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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Guillermo Cabrera Infante, vitima da ditadura castrista: livro postumo

O mapa da tristeza
O recém-publicado livro póstumo de Guillermo Cabrera Infante se intitula “Mapa Desenhado por um Espião”, mas deveria mesmo se chamar “O Mapa da Tristeza”, pelo sentimento de solidão, amargura, desproteção e incerteza que o impregna do começo ao fim. Conta os quatro meses e meio que passou no ano de 1965 em Havana, para onde havia viajado a partir de Bruxelas – ali era adido cultural de Cuba – por causa da morte da sua mãe. Pretendia retornar à Bélgica em poucos dias, mas, quando estava prestes a embarcar para o retorno ao seu posto diplomático, junto com suas duas filhas pequenas, Anita e Carola, recebeu no aeroporto de Rancho Boyeros uma ligação oficial indicando-lhe que deveria suspender sua viagem, porque o ministro das Relações Exteriores, Raúl Roa, tinha urgência em lhe falar. Retornou a Havana imediatamente, surpreso e inquieto. O que teria ocorrido? Nunca chegaria a saber.
O livro narra, numa escrita apressada e às vezes com frenesi e desordem, os quatro meses seguintes, em que Cabrera Infante volta muitas vezes ao ministério, sem que nem o ministro nem nenhum dos chefes o receba, descobrindo assim que havia caído em desgraça, mas sem jamais se inteirar sobre como ou por quê. Entretanto, no dia seguinte à sua chegada, Raúl Roa o havia felicitado por sua gestão como diplomata e anunciado que provavelmente voltaria a Bruxelas promovido a ministro-conselheiro da embaixada. O que ou quem havia intervindo para que sua sorte mudasse da noite para o dia? De resto, continuavam pagando seu salário e até renovaram o cartão que lhe permitia fazer compras nas lojas para diplomatas, mais bem abastecidas do que os armazéns cada vez mais míseros aos quais recorriam as pessoas comuns. Seria ele considerado pelo Governo um inimigo da Revolução?
A verdade é que ainda não. Havia tido um conflito com o regime em 1961, quando este fechou a Lunes de Revolución, revista cultural que Cabrera Infante dirigiu durante os dois anos e meio de sua prestigiosa existência, mas nos três anos de seu distanciamento diplomático na Bélgica havia sido, segundo confissão própria, um funcionário leal e eficiente da Revolução. Embora um pouco desencantado com o rumo que as coisas tomavam, dá a impressão de que, até regressar a Havana em 1965, Cabrera Infante ainda pensava que Cuba corrigiria o rumo e retomaria o caráter aberto e tolerante do princípio. Nesses quatro meses aquela esperança se desvaneceu, e foi ali, enquanto, confuso e temeroso por sua kafkiana situação de incerteza total sobre seu futuro, perambulava por suas amadas ruas habaneras, via a ruína que se apoderava de casas e edifícios, as enormes dificuldades que o empobrecimento generalizado impunha aos moradores, o isolamento quase absoluto em que o poder havia se confinado, seu verticalismo e a severidade da repressão a reais ou falsos dissidentes e a insegurança e o medo em que vivia o punhado de amigos que ainda o frequentavam – quase todos escritores, pintores e músicos –, que ele perdeu as últimas ilusões e decidiu que, se saísse da ilha, se exilaria para sempre.
No seu foro mais íntimo vive entregue à vontade de romper para sempre com seu país

Não disse isso a ninguém, claro. Nem a seus amigos mais íntimos, como Carlos Franqui ou Walterio Carbonell, revolucionários que também haviam sido afastados do poder e transformados em cidadãos fantasmas, por razões que ignoravam e que os mantinham, como a ele, vivendo em uma angustiosa e frustrante inutilidade, sem saber o que ocorria a seu redor. As páginas que descrevem o vazio cotidiano desse grupo, que ele tratava de atenuar com fofocas e fantasias delirantes, entre goles de rum, são estremecedoras. O livro não contém análises políticas nem críticas fundamentadas ao governo revolucionário; pelo contrário, sempre que o tema político aparece nas reuniões de amigos o protagonista emudece e procura se afastar da conversa, convencido de que há algum espião no grupo ou de que, de um modo ou outro, o que se disser ali chegará aos ouvidos do Ministério do Interior. Há um pouco de paranoia, sem dúvida, nesse estado de perpétua desconfiança, mas talvez ela seja a prova a que o poder quer submetê-los para medir sua lealdade ou sua deslealdade à causa. Não é de se estranhar que, nesses quatro meses, começasse para Cabrera Infante aquela via-crúcis psicológica que, com o tempo, iria desbaratando sua vida e sua saúde, apesar dos admiráveis esforços de Miriam Gómez, sua esposa, para lhe injetar ânimo e coragem e para ajudá-lo a escrever até o final.
A publicação desse livro é outra manifestação do heroísmo e da grandeza moral de Miriam Gómez. Porque nele Guillermo conta, com uma sinceridade crua e às vezes brutal, como combateu o desalento e a neurose daqueles quatro meses seduzindo as mulheres, deitando-se com elas a torto e a direito, e até se apaixonando por uma dessas conquistas, Silvia, que passou a ser por um tempo publicamente a sua companheira. Este e os outros foram amores tristes, desesperados, como são a amizade, a literatura e tudo o que Cabrera Infante faz e diz nesses quatro meses, porque no seu foro mais íntimo vive realmente entregue à sua vontade de escapar, de romper para sempre com um país para o qual não vê, num futuro próximo, esperança nenhuma.
Escrito com total espontaneidade, comove bem mais que se fosse revisado
Não foi uma decisão fácil. Porque ele amava Cuba profundamente, e em especial Havana, tudo o que havia nela, principalmente a noite, os bares e os cabarés, as bailarinas e os seus cantores, e a música, o clima quente, as avenidas e os parques – e seus cinemas! – pelos quais passeia incansavelmente, recordando os episódios e as pessoas associadas a esses lugares, como para que sua memória os percebesse em todos os seus detalhes, sabendo que não voltaria a vê-los, e pudesse recordá-los mais tarde com precisão em seus ensaios e ficções. Efetivamente é o que ele fez. Quando por fim, após esses quatro meses, graças a Carlos Rafael Rodríguez, líder comunista com quem o pai de Cabrera Infante havia trabalhado durante muitos anos no partido, Guillermo conseguiu sair de Cuba com suas duas filhas, rumo à Espanha e ao exílio, levou seu país consigo, e lhe foi fiel em tudo o que escreveu. Mas nunca se resignou a viver longe de Cuba, nem sequer nos momentos em que obteve os maiores reconhecimentos literários e viu como a difusão e o prestígio de sua obra o recompensavam da feroz campanha de difamação e calúnias de que foi vítima durante tantos anos. Embora dissesse que não, acredito que ele nunca perdeu a esperança de que as coisas iriam mudar lá na ilha, e de que algum dia ele poderia voltar fisicamente para essa terra da qual nunca havia conseguido se desprender. Provavelmente seus males se agravaram quando, em um dado momento, precisou reconhecer que não, que era definitivo, que nunca voltaria, e que morreria no exílio.
Impressionou-me muito este livro, não só pelo grande afeto que sempre senti por Cabrera Infante, mas também pelo que me revelou sobre ele, sobre Havana e sobre essa época da Revolução Cubana. Conheci Guillermo quando ele era ainda diplomata na Bélgica e se resguardava muito bem de fazer críticas à Revolução, se é que as tinha então. Na época que ele descreve, estive em Cuba e não vi nem imaginei o que ele e outros personagens deste livro viviam, embora tenha estado com vários deles muitas vezes, conversando sobre a Revolução e me convencido de que todos estavam contentes e entusiasmados com o rumo que aquela tomava, sem suspeitar nem mesmo que alguns, ou talvez todos, dissimulavam, representavam, e que por baixo do seu entusiasmo havia simplesmente medo. Antoni Munné, que, assim como nos dois livros póstumos anteriores, preparou esta edição com desvelo, pôs ao final um Guia Onomástico, dando conta do ocorrido posteriormente com os personagens com os quais Cabrera Infante compartilhou esses quatro meses; é uma informação muito instrutiva para saber quem caiu efetivamente em desgraça e sofreu isolamento e cárcere, quem se reintegrou ao regime, e quem se exilou ou suicidou.
Fez bem Antoni Munné em deixar o texto tal como foi escrito, sem corrigir suas falhas, algo que sem dúvida Cabrera Infante se propôs a fazer alguma vez e não teve tempo, ou simplesmente não teve ânimo suficiente para voltar a se dedicar a semelhante pesadelo. Assim como está, um rascunho escrito com total espontaneidade, sem o menor adorno, em uma linguagem direta, de crônica jornalística, comove muito mais que se tivesse sido revisado, embelezado, transformado em literatura. Não a é. É um testemunho descarnado e atroz, sobre o que significa também uma Revolução quando a euforia e a alegria do triunfo cessam e ela se converte em poder supremo, esse Saturno que cedo ou tarde devora os seus filhos, começando pelos que estão mais perto, que costumam ser os melhores.

domingo, 25 de agosto de 2013

Brasil, sucursal de Cuba? Assim parece... - Elio Gaspari

O advogado-geral de Fidel Castro

Elio Gaspari, O Globo, 25/08/2013

O doutor Luís Inácio Adams informou que os médicos cubanos que vêm para o Brasil não terão direito a asilo político caso queiram se desvincular da ilha comunista. Nas suas palavras: “Me parece que não têm direito a essa pretensão. Provavelmente seriam devolvidos”.
Num país que teve um presidente asilado (João Goulart) e centenas de cidadãos protegidos pelo instituto do asilo, Adams nega-o, preventivamente, a cubanos.

Luís Inácio Adams, advogado-geral da União

Isso numa época em que o russo Vladimir Putin concedeu asilo a um cidadão acusado pelo governo americano de ter praticado crimes, e a doutora Dilma tem um asilado na embaixada brasileira em La Paz.
Noves fora a proteção dada a Cesare Battisti, acusado de terrorismo pelo governo italiano.
A tradição petista vai na direção desse absurdo. A Polícia Federal já deportou dois boxeadores cubanos durante a gestão do comissário Tarso Genro no Ministério da Justiça. (Eles foram recambiados e fugiram de novo).
O próprio governo cubano já permitiu a saída de cidadãos para a Espanha. A vigorar a Doutrina Adams, o Brasil transforma-se numa dependência do aparelho de segurança cubano.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Internet socialista em Cuba, mas a um custo de capitalismo de luxo...


Una hora de Internet en Cuba: 4,5 dólares

Una hora de navegación internacional por Internet: 4,5 pesos cubanos convertibles (4,5 dólares estadounidenses). Una hora de navegación nacional por Internet, con activación de correo electrónico internacional: 1,5 pesos convertibles. Una hora de navegación nacional: 0,60 pesos convertibles. Estas son las tarifas que cobrarán los 118 nuevos centros de conexión estatales que comenzarán a operar en Cuba el próximo 4 de junio, como parte del plan de ampliación del acceso público a Internet anunciado este martes por el Gobierno de Raúl Castro. Así, con un mes completo de salario, un cubano promedio podrá comprar cuatro horas y media de conexión a la Red.
(...)
La noticia de la ampliación del acceso público al ciberespacio fue recibida con reservas por los ciberactivistas cubanos, que han hecho de las redes sociales su tribuna. “Ahora, con 1/3 del salario mensual, compramos 1 hora de mala #Internet”, escribió este 28 de mayo el bloguero Henry Constantin a través de su cuenta de Twitter @constantincuba. En Cuba, el salario promedio de un ciudadano no supera los 20 dólares y con estas tarifas, un mes de sueldo alcanza para comprar cuatro horas y media de Internet. “¿Si pudiera guardar estos kilobytes? ¿Si pudiera llevarme en un bolsillo un trozo del ciberespacio? :-0”, fue el mensaje de la bloguera Yoani Sánchez, quien este miércoles volará de regreso a La Habana luego una gira de 80 días por América y Europa, a propósito de los costos y las restricciones que prevé la ampliación del servicio.
El acceso a la Red desde hogares, teléfonos móviles o computadores portátiles aún no será posible, aunque está en los planes de futuro, según el Gobierno. “Está previsto que los cubanos puedan tener conexión en sus casas, pero la prioridad inicial, en las actuales circunstancias, la tendrán los puntos de acceso colectivos, para lograr con menos inversiones llegar a un mayor número de personas”, ha dicho el viceministro de Comunicaciones de Cuba, Wilfredo González, en una entrevista publicada este miércoles por el diario oficial Granma. Según González, las únicas limitaciones al uso privado de internet en Cuba responden a razones “tecnológicas y financieras”.
Lo que hay, aseguran las autoridades cubanas, es solo posible gracias a la puesta en funcionamiento, el 24 de enero pasado, del cable submarino de fibra óptica que conecta a Cuba con Venezuela y Jamaica. El tendido del cable, de unos 1.600 kilómetros de largo, tuvo un costo de 70 millones de dólares y culminó en febrero de 2011. En agosto de 2012 comenzó a emplearse en forma experimental para llamadas telefónicas y conexiones de Internet, de acuerdo a la información ofrecida por Etecsa. Las autoridades cubanas nunca dieron explicaciones sobre la demora en el inicio de operaciones, pero sí advirtieron: “Cuando concluya el proceso de pruebas, la puesta en operación del cable submarino no significará que automáticamente se multipliquen las posibilidades de acceso (a Internet en Cuba)”.
El Gobierno cubano ha atribuido las limitaciones de conectividad de la isla al embargo económico que mantiene Estados Unidos en su contra desde la década de los sesenta. Hasta ahora, además de los centros de conexión habilitados en hoteles y oficinas de correos, solo había acceso a la red desde las escuelas y los institutos científicos, y apenas algunos profesionales autorizados por el Gobierno –médicos, periodistas, entre ellos– gozan del privilegio de navegar desde sus casas; en el caso de los médicos, con limitaciones de acceso. Así, por ejemplo, de acuerdo a cifras oficiales, unos 68.000 especialistas de la salud pueden consultar desde sus hogares la intranet pública de salud de Cuba a Infomed. Lo que indican estudios independientes es que Cuba se sitúa en el último puesto de América Latina, con una tasa de 3% de conectividad a la red internacional.

domingo, 17 de março de 2013

Um pais teleguiado desde Havana: testamento nao testamentado...

Não se trata apenas da Venezuela, e não se trata tão somente do caudilho: outras situações e outros personagens também se colocam no mesmo padrão...
Paulo Roberto de Almeida

ABC: Kirchner llevó a Caracas el testamento de Chávez que nombraba a Maduro
RUNRUN, Venezuela, 10 Mar 2013

¿Otra bomba noticiosa sin pruebas?
¿Necesitaba Maduro esa carta si ya él tenía una copia que le entregó Chávez y la conserva su pareja, la Procuradora General Cilia Flores?
¿Por qué iba a demostrar eso la presidenta Cristina Kirchner si todo apuntaba en ese destino?
Así continúa la nota escrita por Emili J. Blasco publicada en el diario ABC de España:
La presidenta argentina mostró el documento manuscrito el miércoles pasado y acabó con todas las aspiraciones a la presidencia de Cabello
El testamento político de Hugo Chávez, escrito de puño y letra antes de su operación y llevado a Caracas por la presidenta argentina,Cristina Fernández de Kirchner, desencalló en el seno del chavismo el ascenso del vicepresidente Nicolás Maduro –y no Diosdado Cabello, presidente de la Asamblea Nacional, a quien constitucionalmente le correspondía– a la jefatura del país.
Con las espadas en alto entre Maduro y Cabello en el día de la muerte de Chávez, sin que los partidarios de este en el Tribunal Supremo de Justicia (TSJ) quisieran facilitar una coronación del vicepresidente, la rápida llegada de Kirchner con el testamento acabó por desactivar cualquier oposición. Culminaba una orquestación en la que pocos dudan que Cuba ha llevado la batuta, acaparando el control sobre el moribundo Chávez.
La presidenta llegó a Caracas el miércoles a primera hora y mantuvo varias reuniones, en un día en que toda la atención se centraba en el cortejo fúnebre por las calles de la capital venezolana. Fuentes informadas de los pormenores de esa visita han confirmado a ABC la existencia del testamento escrito, si bien no trasladaron detalles de su contenido, más allá de que el texto señalaba a Maduro como sucesor. Aunque Chávez había hecho esa designación también de palabra y públicamente el 8 de diciembre, antes de marchar a Cuba para su operación, el carácter testamentario del documento acabó por derrotar las aspiraciones de Cabello.
El papel de Raúl Castro
Al presidente de la Asamblea Nacional, que internamente ha jugado la carta anticubana en su pulso contra el candidato refrendado por los hermanos Castro, el momento de la muerte de Chávez le pilló parcialmente fuera de juego. Si bien la defunción del presidente en La Habana se produjo sobre las 7 de la mañana del martes, como ya informó este diario, supuestamente Cabello no fue informado hasta que la noticia de un desenlace comenzó a ser trasladada a un círculo más amplio de dirigentes, a los que a media mañana se convocó a una reunión especial de la dirección política y militar del movimiento chavista (el anuncio oficial del fallecimiento no se haría hasta la tarde, dando una hora falsa). La coincidencia de la muerte y sepelio de la madre de Cabello acabó por desactivar su capacidad de reacción.
La referencia a un testamento de Chávez y su posesión por parte de Kirchner fue algo avanzado en enero por el periodista venezolano Nelson Bocaranda, cuando al parecer la propia presidenta argentina comunicó a los Castro, durante su visita al centro médico en el que estaba internado Chávez, que tenía copia de dos cartas escritas por este en diciembre, antes de la operación.
Kirchner mantiene una estrecha relación con la familia Chávez, especialmente con la hija mayor, Rosa Virginia. De hecho en su reciente viaje a Caracas durmió en La Casona, la residencia presidencial en la capital venezolana.
Una vez cumplió su misión, Kirchner ya no se esperó al funeral del viernes. Quien entonces habría terminado por empujar la coronación Maduro fue Raúl Castro. Al menos su llegada a Caracas el jueves por la tarde coincidió con el despliegue de decisiones finales del TSJ y el aviso a los diputados de que al día siguiente, tras el funeral, la Asamblea Nacional tomaría juramento a Maduro.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A blogueira e os mercenarios

Leio a seguinte materia num dos jornais brasileiros: 


A blogueira e ativista política cubana Yoani Sánchez foi recebida com protesto por um grupo de cerca de 20 pessoas no aeroporto internacional de Recife, na madrugada desta segunda-feira.


Não, não vou falar sobre a blogueira, pois não tenho competência para tanto, não tenho vontade, e meu blog não se destina a este tipo de comentário.
Apenas observo o seguinte: 
Cuba já não desperta as paixões de antigamente.
Vinte mercenários? Isso foi tudo o que os simpatizantes de Cuba conseguiram arregimentar para protestar contra essa blogueira?
A ditadura cubana já teve maiores apoios no Brasil...

Agora imaginemos o seguinte:
Suponhamos que um jornalista de direita, como um desses que escreve para o Partido da Imprensa Golpista, tenha desembarcado em Cuba, a convite de grupos de direitos humanos, que o foram acolher no aeroporto, com saudações efusivas, e gritos de apoio, enfim, um pouco como fizeram os mercenários do Recife, apenas que num sentido contrário, entenderam?
Os mercenários puderam agir livremente, neste país que ainda dispõe de liberdade para tanto, o que não é o caso de Cuba,
Imaginemos, pois, que o governo cubano, para preservar a paz social e a boa ordem em Cuba, resolvesse reprimir a manifestação, e deter o jornalista em questão, acusando-o de fomentar protestos ilegais, o que não é muito distante da realidade que acontece em Cuba.
As autoridades cubanas, sob pretexto de preservar a paz social, detém o jornalista em questão e depois o reenvia de volta ao Brasil no primeiro voo disponível.
O que faria o governo brasileiro?
Elevaria um protesto diplomático contra o governo cubano?
Convocaria o seu embaixador em Brasília para dar explicações quanto ao gesto prepotente, inamistoso e arbitrário?
Ou não faria nada, diferente do que fez no caso da blogueira, quando participou de reunião na embaixada de Cuba para preparar uma "boa" recepção para a referida blogueira?
Perguntas, perguntas, perguntas...
Paulo Roberto de Almeida 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Brasil-Cuba: afinidades afetivas? - Financiando o calote futuro...

Interessante a matéria abaixo, de uma agência de imprensa também detentora de afinidades eletivas, como diria Goethe.
Mas algumas precisões devem ser feitas: 
O Brasil está financiando a fundo perdido, ou seja, esses empréstimos nunca serão pagos, embora se possa dizer que o financiamento é feito em causa própria (mas sempre fica uma parte de fornecimento local, e o fato é que o dinheiro nunca vai retornar ao Brasil). Fornecimento alimentar, por princípio, é gasto corrente, ou seja, vai apenas permitir que os cubanos comam um pouco melhor do que a magra ração da sua penúria habitual das "libretas de racionamento", uma realidade dos últimos 50 anos, sem que haja, portanto, qualquer investimento produtivo. Não é certo, portanto, que o financiamento gere recursos para ser pago mais adiante. Aliás, o certo é que ele NUNCA vai gerar recursos novos para que ele seja pago, e talvez a intenção, das duas partes, seja essa mesma. Ou seja, é um "empréstimo de desespero", apenas isso.
Não é certo, por outro lado, que esse porto de Mariel venha a ser um hub local, uma vez que as relações comerciais entre o Caribe, a América central e o império estão muito bem assentadas em portos e centros comerciais muito bem estabelecidas. Cuba perdeu o bonde da história, e ficou totalmente isolada dos vínculos comerciais, como resultado do auto-isolamento das últimas décadas. Só o Brasil acredita que Mariel será um centro de comércio regional. 
Podem me cobrar dentro de poucos meses, mas já antevejo o que vai ocorrer...
Paulo Roberto de Almeida 

O presidente cubano, Raúl Castro, e o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, acertaram nesta quinta-feira um crédito de 200 milhões de dólares de Brasília ao programa alimentar de Cuba, informou a TV estatal em Havana.
              
Raúl Castro e Fernando Pimentel conversaram "sobre o desenvolvimento ascendente das relações bilaterais e reafirmaram o propósito de trabalhar por seu contínuo fortalecimento", destacou a TV cubana.
          
Pimentel firmou com o ministro do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca, o crédito de 200 milhões de dólares para importações do programa alimentar da Ilha.
             
"Estes recursos serão liberados em três partes - a primeira durante 2012 - e as demais em 2013, para financiar a exportação de máquinas e equipamentos agrícolas brasileiros".
             
Pimentel também visitou as obras de ampliação do porto de Mariel, 50 km a oeste de Havana, e ofereceu a Malmierca "assistência jurídica para construir o marco regulatório desta zona especial".

A ampliação do porto de Mariel é a maior obra de infraestrutura empreendida por Raúl Castro. O terminal de contentores não atenderá apenas o comércio cubano, mas a outras nações da bacia do Caribe.
              
"Temos todo o interesse em colaborar na definição deste modelo para trazer o máximo possível de empresas brasileiras", destacou Pimentel Malmierca declarou que a experiência jurídica brasileira é importante para uma maior integração das empresas do Brasil em Cuba.
              
"Oferecemos transferência tecnológica em troca de investimentos em fábricas e (a zona especial de) Mariel poderá servir para isto", disse o ministro cubano.
              
As operações portuárias devem começar em Abril de 2013, antes da conclusão das obras, fixada para Outubro do mesmo ano.
              
O Brasil financia 85% as obras - que totalizam 800 milhões de dólares - por meio do Banco de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES).

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cuba: uma economia a beira do colapso (sem ajuda externa...)

Quem diz isso não sou eu, mas um economista cubano, vivendo em Cuba, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Havana, ex-funcionário do Banco Central -- não é mencionado porque saiu, já que se imagina que trabalhar no BC cubano deva ser algo mais próximo do objeto mais valorizado atualmente em Cuba, do que simplesmente ser professor universitário, com salário menor, provavelmente, do que um taxista -- e ele confirma o que já se sabia: sem os soviéticos, e sua generosa ajuda, a economia cubana entrou em colapso; aí, providencialmente, apareceu Chávez, o anjo enviado dos céus (com perdão dos crentes); ou seja, se Chávez desaparece, a economia cubana, que já está virtualmente em colapso, entrará definitivamente em colapso.
Bela obra esse socialismo de 50 anos, que ainda pretende continuar sob uma forma atenuada durante mais alguns anos, tentando entrar no capitalismo à la China ou Vietnã, ou seja, preservando o monopólio do Partido Comunista e toda a autocracia que vem junto.
O próprio economista confirma que se teria de fazer uma desvalorização cambial ainda maior, ou seja, deixar o povo cubano ainda mais pobre do que já é.
Será que é por isso que os companheiros estão tentando ajudar seus companheiros cubanos?
Certamente, mas eles poderiam pelo menos reconhecer o fracasso completo da experiência cubana, e renegar não só o modelo econômico como a ditadura que o sustenta.
Paulo Roberto de Almeida 



Entrevista da 2ª: Pavel Alejandro Vidal
Saída de Hugo Chávez provocaria um choque tremendo em Cuba
Economista diz que, sem a Venezuela, havana perde óleo barato e divisas com médicos, que rendem mais que turismo
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A HAVANA
Folha de S.Paulo, 2/04/2012  – pág. A18

Sem Hugo Chávez na Venezuela, Cuba mergulharia em uma crise social e política difícil de superar. Viveria um choque tremendo -mais um, duas décadas após perder sua aliada carnal URSS.
O vaticínio -quando o discípulo de Fidel Castro se trata de um câncer e enfrenta eleições em outubro- pode ser repetido por muitos analistas, mas, na boca de Pavel Alejandro Vidal, economista da Universidade de Havana, ele se traduz em números.
O impacto do fim da cooperação com a Venezuela seria duplo. Por um lado, Havana perderia facilidades financeiras para comprar petróleo, que representou metade das importações da ilha em 2010.
Mas há mais que petróleo em jogo: os mais de 30 mil profissionais de saúde trabalhando nos programas sociais de Chávez na Venezuela rendem para Havana ao menos duas vezes mais que o turismo na ilha.
Ao menos US$ 6 bilhões, estima Vidal, ante US$ 2 bilhões de divisas provenientes dos turistas em 2010. Pelos acordos assinados há dez anos, Chávez paga um salário aos médicos cubanos em seu país e outra parte diretamente ao Estado cubano.
"É muito difícil imaginar como lidar com uma crise desse tipo [ausência da cooperação com a Venezuela], dado o cansaço social que há, os baixos níveis de salários."
O economista de 36 anos, até 2006 funcionário do Banco Central de Cuba, faz parte do Centro de Estudos de Economia Cubana da Universidade de Havana, o mais importante do país e com considerável produção a respeito das reformas em curso.
Ele divulgará nas próximas semanas o resultado de sua mais recente pesquisa: um estudo sobre as reformas no Vietnã e o que da experiência pode ser aplicado em Cuba.
Leia trechos da entrevista.

Folha - O que o sr. encontrou nas reformas no Vietnã que pode ser útil para Cuba?
Pavel Alejandro Vidal - Fomos buscar no Vietnã qual foi a velocidade das reformas. Nos final dos anos 80, o país aplicou uma desvalorização da taxa de câmbio de dez vezes -Cuba, provavelmente, vai ter que desvalorizar mais do que isso. Lá houve reformas em duas velocidades. Apesar disso, embora as reformas nesse ponto monetário tenham sido um choque muito parecido ao que aconteceu no leste da Europa, os resultados foram distintos.
No Vietnã, foi um sucesso, e lá foi um desastre. Por que a diferença de resultados?
Tem a ver, especificamente no tema monetário, com a estrutura das economias.
No Leste Europeu, eram grandes empresas estatais, indústrias. Esse tipo de economia costuma reagir muito mal a um choque monetário. São empresas em que há muita burocracia, muita inércia e pouca flexibilidade.
Já no Vietnã, a economia estava baseada em empresas familiares, na agricultura, em pequenos negócios. A economia respondeu muito bem a desvalorização da moeda, acompanhada de um processo de liberalização.
Cuba tem um tipo de economia muito mais parecido com o do Leste Europeu que com o do Vietnã e, portanto, não poderia aplicar um choque monetário. Existe um modelo de fazer a desvalorização gradualmente, mas a questão é saber se Cuba, especialmente os líderes da revolução, tem esse tempo.
Essa é uma das contradições e por isso o tema da velocidade é tão importante.
O melhor seria uma reforma gradual, mas não há tempo para isso. Se Cuba tivesse começado a reforma ao mesmo tempo que o Vietnã, poderia ser aplicada a gradualidade, mas agora não.
A recomendação que faremos ao governo, à luz dessa experiência, é fazer as reformas em duas velocidades. Acelerar muito mais as mudanças em vários setores como a agricultura.
A abertura, a liberalização deveria ser muito mais rápida, com acesso à importação, acesso a capital externo, maior flexibilidade de comercialização. E passar de pequenas empresas para pequenas e médias.
Mas nas diretrizes há barreiras a empresas maiores, se prega contra a concentração de riquezas...
Vão ter de permitir pequenas e médias empresas porque em Cuba o principal ativo para enfrentar com otimismo o futuro econômico é o capital humano. Não se tira muito proveito do capital humano na microempresa. Para isso, é preciso empresas de maior tamanho, que utilizem conhecimento, tecnologia.
Esse é o nosso diferencial positivo ao Vietnã. Aqui o capital humano tem mais possibilidades. Foi nisso que o país investiu nos últimos 40 anos. E agora o que é necessário é uma política econômica que use isso eficientemente.
O que impede que as reformas sejam aceleradas? Falta consenso no governo?
Reformas precisam de consenso, de apoio popular. O interessante é que a falta de consenso não é só no governo, é também na população. Estamos há 50 anos num modelo econômico, isolados de tudo, dos meios de comunicação.
Há um consenso de que é preciso mudar, mas não sobre para onde ir. As novas gerações estão mais preparadas para as mudanças, claro.
Não sou sociólogo, mas tenho a ideia de que parte dos cubanos tem como ideal os anos 80. Querem que as mudanças nos levem para o sistema de subsídios que vigorava na época soviética. Uma economia socialista especializada, com mais recursos. Mas isso não é replicável.
E o governo, o que busca como ideal? Uma economia "socialista de mercado", como China, Vietnã?
O modelo está sendo buscado de forma pragmática, mas não há uma crítica profunda ao modelo soviético. O modelo econômico cubano ainda depende muito dele, e isso dificulta pensar em um novo. Essa é uma das debilidades: parte do sistema de direção macroeconômico está baseada na noção de uma economia planificada. E não vejo com clareza que queiram mudar isso. Está se tentando mesmo aperfeiçoar.
Isso pode ser o pior equívoco das reformas: tentar aperfeiçoar o esquema de planificação centralizado que nunca funcionou.
Vamos adivinhando o novo modelo, por meio do que vai acontecendo na política. Nem eles mesmos sabem para onde vai. O período das diretrizes é o ano de 2015, mas 2015 está aí.
O sr. diz que a idade dos dirigentes cubanos é uma pressão para que acelerem as reformas. Mas há também o fator Chávez. Ele está doente e há eleições na Venezuela em outubro. Como fica Havana sem Caracas?
A dependência não chega a ser igual a que havia com a URSS. Cuba tem comércio e investimento mais diversificados agora, mas uma mudança de situação na Venezuela que tivesse impacto nos acordos com Cuba provocaria uma crise que seria política e socialmente muito difícil de superar. Um choque tremendo.
É muito difícil imaginar como lidar com uma crise desse tipo, dado o cansaço social que há, os baixos níveis de salários.
Não há reservas para enfrentar uma crise dessa magnitude. Os acordos de médicos respondem por três vezes do que entra por conta do turismo. Estima-se que seja mais de US$ 6 bilhões.
Seria um choque duplo, então, por causa do petróleo...
Sim, teria os dois impactos. Cuba deixaria de ganhar por serviços médicos e teria de pagar mais por importações de petróleo sem facilidades financeiras existentes.
Há nervosismo no governo?
Há quem diga que quem quer que substitua Chávez não vai poder romper completamente os acordos, que a Venezuela também teria uma dependência de Cuba, o que matizaria um pouco as coisas. Mas o fato é que sem isso seria muitíssimo mais complicado. O cenário das reformas considera que Chávez continua e que não se descubra petróleo. Talvez uma coisa compense a outra.
Uma das variáveis para a velocidade das reformas é manter um ritmo que não comprometa o sistema político. O sr. concorda?
Sim, para manter a estabilidade é necessário priorizar a economia. Não obstante, as mudanças econômicas implicam mudanças políticas. Em 2015, como se diz nas diretrizes, espera-se que 30% ou 40% da população esteja empregada no setor não estatal. Isso implica uma mudança política importante. Será uma parte importante da população com uma relação com o governo de muito mais autonomia e independência, então a política terá de ser manejada de forma diferente.
Leia a íntegra da entrevista em
folha.com/no1070062

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cuba, again: esperam-se comentarios de quem de direito...Cuba

O site da revista Carta Maior exibe o maior número de apoiadores da Cuba ditatorial por centímetro quadrado. Qualquer um deles, mas especialmente um deles, que já defendeu o fuzilamento de opositores da ditadura comunista poderia comentar este artigo...


Flores de Madeira
O Estado de S. Paulo, 5/02/2012


A cela do castigo é estreita, fria e não há nenhuma manta para o detento se cobrir. Pelo buraco que serve de latrina, de vez em quando, sai uma ratazana que olha com curiosidade o homem encolhido no canto. Fora, ouvem-se gritos e o barulho habitual da prisão de Aguadores, uma das mais temidas de Cuba.

A cena, comum em nosso sistema penitenciário, ocorreu em janeiro e teve como protagonista um jovem de 31 anos: Wilman Villar Mendoza. Ele foi preso em 14 de novembro, quando participava de um protesto contra o governo. Em imagens divulgadas após sua morte, ele é visto diante de um grupo com a bandeira de Cuba, enquanto os pedestres, atônitos, não sabem se devem aderir ou reprimir os manifestantes.

Provavelmente, as lembranças daquela manifestação voltaram à sua memória, enquanto ele tremia na cela. Ele saiu daquele lugar já moribundo e, depois, para o cemitério.

Villar, que morreu após uma greve de fome, ganhava a vida fazendo trabalhos de carpintaria e alvenaria. Sua especialidade eram as belas flores de grande caule, em madeira, que os turistas compram para levar como lembrança da ilha.

Um caule com seis pétalas, talhado com a paciência de quem sabe que o tempo, em Cuba, não vale muito e os minutos não o tornaram nem mais próspero nem mais feliz. Dava forma a um pedaço de cedro por horas, remoendo parte de sua frustração, maior entre os jovens do interior.

Em setembro, esse mesmo inconformismo o levou a participar do grupo de oposição União Patriótica de Cuba. Para a propaganda oficial, ele era um delinquente comum que espancava a mulher. Muitos depoimentos, porém, entre eles o da própria mulher, contradizem a versão.

Em Cuba, como diz um amigo, "ninguém sabe o passado que o aguarda". Os antecedentes penais dos cidadãos são determinados também por seu comportamento político. Como não existe separação de poderes, com o Judiciário independente do partido, a índole ideológica influi no prontuário criminal da pessoa.

Sabe-se de generais que dispararam contra suas amantes e ministros surpreendidos em desfalques milionários que jamais foram levados a um tribunal. Mas, quando se trata de um opositor do governo, basta ter comprado um litro de leite no mercado negro ou brigado com sua mulher para ser considerado culpado. O Código Penal não possui nenhum artigo contemplando o "delito político", de modo que os importunos são julgados por outras causas.

Foi exatamente o que ocorreu com Villar, que resistiu à prisão em 7 de julho depois de um incidente doméstico. Foi processado por isso apenas quatro meses depois, quando participou de uma manifestação contra o governo. Ao detê-lo, um policial gritou diante de testemunhas: "agora, sim, vamos fazê-lo desaparecer" - e assim o fizeram.

A prática de converter ativistas em criminosos não é nova. Em fevereiro de 2010, quando Orlando Zapata Tamayo morreu após 85 dias de greve de fome, Raul Castro declarou que ele era um delinquente comum. Esquecera que sete anos antes, no livro Os Dissidentes, feito por jornalistas simpatizantes do governo para justificar as detenções da Primavera Negra, havia uma referência a Tamayo, com foto, nome e sobrenome.

Reacomodar a história costuma causar essas contradições uma vez que nenhum governo jamais pode prever o “futuro que o aguarda”. Apresentar Villar como um marido enfurecido não esclarece a razão pela qual ele morreu. Acusá-lo de crime comum reforça a idéia maniqueísta de que, em Cuba, não há pessoas decentes e patriotas que estejam contra o governo.

Um editorial do Granma chegou a assegurar que a greve de fome nem mesmo existiu, mas não explicou como um indivíduo de 31 anos acabou rapidamente em dois meses de cárcere, a ponto de morrer num hospital por “falência múltipla de órgãos”.

Segundo Maritza Pelegrino, seu marido parou de comer em 24de novembro, quando foi condenado a quatro anos prisão. Interrompeu a greve em 23 de dezembro, pois os carcereiros disseram que ele estava na lista de presos que receberiam indulto. Mas voltou à greve seis dias depois, ao comprovar que era mentira. Amarrado e nu, foi colocado na cela do castigo, onde contraiu a pneumonia que o mataria.

Ele morreu por causa da tardia intervenção médica, mas o que acabou com sua vida foi um sistema que eliminou todos os caminhos pacíficos, Cívicos, e eleitorais para que os cidadãos tenham voz.

Villar foi convertido em cadáver por um sistema em que um opositor é considerado culpado de qualquer delito com poucas possibilidades de provar o contrário. A necessidade de usar o corpo como praça pública da indignação, em uma ilha onde protestar é proibido, foi determinante para o triste desenlace do dia 19 de janeiro.

Yoani Sánchez

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pensar bem... - um editorial do Estadao

O único comentário relevante deste editorial do Estadão é sobre a capacidade de se expressar bem, a partir de um cérebro mais ou menos organizado, pois os demais comentários sobre Cuba e os direitos humanos são du déjà vu, aliás ...



Editorial O Estado de São Paulo, 2/02/2012

São improcedentes as críticas à presidente Dilma Rousseff por sua recusa em abordar as violações dos direitos humanos sob a ditadura que vigora em Cuba há meio século. Mas ela merece ser criticada - duramente - pelo palavrório com que tentou justificar em Havana o seu silêncio em face da política repressiva do regime dos irmãos Castro.

Dilma foi a Cuba, na sua primeira visita de Estado à ilha, para promover os interesses econômicos brasileiros. Por intermédio do BNDES, o País banca 70% do mais ambicioso empreendimento privado ali em curso - a transformação do Porto de Mariel em um dos maiores da América Latina, ao custo aproximado de US$ 1 bilhão. A obra é tocada pela construtora brasileira Odebrecht. O Brasil, apenas o quarto parceiro comercial de Cuba, só tem a ganhar com a ampliação da sua presença econômica na ilha, a exemplo do que fizeram, sobretudo no setor de turismo, a Espanha e o Canadá. Ganhará tanto mais - e esse deve ser o raciocínio estratégico de Brasília - se e quando se normalizarem as relações entre Havana e Washington. Trata-se de estar desde logo ali onde a concorrência virá com tudo.
Nesse quadro, não se deveria esperar que a presidente usasse a mesma mão com que assinou, metaforicamente, os cheques do novo espaço que o empresariado brasileiro ambiciona ocupar em Cuba para investir de dedo em riste contra os seus anfitriões. Nos últimos dois anos, o ditador Raúl Castro iniciou um programa de abertura econômica que, embora tropeçando na pachanga local, pretende ser uma versão caribenha do modelo chinês: economia de mercado com mordaça política. A propósito, desde que a China se abriu, a nenhum chefe de governo brasileiro ocorreu condenar as suas políticas liberticidas - e a nenhum comentarista ocorreu condená-lo por isso.
É também descabida a evocação da visita ao Brasil, sob a ditadura militar, do então presidente americano Jimmy Carter - que não só fez chegar ao homólogo Ernesto Geisel seu protesto pelo que se passava nos porões do regime, como ainda recebeu um dos maiores defensores dos direitos humanos no País, o cardeal dom Paulo Evaristo Arns. É verdade que militantes como Dilma Rousseff, que sentiram literalmente na carne o que era se opor aos generais, devem ter se regozijado com a iniciativa de Carter. Logo, ela deveria imitá-lo em Havana. Lembre-se, no entanto, que o que trouxe Carter ao Brasil foi o contencioso desencadeado pelo acordo nuclear do País com a Alemanha, tido em Washington como o atalho aberto pelos militares para chegar à bomba atômica. Sem falar nas pressões das entidades americanas de direitos humanos pela condenação ao Brasil - o que inexiste aqui em relação a Cuba.
Critique-se Dilma não pelo que calou, mas pelo que falou. Exprimir-se, como se sabe, é uma peleja para a presidente - talvez por isso seja tão avara com as palavras em público. (Há quem diga que quem não fala bem não pensa bem, mas esse, quem sabe, é outro assunto.) Perguntada pelos jornalistas que a acompanhavam sobre direitos humanos em Cuba, Dilma desandou. Poderia ter respondido protocolarmente que, dada a sua condição de chefe de Estado visitante, não poderia se manifestar sobre questões internas do país anfitrião, como seria inadmissível que um hóspede oficial do governo brasileiro fizesse algo do gênero em relação ao País - e ponto final. Em vez disso, saiu-se com um bestialógico sobre o “telhado de vidro” sob o qual estaria o mundo inteiro, democracias e ditaduras, nessa matéria.
Ainda na linha da “primeira pedra”, disparou incongruentemente um torpedo contra os Estados Unidos, pela “base aqui que se chama Guantánamo”. À parte a trôpega retórica, ao se referir à instalação americana em Cuba, onde 171 acusados de terrorismo mofam sem direito a julgamento, a incontinência verbal levou Dilma a virar contra si a “arma de combate político-ideológico” que, segundo ela - neste caso com razão - não deve predominar no debate sobre direitos humanos seja onde for. Resta ver, na hipótese de lhe perguntarem sobre Guantánamo na visita que um dia fizer aos Estados Unidos, em retribuição à do presidente Obama, se ela falará dos presos políticos cubanos.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cuba: quem disse que o regime se abre? Ao contrario...

Parece que o governo cubanao constitui motivo suficiente para os patrulheiros de causas alheias, para os militantes das boas causas, para os combatentes da liberdade e da democracia.


Denuncian aumento de represión en Cuba

Juan Carlos Chavez 
El Nuevo Herald , 28/12/2011


Hasta noviembre hubo más de 3,170 arrestos en la islaLa Comisión Cubana de Derechos Humanos y Reconciliación Nacional (CCDHRN), radicada en La Habana, alertó a la comunidad internacional sobre la represión política contra el movimiento opositor. En un informe parcial de diciembre adelantó que hasta el momento se han registrado 388 detenciones temporales, la mayoría con uso desmedido de fuerza.“Estamos muy inquietos por el aumento de lo que se llama represión política de baja intensidad consistente en detenciones por horas, días o semanas”, dijo Elizardo Sánchez, director de la ilegal CCDHRN.


 Los reportes de violencia policial pocas veces pueden ser verificados de forma independiente debido a que las autoridades cubanas imponen obstáculos al flujo de la información y niegan cualquier hecho de violencia.Pero según los datos del CCDHRN, de enero a noviembre en Cuba se han registrado más de 3,170 arrestos por parte de la policía y agentes de la Seguridad del Estado. La cifra representa 800 casos más que todas las detenciones temporales monitoreadas en el 2010.El nivel de acoso policial ha generado el rechazo de organismos de derechos humanos y gobiernos democráticos. El Departamento de Estado de Estados Unidos ha señalado consistentemente que la calidad de las libertades individuales en Cuba es “pobre”. 


Recientemente aseguró que el gobierno cubano continúa limitando los derechos fundamentales, incluyendo los relativos a la libertad de expresión, de prensa y de asamblea pacífica.El recrudecimiento de la violencia coincide con una referencia aprobatoria a los ataques masivos en plazas y vías públicas pronunciada explícitamente por Raúl Castro durante la clausura del VI Congreso del Partido Comunista de Cuba, en abril de este año. Cuba ha registrado un aumento significativo de intentos de protestas antigubernamentales en medio de una espiral de violencia y procesos sin respaldo jurídico para silenciar a la disidencia. En lo que va de año, los tribunales cubanos han sentenciado a ocho opositores a condenas de hasta cinco años.


El pasado 10 de diciembre, Día Internacional de los Derechos Humanos, se produjo una oleada de detenciones masivas y actos de hostigamiento contra activistas y periodistas independientes. El grupo de las Damas de Blanco, madres y esposas de presos políticos, fue hostigado por turbas progubernamentales frente a la sede de la agrupación.En la víspera, los ex presos políticos Angel Moya y José Daniel Ferrer fueron arrestados el 2 de diciembre tras intentar organizar una marcha pacífica en la ciudad oriental de Palma Soriano. 


En la demostración al menos cinco opositores acabaron con heridas en la cabeza, golpes en los ojos y otras lesiones. Moya y Ferrer integran el Grupo de los 75, disidentes condenados en el 2003 durante la ola represiva conocida como la Primavera Negra, destinada a silenciar las voces críticas y los pedidos de elecciones libres. Una foto de la redada en la que participaron unos 46 disidentes muestra al opositor Henry Perales, de 27 años, con dos heridas en su cabeza afeitada que necesitaron nueve puntos de sutura. En otra imagen se ve a Abraham Cabrera con una herida de un punto en la frente.


El operativo policial en Palma Soriano fue una de las operaciones policiales contra los disidentes más duras y de mayor escala de los últimos años. Todos los opositores fueron puestos en libertad horas o días después; aunque uno de ellos permaneció detenido 12 días sin que le fueran formulados cargos.Perales aseguró el lunes que presentará una demanda formal contra su agresor, quien lo golpeó salvajemente con una herramienta cuando era trasladado en un autobús.En una entrevista telefónica desde La Habana, Perales, esposo y padre de dos hijos, declaró que sufre de mareos e intensos dolores de cabeza por la gravedad de las lesiones sufridas. “Fue un ataque cobarde cuando la policía ya me estaba golpeando sólo por gritar a favor de los derechos humanos”, indicó Perales, miembro de la ilegal Unión Patriótica Cubana.


Sánchez dijo que Perales no murió “de milagro”. Recordó que el agresor no tuvo ningún problema en utilizar una herramienta de más de un kilogramo de peso. Sánchez se mostró cauteloso con el desarrollo de la demanda porque, según explicó, los tribunales de justicia son plataformas y engranajes del “dominio castrista”. Dijo que insistirán en la responsabilidad política y moral de las autoridades.“Sería un milagro que acojan la demanda”, manifestó Sánchez. “Pero vamos a seguir apoyando a Henry desde el punto de vista jurídico para respaldar la acusación contra el agresor, que fue agente de la Seguridad del Estado cubano”

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Cuba: uma patetica transicao ao capitalismo...

Seria cômico, se não fosse trágico: Cuba está decidindo se, na transição controlada ao capitalismo, algumas barbearias podem passar a ser administradas por seus empregados.
Mas atenção, só podem ser capitalistas aquelas que têm, no máximo, três cadeiras. Acima disso, permanecem estatais...
E atenção, mais uma vez: o prédio continua estatal
Brilhante. A esse ritmo, o capitalismo estará implantado na ilha dentro de mais ou menos 150 anos.
Acho que os cubanos vão se cansar antes disso, e vão implantar o capitalismo por outras vias...
Paulo Roberto de Almeida

Cuba instaura de modo definitivo un experimento empresarial de arrendar barberías estatales

Infolatam/Efe
La Habana, 13 de noviembre de 2011
Las claves
  • Varias resoluciones regulan el tránsito definitivo del sector estatal al privado del personal que trabaja en locales de barbería y peluquería que contengan un máximo de tres sillones.
  • La nueva medida entrará en vigor el próximo 1 de diciembre y se inscribe en el plan de ajustes económicos y sociales emprendidos por el presidente Raúl Castro para "actualizar" el modelo socialista de la isla.
El Gobierno cubano decidió instaurar “con carácter definitivo” un experimento empresarial mediante el cual desde 2009 algunas barberías y peluquerías estatales fueron arrendadas a sus trabajadores, que ahora pasarán al sector privado.
La Gaceta Oficial de Cuba publicó en su página web varias resoluciones que regulan el tránsito definitivo del sector estatal al privado del personal que trabaja en locales de barbería y peluquería que contengan un máximo de tres sillones.
Los documentos suscritos por los ministerios de Comercio Interior, Finanzas y Precios, y Trabajo y Seguridad Social, anuncian la decisión de mantener la experiencia “con carácter definitivo” tras los “resultados obtenidos durante la aplicación con carácter experimental del Sistema de Gestión Económica”.
De ese modo, los trabajadores que antes pertenecían a la plantilla de la empresa estatal de Servicios Técnicos, Personales y del Hogar, ahora serán considerados “cuentapropistas” que tienen contratos de arrendamiento con los inmuebles de sus antiguos centros de trabajo.
En todos los casos el Estado continuará siendo el dueño de los inmuebles y controlará “que se empleen para las actividades previstas”, en tanto los precios serán establecidos según la oferta y la demanda.
La nueva medida entrará en vigor el próximo 1 de diciembre y se inscribe en el plan de ajustes económicos y sociales emprendidos por el presidente Raúl Castro para “actualizar” el modelo socialista de la isla.
El “experimento” del Gobierno en las barberías y peluquerías de menor formato arrancó inicialmente en algunos locales de La Habana en abril de 2009, y en diciembre de ese año se extendió a otras regiones del país.
Directivos del Ministerio de Comercio Interior explicaron el mes pasado a medios locales que la aplicación de ese “nuevo modelo de gestión” permitió “hacer frente a ilegalidades como el cobro de precios no establecidos y la apropiación indebida de los ingresos”.
Además, señalaron que la experiencia permitió incrementar los ingresos al Estado por los cobros de tributos y arrendamiento de los locales.

sábado, 12 de novembro de 2011

Universidade Privada do MST (com o nosso dinheiro, claro...)

A matéria abaixo é mais uma demonstração como certos ministérios brasileiros -- suponho que aprovados pela mais alta cúpula do governo que nos desgoverna -- chamam a todos nós de idiotas, se apropriam do nosso dinheiro para fins privados e considera que todos os brasileiros, mesmo os que não fizeram nenhum tipo de faculdade, devem pagar para que alguns militantes de causas esclerosadas possam se beneficiar do dinheiro público duplamente.
O ministro da Saúde está nos chamando de idiotas.
Como eu não aceito a condição, eu devolvo a designação: idiota é aquele que pensa que somos idiotas. Aliás, pior que idiotas, são desonestos e prevaricadores, ao usar dinheiro público para causas privadas.
Paulo Roberto de Almeida

Brasil terá 'cursinho' gratuito para médicos brasileiros formados em Cuba

12 de novembro de 2011 | 3h 00


LÍGIA FORMENTI / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O governo vai bancar uma espécie de cursinho para que médicos formados em Cuba possam atuar no Brasil. A ideia é facilitar a revalidação dos diplomas, oferecendo um reforço gratuito em universidades brasileiras com assuntos que não foram abordados na graduação cubana, como noções do Sistema Único de Saúde (SUS). O curso seria dado antes da prova para reconhecimento de diploma. Sem a validação, profissionais não podem trabalhar no Brasil.
Atualmente, para ter autorização de exercício profissional, médicos formados em outros países precisam passar por um exame organizado nacionalmente, o Revalida, ou se submeter a provas feitas por algumas universidades federais, que não aderiram ao exame nacional.
O processo, no entanto, não é fácil. Este ano, dos 677 inscritos no Revalida, 65 foram aprovados. Em 2010, quando a prova foi lançada, os resultados foram muito mais baixos: dos 628 candidatos, apenas 2 tiveram permissão para trabalhar no Brasil. Com o curso de reforço, médicos brasileiros formados em Cuba teriam mais chances de serem bem-sucedidos no exame de validação.
Assinado em setembro durante uma visita do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a Cuba, o acordo entre universidades estaduais e a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), de Cuba, permite ainda que, durante o período de aperfeiçoamento, profissionais trabalhem, numa espécie de estágio.
A Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia, já prepara os detalhes do curso. Além das aulas teóricas e práticas, os formados receberiam, no período de dez meses do curso, uma espécie de bolsa de ajuda de custo, no valor de R$ 1.240.
O reitor da universidade, Joaquim Bastos, prevê que, além dos R$ 2 milhões para bolsas, seriam necessários recursos para pagamento de cerca de 15 professores que ficariam responsáveis pela formação dos médicos. Ainda não se sabe, no entanto, quem vai pagar a conta.
"Mas tenho certeza de que isso se resolve. O projeto tem todo empenho da Secretaria de Saúde, simpatia do governo do Estado e do ministro, como ficou claro na visita a Cuba", disse Bastos.
Oficialmente, no entanto, ninguém assume a responsabilidade. O Ministério da Saúde, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que o projeto tem todo apoio de Padilha. Mas não há previsão de oferta de recursos, nem de envolvimento da pasta no projeto. O secretário de Saúde da Bahia, Jorge Solla, um entusiasta da iniciativa, avisou também que por enquanto não há nada definido. Terça-feira, em Brasília, Solla disse que os projetos estão avançados, mas admitiu haver preconceito em relação ao curso feito em Cuba. "Mas o nível do ensino é muito bom", garantiu.
Mesmo sem saber de onde o dinheiro virá, Bastos recebeu a recomendação de preparar um curso já para o próximo ano. "Isso não será uma iniciativa eterna. A ideia é fazer dois, três cursos", contou o reitor.
Pelas contas de Solla, existem cerca de 500 brasileiros formados em Cuba que poderiam se beneficiar da parceria com a Elam no processo de revalidação.
Durante a visita em setembro, Padilha afirmou que a parceria poderia ampliar o número de médicos nas regiões onde há carência de profissionais, como municípios do interior ou nas regiões pobres das grandes cidades.
Críticas. Mal foi lançada, a ideia já desagrada ao Conselho Federal de Medicina (CFM). "Não entendo essa lógica de mobilizar uma estrutura pública, com salas e professores, para um grupo pequeno de brasileiros", disse o vice-presidente da entidade, Carlos Vital. Para ele, no entanto, o que mais surpreende é o pagamento de uma "ajuda de custo." "Isso é tirar de dentro de casa para se dar o que não tem. Por que esses alunos merecem um privilégio como esse?", pergunta Vital.

sábado, 5 de novembro de 2011

Progressos da Cuba socialista (com ajuda bilionaria do Brasil...)


Economia cubana recebe assessoria brasileira
InfoRel, 03/11/2011 - 10h57

Havana - O governo brasileiro vai ajudar Cuba a melhorar sua economia para que o país caribenho possa incrementar suas exportações. O anúncio foi feito durante a Feira Internacional de Havana, onde participam 1.500 empresários de 57 países. O Brasil está representado por 28 empresas.
Trata-se de mais importante rodada de negócios de Cuba. De acordo com o embaixador brasileiro na ilha, José Eduardo Martins, o Brasil compartilha do otimismo cubano quanto às perspectivas econômicas impulsionadas pelas reformas promovidas pelo presidente Rául Castro.
O diplomata explicou que os empresários brasileiros não vão a Cuba apenas para vender, mas também para ajudar o país em seu esforço por atualizar o modelo econômico cubano.
Para o Brasil, é importante que Cuba aumente sua capacidade exportadora ao mesmo tempo em que diminua as importações.
Brasil e Cuba desenvolvem atualmente vários projetos nos setores de saúde, educação, informática e no setor agropecuário.
Parceria
Durante o governo Lula, o BNDES aprovou um financiamento de US$ 150 milhões para as exportações de bens e serviços brasileiros para Cuba. Os recursos devem ser utilizados até o final de 2011.
Com o financiamento, empresas brasileiras participam da construção do Porto de Mariel, distante cerca de 50 km de Havana.
Outros US$ 150 milhões já haviam sido aprovados para Cuba em 2010 e foram utilizados nas obras de infraestrutura como a construção do trecho rodoviário até o porto de Mariel. Também foram usados na compra de máquinas agrícolas, tratores e equipamentos para a indústria farmacêutica.
Estima-se que o Brasil tenha empenhado mais de US$ 800 milhões apenas na obra de Mariel. A obra inclui a construção de 700 metros de píer para que possam operar navios com até 15 metros de calado. Quando pronto, Mariel terá capacidade para movimentar 1 milhão de contêineres por ano.
Do total, US$ 433 milhões são financiados pelo BNDES. Pouco mais de US$ 200 milhões já foram liberados para o governo cubano. O dinheiro do banco conta com juros subsidiados e carências longas.
O Brasil ainda paga pela construção de 18 km de rodovias, 63 km de uma superestrutura para ferrovias e outros 13 km de vias ferroviárias.
Antes de deixar o poder, Lula anunciou que Cuba receberá do Brasil US$ 1,2 bilhão até 2012.