Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
Logo ao abrir as notícias do dia, nesta sexta-feira 10 de julho, em Anápolis, deparo-me com uma matéria do New York Times da véspera, enquanto se desenvolvia o encontro do ano do grupo Brics, reunido na Rússia, em Ufá.
A chamada da matéria é a seguinte:
SINOSPHERE What You Need to Know About China’s Draft Cybersecurity Law
By AUSTIN RAMZY
China, which has some of the world’s tightest Internet restrictions, has released a draft of a bill that authorizes broad powers to control the flow of online information. The New York Times, Compiled: July 9, 2015 6:01 AM
Logo, um assunto altamente relevante para todos os cidadãos que se preocupam com a intrusão do Estado, dos governos mais exatamente, em suas vidas privadas.
Carmen Lícia e eu estávamos na China, em 2010, quando soubemos, por acaso, em agosto daquele ano, que finalmente havia sido levantada a barreira total imposta por Beijing no acesso à internet, por toda uma imensa província chinesa (no nome), Xinjiang (na verdade o chamado Kazaquistão chinês), em consequência dos distúrbios causados pelos rebeldes uigures contra dominação Han naquela região, inclusive na capital Urumqi. Uma província inteira, cortada do mundo, durante mais de um ano, segundo dispositivos que integram a atual lei de segurança na internet agora implementada.
E o que constato pela matéria abaixo?
Isto abaixo, que continua a ser preocupante do ponto de vista dos direitos cidadãos.
Paulo Roberto de Almeida
What You Need to Know About China’s Draft Cybersecurity Law
Here is a look at some
of the main provisions of the cybersecurity bill, and what the measure
tells us about the structure of China’s Internet control apparatus:
The Cyberspace Administration of China has a crucial role.
Perhaps the most interesting aspect of the bill is not the powers that
it spells out, but who holds them. Analysts say the draft shows clear
signs that the Cyberspace Administration and its director, Lu Wei, drive Internet policy and that it gives the body great powers to guide research and education.
Near the beginning,
the draft says that the “state Internet information department” is
“responsible for comprehensively planning and coordinating network
security efforts and related supervision and management efforts.”
Rogier Creemers, a
research scholar at Oxford University, said this is a clear reference to
the Cyberspace Administration of China and puts it in the driver’s seat
for policy-making going forward. “They are clearly in charge,” Mr.
Creemers said.
“They are are a
coordination and decision-making body at the highest political level,”
he said, adding that with this law the Cyberspace Administration has set
a broad agenda, and that it will be up to other ministries to then work
out more specific laws, such as rules governing e-commerce or what
hardware banks can use.
Most of the provisions are not new.
China has long taken steps to restrict many types of online content,
from pornography to political discussions. Many foreign sites are
blocked, and domestic sites use automated censorship mechanisms as well
as staff members to remove posts on restricted topics.
Even the most
aggressive measures discussed in the draft, restricting Internet access
in a particular region to “safeguard the national security, social
stability or handle a sudden major incident of concern for social
safety,” have been used. In 2009, China shut off
nearly all Internet access and international calls in the far western
region of Xinjiang for months, after deadly riots in the city of Urumqi.
But often such powers
were defined in lower-level regulations or even Internet companies’
contracts. By elevating them to a national law, Chinese authorities are
signaling that they are placing a high priority on compliance and that
they want to “make it harder for Internet companies to avoid or drag
feet on implementation,” said Maya Wang, a researcher with Human Rights
Watch based in Hong Kong.
“The law is meant to say the party is serious about controlling the Internet,” she said.
A warning to global companies.
China has long been a difficult place for foreign technology companies
to thrive. Many sites, including Facebook, Google, Twitter and YouTube,
are partly or completely blocked.
Some clauses, such as a
requirement for the development of safeguards on “critical information
infrastructure,” could further curtail the activities of foreign
companies, but the details are still unclear.
“The foreign business
community will be reading the law closely, trying to determine how the
cybersecurity standards and procurement provisions will be implemented,”
Adam Segal, an expert on China and digital policy at the Council on Foreign Relations, wrote.
“The past few months will not give them great comfort, as Beijing has
adopted a national security law and other provisions to make technology
used in China ‘secure and controllable’.”
As profecias de George Orwell, em 1984, podem estar erradas na sua formatação específica, mas elas estavam absolutamente certas no seu conteúdo substantivo. O Big Brother quer sempre se meter na sua vida, e determinar o que você pode, ou não pode fazer.
Eu mesmo fui testemunha da censura aplicada diversas vezes aos meios televisivos internacionais na China, cada vez que CNN, BBC ou outro canal "ocidental" abordava os assuntos sensíveis aos olhos do PCC: direitos humanos, Tibete, repressão política, prêmio Nobel a Liu Xiaobo, etc. A tela simplesmente ficava preta, e depois voltava ao normal. Quando a censura era muito extensa, os funcionários do setor até se davam ao trabalho de colocar no lugar publicidade do mesmo canal, para tentar sinalizar que tudo estava em ordem. A hipocrisia junta com desfaçatez e a mentira.
Um dos artigos sempre mais buscados em Hong Kong são justamente livros e revistas proibidos no continente. Junto com alguns outros que sofrem dos abusos do capitalismo desenfreado chinês.
Os companheiros adorariam dispor desse poder e dessa capacidade para penetrar na grande mídia, nos veículos do PIG, o partido da imprensa golpista, como eles dizem, para atrapalhar a vida de quem se opõe a seus instintos e vocação totalitários.
Vão precisar fazer novo convênio entre partidos amigos, para importar alguns dos hackers a serviço do Big Brother asiático...
Paulo Roberto de Almeida
Après le "New York Times", le "Wall Street Journal" victime de hackers chinois
Le Monde.fr avec AFP |
Le Wall Street Journal
a indiqué, jeudi, que ses ordinateurs avaient été la cible de pirates
informatiques chinois et dénoncé les tentatives de Pékin d'espionner ses journalistes.
Le quotidien économique a fait cette annonce au lendemain de celle du New York Times,
celui-ci ayant affirmé que des pirates informatiques chinois avaient
infiltré ses propres ordinateurs ces quatre derniers mois, en réponse à
son reportage paru le 25 octobre sur la fortune amassée par les proches
du premier ministre, Wen Jiabao, dans des affaires commerciales.
Le Wall Street Journal souligne ainsi que ces attaques avaient pour "but apparent de contrôler la couverture de la Chine" par ses journalistes, et laisse entendre que la pratique chinoise d'espionner les médias américains était devenue "un phénomène courant". "Des
preuves montrent que ces efforts d'infiltration visent à contrôler la
couverture par le journal de la Chine, et non à réaliser des gains
commerciaux ou à détourner l'information des clients", souligne dans un communiqué Paula Keve, de l'agence Dow Jones, qui fait également partie avec son cousin Wall Street Journal du groupe News Corp du magnat Rupert Murdoch.
Le Wall Street Journal n'a pas précisé quand ces attaques
informatiques avaient commencé mais a annoncé qu'une révision de son
réseau informatique pour renforcer la sécurité avait été effectuée jeudi. "Nous avons la ferme intention de poursuivre notre pratique du journalisme de façon battante et indépendante", a assuré Paula Keve.
Jeudi en fin d'après-midi, la chaîne CNN a à son tour annoncé que le système informatique de son service international avait été bloqué pendant plusieurs minutes en réponse à son reportage sur le piratage du New York Times. "CNNI est devenu noir pendant six minutes", a tweeté l'une des journalistes de CNN International Hala Gorani. "La Chine a bloqué CNN en raison de l'interview de à Hala Gorani sur le piratage informatique du New York Times", pouvait-on lire.