Paulo Roberto de Almeida
Blatter recomenda que gays evitem 'atividades sexuais' no Catar 2022
A homossexualidade é considerada um crime no país que sediará a Copa daqui a 12 anos
"Mas isto me dá a chance de dizer que, segundo os estatutos da Fifa, seja em relação a política ou religião, não queremos racismo ou descriminação", disse o presidente da Fifa.
Críticas. As declarações de Blatter foram criticadas pelo ex-astro do basquete John Amaechi, que assumiu ser gay em 2007. "As declarações feitas e as posições adotadas por Sepp Blatter e a Fifa para com torcedores LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) que pagam muito dinheiro para viajar e pelos ingressos para assistir o Mundial de 2022 seriam completamente inaceitáveis há uma década", escreveu Amaechi em seu site.
"Mas ao invés, sem pensar muito, a Fifa endossou a marginalização de pessoas LGBT de todo o mundo. Qualquer coisa exceto uma reversão total de posição é inaceitável. Se o esporte não serve para mudar a sociedade, mesmo que temporariamente durante um evento como a Copa do Mundo, então ele não é muito mais do que apenas homens correndo atrás de uma bola e deve ser tratado desta forma", destacou Ameachi.
Grupos de defesa dos direitos gays criticaram a escolha do Catar, país onde homossexualidade é crime, para ser sede da Copa. As altas temperaturas do Catar à época da competição, entre 40ºC e 50ºC e a proibição de venda de bebidas alcoólicas em público já haviam despertado preocupação.
O país foi uma escolha surpreendente para ser sede da competição, superando países como EUA e Austrália, mas Blatter negou que a escolha tenha sido motivada por dinheiro. "Isto não tem nada a ver com dinheiro. Este é o desenvolvimento do futebol e não falamos de dinheiro", disse Blatter.