O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Copa do Mundo 2010. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Copa do Mundo 2010. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Copa do Mundo: vou acertar no bolao, estou apostando na Holanda...

Não, eu não entendo absolutamente nada de futebol, não torço por nenhum time, nem tenho esses ataques patrioteiros durante a Copa, que me fariam, hipoteticamente, vibrar pela "pátria em chuteiras", pela seleção "canarinho".
Nada disso. Mesmo não sabendo nada de futebol, mesmo não apostando um tostão furado na vitória de alguma seleção nacional em particular, vou apostar tudo o que tenho na Holanda, como a vencedora desta Copa, domingo próximo (aliás, já segunda, aqui na China).
Querem saber a razão?
É porque o Nosso Guia, o genial condutor de povos, está apostando na Espanha, que segundo ele é o mais próximo do Mercosul, do Brasil, da América Latina, whatever.
Ele já tinha apostado na Argentina, depois da eliminação do Brasil, e deu no que deu. Já tinha transferido suas preferências para a outra "seleção do Mercosul" (sic, resic, trisic), a do Uruguai, e nosso vizinho cisplatino ficou para trás.
Agora, Nosso Guia foca na Espanha, e eu já me sinto impelido a apresentar, preventivamente, condolências à seleção espanhola, pelas razões que vocês sabem, e que estão expostas com clareza neste post do jornalista Reinaldo Azevedo.
Leiam, e depois digam se eu não tenho razão em apostar na Holanda.
A conferir, domingo (aqui segunda).
Paulo Roberto de Almeida

EU BEM QUE AVISEI! O SECA-PIMENTEIRA FULMINOU A ALEMANHA!!!
Reinaldo Azevedo, 7.07.2010

Pois é… Eu não sou um desses analistas de pesquisas eleitorais que dão plantão em jornais, convertendo torcida em ciência, mas tenho minhas intuições com base em fatos.
- Lula grudou no Corinthians, que ambicionava a Libertadores. O Corinthians se danou!
- Lula grudou na Seleção Brasileira. A seleção perdeu (juntaram-se urucubaca com Dunga: parceria invencível).
- Lula exaltou as seleções do Mercosul. Foram caindo como moscas. Restou o Uruguai.
- Lula torceu para ao Uruguai. O Uruguai perdeu.
- Lula disse torcer para a Alemanha porque há um brasileiro no time. A Alemanha está fora.

Escrevi ontem este post aqui, ó:

O OLHAR FATAL DE LULA
Reflexões de Lula na Tanzânia. Leiam. Volto em seguida:

“Espero que tenha algum jogador brasileiro em alguma seleção que esteja disputando a final. Se for o Uruguai, nós temos pelo menos um bom jogador do Botafogo na seleção do Uruguai. Se for a Alemanha, nós temos um brasileiro naturalizado”.

“Nós temos como representante do Mercosul o nosso querido Uruguai e estaremos todos torcendo para que o Uruguai seja campeão do mundo. Nada contra os europeus, mas tudo favorável ao Mercosul.”


Comento:
Pois é… A Holanda tem uma seleção certamente superior à do Uruguai, e a tarefa dos companheiros já não era fácil. Mas aí veio a torcida do seca-pimenteira… Aí, meus amigos, não tem jeito: a vaca vai para o brejo mesmo.

A Alemanha, com o seu time dito multicultural - já houve tonto chamando a seleção alemã de “multirracial” (se “raça” não existe, por que existiriam “raças”?) -, deve fazer, sei lá, um culto ecumênico para se livrar da urucubaca.

Os alemães enfrentam os espanhóis amanhã. São muito superiores - mas agora contam com a torcida de Lula. Não há favoritismo que tenha resistido a esse “olhar”…

Quanto à tese das seleções do Mercosul, esposada até por certa babaquice jornalística, dizer o quê? O mais perto que o bloco econômico está da Copa, por enquanto, é a Espanha - e, mesmo assim, fazendo certa concessão ao “colonizador”, né? Pode-se defender também a torcida em favor da Holanda, uma homenagem à herança deixada por aquele povo em Pernambuco.

Seja como for, no terreno, diria, “espiritual”, a Seleção da Holanda passou a ser favorita. Lula não lançou sobre ela o seu olhar fatal.

Encerro
Os técnicos de Espanha e Holanda devem se precaver: desde já, repudiem a torcida de Lula. Nada sobrevive àquele olhar… E depois falam do pé frio de Mick Jagger?

Quer acertar o bolão, amigo? Tente saber para quem Lula está torcendo.

==========

Addendum (posterior ao post acima, como, aliás, é o sentido do termo em Latim):

“No creo en brujas, pero que las hay, las hay”
Reinaldo Azevedo, 8.07.2010

Ai, Ai… A Espanha, um dos países mais ferorosamente católicos do mundo, pode começar a rezar. Leiam trecho de reportagem da Folha. Volto depois.

Por Ana Flor, Eduardo Arruda e Fábio Zanini:
A Fifa conta com o presidente Lula como uma das estrelas na final da Copa do Mundo, mas a tendência dele ontem era faltar ao jogo decisivo e voltar ao Brasil amanhã ou sábado. Lula afirmou estar exausto a integrantes da comitiva que o acompanha em viagem a seis países africanos, segundo a Folha apurou.

Um assessor direto do presidente disse que a chance de ele não ir à final é de 90%. A decisão final, porém, ainda será tomada por Lula. Além disso, em jantar ontem à noite em Johannesburgo, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, comentou com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que Lula não deve ir à partida entre Holanda e Espanha.

Outro motivo, segundo Kassab, é que não há nenhum representante do Mercosul no jogo. Lula também não quer presenciar uma eventual festa da Holanda, time que eliminou o Brasil. Caso se confirme, a ausência do presidente poderá ser vista como uma desfeita para a Fifa, que ontem anunciou como confirmada a presença do brasileiro. No evento, Lula receberia simbolicamente a incumbência de organizar a próxima Copa, que acontecerá no Brasil em 2014.

Hoje, o presidente brasileiro participa, ao lado de Teixeira, de evento de lançamento do emblema da Copa brasileira, em Johannesburgo. Anteontem, ele criticou indiretamente o fato de Teixeira estar há 21 anos à frente da entidade. Aqui

Comento [Reinaldo Azevedo]:
Conhecem o famoso ditado “No creo en brujas, pero que las hay, las hay”? Pois é… O fato de Lula torcer por alguém ou algum time e os coitados sempre se defrontarem com o desastre não é uma dessas inevitabilidades cientificamente comprováveis, que rendam uma teoria, um conceito. Mas uma coisa é certa: trata-se de uma experiência empírica.

Se Lula não gostaria de assistir ao eventual triunfo holandês porque aquela seleção tirou o Brasil da Copa — na verdade, foram Dunga e Jorginho que o fizeram —, suponho que esteja torcendo para a Espanha. Que dureza!

Lutem, valentes! Eurico, o presbítero, enfrentou batalha bem maior! Huuummm… Se bem que esse exemplo não é muito bom. Vamos fazer o seguinte: rezem e acendam velas para o Anjo Custódio!

O fato é que “ele” está de olho em vocês…

sábado, 26 de junho de 2010

Pausa para a Copa, ou melhor, para o futebol...

Não torço para NENHUMA seleção, nem mesmo para a seleção brasileira, a não ser que ela jogue bem, o que não é o caso até aqui (e duvido que venha a ser).

Eu torço apenas para o bom futebol, o futebol com arte, técnica, graça e lealdade, nessa ordem, ou em qualquer outra que se desejar.
Detesto o futebol engessado, as caneladas, os golpes baixos, as trapaças, as vuvuzelas, as patriotadas e outras bobagens associadas.

Os jogadores de seleção, hoje em dia, são perfeitos mercenários. Jogam por dinheiro, e nada mais. Impossível torcer por mercenários.

Fico com o futebol em estado puro, que está cada vez mais raro.
Fico com a seleção que exibir o melhor futebol, qualquer que seja o país...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Entre o Gulag e o exilio: dificil escolha

Tem uma seleção que está saindo da primeira fase da Copa com 0 pontos.
Bem, eles tiveram certo "sucesso" contra o Brasil, limitando o desgaste.
Mas, depois, foram 7 a 0 e agora 5 a 0.
Depois dessa, só sobrou o Gulag.
Acho que já recomendei o exílio, coletivo...
Vai ser complicado voltar...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

7 a 0: minha recomendacao a certo time...

Bem, se fosse eu, e conhecendo os precedentes, trataria de pedir asilo coletivo.
A alternativa é o Gulag, de retorno ao lar (se o termo se aplica, claro).
Mas, isso deve ser feito agora, se possível ainda com a roupa molhada de suor.
Se esperarem muito, os gorilas habituais vão controlar todos os seus movimentos.
Sorry, boys, não dava mesmo para vencer essa.
Mas, a vergonha do score pode induzir um baixinho invocado a gestos inesperados (ou esperados e previsíveis...).
A escolha é de vocês...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pausa Copa do Mundo: nossos primeiros adversarios, a Coreia do Norte

O Le Monde dedicou uma imensa matéria a este país ainda stalinista, talvez até mais do que isso, um dos mais fechados (senão o mais fechado) do mundo.
Vale clicar no link da matéria para assistir aos videos interessantes...

Mondial 2010 : la Corée du Nord, secret défense
Le Monde, 15.06.2010

L'équipe de Corée du Nord jouera sa deuxième Coupe du monde en 2010, quarante-quatre ans après ses exploits réalisés sur le sol anglais.

Pour la deuxième participation de son histoire à la Coupe du monde, la Corée du Nord est tombée dans la poule la plus difficile de cette édition 2010 : le "groupe de la mort", avec le Brésil, la Côte d'Ivoire et le Portugal. Si la tâche s'annonce immensément compliquée, la sélection du pays le plus secret du monde a quelques arguments à faire valoir, en particulier une défense en béton armé.

HISTORIQUE : l'exploit de 1966 (video)

Pour sa première participation à la Coupe du monde en 1966, la Corée du Nord réussit un exploit incroyable. Tout dans l'histoire de son épopée a un goût savoureux. Déjà, sa qualification. Quatre équipes devaient participer aux éliminatoires de la zone Asie-Océanie : la Corée du Nord, la Corée du Sud, l'Australie et l'Afrique du Sud. Suspendu par la FIFA en raison de l'apartheid, le pays africain ne peut finalement pas jouer. La Corée du Sud décide, quant à elle, de se retirer lorsqu'elle apprend que les matches qualificatifs se déroulent au Cambodge et pas au Japon, comme prévu initialement. Résultat, la Corée du Nord n'a plus qu'à battre l'Australie pour obtenir le sésame, ce qu'elle fait avec la manière (6-1 à l'aller, 3-1 au retour). A l'arrivée des Chollima – un cheval de la mythologie coréenne qui sert de surnom à l'équipe – en Angleterre où est organisée la Coupe du monde, se pose un problème diplomatique. Depuis la guerre de Corée, les Anglais n'ont toujours pas reconnu la légitimité du gouvernement nord-coréen.

Malgré cela, le tournoi commence et les joueurs du pays le plus fermé du monde brillent : une défaite 3-0 contre l'URSS, un match nul 1-1 contre le Chili et surtout, une victoire historique 1 à 0 contre les doubles champions du monde italiens. Soutenus par toute la ville où ils sont logés, Middlesbrough, qui s'est entichée d'eux, les Nord-Coréens affrontent le Portugal en quart de finale. Pour l'occasion, plusieurs milliers de fans de Middlesbrough se déplacent à Liverpool pour les encourager ! Là encore, ce n'est pas banal. Les Chollima mènent 3 à 0, jusqu'à l'entrée en jeu d'Eusebio qui change tout et inscrit quatre buts. Score final : 5 à 3. Les joueurs rentrent alors au pays. Et si la foule les accueille en héros, certains témoignages (Les Aquariums de Pyongyang, un livre écrit par Kang Chol-hwan) racontent qu'une grande partie de l'équipe a été envoyée au goulag.

Depuis cette date, la Corée du Nord n'a plus jamais participé à un Mondial. En 1998 et en 2002, après l'échec aux éliminatoires pour la Coupe du monde 1994, le régime a décidé que son équipe ne jouerait pas les qualifications. Mais l'isolement du régime allant grandissant, le retour de la Corée du Nord sur la scène sportive est à interpréter à travers le prisme diplomatique.

PARCOURS DE QUALIFICATION : qualifée grâce à sa défense de fer
Une attaque timide et une défense de béton. Avec 1,25 but par match lors des éliminatoires, la Corée du Nord présente la plus faible moyenne des 32 pays qualifiés pour la Coupe du monde. Mais, grâce à son arrière-garde renforcée (la Corée du Nord joue avec cinq défenseurs), elle a encaissé très peu de buts (7 en 16 matches), ce qui a lui permis de finir deuxième de son groupe, derrière la Corée du Sud mais devant des habitués des Mondiaux comme l'Iran et l'Arabie saoudite.

POINTS FORTS ET POINTS FAIBLES

Une préparation intensive. Les joueurs de la Corée du Nord sont réunis pour préparer le Mondial sud-africain depuis novembre 2009 ! Difficile de faire mieux pour souder un collectif, développer un état d'esprit conquérant, et faire respecter la discipline militaire qui caractérise le régime et la sélection. Les Chollima ont voyagé en Europe, en Amérique du Sud et en Afrique pour se frotter à des footballs qu'ils connaissent peu, eux qui évoluent tous dans leur pays, à l'exception d'An Yong-hak et Jong Tae-se (Japon) et Hong Yong-jo (Russie). Durant cette tournée, l'équipe a eu l'occasion de prouver sa rigidité défensive, concédant des 0-0 contre Nantes (L2), le Congo et l'Afrique du Sud. Quant au Mexique (2-1) et au Paraguay (1-0), ils ont eu du mal à faire sauter le verrou pour s'imposer.

Le manque d'expérience. Aucun joueur évoluant hors de l'Asie, des supporteurs que le régime ne souhaite pas laisser partir en Afrique du Sud, un choc culturel attendu... Sortis de leur isolement le temps d'une compétition, les Chollima vont vivre en Afrique du Sud un véritable test, une aventure unique dans leur existence. Nation du Mondial la moins bien classée à la FIFA (105e), peu habituée au haut niveau, la Corée du Nord et ses petits gabarits vont souffrir en termes d'impact athlétique et de vitesse du jeu. Surtout dans une poule aussi relevée, où le Brésil, le Portugal et la Côte d'Ivoire vont tout faire pour dynamiter leur défense.

JOUEUR-CLÉ : Jong Tae-se, le "Rooney du peuple"
L'histoire du joueur vedette des Chollima est passionnante. Né au Japon de parents sud-coréens, Jong Tae-se a passé toute sa scolarité dans des écoles financées par la Corée du Nord. Et il a donc opté pour la sélection de ce pays. Evoluant dans le club nippon de Kawasaki Frontale, il est l'un des meilleurs joueurs du championnat, inscrivant chaque saison entre 15 et 20 buts. Au sein d'une équipe nationale ultra-défensive, le "Rooney du peuple" est le finisseur vif et énergique, celui qui conclut les contre-attaques.

JOUEUR À SURVEILLER : Hong Yong-jo, le cerveau russe (video)