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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Rasputin de Suburbio (Olavo de Carvalho) volta para o seu subúrbio de Richmond - Daniela Abade

Recebido via Twitter

 A ROCAMBOLESCA FUGA DO ASTRÓLOGO CAGÃO!

A Daniela Abade publicou, no twitter, um fio sensacional com tudo o que ela descobriu sobre a fuga do Olavo, o ideólogo dos toscos®, que ao ser intimado pela PF picou a mula, desapareceu e reapareceu nos Estados Unidos. Tudo indica que a FAB se prestou ao papelão de ajudar no enredo dessa comédia (se não fosse, claro, uma tragédia).

Eu juntei os posts do twitter dela num texto só e trouxe pra cá. Quem quiser ver os mapas e ilustrações, é só ir ao twitter.

TAÍ A TRETA MONSTRA DA SEMANA

Do twitter de Daniela Abade (@_danielaabade, onde  estão as fotos e mapas).

“Vou soltar aqui a thread com tudo o que descobri do Olavo e como foi essa história, ok? Então segura, porque tem coisa demais.

Tudo começou com uma dica de uma pessoa com boas ligações em Brasília: “Olavo de Carvalho foi para os Estados Unidos no avião do ministro Fábio Faria”.

Por mais confiável que seja a fonte, eu fiz o que toda pessoa responsável deve fazer quando ouve uma história nesse nível de gravidade, fui conferir onde estava o ministro antes de ir para os Estados Unidos. A resposta era pública e estava lá no Instagram de Fabio Faria: o ministro estava em Glasgow, na Escócia, na Conferência do Clima. E foi de lá para Nova York, nos Estados Unidos. A conclusão mais rápida seria: “Não, não é possível que Olavo de Carvalho tenha usado o mesmo avião de Fabio Faria, porque ele estava em São Paulo.”

Mas uma pessoa responsável tbm ñ tira conclusões rápidas. Fui em busca dos registros de voo da FAB em novembro e uma informação interessante apareceu: o ministro Fabio Faria ñ tinha se deslocado de Glasgow p/ NY pela FAB. Ele só começou a usar um avião da FAB em NY no dia 14.

Que avião era esse? Como e quando saiu do Brasil? 

Era a hora de combinar os dados: segundo a coluna do Lauro Jardim, Olavo de Carvalho foi visto saindo da Clínica Saint Marie no dia 11 de novembro. Com isso fui buscar todos os voos da FAB no dia 11.

Houve 1 só voo, q foi do Ministro Paulo Guedes que viria para SP para dois compromissos, o último, às 5:30 da tarde. Na planilha ele voltou p/ Brasília no mesmo dia 11, embarcando quase às 10 da noite. O avião foi com 5 pessoas e voltou c/ as mesmas 5, segundo o registro da FAB.

Mas o avião do Guedes era o mesmo de Faria? Foi a hora de fazer uma busca por eliminação, entre todos os modelos de transporte q a FAB dispõe e suas rotas, pelo menos as rastreadas. Depois de algumas horas e vários sites, encontrei o avião de Faria, pelo site flightaware.

Era um Legacy, prefixo VC99B, número de cauda: FAB2582 e o número do voo BRS46. Existe o registro dele voltando ao Brasil, via Martinica, que é uma parada de abastecimento desse tipo de avião, por não ter autonomia para um voo tão longo.

Com a confirmação do avião, o trabalho agora era rastrear os voos que essa aeronave fez desde o dia 11. Acessando o site de rastreamento mais famoso, o Flight Radar, não é possível encontrar qualquer resultado porque a FAB pediu sigilo nesses voos. Mas, isso só acontece no site.

No aplicativo, existe o registro, mesmo que pareça q ñ exista. Clicando na flecha do lado direito, vc tem a imagem do itinerário, mesmo que ñ tenha sido registrado os locais, q são gravados pelos equipamentos de radar. E lá a 1ª confirmação: o voo de Faria trouxe Guedes a SP.

A decolagem aparece às 14:59, mas é o horário UTC, o horário universal coordenado. Três horas a mais do que o horário de Brasília. Embarque 11:30, a decolagem foi meio dia e 59.

E o voo de volta? Dia 11 também, mas às 9:52 da noite, meia noite e cinquenta e dois no horário UTC. Dessa vez, seguindo a planilha da FAB, só com dois minutos de atraso para voltar a Brasília.

Mas foi esse avião mesmo avião que foi para os Estados Unidos? Foi. Apesar de não ter  registro desse voo no site da FAB, o avião saiu às 12:38 do dia 13. O curioso é que o ADS-B, o equipamento que registra esses deslocamentos, só foi ligado na altura de São Gabriel de Goiás.

De lá temos o trecho inteiro do voo, separado em quatro vídeos. Um segue aqui.

Outro aqui.

O avião pousou no aeroporto Mac Arthur, de Long Island. Aí outra estranheza. Esse é um aeroporto doméstico, desconhecido. Os 3 principais aeroportos de NY são JFK, Newark e La Guardia. Esse avião no dia seguinte estava no aeroporto JFK p/ servir ao Ministro das Comunicações.

Não faz sentido algum esse pouso em Long Island. Por que pousar num aeroporto pouquíssimo movimentado? Por que esse voo não foi registrado?

Essas perguntas a FAB agora tem que responder. Porque imagina o escândalo se a Força Aérea Brasileira, junto com dois ministros de estado, facilitou a fuga de Olavo de Carvalho a uma intimação da Polícia Federal?”

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Voos da FAB: a imoralidade e os abusos continuam - Victor Farias


A FORÇA AÉREA BRASILEIRA FOI TRANSFORMADA EM “UBER”.

Autoridades planejaram 64 voos da FAB com no máximo 3 passageiros em 2019

Congresso em Foco, 29 jan, 2020


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demitiu o secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, por ter utilizado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com somente três passageiros para ir de Brasília à Suíça, e, em seguida, à Índia. Apesar de legal, Bolsonaro afirmou que a ação foi "completamente imoral".

Caso isso vire praxe, o presidente terá problemas com outros de seus ministros. De abril a dezembro, foram feitas pelo menos 64 viagens oficiais, utilizando as aeronaves da FAB, com, no máximo, três passageiros previstos. Em três desses deslocamentos, os voos foram para destinos internacionais, sem previsão no decreto que regulamenta o tema.

Uma  das viagens internacionais foi feita pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em 21 de maio. O périplo começou em Brasília, onde pegou um avião às 15h15 para São Paulo. Em seguida, às 19h30, pegou outra aeronave, dessa vez em direção à capital argentina, Buenos Aires, onde participou da XXII Reunião de Ministros de Meio Ambiente do Mercosul. Dois dias depois, retornou a Brasília. A previsão era de três passageiros para os quatro trechos da viagem.

As informações disponíveis no portal de dados do governo não permitem identificar quantas pessoas efetivamente embarcaram nas aeronaves, mas indica quantos passageiros eram esperados para a viagem.

De acordo com a legislação, presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF), pessoas com status de ministro de Estado e comandantes das Forças Armadas têm direito ao benefício. As solicitações de transporte podem ser feitas por motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço, e, no caso de presidentes de Poderes, deslocamentos para o local de residência permanente.

Estados Unidos e Colômbia

Seis meses depois, em 18 de setembro, Salles embarcou novamente em avião da FAB com destino ao exterior, dessa vez à capital norte-americana, Washington, onde participou de uma série de compromissos com investidores e jornalistas e, depois, seguiu para a Europa em voos comerciais.

Dessa vez, o primeiro trecho da viagem – de Brasília a Cartagena – foi feito acompanhado do presidente do STF, ministro Dias Toffoli. O magistrado foi à Colômbia participar do XXV Encontro Anual de Presidentes e Magistrados de Tribunais, Cortes e Salas Constitucionais da América Latina.

Em seguida, Salles continuou a viagem no avião da FAB. De acordo com a planilha da Defesa, a previsão era de três passageiros.

Outro que viajou para fora do país foi o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Bermudez. Ele foi da capital brasileira a Rionegro, na Colômbia, em 12 de julho, onde participou no dia seguinte da Cerimônia Alusiva aos 100 anos da Força Aérea Colombiana. A previsão era de apenas três passageiros para os trechos de ida e volta.

Nesses noves meses disponíveis no sistema de dados do governo, cinco viagens estavam previstas para serem feitas com somente um passageiro.

Em 5 de abril, por exemplo, estava agendado que o ministro da Economia, Paulo Guedes, viajaria sozinho de São José dos Campos (SP) para o Rio de Janeiro. O mesmo ocorreu no dia 17 daquele mês, com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que foi de Belo Horizonte (MG) a São Luis (MA).

Outros que, segundo a planilha do governo, viajaram sozinhos nas aeronaves da FAB o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, de São Paulo a Brasília, em 23 de maio; o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, de Curitiba (PR) à capital federal, em 21 de setembro; e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, de Brasília a Canoas (RS), em 17 de dezembro.

Salles lidera viagens

Das 64 viagens com no máximo três passageiros previstos, o ministro do Meio Ambiente foi responsável por 25 delas. De acordo com a planilha, estava previsto que Salles viajasse uma vez sozinho, dez vezes com um acompanhante e 14 vezes com outros dois passageiros.

Em seguida vem o ministro da Economia que teria feito uma viagem só, duas acompanhado de mais uma pessoa e 12 com mais dois passageiros.

Há ainda viagens feitas pelos ministros da Justiça, da Agricultura, da Casa Civil, do Desenvolvimento Regional, da Saúde, das Relações Exteriores, da Controladoria-Geral da União, da Advocacia-Geral da União, além do comandante da Aeronáutica, do comandante do Exército e do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Procuradas, as assessorias de Salles e Guedes não haviam respondido aos questionamentos da reportagem até a publicação deste texto.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Brasil-Bolivia: opinioes e desinformacoes sobre o caso dos avioes vistoriados

Curioso que, neste caso, existam poucas informações completas, fiáveis, credíveis, sobretudo corretas...

Evo se disculpa ante Brasil por la revisión de aviones en 2011

Williams Farfán
La Razón (La Paz), 20/07/2013

Cuatro días después de revelarse la revisión de naves de la Fuerza Aérea Brasileña, el presidente Evo Morales ofreció disculpas por los hechos. Aseguró que las acciones serán investigadas y que habrá “medidas drásticas” contra los autores.

“Yo no tuve ninguna información (de dichas revisiones)”, aseguró el Jefe del Estado. De hecho, él se enteró del caso en los últimos días, dijo en una conferencia de prensa ofrecida ayer desde las 07.15 en el Salón de los Espejos del Palacio de Gobierno.

“Yo de verdad estoy muy sorprendido, aunque tarde nos hemos informado por los medios de comunicación (…) hemos investigado pronto. Sí, lamentablemente hubo (incidentes), disculpas al pueblo brasileño y a su Gobierno. Somos sinceros, pero repito que todo no fue por instrucción del Presidente o del Vicepresidente, ni del gabinete”, declaró Morales a los periodistas.

En alusión a lo que ocurrió con el avión presidencial FAB001 en su viaje de regreso desde Europa el 2 de julio, el Mandatario agregó que “no puede ser que con el pretexto de la lucha contra el narcotráfico se violen convenios o tratados internacionales”. “Con los autores (de las revisiones) vamos a tomar medidas drásticas”, remarcó.

Información. “Siento que algunos oficiales exageraron usando el pretexto de lucha contra el narcotráfico y no respetaron los aviones oficiales. Sean de acá o de cualquier otro país, yo también tengo mi propia opinión, pero repito: ahora se está haciendo una investigación interna y sé que está resuelto este tema entre la Cancillería de Bolivia y la Embajada de Brasil”, aseguró el gobernante.

Tras revelaciones iniciales el lunes, el periódico brasileño Folha de Sao Paulo publicó una nota en la que el ministro de Defensa de Brasil, Celso Amorim, dijo que la revisión de su avión fue hecha por agentes antinarcóticos de Bolivia, cuando él no estaba presente, y que buscaron en el maletero pero no en la cabina del aparato. “Yo no sabía y es obvio que no estaba en el avión. Jamás autoricé, ni lo autorizaría”, manifestó.

El diputado de Convergencia Nacional (CN) Andrés Ortega cuestionó las afirmaciones del presidente Evo Morales y consideró que el canciller David Choquehuanca sí sabía del incidente, pero que no lo comunicó, al menos oportunamente, al Mandatario. “Si el Presidente no sabía de los aviones brasileños es porque el Canciller no le informó, aunque recibió una nota de Brasil, porque no fue un hecho menor”, criticó el diputado opositor Ortega.

Menores. En respuesta, la ministra de Comunicación, Amanda Dávila, remarcó que los incidentes no fueron de gravedad y por esto no sabían de los mismos ninguna de las autoridades del alto rango ni del país ni de Brasil.

“El ministro de Defensa de Brasil, Amorim, ha señalado que acaba de conocer el incidente, lo mismo pasó con el Canciller y el Presidente, porque los incidentes que se registraron en 2011 son incidentes que fueron superados por los niveles técnicos y medios de ambos gobiernos”, señaló Dávila.

Para el Jefe del Estado, el incidente con Brasil fue “felizmente superado” y ratificó la confianza con su gobierno. “Hay una confianza única, antes con Lula (da Silva), ahora Dilma (Rousseff), y esta confianza va a continuar, yo tengo mucho respeto a los países vecinos, Argentina y Brasil; los problemas están superados. Es confianza única”.

Morales prevé que bloque  definirá otras acciones

Un bloque de países de la región definirá las futuras acciones contra Italia, Francia, España y Portugal, por negar su espacio aéreo al FAB001 el 2 de julio. También podrían definir una posible demanda contra EEUU, informó el presidente Evo Morales.

“Sobre la expulsión, tenemos que tomar decisiones en permanente consulta; para esto nuestro hermano Canciller está en contacto con algunos cancilleres (de la región); algunos (países) se disculparon, otros todavía creo que no. Eso verán oportunamente las cancillerías, qué posiciones vamos a tomar en el futuro”, adelantó Morales.

El Mandatario explicó que ya hay una posición definida de los miembros de la Unasur (Unión de Naciones Suramericanas) y del Mercosur (Mercado Común del Sur), como es convocar a los embajadores de los cuatro países de Europa; ya se está recibiendo los informes de sus diplomáticos.

Con todo, en la misma conferencia de prensa, Morales afirmó que como país no se forzará a Francia, España, Italia y Portugal a explicar el trasfondo de la decisión de negarle el vuelo sobre sus territorios; en cambio, pidió que “nunca” más se repita similar incidente.  El jueves, el Pacto de Unidad resolvió exigir la expulsión de los embajadores de los países europeos, lo que aún se está analizando.

Hay un repliegue temporal de embajadores

Los embajadores de Bolivia en Francia (Jean Paul Guevara), España (Carmen Almendras) y en Italia (Antolin Ayaviri) se replegaron temporalmente al país (en Portugal no se tiene embajada). Ayer se reunieron con el presidente Evo Morales y con el canciller David Choquehuanca.

El repliegue fue dispuesto en cumplimiento de la resolución de los miembros del Mercado Común del Sur (Mercosur), que el 12 decidieron llamar a consultas (retorno al país) a sus embajadores en los cuatro países europeos que bloquearon el espacio aéreo al presidente Morales.

“Los embajadores suelen retornar, pero la medida del repliegue es por un tiempo, es como una forma de protesta que se adoptó a nivel de Mercosur, a nivel de todos los países”, informó en rueda de prensa la ministra de Comunicación, Amanda Dávila. “(El Mandatario y los embajadores) se reunieron para analizar lo sucedido con el avión del presidente Morales en Europa, lo que el Gobierno considera que es un secuestro”, aseveró Dávila.

El 12 de julio, en Montevideo, Uruguay, los países miembros del Mercado Común del Sur (Mercosur) decidieron llamar a consultas —convocar a sus embajadores en Italia, Francia, España y Portugal—, para coordinar posiciones ante esas naciones con respecto al bloqueo aéreo que sufrió el mandatario de Bolivia, Evo Morales, el 2 de julio en Europa.

También se dispuso que cada país miembro del Mercosur cite a los embajadores de España, Francia, Italia y Portugal, con el objetivo de hacerles conocer el malestar por dicho bloqueo.  Se trató de una decisión tomada por los presidentes de Argentina, Cristina Fernández; BrasilDilma Rousseff; Venezuela, Nicolás Maduro; y Uruguay, José Mujica.

Evo dice que subalternos lo quieren distanciar deDilma Rousseff


El presidente boliviano precisó que eso sucede en ambos países. Algunos senadores de Brasildescartaron que ocurra del lado brasileño. Morales se disculpó por el incidente del avión 

El presidente Evo Morales acusó ayer a funcionarios “subalternos” de Brasil y de Bolivia de buscar los mecanismos para enturbiar las relaciones para que los mandatarios de los dos países se peleen y se distancien. Aseguró que una de esas acciones está referida al hecho de que el Ministerio de Defensa deBrasil hubiera revelado, dos años después, que la fuerza antidrogas boliviana requisó tres aviones, incluyendo en el que viajaba el exministro brasileño Celso Amorim.

El mandatario convocó ayer  una conferencia de prensa, y se disculpó con el vecino país por el incidente ocurrido en octubre de 2011. Las repercusiones no se dejaron esperar. Un senador brasileño dijo a EL DEBER que no cree que funcionarios subalternos hagan eso del lado brasileño, mientras que otro parlamentario aseveró que el hecho de que Morales se haya disculpado es un buen paso para “mejorar las relaciones” entre ambos países, con lo que deslizó que más allá de las declaraciones, evidentemente hay tensión entre los países.

Cuando este medio consultó  ayer al presidente en el Salón de los Espejos del Palacio de Gobierno a qué atribuía el hecho de que el Ministerio de Defensa del vecino país denunció la requisa a la nave de Amorim, dos años después, respondió: “Puedo decirle que así como en Bolivia, desde Brasil nos quieren enfrentar a los presidentes y a Gobiernos. Espero no equivocarme, se debe a eso, y lamento mucho”.

Admitió también que en ‘el último tiempo’ se registraron problemas entre los dos países, aunque no precisó cuáles, “y gracias a nuestro canciller David Choquehuanca en contacto oportuno, de Cancillería a Cancillería, se superaron. Algunos subalternos que tenemos están dedicados a enfrentarnos, y no van a poder, porque hay una confianza única antes con Lula, ahora con Dilma (Rousseff, la presidenta deBrasil)”.

Desde Brasilia

El senador brasileño Pedro Simon, en un breve contacto telefónico, manifestó que “no pasa eso en el lado brasileño” (que subalternos traten de perjudicar la relación con Bolivia). “Es una posición de un presidente (Evo Morales) y la respetamos, pero pedimos más participación, porque es fácil entendernos. Tenemos que superar este incidente, y ambos presidentes deben facilitar un entendimiento”, señaló.

Medios brasileños informaron de que debido a su papel en el caso del asilo a Róger Pinto, el Gobierno de Bolivia, a través del ministro de la Presidencia, Juan Ramón Quintana, solicitó el cambio del embajador deBrasil en La Paz, Marcel Biato. Tiempo después se anunció la partida del diplomático, lo que desató críticas en el Senado de Brasil, que deslizó incluso que está en condiciones de bloquear, aunque nunca lo propuso directamente, la llegada de otro representante diplomático del vecino país a Bolivia.

Disculpas

El presidente Morales se disculpó ayer con Brasil por el incidente. “Hemos investigado pronto, sí, lamentablemente hubo (requisa al avión de Amorim), disculpas al pueblo brasileño, a su Gobierno, somos sinceros. No fue por instrucción del presidente, del vicepresidente ni del gabinete. Siento que algunos oficiales (de la Policía), so pretexto de lucha contra el narcotráfico, no respetaron aviones oficiales, sea de Brasil o de cualquier otro país”, señaló.

Otro senador brasileño, Eduardo Suplicy, en contacto telefónico, declaró que “es importante la disculpa de Evo Morales y demuestra que existe la intención de avanzar en la integración de ambos países”. Pero, como su colega Simon, reiteró que “es necesario hacer todo lo posible para mejorar las relaciones” entre ambos países.  

Morales, tras la disculpa, acotó que pese a que está superado el tema, personeros de la Cancillería y de la embajada de Brasil se reunieron y solucionaron el problema. “No es suficiente, acaba de comenzar una investigación y acá internamente tomaremos cartas en el asunto”, apuntó.

Fuentes diplomáticas revelaron que hubo un intercambio epistolar entre la Cancillería y la embajada deBrasil, que luego derivó en una reunión en la que el Gobierno se comprometió a nunca más requisar un avión oficial brasileño.

La oposición, en Bolivia, a través del diputado Andrés Ortega, de CN, se mostró crítica, tanto a la explicación de Morales, como a la posición brasileña. “No creo que el presidente Evo Morales hubiese desconocido la queja brasileña. No es un tema menor, es muy serio e importante. Me sorprende también que Brasil no haya presentado otro tipo de queja, tal vez pública, o más severa, pero es la decisión de este país que cada vez nos sorprende más con su improvisación en este y otros temas”, apuntó el opositor.

Pinto

La negativa de parte del Gobierno de la otorgación del salvoconducto para la salida a Brasil del senador Róger Pinto, que se encuentra recluido hace más de un año en la oficina de la embajada brasileña en La Paz, es el hecho que más ha distanciado a ambos países.

El Senado brasileño convocó varias veces al canciller Antonio Patriota para pedir que la administración de Rousseff ejecute una política más agresiva con el fin de presionar a Bolivia para que respete la decisión de admitir el asilo y deje salir a Pinto, pero Morales dijo que no es posible. "No soy jurista ni abogado, pero quienes tienen procesos no pueden tener asilo. Además, el señor Pinto tiene arraigo. ¿Cómo podemos dar salvoconducto a alguien que tiene arraigo?", declaró el presidente.

El mandatario aclaró que el caso de Pinto no se puede comparar con el de Edward Snowden, el exagente de la CIA que está en Rusia. "Hay gente valiente de Estados Unidos que va denunciando y (por) esas denuncias, por el bien de la humanidad, por el bien de la soberanía y de los derechos humanos debe ser otorgado el asilo correspondiente", aseveró.

Claves
1  Hecho. La Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico requisó con canes el equipaje del avión oficial de Brasil, en octubre de 2011.

2  Molestia. La Cancillería de Brasil envió una queja a su similar de Bolivia, en la que pidió explicaciones sobre por qué se hizo la requisa.

3  Respuesta. La Cancillería y la FAB contrastaron que la requisa no debió realizarse, pero la entidad militar precisó que no tenía jurisdicción sobre la Felcn, de la Policía.

4  Felcn. La fuerza antidroga informó de que se remitió a su reglamento, pero tomó al avión brasileño como uno privado, no oficial.

5  Acuerdo. En una reunión entre funcionarios de la embajada y la Cancillería se acordó que nunca más se requisaría un avión oficial brasileño.

6  Sanciones. El jueves, el ministro de Gobierno, Carlos Romero, anunció sanciones a tres oficiales por el tema y Morales señaló que la investigación llegará aún más lejos.