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quarta-feira, 1 de maio de 2013

A frase da semana: a Argentina tem tudo e esta' prosa... (CK)


“Temos papa, rainha e Messi, não nos falta nada”.
Cristina Kirchner, ao comemorar a coroação da conterrânea Máxima Zorreguieta como rainha consorte da Holanda.

Bem, acho que falta, falta, muita coisa, mas vamos descobrir na próxima crise...
Paulo Roberto de Almeida 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Uma companheira autoritaria (que talvez encontre seguidores, por ai...)

Cristina quer domar juízes

15 de abril de 2013 | 2h 13
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Avança na Argentina a manobra kirchnerista para subjugar o Judiciário. A presidente Cristina Kirchner, com o estardalhaço que lhe é habitual, anunciou o envio ao Legislativo de um pacote de projetos para, segundo ela, "democratizar" a Justiça. Considerando que, na peculiar interpretação de Cristina, "democracia" é o regime de governo em que a presidente não pode ser contestada, trata-se de mais uma manobra para minar o pouco de resistência institucional que resta na Argentina à sua fome de poder.
O pacote de Cristina limita a concessão de liminares pedidas por pessoas físicas e jurídicas contra o Estado, algo que nem a ditadura argentina fez. O objetivo, segundo ela, é "proteger o interesse público" e "assegurar ao Estado o direito de ser ouvido". Mas, na prática, parece óbvio que a medida visa a impedir que se repitam situações como a decisão judicial que suspendeu temporariamente a aplicação da Lei de Mídia, que limita a propriedade de meios de comunicação. A liminar foi dada em favor do Grupo Clarín, hoje o principal porta-voz da oposição, que seria obrigado a se desfazer de parte de suas empresas. Ao tentar dificultar a concessão de liminares, algo que enfraquece um dos instrumentos fundamentais dos cidadãos para contestar os abusos do Estado, a presidente saca mais uma arma em sua guerra sem trégua contra a imprensa independente.
Cristina quer também modificar o Conselho da Magistratura, órgão composto por representantes do Legislativo e por advogados e juízes, que supervisiona o Judiciário e tem a prerrogativa de destituir magistrados. O projeto amplia o número de integrantes do conselho, para que os kirchneristas possam consolidar sua hegemonia no órgão e evitar decisões desfavoráveis ao governo, como a punição a juízes simpáticos à presidente. Além disso, os integrantes do conselho que não são parlamentares passariam a ser escolhidos não mais por votação interna, como é hoje, e sim pelo voto direto dos eleitores.
Como em qualquer eleição, os candidatos ao conselho teriam de fazer parte da lista de candidatos de um partido político, realizar campanha e receber financiamento. Isso implica necessariamente um compromisso com os grupos econômicos e políticos que os apoiarem, de modo que sua independência ficaria obviamente comprometida. É justamente isso o que Cristina deseja, sob o disfarce conveniente do aparentemente democrático recurso às urnas.
Em mais de uma oportunidade, Cristina colocou em dúvida a legitimidade dos juízes que tomaram decisões contrárias a seus interesses. Numa dessas ocasiões, disse que "eles (os juízes) não foram eleitos pelo povo", como se somente quem se submeteu ao voto popular está habilitado a julgar os atos do governo. Trata-se de uma evidente - e proposital - confusão entre soberania popular e funcionamento das instituições do Estado. Nessa visão, Justiça "legítima" só pode ser aquela constituída por apaniguados do governo, eleitos com a força da máquina estatal.
O debate legislativo sobre as mudanças seguirá o figurino da democracia kirchnerista: Cristina já mandou avisar que não aceita alterações no projeto, para que ele seja aprovado já no mês que vem e que os integrantes do Conselho da Magistratura sejam eleitos em agosto. Apesar das muitas dúvidas sobre a constitucionalidade das medidas, a aprovação deverá se dar sob o rolo compressor governista, pois a presidente tem folgada maioria parlamentar.
São vários os motivos que explicam o esforço da presidente para domesticar de vez o Judiciário, pois, para ela, não basta que a maioria da Suprema Corte seja formada por juízes que ela e o falecido marido, Néstor, nomearam.
Primeiro, ela não quer juízes impertinentes questionando seu enriquecimento fantástico desde que ela e o marido chegaram ao poder. Além disso, ela se atribuiu a missão de destruir a imprensa livre no país. Por fim, mas não menos importante, ela quer evitar obstáculos jurídicos a seu grande projeto político, que é mudar a Constituição para poder se reeleger - de preferência indefinidamente

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Mujica e a sindrome do microfone aberto: Cristina K, pior que que NK...

NK não é o Nikita Krushev, claro, o Nestor, que ficou rico na Patagonia, e depois continuou enriquecendo em Buenos Aires, que certamente representou bons ares, para si e para a digníssima, que agora é distinguida pelo seu colega uruguaio...
Paulo Roberto de Almeida

Mujica, sobre Cristina: "Esta vieja es peor que el tuerto"

Un micrófono abierto dejó al descubierto la expresión del presidente uruguayo sobre su par argentina; a quien tambien llamó "terca", y ya es Trending topic mundial en las redes sociales
Por Nelson Fernández  | Corresponsal en Uruguay
MONTEVIDEO. Un micrófono abierto le jugó una mala pasada al presidente del Uruguay José Mujica. "Esta vieja es peor que el tuerto", dijo el jefe de Estado uruguayo sobre Cristina Kirchner, durante una conferencia de prensa realizada en la ciudad de Sarandí Grande, en Florida. "El tuerto era más político, ésta es terca", continuó. No se dio cuenta de que había una transmisión en vivo.
Minutos después de conocida su dura apreciación sobre su par argentina, en las redes sociales ya se lo compara con un recordado episodio del ex presidente Jorge Batlle, que terminó viajando a Buenos Aires para pedir disculpas.
Según informó el portal del diario El Observador, "el presidente no se dio cuenta que los micrófonos estaban abiertos" y que "la frase se escuchó en la transmisión en vivo vía satélite que hizo la página web de la Presidencia de la República".
El mandatario dialogaba con el intendente de Florida, Carlos Enciso, sobre las relaciones con los gobiernos de Argentina y Brasil, cuando los micrófonos abiertos tomaron la crítica hacia la presidenta argentina.
En el diálogo, Mujica había señalado que "para conseguir algo" con Argentina, antes se debía dialogar con Brasil. Luego, continuó su explicación sobre las relaciones con los países vecinos y terminó con la frase: "Esta vieja es peor que el tuerto", en relación a Cristina Kirchner y su fallecido esposo, el ex presidente Néstor Kirchner.

Más polémica

A lo largo del día, se han ido conociendo más fragmentos de sus dichos sobre la jefa de Estado argentino. Mujica, dijo que su colega argentina Cristina Kirchner es "terca", pero en cambio su esposo y antecesor en la Presidencia, "era más político".
Posteriormente, en ese marco Mujica habría hecho comentarios sobre la relación de Cristina con el papa Francisco. "A un Papa argentino, que vive 77 años ¿le va a explicar lo que es un mapa? Digo, ¿lo que es un mate y un termo?", dijo según se puede ver y escuchar en el video difundido por el portal "Subrayado" del Canal 10 de la TV montevideana.
Uruguay ha manifestado en los últimos meses fastidio por las políticas argentinas sobre el comercio. "El Mercosur ha quedado muy estancado, con crecientes dificultades de comerciar entre sus socios, y más que hacer un mercado común, apenas en los hechos es una mala unión aduanera", señaló Mujica semanas atrás.

En antecedente de Batlle

Mujica no es el primer presidente uruguayo que vive una situación incómoda y controvertida con la Argentina, En el año 2002, el ex presidente uruguayo, Jorge Batlle, generó un fuerte revuelo con una frase. "Los argentinos son una manga de ladrones, del primero hasta el último", dijo el mandatario a periodistas extranjeros, en una entrevista que se vio por televisión.
La discusión del momento había sido si eso era parte de la entrevista del 30 de mayo de 2002 o si era un comentario posterior en régimen de off the record . Pero la cámara había seguido prendida.
Batlle se disculpó en público y en privado con el entonces presidente argentino, Eduardo Duhalde. El año pasado, explicó su actitud: "¿Por qué fui a pedir perdón? Por una razón muy sencilla. No era un ciudadano, era el presidente de la República [de Uruguay], los 3 millones de uruguayos podrían sufrir enormemente por un enojo mío".

domingo, 17 de março de 2013

Um pais teleguiado desde Havana: testamento nao testamentado...

Não se trata apenas da Venezuela, e não se trata tão somente do caudilho: outras situações e outros personagens também se colocam no mesmo padrão...
Paulo Roberto de Almeida

ABC: Kirchner llevó a Caracas el testamento de Chávez que nombraba a Maduro
RUNRUN, Venezuela, 10 Mar 2013

¿Otra bomba noticiosa sin pruebas?
¿Necesitaba Maduro esa carta si ya él tenía una copia que le entregó Chávez y la conserva su pareja, la Procuradora General Cilia Flores?
¿Por qué iba a demostrar eso la presidenta Cristina Kirchner si todo apuntaba en ese destino?
Así continúa la nota escrita por Emili J. Blasco publicada en el diario ABC de España:
La presidenta argentina mostró el documento manuscrito el miércoles pasado y acabó con todas las aspiraciones a la presidencia de Cabello
El testamento político de Hugo Chávez, escrito de puño y letra antes de su operación y llevado a Caracas por la presidenta argentina,Cristina Fernández de Kirchner, desencalló en el seno del chavismo el ascenso del vicepresidente Nicolás Maduro –y no Diosdado Cabello, presidente de la Asamblea Nacional, a quien constitucionalmente le correspondía– a la jefatura del país.
Con las espadas en alto entre Maduro y Cabello en el día de la muerte de Chávez, sin que los partidarios de este en el Tribunal Supremo de Justicia (TSJ) quisieran facilitar una coronación del vicepresidente, la rápida llegada de Kirchner con el testamento acabó por desactivar cualquier oposición. Culminaba una orquestación en la que pocos dudan que Cuba ha llevado la batuta, acaparando el control sobre el moribundo Chávez.
La presidenta llegó a Caracas el miércoles a primera hora y mantuvo varias reuniones, en un día en que toda la atención se centraba en el cortejo fúnebre por las calles de la capital venezolana. Fuentes informadas de los pormenores de esa visita han confirmado a ABC la existencia del testamento escrito, si bien no trasladaron detalles de su contenido, más allá de que el texto señalaba a Maduro como sucesor. Aunque Chávez había hecho esa designación también de palabra y públicamente el 8 de diciembre, antes de marchar a Cuba para su operación, el carácter testamentario del documento acabó por derrotar las aspiraciones de Cabello.
El papel de Raúl Castro
Al presidente de la Asamblea Nacional, que internamente ha jugado la carta anticubana en su pulso contra el candidato refrendado por los hermanos Castro, el momento de la muerte de Chávez le pilló parcialmente fuera de juego. Si bien la defunción del presidente en La Habana se produjo sobre las 7 de la mañana del martes, como ya informó este diario, supuestamente Cabello no fue informado hasta que la noticia de un desenlace comenzó a ser trasladada a un círculo más amplio de dirigentes, a los que a media mañana se convocó a una reunión especial de la dirección política y militar del movimiento chavista (el anuncio oficial del fallecimiento no se haría hasta la tarde, dando una hora falsa). La coincidencia de la muerte y sepelio de la madre de Cabello acabó por desactivar su capacidad de reacción.
La referencia a un testamento de Chávez y su posesión por parte de Kirchner fue algo avanzado en enero por el periodista venezolano Nelson Bocaranda, cuando al parecer la propia presidenta argentina comunicó a los Castro, durante su visita al centro médico en el que estaba internado Chávez, que tenía copia de dos cartas escritas por este en diciembre, antes de la operación.
Kirchner mantiene una estrecha relación con la familia Chávez, especialmente con la hija mayor, Rosa Virginia. De hecho en su reciente viaje a Caracas durmió en La Casona, la residencia presidencial en la capital venezolana.
Una vez cumplió su misión, Kirchner ya no se esperó al funeral del viernes. Quien entonces habría terminado por empujar la coronación Maduro fue Raúl Castro. Al menos su llegada a Caracas el jueves por la tarde coincidió con el despliegue de decisiones finales del TSJ y el aviso a los diputados de que al día siguiente, tras el funeral, la Asamblea Nacional tomaría juramento a Maduro.

terça-feira, 12 de março de 2013

Chavismo platino, patagonico, porteno, argentino... - Ediitorial OESP

Era esperado:  agora todo mundo que tem DNA autoritário vai querer imitar o caudilho do Caribe. Nada como subordinar todos os poderes a si proprio. Isso ainda vai dar ideias aos companheiros.
Depois de "democratizar a mídia" -- não vão conseguir, mas não deixarão de tentar -- vão querer também "democratizar a Justiça", o que aliás já tentaram, e tentam sempre, colocando seus servos, seus bonequinhos amestrados no STF, mas nunca dá certo inteiramente. Em todo caso, não somos imunes a esse virus totalitário...
Paulo Roberto de Almeida

A Justiça de Cristina

11 de março de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
 
No hiperpresidencialismo de Cristina Kirchner, Justiça democrática é a que lhe diz amém. Assim é que, não obstante o governo argentino já dispor de influência decisiva no Conselho da Magistratura, órgão que supervisiona o Judiciário do país e tem a prerrogativa de destituir juízes, a presidente agora quer garantir que seus magistrados de estimação não sejam importunados. Para isso, começou a defender o que chamou de "democratização da Justiça", um eufemismo nada sutil para designar o desmonte de um importante órgão de fiscalização, deixando impunes os abusos cometidos por juízes comprometidos com o governo.
Seguindo o figurino de democracia plebiscitária tão ao gosto do chavismo, no qual o voto popular é transformado em chancela das decisões arbitrárias do governo, Cristina abriu o ano legislativo num discurso de três horas e meia defendendo que os integrantes do Conselho da Magistratura passassem a ser escolhidos diretamente pelos eleitores. Atualmente, o organismo é composto por três juízes, dois advogados, um acadêmico, seis parlamentares apontados pelo Congresso e um representante do governo. Os magistrados, o acadêmico e os advogados são escolhidos em votação interna. "Nem juízes nem advogados têm coroa para serem eleitos entre si!", escreveu Cristina no Twitter, com sua conhecida verve autoritária. O menosprezo pelas instituições republicanas é assumido sem-cerimônia, como se as urnas bastassem para regular as relações entre os Poderes e destes com a sociedade. No caso da proposta de "democratizar a Justiça", há ainda a agravante de que o atual sistema de escolha dos integrantes do Conselho da Magistratura está inscrito na Constituição, mas a oposição acredita que a presidente encontrará um jeito de distorcer a letra da lei para atender às suas necessidades - e embutir uma reforma que lhe permita, ademais, concorrer a um novo mandato.
A confusão entre soberania popular e funcionamento do Estado não é involuntária. Ao contrário: Cristina não se esforça para fazer segredo de que quer subordinar o Judiciário ao Executivo, sob o argumento de que só quem foi eleito - isto é, ela mesma - tem legitimidade. Não é por outra razão que a presidente argentina agora fala em constituir uma "Justiça legítima", pois a que está aí não lhe serve.
Não são poucos os exemplos de intervenção do kirchnerismo no Judiciário. Um caso representativo ocorreu em 2009, quando o juiz Norberto Oyarbide, em decisão sumária, inocentou os Kirchners da acusação de enriquecimento ilícito, apesar do escandaloso crescimento do patrimônio do casal. Processado no Conselho da Magistratura sob acusação de favorecer o casal presidencial, Oyarbide acabou absolvido graças à mobilização da maioria governista no órgão. Outro magistrado que atuou abertamente em favor dos Kirchners e envolveu-se em seguidos escândalos de corrupção, Federico Faggionato Márquez, só foi destituído em 2010 pelo Conselho da Magistratura porque o bloco kirchnerista estava ausente.
A hegemonia de Cristina no conselho, no entanto, não lhe parece suficiente. Tampouco lhe parece suficiente que ela e o falecido marido, Néstor, tenham nomeado a maioria dos atuais juízes da Suprema Corte e influenciado a nomeação da maioria dos magistrados do país nos últimos dez anos. Ela se queixa de que o Judiciário tem sido permeável às "grandes corporações" que, segundo diz, estão interessadas em desestabilizar seu governo. Ademais, e esta é uma questão central aqui, os governistas consideram que a Suprema Corte não é independente porque impõe obstáculos à plena execução do projeto que visa a limitar a propriedade de meios de comunicação, numa referência à disputa do governo contra o Grupo Clarín.
Em nome de sua guerra contra a imprensa que não lhe é subserviente e sempre tendo em perspectiva sua ânsia de permanecer no poder por mais tempo do que a Constituição permite, Cristina tudo fará para intimidar o Judiciário. É assim que o kirchnerismo vê a Justiça na Argentina: ela só será considerada "independente" caso se ajoelhe diante de Cristina.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Argentina: ja falamos dela hoje? Agora, com o Chavez no estaleiro, sobra a CK...

De erro em erro, Argentina se isola

Editorial O GLOBO - 16/02/2013

Cristina Kirchner governa de acordo com suas necessidades imediatas e sem levar em conta graves consequências para o país


Cristina Kirchner governa de acordo com suas necessidades mais imediatas e adota medidas “da mão para a boca”, com desprezo para as graves consequências para o povo argentino e a credibilidade do país. O piloto, nesses voos rasantes e temerários, é o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno.

Não é de hoje que a inflação tornou-se um problema para a Casa Rosada. Moreno, então, interveio no Indec (responsável pelos índices), que passou a produzir taxas fajutos de 10% ao ano. A inflação real, hoje de 25% e em alta, continuou sendo calculada por consultorias privadas, até que elas foram ameaçadas de processo penal pelo governo. Com isto, passaram ao Congresso a tarefa de divulgar os números. O país passou a ter dois índices — o oficial, que ninguém leva a sério, e o do Congresso. Como resultado, a Argentina já foi formalmente advertida pelo FMI e corre o risco até de ser afastada do Fundo.

Quando a manipulação dos índices se tornou insuficiente, o governo recorreu a Moreno para congelar os preços, a princípio até 1º de abril. As consequências não tardaram: começaram a faltar produtos nas prateleiras da Grande Buenos Aires. O desabastecimento é um subproduto inevitável do congelamento. Outro é o surgimento do “mercado negro”, no qual as mercadorias reaparecem, mas com preço mais alto. Ao governo K o que interessa é poder trombetear uma queda da inflação, mesmo que o anúncio careça de credibilidade. E também, com isso, conter as demandas por aumento salarial. Os sindicatos querem reajustes na faixa dos 30%, mas a Casa Rosada não quer ir além dos 20%.

A farsa do congelamento ensejou um novo capítulo da guerra dos governos K contra a imprensa independente, nomeadamente os grupos Clarín e La Nación. Moreno proibiu supermercados e cadeias de varejo de publicar suplementos com ofertas de produtos nas edições dominicais dos jornais, acabando com uma de suas principais fontes de receita.

A Argentina segue na rota do isolamento. Uma das maneiras é afrontar os EUA, à maneira chavista. Assim, a Casa Rosada produziu um acordo com o Irã para, supostamente, relançar as investigações sobre o atentado contra a associação judaica Amia, realizado em 1994, em Buenos Aires, com 85 mortos e 300 feridos. A Justiça argentina pede a extradição de oito iranianos envolvidos na ação, entre eles altos funcionários do atual governo de Teerã. Com o inédito acordo, a ser ainda votado pelo Congresso, Buenos Aires solicita a cooperação do criminoso, o Irã, para deslindar o que já sabe. A Casa Rosada é acusada de se render ao Irã ,e a comunidade judaica está possessa. Com razão, tudo indica.

Mas Cristina não quer ficar para trás em relação à Venezuela e, em menor grau, ao Brasil, na parceria com os aiatolás da bomba nuclear. Doa a quem doer. No caso, dói nos próprios argentinos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Chavez propoe integracao de presidentas...

Fusão? Não seria melhor fissão?
Mais um capítulo para os "fusions and mergers" da integração sul-americana: Alba com Mercosul?
Bem, ele deve saber do que está falando...
Paulo Roberto de Almeida

Fusión entre Dilma Rousseff y Cristina Fernández consolidará integración suramericana
Agencia Venezolana de Noticias (AVN), 31/10/2010

Una vez que Dilma Rousseff, candidata del Partido de los Trabajadores (PT), consiga el triunfo en las elecciones presidenciales de Brasil de este domingo, el próximo paso será la consolidación de una alianza estratégica de esta patriota con la presidenta de Argentina, Cristina Fernández para continuar promoviendo la unión suramericana.

Así lo manifestó el Primer Mandatario Nacional Hugo Chávez desde Caucagua, estado Miranda, desde donde se realiza el programa Aló Presidente número 366.

Chávez pronosticó que la candidata brasileña podría obtener una victoria con el apoyo de más del 60% de los votos.

Recordó que en un año serán las elecciones en Argentina y en dos años más en Venezuela, en este sentido, instó a la población de ambos países a estar alerta para evitar que los Estados Unidos intente empañar los triunfos de presidentes progresistas en la región.

“Lo sabemos, el imperio y su burguesía con sus medios de comunicación y su dinero van hacer todo lo posible para impedir este impulso y el curso de esta historia que está por escribirse”, afirmó Chávez.

Advirtió que los medios de comunicación la derecha internacional insistirán en la manipulación “sin límite y sin ética”, para intentar dividir a los que defienden los intereses de los más pobres y necesitados en los pueblos del sur.

En este sentido, aprovechó la oportunidad para hacer un llamado a los militantes del Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) para garantizar el triunfo de la Revolución en el año 2012.

“No dejemos para mañana lo que debemos hacer desde hoy, la batalla por el triunfo en el 2012 ya comenzó, será larga y dura y nosotros venceremos también en esa batalla”, puntualizó Chávez.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cristina K salvando a America Latina (aqui sim, de si propria)

Bem, não sei exatamente como ela pretende fazer, mas parece que agora somos novos, ou modernos...
Finalmente, já não era sem tempo...
Ainda bem que temos dirigentes tão preclaros e instruídos.
Imaginem se fossemos depender de certos coronéis que andam por ai, alguns mafiosos em outras partes, aventureiros um pouco em todos os lugares. A "velha" AL deveria ser um lugar insuportável.
Sejamos gratos à presidenta K. Ela também aderiu à tese do "novo olhar", aquela coisa que significa um pouco de tudo, e que já vinha sendo usada aqui e ali. Olhar lânguido, langoroso, lamurioso, talvez...
Paulo Roberto de Almeida

Na Alemanha, presidente argentina defende “uma nova América Latina”
EFE, 07 Oct 2010 08:18 PM PDT

Hannover (Alemanha), 7 outubro 2010. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou hoje na cerimônia de encerramento da 61ª conferência latino-americana, em Hannover, que a reunião entre empresários latino-americanos e germânicos é o exemplo de “uma nova Argentina e de uma nova América Latina”

Cristina deu como exemplo dessa “nova Argentina” o contrato de cooperação assinado, hoje, com a Volkswagen.

O acordo em formação, pesquisa e desenvolvimento permitirá criar as carreiras de Engenharia e Técnica na Universidade Tecnológica Nacional do país, e desenvolver um centro de pesquisa com questões de mobilidade.

A Volkswagen põe à disposição da Universidade US$ 2,5 milhões para infraestrutura e equipamento.

De acordo com Cristina, o acordo com a multinacional alemã se soma à inauguração, em dezembro, da primeira sede na América Latina do Instituto Max Planck de pesquisa científica.

A governante defendeu a necessidade de “um novo olhar em direção a América Latina”, região que reúne “15% do petróleo do planeta, 43% do cobre e 46% da água potável”.

“Devemos deixar de nos ver como clientes para nos enxergar como parceiros”, propôs a presidente como nova regra nas relações entre nações perante as mais de 400 pessoas no jantar de encerramento da conferência.

Também deu como exemplo da “Nova América Latina” a reação dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ao recente levante policial no Equador e a “defesa da democracia e do presidente Rafael Correa”.

O encerramento da 61ª conferência latino-americana, reunião eminentemente econômica, encerra uma viagem da presidente argentina, iniciada na terça-feira, em Frankfurt, com a inauguração da Feira do Livro, na qual, este ano, o país sul-americano foi o convidado de honra.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

2051) Uma festa que tem tudo a ver com a America do Sul atualmente...

Quem sabe até, tem tudo a ver com a América Latina de hoje, como querem alguns entusiastas da causa da integração, em escala mais do que continental...
Não assisti, ou ouvi, outras descrições e imagens dessa festa bolivariana em Caracas, mas algo me diz que ela se parece exatamente com a região atualmente, em cores, imagens, vivacidade, esperteza, entusiasmo integracionistas, enfim, todas essas coisas boas que se pode esperar de uma festa comemorativa da independência...

Cristina Kirchner rouba a cena em festa de Chávez
Mariana Timóteo da Costa
O Globo, Terça-feira, 20 de abril de 2010

Aliados de Hugo Chávez por apoiarem sua ideologia socialista do século XXI ou porque se beneficiam da liderança que o governo da Venezuela tem, baseada em seus recursos petrolíferos? A discussão apareceu ontem, em Caracas, quando chefes de Estado de vários países como Argentina, Bolívia, Cuba, Equador e Nicarágua compareceram à grande festa preparada por Chávez para comemorar o bicentenário do início do processo de independência de seu país. Chávez, aclamado como o “comandante em chefe da Revolução Bolivariana”, participou de uma parada cívicomilitar, evocou Simón Bolívar e discursou várias vezes pregando a união da região e afirmando a necessidade de buscar a “revolução e uma democracia socialista”.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, teve tratamento de convidada especial, sendo chamada a discursar na sessão solene da Assembleia Nacional.

Para os críticos, ela só aceitou porque o governo da Venezuela já comprou, desde 2005, mais de US$ 9,2 bilhões de títulos da dívida argentina, e porque os acordos comerciais entre os dois países renderam à Argentina, somente em 2009, US$ 1,23 bilhão em exportações.

— Em troca, Chávez recebeu o apoio irrestrito de Cristina para um ingresso, ainda incerto, no Mercosul — diz Maria Teresa Belandria, especialista em direito econômico internacional.

Partido do presidente freta ônibus para simpatizantes

Na Assembleia, Cristina não falou muito de história, muito menos de “socialismo do século XXI”. Pregou, sim, um investimento no multilateralismo, e agradeceu a Chávez pelo apoio contra a existência de “uma colônia inglesa na América do Sul”, as Malvinas.

— Temos que lutar pela liberdade da América do Sul.

Por que as leis internacionais valem para uns e não para outros? — disse ela, sempre se referindo à América do Sul, apesar da presença de líderes de Cuba e Nicarágua.

O historiador Rafael Arraíz Lucca, da Universidade Metropolitana de Caracas, também estranhou o convite feito à presidente.

— Pelo que sei, ela não é especialista em história, e a independência da Argentina não teve muito a ver com a da Venezuela.

Acho que alguns líderes estão aqui por se identificarem ideologicamente com Chávez, como Evo Morales (Bolívia), Raúl Castro (Cuba) e Daniel Ortega (Nicarágua). Outros até se identificam, mas não tanto, como o Rafael Correa (Equador), que não quer um Equador igual à Venezuela.

E a líder da Argentina muito menos — acredita Lucca.

Cerca de 12 mil pessoas compareceram de manhã à parada cívico-militar que comemorou o bicentenário na avenida de Los Próceres, no centro de Caracas. A maioria estava vestida de vermelho, mas com camisas de organizações sindicais, de ministérios, do partido de Chávez, o PSUV, e da estatal de petróleo, a PDVSA.

— Viajei a noite toda num ônibus fretado pela PDVSA desde o estado de Zulia (no noroeste do país) até aqui. Temos que apoiar o nosso presidente, que criou tantos empregos e faz tanto por nós — dizia Barbaro Torres, de 56 anos.

De fato, segundo o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, a estatal hoje conta com um quadro de 90 mil trabalhadores, 133% a mais do que há cinco anos: — O apoio a Chávez, tanto aqui quanto lá fora, esta atualmente muito associado à quantidade de assistência econômica que ele dá.

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PRA: Não sei se isso acontece com todo mundo, mas de vez em quando me dá uma sensação de desalento com a situação em certos países, que tenho até vontade de repetir Simón Bolívar, quando se afastou, renunciando a seus cargos, do caos que eram os novos Estados independentes da ex-América hispânica.
A mesma sensação afeetou o primeiro presidente da Bolívia, aliás o último país a conquistar sua independência da Espanha, já em 1825. Partindo para o exílio, em 1828, depois de tentar governar por 3 anos, Antonio José Sucre de Alcalá teria resumido assim a situação da Bolívia:
"La solución era imposible."
Desde 1825, até a queda de Carlos Mesa, em 2006 (aliás provocada por Evo Morales), a Bolívia teve 195 presidentes, ou seja, um cada 10,8 meses, em 177 anos.
Trata-se, sem dúvida alguma, de um país com excesso de presidentes. Felizes são os bolivianos, que podem contar com tanta gente capacitada para exercer a presidência...
Ou não...

Paulo Roberto de Almeida
(Xian, 21.04.2010)