Notícia, 8 jun, 2018
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A China vai aplicar tarifas à importação de frango do Brasil a partir do próximo sábado, 9. A decisão foi divulgada pelo Ministério de Comércio da China (Mofcom) nesta sexta-feira, 8.
Com isso, empresas chinesas que adquirem frangos brasileiros terão de pagar tarifas entre 18,8% e 38,4% sobre o valor das importações. Isso acontece porque, segundo a China, que iniciou uma investigação sobre o frango brasileiro em agosto de 2017, a carne estaria sendo comercializada abaixo do valor do mercado, prejudicando produtores chineses.
A medida é anunciada poucas semanas após o ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, se encontrar com o ministro do Comércio da China, Zhong Shan. Apesar de não ser o principal mercado para o Brasil, as novas tarifas podem impor alguns obstáculos para exportadores brasileiros.
De acordo com a Reuters, 29 empresas brasileiras foram listadas na decisão do Mofcom. Os produtos da JBS e da Seara Comércio sofrerão uma sobretaxa de 18,8%; já os produtos da BRF terão uma sobretaxa de 25,3%; enquanto isso, a C.Vale Cooperativa Agroindustrial sofrerá a maior aplicação de tarifa, com um total de 38,4%.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), apenas em 2017, a China importou 391,4 mil toneladas de frangos brasileiros, o que equivale a 9,2% de toda a exportação brasileira do produto no mesmo período. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, exportando, apenas em 2016, mais de 4 milhões de tonelada do produto.
Descontente com a decisão, a ABPA divulgou uma nota, afirmando que acredita que o fluxo comercial com a China deve ser mantido mesmo com as imposições das tarifas, “frente à necessidade e alta demanda do mercado chinês”. Além disso, a ABPA lembrou que essa é apenas uma decisão provisória, com a medida final sendo anunciada somente no próximo mês de agosto.
“A associação reafirma que não há qualquer nexo causal entre as exportações de carne de frango do Brasil e eventuais situações mercadológicas locais. Os esclarecimentos apresentados pelo setor produtivo e pelas agroindústrias exportadoras deixaram clara a ausência de qualquer possível dano aos produtores e ao mercado chinês”, descreveu a nota.
As novas taxas chinesas sobre a importação de frango brasileiro ocorrem em um momento de aproximação comercial entre a China e os Estados Unidos. Os americanos estariam interessados em reabrir o mercado avícola para a China. Em fevereiro, o Ministério do Comércio chinês removeu uma tarifa sobre frangos americanos, segundo o jornal Estado de S. Paulo.
“Estamos muito, muito preocupados com essas negociações, porque o que nós não queremos ver é os exportadores brasileiros em situação de desvantagem vis-à-vis outros concorrentes que podem também estar em condições de exportar para este país”, afirmou uma fonte da embaixada brasileira na China à Reuters.
Transcrevo, sem comentários no momento, excelente relatório feito pelo professor Francisco Roque de Oliveira, sobre o colóquio recentemente realizado na Biblioteca Nacional de Portugal, em torno da obra no exílio do mais insigne representante da historiografia luso-brasileira do século XX. Paulo Roberto de Almeida
Nos dias 10 e 11 de Maio de 2018 decorreu na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, o Simpósio Internacional Jaime Cortesão: escritos e geografias do exílio.Tratou-se de uma iniciativa conjunta do CEG-Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa e do CHAM-Centro de Humanidades da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade dos Açores, em parceria com a Biblioteca Nacional de Portugal. Esta reunião foi realizada no âmbito das actividades do Projecto de Investigação FCT/CAPES «Saberes geográficos e geografia institucional: influência e relações recíprocas entre Portugal e o Brasil no século XX», desenvolvido no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, e do grupo de investigação Leitura e Formas de Escrita do CHAM.
Este Simpósio propôs-se reunir os mais recentes resultados da investigação que vem sendo realizada em torno da obra do autor de Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid e da História do Brasil nos velhos mapas. Pretendeu-se também aprofundar o conhecimento sobre os sucessivos contextos de exílio que Jaime Cortesão enfrentou na Europa e no Brasil durante mais de 30 anos, com destaque para aqueles que decorreram na Espanha republicana e no Rio de Janeiro das décadas de 1940 e 1950. Esta iniciativa foi ainda pensada como uma oportunidade para reflectir sobre o importante legado de Cortesão enquanto editor e tradutor, assim como para analisar o estado actual dos projectos de edição da sua obra, tanto em Portugal como no Brasil.
A escolha da Biblioteca Nacional de Portugal para local de realização deste Simpósio representou um gesto simbólico. Jaime Cortesão (1884–1960) foi o mais destacado director da então chamada Biblioteca Nacional de Lisboa durante a I República Portuguesa (1910–1926). A partir de 1919, quando foi nomeado para esse cargo, Cortesão teve oportunidade de executar aí um notável trabalho de reorganização administrativa e técnica e – sobretudo – de doutrinação cultural e cívica, tendo sido saneado em 1927, na sequência da instauração da ditadura militar em Portugal. Médico por formação e escritor por vocação, este intelectual multifacetado foi poeta e ficcionista, dramaturgo e escritor de viagens, pedagogo das Universidades Populares das primeiras décadas do século XX e, finalmente, o historiador-geógrafo que realizou a síntese entre a historiografia dos Annales de Lucien Febvre e Marc Bloch e a geografia humana de Camille Vallaux e Jean Brunhes aplicada à história de Portugal e do seu império.
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Cortesão foi estudado como um protagonista, entre outros, de uma brilhante diáspora política e científica que tem inúmeras afinidades com a diáspora republicana espanhola que se viu obrigada a reinventar-se nas Américas na mesma época, fazendo frutificar aí as suas competências intelectuais e o seu cosmopolitismo.
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Jaime Cortesão foi também um homem de acção política muito empenhado e, por isso mesmo, sempre muito temido pela ditadura portuguesa. Os atribulados anos da sua permanência em Espanha e França, entre 1927 e 1940, representam a experiência de um dos principais protagonistas de exílio republicano português acossado e disperso entre Madrid, Barcelona, o sul de França e Paris. Banido para o Brasil por ordem de Salazar, em 1940, Cortesão relançou no Rio de Janeiro o magistério e as pesquisas que fizeram dele a mais importante figura da historiografia luso-brasileira do século XX. Regressado definitivamente a Portugal em 1957, foi eleito presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores e proposto como candidato à Presidência da República pela oposição não comunista organizada sob a égide do Directório Democrato-Social, indigitação essa que declinou. Preso uma última vez por motivos políticos quando contava já 74 anos de idade, foi libertado na sequência de uma intensa campanha internacional de protesto encabeçada pela imprensa brasileira. Depois de reinstaurada da democracia em Portugal, Cortesão seria reintegrado na função pública a título póstumo, restituindo-se-lhe então as honras e dignidades de que fora arbitrariamente privado, como se lê no Decreto-Lei 275, de 14 de Agosto de 1980, que determinou esta reparação moral.
Através do estudo de algumas das principais peças da obra de Jaime Cortesão, os participantes neste Simpósio tiveram oportunidade de inquirir aspectos associados à duradoura marca deixada na ciência e na universidade portuguesas por força dos exílios e de toda a série constrangimentos mais discretos, mas nem por isso menos eficazes, impostos pela ditadura à actividade científica e ao saber em geral. Nesse sentido, Cortesão foi também estudado como um protagonista, entre outros, de uma brilhante diáspora política e científica que tem inúmeras afinidades com a diáspora republicana espanhola que se viu obrigada a reinventar-se nas Américas na mesma época, fazendo frutificar aí as suas competências intelectuais e o seu cosmopolitismo. O Simpósio estruturou-se em três mesas distintas, precedidas por uma sessão de abertura e uma conferência inaugural, conforme a sequência que passamos a resenhar.
Usaram da palavra na sessão de abertura os directores dos dois Centros de investigação organizadores – Mário Vale pelo CEG e João Paulo Oliveira e Costa pelo CHAM –, Carlos Kessel, chefe do Setor Cultural da Embaixada do Brasil em Lisboa, Vera Lucia Amaral Ferlini, responsável pela Cátedra Jaime Cortesão da Universidade de São Paulo e Instituto Camões, para além de Francisco Roque de Oliveira, pela comissão organizadora do Simpósio. A lição inaugural esteve a cargo de Joaquim Romero Magalhães (Universidade de Coimbra), que dissertou sobre «O desconhecido Brasil, de los comienzos a 1799, de Jaime Cortesão (1956)». Trata-se de uma obra que apareceu integrada no volume 26 da Historia de América y de los Pueblos Americanos dirigida por Antonio Ballesteros y Berreta, publicada em Barcelona pela Editorial Salvat. Sabe-se que a mesma obra teve origem num contrato assinado ainda em 1933, quando Cortesão vivia exilado em Madrid e cuja concretização em livro seria protelada pelas vicissitudes da Guerra Civil de Espanha e da II Guerra Mundial.
A primeira mesa do Simpósio foi subordinada ao tema «Jaime Cortesão, editor e edições», tendo sido preenchida por duas comunicações que articularam a principal actividade de Cortesão enquanto publicista durante a I República Portuguesa e o seu contributo como editor e tradutor ao longo das décadas seguintes. Daniel Pires (Centro de Estudos Bocageanos e CLEPUL-Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa) trouxe uma comunicação sobre «Jaime Cortesão, o Grupo da Biblioteca e a Seara Nova», tendo apresentado uma carta desconhecida na qual o escritor e jornalista Raul Proença – chefe da Divisão dos Serviços Técnicos da Biblioteca Nacional durante a Direcção de Cortesão – se insurge contra a censura imposta na sequência do golpe militar do 28 de Maio de 1926, que instituiu a ditadura em Portugal. Coube a Daniel Melo (CHAM) apresentar «Jaime Cortesão enquanto promotor da edição e da leitura», sumariando a fecunda actividade que decorreu entre a colaboração de Cortesão com o movimento cultural Renascença Portuguesa e o magistério da Universidade Popular do Porto, em 1914, e o seu trabalho como editor literário no Brasil, passando pelo compromisso que teve com a Associação Internacional de Escritores para a Defesa da Cultura, em particular por via da participação nos Congressos Internacionais de Escritores pela Defesa da Cultura de 1935 (Paris) e 1937 (Valência-Madrid-Barcelona-Paris).
A segunda mesa foi dedicada à «Escrita da História», agrupando quatro comunicações. Vera Ferlini apresentou «Jaime Cortesão: novas dimensões para a História de São Paulo». Partindo das obras A Fundação de São Paulo – Capital Geográfica do Brasil (1955), Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid (1952–1961) e Raposo Tavares e a Formação Territorial do Brasil (1958), Ferlini salientou o modo como as mesmas dialogaram com as perspectivas historiográficas do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP) e as teses de alguns dos seus notáveis historiadores brasileiros de então, como Afonso d’Escragnolle Taunay e Sérgio Buarque de Holanda. Renato Amado Peixoto (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) centrou a sua intervenção intitulada «Oxymoron: Cortesão, Varnhagen, o Meridiano de Tordesilhas e a representação da Formação do Brasil» numa perspectiva equivalente a essa. Neste caso, tratou-se de confrontar alguns dos conteúdos consolidados na historiografia brasileira do século XIX, que se repercutiram duradouramente na construção programática da identidade nacional através do ensino da Geografia e da História, com algumas das teses que Cortesão gizou para explicar o processo de formação territorial deste país e que formalizou em dois projectos editorais organizados no âmbito do Ministério das Relações Exteriores do Brasil: o Atlas Histórico do Brasil (1959) e a História do Brasil nos velhos mapas (1957–1971).
«Os irmãos Jaime e Armando Cortesão. Dos exílios e das polémicas historiográficas na expansão atlântica» constituiu o título escolhido por Rui S. Andrade (Centro de História da Universidade de Lisboa), numa comunicação centrada em algumas das mais relevantes teorias que estes dois historiadores desenvolveram ao longo de décadas no quadro de um esforço intelectual mais vasto, com raízes fundas na historiografia do século XIX, e de que são exemplo a chamada «política do sigilo» e o suposto descobrimento pré-colombino da América pelos portugueses. Como ilustrou Andrade, tais teorias estiveram na origem de um intenso debate travado entre os irmãos Cortesão e diversos académicos anglo-saxónicos, assim como com alguns dos seus pares portugueses e brasileiros, constituindo um dos aspectos mais interessantes, mas também mais controversos do seu legado. A fechar a sessão, José Manuel Garcia (Academia Portuguesa da História) apresentou «Os Descobrimentos Portugueses de Jaime Cortesão: balanço de uma carreira historiográfica». Como o título indicia, tratou-se de uma abordagem àquela que constitui a última grande empresa historiográfica de Cortesão, vista aqui, simultaneamente, como ponto de chegada e síntese monumental de cerca de quatro décadas de carreira no domínio da história da expansão portuguesa.
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Entre as sucessivas iniciativas aglutinadoras da oposição portuguesa no exílio dinamizadas por Jaime Cortesão, destacou-se a União dos Antifascistas Portugueses Residentes em Espanha, criada em Madrid depois da vitória eleitoral da Frente Popular, em Fevereiro de 1936, e a Delegação da Frente Popular Portuguesa instituída em Barcelona com apoio do governo republicano e da Generalitat da Catalunha.
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A última mesa do Simpósio agrupou três comunicações à volta do tema genérico «Geografias do exílio». Cristina Clímaco (Université Paris 8) leu «O exílio europeu de Jaime Cortesão e a luta antifascista (1927–1940)», descrevendo e contextualizando os períodos de permanência de Cortesão em Espanha e França na sequência da sua participação na frustrada revolta de Fevereiro de 1927 contra a ditadura militar portuguesa e o papel que lhe coube como dinamizador de sucessivas iniciativas aglutinadoras da oposição no exílio. Entre estas, Clímaco destacou a União dos Antifascistas Portugueses Residentes em Espanha, criada em Madrid depois da vitória eleitoral da Frente Popular, em Fevereiro de 1936, e a Delegação da Frente Popular Portuguesa instituída em Barcelona com apoio do governo republicano e da Generalitat da Catalunha. Francisco Roque de Oliveira (CEG-Universidade de Lisboa), Roger Lee de Jesus (Universidade de Coimbra) e Rui S. Andrade apresentaram «Abraça-te o teu irmão muito amigo: a correspondência entre Jaime e Armando Cortesão», tendo sintetizado o conteúdo do extenso conjunto de cartas dispersas pelos arquivos de Lisboa, Coimbra e Rio de Janeiro através das quais se podem seguir as vicissitudes do exílio durante muito tempo partilhado pelos irmãos Cortesão, os contextos que os enquadraram, assim como o desenvolvimento das respectivas obras científicas, designadamente no domínio da história da cartografia, cujo interesse partilharam. Por último, Aquilino Machado (CEG-Universidade de Lisboa) expôs «Do Vera Cruz ao Brasil: entre a viagem de Aquilino Ribeiro e as geografias do exílio de Jaime Cortesão», comunicação centrada nos registos autógrafos e na documentação existente sobre a deslocação de Aquilino Ribeiro ao Brasil, em 1952, e o círculo de sociabilidades do exílio político português aí radicado com o qual este escritor manteve importantes contactos.
Em sessão extraordinária que decorreu no início do segundo dia de trabalhos, Roger Lee de Jesus introduziu os dois únicos registos sonoros de Jaime Cortesão editados em disco no final da década de 1950. De seguida, o mesmo Roger Lee de Jesus e Francisco Roque de Oliveira apresentaram o Diaporama que elaboraram a partir da longa entrevista concedida por Cortesão ao jornalista Igrejas Caeiro em 1958 e então emitida pelo Rádio Clube Português. Na mesma ocasião, foi exibido na sala Multimédia da Biblioteca Nacional o episódio do documentário À Porta da História dedicado a Jaime Cortesão. Realizado por Jorge Paixão da Costa para a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) em 2015, este episódio foi gentilmente cedido para exibição não comercial durante o Simpósio pela Ukbar Filmes. Paralelamente, os Serviços da Biblioteca Nacional de Portugal, coordenados por Manuela Rêgo, organizaram uma pequena mostra bibliográfica que reuniu algumas das mais importantes obras de Jaime Cortesão nos domínios da historiografia – sobretudo sobre o Brasil –, da crónica de viagens, do registo memorialístico de guerra e da poesia.
CENTRODEESTUDOSGEOGRÁFICOSDAUNIVERSIDADEDELISBOA. Saberes geográficos e geografia institucional: influência e relações recíprocas entre Portugal e o Brasil no século XX, Projecto Convénio FCT-CAPES, 2016–2018, Proc. 44.1.00 CAPES/8513/14–7. <http://www.ceg.ulisboa.pt/saberesgeograficos/>
OLIVEIRA, Francisco Roque de. A «Ilha Brasil» de Jaime Cortesão: ideias geográficas e expressão cartográfica de um conceito geopolítico. Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 25 febrero 2017, Vol. XXII, nº 1.191. <http://www.ub.edu/geocrit/b3w-1191.pdf>
Francisco Roque de Oliveira é investigador do Centro de Estudos Geográficos e professor no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.
Crescimento sem investimento é gerado do pó e ao pó voltará
Ricardo Bergamini
(Recebido em 5/06/2018)
A taxa de Investimento no primeiro trimestre de 2018 foi de 16,0% do PIB. No primeiro trimestre de 2000 foi de 20,5% do PIB. Redução de 21,95% em relação ao PIB em 18 anos.
Sabedores que somos há mais de duzentos anos que: (poupança = Investimento = crescimento) podemos afirmar, de forma cabal e irrefutável, de que o Brasil não cresceu no período de 2003 até 2014 com base sólida dos investimentos, mas sim através da ilusão monetária do crédito.
Em vista do acima exposto poderíamos afirmar que o crescimento de 40,90% ocorrido no período 2003 até 2014 foi uma ilusão monetária provocada pela alta liquidez de dólares falsos emitidos pelos Estados Unidos para financiar as guerras do Afeganistão e Iraque.
Em 2002 o volume de operações de crédito era de R$ 378,0 bilhões (25,35% do PIB), em 2014 o volume de operações de crédito era de R$ 3.021,8 bilhões (54,73% do PIB). .
O volume de crédito cresceu em termos reais em relação ao PIB em 115,90%, para um crescimento do PIB de 40,90% no período. Esse desequilíbrio gera uma ilusão monetária de crescimento.
Gostaria de fazer a sua regressão de R$ em US$ que será efetivamente como seremos avaliados junto a ONU e ao FMI, conforme quadros demonstrativos abaixo que em 2017 retornamos ao ano abaixo de 2010 e acima de 2009. Sem investimentos não tem como crescer de forma saldável. O Brasil Avança para o abismo.