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sábado, 10 de maio de 2025

‘É difícil de imaginar’, diz Celso Amorim sobre entrada da Ucrânia na Otan - Brasil De Fato

 Uma postura de quem se julga acima dos valores e princípios que sempre foram defendidos pelo Itamaraty

O chanceler de fato do lulopetismo quer ser o monitor da política externa de um país soberano como a Ucrânia e pretende se sobrepor a uma decisão que deve ser tomada unicamente pelo próprio povo ucraniano. Ele não se peja de policiar a postura diplomática de um país invadido por um agressor imperialista e se apressa em defender a postura arrogante do agressor, cujos interesses ele defende de maneira canina. Nunca se viu nada igual na diplomacia profissional. (PRA)

Em Moscou
‘É difícil de imaginar’, diz Celso Amorim sobre entrada da Ucrânia na Otan
Embaixador fez um balanço da visita à Rússia em conversa com a mídia brasileira em Moscou
Brasil De Fato, 10.maio.2025

O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, ao fim da viagem à Rússia, em que acompanha o presidente Lula em visita oficial, declarou neste sábado (10) que não consegue imaginar a possibilidade da Ucrânia entrar na Otan no contexto das negociações sobre a guerra.
Em conversa com a imprensa brasileira, o embaixador fez um balanço da viagem à Rússia e falou sobre os principais desafios da política externa do Brasil, em particular sobre a guerra da Ucrânia. Ao responder ao Brasil de Fato sobre o andamento das negociações em relação à Otan e as discussões sobre o ingresso – ou a recusa – de Kiev na aliança militar, Amorim disse que é “difícil imaginar” isso acontecendo.
“Eu acho que a entrada da Ucrânia na Otan é difícil de você imaginar. Volto a dizer, não é uma questão moral, mas é muito difícil para eles [russos]. Eles sempre viram a Ucrânia, sobretudo a parte oriental da Ucrânia, como parte da Rússia, sempre vira como um trajeto natural para Napoleão, Hitler, entrarem aqui. Então [a Ucrânia] entrar na Otan eu acho muito difícil que eles aceitem”, completou o embaixador.
A visão da diplomacia brasileira contrasta com a estratégia com a posição ocidental, e principalmente da Ucrânia, que enxerga o futuro na aliança como uma garantia de segurança.
O novo ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, declarou recentemente que considera o caminho da Ucrânia para a Otan como um processo “irreversível”. Segundo ele, está claro que a Ucrânia está dando continuidade ao processo de adesão à União Europeia e à Otan.
“Na Otan, concordamos conjuntamente que a Ucrânia está a caminho de se juntar à aliança de defesa e que esse caminho é irreversível. A Alemanha adere a essa decisão”, destacou.

Ao comentar se a visita à Rússia no atual período de guerra, gerando críticas do Ocidente, em particular da Ucrânia, poderia gerar um custo político para o Brasil, Celso Amorim relativizou a ideia. Segundo ele, o “benefício é a paz”.

Ainda sobre a viagem da delegação brasileira à Rússia e os seus significados, o assessor especial da Presidência falou sobre a importância da celebração dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, citando a Batalha de Stalingrado como um marco definidor da luta contra o nazismo.

“O Ocidente procurou dar a impressão de que foi o ‘Dia D’ que decidiu a guerra. Claro que o ‘Dia D’ foi importantíssimo e o dia em que a gente for convidado para o Dia D a gente vai […]. Mas o Dia D só foi possível porque a Batalha de Stalingrado mudou a guerra, mudou o sentido da guerra, [os russos] perderam 23 milhões de pessoas”, completou.

Editado por: Lucas Estanislau