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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Economias abertas e fechadas: Prof. Celso Grisi, PRA e Airton Dirceu Lemmertz

 Do Professor Celso Hildebrando Grisi (FEA-USP):

Brasil uma economia ainda muito fechada

A propósito do retorno às mídias deste tema, vale lembrar que se considera fechada a economia que não realiza exportações nem importações de bens e serviços, não recebe nem envia capitais (investimentos estrangeiros ou empréstimos), e não participa de acordos internacionais de comércio ou finanças. Funciona praticamente isolada do resto do mundo. Claro que o país não é uma economia fechada, mas comparada ao resto do mundo, ela tem barreiras tarifárias e não tarifárias muito elevadas, ademais de outros elementos, e isso a faz uma economia pouco aberta ao comércio exterior. 

As causas desse problema podem ser atribuídas principalmente a:

1. Autossuficiência produtiva:

Procura produzir internamente tudo o que consome, reduzindo a dependência de insumos ou produtos externos.

2. Ausência de comércio exterior:

Há um grau reduzido exportações e importações, quando se calcula o valor dessas operações com o valor do PIB nacional.

3. Controles cambiais e restrições financeiras:

O governo intervém com muita frequência na entrada e saída de moeda estrangeira, nos investimentos e nos capitais.

4. Política econômica voltada para o mercado interno:

A produção, o consumo e o investimento são planejados, salvo em determinados produtos, e realizados de acordo com a demanda interna, não com as oportunidades externas.

5. Menor integração global:

A economia participa ainda modestamente das cadeias globais de valor, o que a torna relativamente protegida das flutuações internacionais, como crises ou choques de preço de commodities.

Conclusões

- Economias abertas geralmente crescem mais rápido porque se beneficiam do comércio internacional, dos investimentos externos, das transferência de tecnologia e da competição.

- Economias fechadas tendem a ficar atrasadas, pois não conseguem aproveitar as vantagens comparativas nem acessar os ganhos de produtividade globais.

- Em termos de política pública, o desafio é não ser nem totalmente fechada, nem totalmente aberta, mas encontrar um grau ótimo de abertura que proteja setores estratégicos e, ao mesmo tempo, garanta competitividade ao país.

- A economia mais aberta mostra que, além do PIB e da produtividade maiores, a renda per capita tende a ser mais elevada, assim como gera maior participação das exportações no PIB, o que conduz à integração internacional e à maior eficiência.”

(Via Linkedin)

Comentário Paulo Roberto de Almeida:

China, Japão, Estados Unidos possuem coeficientes de abertura externa relativamente modestos, mas cabe reconhecer que só o Japão é relativamente protecionista, pois que China e EUA são grandes comerciantes globais, mas também possuem enormes mercados internos, o que diminui o peso do turnover comercial no PIB. Já o caso do Brasil é uma triste história de “nazismo econômico”, iniciado nos anos 1930, do qual nunca conseguimos nos desembaraçar. Os militares, que foram relevantes planejadores estatais desde antes da era Vargas, mas acentuadamente desde então, aderiram ao nacionalismo econômico dos anos 1930 e dele nunca se separaram; ao contrário, exacerbaram a deformação dirante a ditadura. Mas a “doença” vem de longe: em 1931, Roberto Simonsen, fundador do CIESP em 1928, fez traduzir o livro publicado nesse mesmo ano em Paris pelo romeno Mihail Manoilescu, Theorie du Protectionnisme et de l’Échsnge Inégal (uma versão modernizada das teses de Friedrich List de 1850 que sustentaram a industrialização alemã, e publicou-o em 1931: o livro se tornou a Biblia dos industriais brasileiros e dos economistas; no famoso debate Simonsen-Gudin em 1944-45 o economista clássico foi o vencedor teórico, mas o vencedor na prática foi Simonsen.

Paulo Roberto de Almeida 

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Airton Dirceu no teste de validade da IA:


"Economias abertas geralmente crescem mais rápido porque se beneficiam do comércio internacional, dos investimentos externos, das transferência de tecnologia e da competição. Economias fechadas tendem a ficar atrasadas, pois não conseguem aproveitar as vantagens comparativas nem acessar os ganhos de produtividade globais. Em termos de política pública, o desafio é não ser nem totalmente fechada, nem totalmente aberta, mas encontrar um grau ótimo de abertura que proteja setores estratégicos e, ao mesmo tempo, garanta competitividade ao país. A economia mais aberta mostra que, além do PIB e da produtividade maiores, a renda per capita tende a ser mais elevada, assim como gera maior participação das exportações no PIB, o que conduz à integração internacional e à maior eficiência.". Analise de modo detalhado e crítico o conjunto de informações do texto anterior, entre aspas.


A análise do texto fornecido revela uma perspectiva majoritariamente a favor da abertura econômica, alinhada com a teoria econômica dominante, mas a visão crítica exige a consideração de ressalvas e desafios.
* Análise Detalhada e Crítica
O texto apresenta uma visão geral e bastante positiva das economias abertas, destacando benefícios como maior crescimento, produtividade e renda per capita. Essas afirmações são amplamente apoiadas pela teoria econômica, que associa a abertura a ganhos de eficiência por meio do comércio internacional, do investimento externo e da competição. 
I) Pontos de Concordância:
Vantagens da Abertura: O texto acerta ao descrever os mecanismos pelos quais economias abertas prosperam. O aumento das exportações, por exemplo, eleva o Produto Interno Bruto (PIB) e melhora a eficiência produtiva. A abertura também pode atrair investimento estrangeiro direto.
Desvantagens do Fechamento: A premissa de que economias fechadas tendem a ficar para trás é validada por exemplos como o Brasil, que, por ser considerado relativamente fechado, é visto por alguns como prejudicado em seu crescimento. 
II) Críticas e Nuances:
O texto, no entanto, apresenta a abertura como um caminho quase sempre linearmente vantajoso, o que pode ser criticado por ignorar os seus riscos e a complexidade de sua implementação.
Impactos Negativos: A abertura econômica não é isenta de riscos. No caso do Brasil, a abertura da economia na década de 1990 gerou a dependência de importações e a redução da industrialização em alguns setores. Além disso, uma economia mais fechada pode ser menos vulnerável a choques externos, como flutuações de preços e crises financeiras globais.
O Desafio do "Grau Ótimo": A afirmação de que o desafio é encontrar um "grau ótimo de abertura" é um ponto crucial e complexo. O texto não especifica o que isso significa na prática, e a busca por esse equilíbrio pode ser uma questão de debate político e econômico. A proteção de setores estratégicos, mencionada no texto, é um argumento de política industrial que muitas vezes entra em conflito com a lógica de abertura total.
Abertura não é Garantia de Desenvolvimento: O texto sugere que a abertura leva automaticamente a ganhos. No entanto, o sucesso depende de outros fatores, como o nível de preparação tecnológica, a qualidade das instituições e a infraestrutura do país. Um estudo questiona "por que só abrir a economia não gera desenvolvimento econômico", indicando que a abertura é uma condição necessária, mas não suficiente, para o desenvolvimento.

Fonte (IA do Google):
https://www.google.com/search?q=%22Economias+abertas+geralmente+crescem+mais+r%C3%A1pido+porque+se+beneficiam+do+com%C3%A9rcio+internacional%2C+dos+investimentos+externos%2C+das+transfer%C3%AAncia+de+tecnologia+e+da+competi%C3%A7%C3%A3o.+Economias+fechadas+tendem+a+ficar+atrasadas%2C+pois+n%C3%A3o+conseguem+aproveitar+as+vantagens+comparativas+nem+acessar+os+ganhos+de+produtividade+globais.+Em+termos+de+pol%C3%ADtica+p%C3%BAblica%2C+o+desafio+%C3%A9+n%C3%A3o+ser+nem+totalmente+fechada%2C+nem+totalmente+aberta%2C+mas+encontrar+um+grau+%C3%B3timo+de+abertura+que+proteja+setores+estrat%C3%A9gicos+e%2C+ao+mesmo+tempo%2C+garanta+competitividade+ao+pa%C3%ADs.+A+economia+mais+aberta+mostra+que%2C+al%C3%A9m+do+PIB+e+da+produtividade+maiores%2C+a+renda+per+capita+tende+a+ser+mais+elevada%2C+assim+como+gera+maior+participa%C3%A7%C3%A3o+das+exporta%C3%A7%C3%B5es+no+PIB%2C+o+que+conduz+%C3%A0+integra%C3%A7%C3%A3o+internacional+e+%C3%A0+maior+efici%C3%AAncia.%22.+Analise+de+modo+detalhado+e+cr%C3%ADtico+o+conjunto+de+informa%C3%A7%C3%B5es+do+texto+anterior%2C+entre+aspas.&rlz=1C2GCEA_enBR1094BR1098&sca_esv=0f91083b974e5b77&sxsrf=AE3TifMuthn8_GyM-cjIUoOPBu5sIQYVCw%3A1762998153383&source=hp&ei=iTcVaaWuFY-T5OUP3f22gQM&iflsig=AOw8s4IAAAAAaRVFmdR6Hm0WAGa89U1tAZUkXjYQPWFb&aep=22&udm=50&ved=0ahUKEwjllq71_-2QAxWPCbkGHd2-LTAQteYPCBE&oq=&gs_lp=Egdnd3Mtd2l6IgBIAFAAWABwAHgAkAEAmAEAoAEAqgEAuAEByAEAmAIAoAIAmAMAkgcAoAcAsgcAuAcAwgcAyAcA&sclient=gws-wiz&mstk=AUtExfCqWwsFwih_XQPywnrs5lR2Y9Nm5OWGO1FV6R5nw4-Bi9h89NH7QBTvq1N7Mk9uPRtmTtHBCVgX0MYAFMgqFydjBDVzDFUF3qhwVNkE6Mf2JBUKPDREl9qY-c8Mur9rXLTe_k3rlZvu7KElxecZtx0CusKaS-r1lQIOTStaaX0Gxn2fOoQwQswsjBUP3SJHKhioaZXfaI248JyWDpzpR7DmPpYrdObgXMcnWhJPyYrygn43tU6gdMGfJ66vCOySjKhJiMlANm-Fr7AnCeP5xSGsAJunHrBSOSg&csuir=1&mtid=ADgVad-4DLHF5OUP7rOB4Ak