Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Bolivia: nova reeleicao de Evo Morales, o bolivariano ortodoxo em economia - Sergio Leo
Paulo Roberto de Almeida
Por que mirar a Bolívia, heterodoxa na ortodoxia
Sergio Leo
Valor Econômico, 8/09/2014
Índices de aprovação beirando os 80% e liderança absoluta nas pesquisas eleitorais acompanham o presidente boliviano, Evo Morales, em sua disputa para um terceiro mandato, nas eleições presidenciais de outubro. O bolivariano que ofendeu os mercados e patrocinou uma Constituição de inéditos poderes à população indígena beneficia-se do crescimento econômico, um dos maiores da região.
Em 2006, quem (como este colunista) estivesse em La Paz, à espera das comemorações do 1 º de Maio na Bolívia, notaria o insistente noticiário sobre a iminente decepção dos bolivianos com o primeiro - e pequeno - aumento do salário mínimo a ser anunciado pelo estreante Evo Morales. À tarde, fora da capital, o que Evo anunciou foi a nacionalização das reservas de gás e de refinarias da Petrobras, que cercou com tropas militares.
O ato gerou uma crise política com o Brasil presidido pelo aliado Lula, depois amenizada, inclusive com pagamento de indenizações devidas à Petrobras. Mas a política econômica que se seguiu afastou investidores e a própria Petrobras. Pouco se falou, porém, da política fortemente baseada na ortodoxia fiscal, adotada desde então pelo ex-cocalero, que conteve arroubos sobre o salário mínimo e outras contas públicas, e garantiu o relativo êxito econômico do país.
"Já há vários anos, o desempenho macroeconômico da Bolívia tem sido muito bom", elogiou a economista do FMI Ana Corbacho, chefe da missão que, em fevereiro, analisou as contas bolivianas. "Esse desempenho foi ativamente apoiado por políticas públicas que ajudaram a aumentar em quase três vezes a renda média da população, melhorar a distribuição de renda e provocar grande redução de pobreza", acrescentou, ao relatar as discussões com as autoridades do país. "E, além disso, tudo aconteceu num período muito curto".
Em 2013, Evo conseguiu um recorde histórico de crescimento, 6,8%, acumulou reservas recordes em moeda internacional, equivalentes a quase metade do Produto Interno Bruto, e manteve superávits, tanto nas contas do governo (1,4% do PIB), quanto nas estatais (0,5%). Estatais, aliás, trazidas ao controle do Estado após um agressivo programa de nacionalização, que afetou os setores de gás e petróleo, telecomunicações, transportes e mineração.
Evo não baixou suas ironias contra o FMI nem após os elogios; e foi bem-sucedido também na política: após uma sucessão de crises, ameaças de separatismo na rica região agrícola conhecida como "meia-lua", na fronteira com o Brasil, ele cooptou, ou afastou do caminho (às vezes com métodos violentos), empresários e líderes oposicionistas, enfraquecendo as ameaças à sua gestão. A terceira reeleição presidencial é uma inédita estabilidade num país que, entre 2001 e 2005, foi governado por seis diferentes presidentes.
Morales era um presidente fraco, de pequeno apoio político em uma Bolívia dividida, em 2006. Desde então, o país cresceu, em média, 4,5% ao ano. Aplicou, sob aprovação de instituições como o Banco Mundial, seu programa de redistribuição da renda e preparou-se bem, segundo o FMI, para enfrentar turbulências como a queda do preço do gás e a desaceleração econômica de seus principais clientes, Brasil e Argentina.
Evo conseguiu, também, um nível razoável de investimento externo, 3,5% do PIB no ano passado, mas muito concentrado nos fornecedores para o setor de gás e petróleo. O gás responde por mais da metade da receita governamental, em um país onde os impostos diretos são quase zero. O governo só agora construiu uma usina para separar, do gás fornecido ao Brasil, gases de uso mais nobre, destinados à petroquímica.
A Bolívia não foi tão bem em reduzir a gás-dependência e avançar além do modelo exportador de commodities. Também é preocupante a retração dos investimentos, inclusive da Petrobras, na exploração e ampliação das reservas de hidrocarbonetos. Desde a nacionalização, os governos Lula e Dilma reduziram quase à metade a dependência do Brasil em relação ao gás boliviano, ao criar infraestrutura para liquefazer e distribuir gás de outros fornecedores.
O afastamento brasileiro não foi completo: neste ano, a Petrobras, descumprindo recomendações de seu departamento jurídico, concordou, após muita resistência do governo Dilma e pressões crescentes de La Paz, em pagar um adicional a Evo pelos gases "ricos" de alta qualidade contidos no gás fornecido ao Brasil nos últimos anos. O Senado cobra explicação da estatal pelo pagamento de US$ 434 milhões.
O governo Evo é acusado de manipular e reprimir o Judiciário para mover ações judiciais contra oposicionistas -150 bolivianos estão refugiados no Brasil fugindo de processos e perseguição - e pode perder sua confortável maioria parlamentar nas próximas eleições, turvando sua capacidade de governar e trazendo riscos de repressão violenta dos oposicionistas.
Na economia, há expectativa de que o terceiro mandato de Evo seja acompanhado de reformas mais amistosas ao setor privado e investidores. A falta de investimentos em ampliação de reservas pode deixar a Bolívia sem gás para todo o consumo e os compromissos de exportação já em 2017, segundo o ex-ministro de Minas e Energia boliviano Álvaro Ríos Roca, que prevê necessidade de investimentos imediatos de pelo menos US$ 5 bilhões no setor.
Em cenário de queda de preços, com concorrência do gás extraído de rochas, Evo vê aproximar-se o fim do atual contrato de fornecimento ao Brasil, em 2019, e deve pressionar para uma renegociação em breve, decidido a não aceitar uma redução nos preços atuais. Na Bolívia, cresce o sentimento nacionalista e antibrasileiro (por motivos diversos, entre eles a riqueza dos empresários de origem brasileira na 'media luna' e as manifestações preconceituosas no Brasil contra bolivianos).
Será grande a tentação de qualquer governante lá, de responder a uma eventual piora na situação econômica desviando atenções para uma briga com o Brasil. A vencedora (ou vencedor) das eleições brasileiras de outubro deve incluir a Bolívia entre os temas desafiadores a estudar durante o seu mandato.
Sergio Leo é jornalista e especialista em relações internacionais pela UnB. É autor do livro "Ascensão e Queda do Império X", lançado em 2014. Escreve às segundas-feiras
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Brasil-Bolivia: saga do senador boliviano asilado politico em documentario
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Ainda a novela bolivariana... cada vez mais enrolada, e deprimente - Augusto Nunes
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
A elevacao da diplomacia brasileira para alturas nunca antes alcancadas - Estadao
Paulo Roberto de Almeida
Dilma conversa com Evo Morales por telefone sobre troca de embaixadores no Brasil
Presidente conversou por cerca de cinco minutos com o líder boliviano e chamou caso do senador boliviano de 'grave episódio'; Dilma e Evo devem se encontrar na sexta-feira
Evo pede que Brasil entregue senador que fugiu de embaixada à Bolívia
Bolívia estuda meios para obter extradição
Planalto blinda Amorim para conter danos
Bolívia estuda meios para obter extradição
Governo Evo Morales quer que Roger Pinto, condenado por corrupção, seja devolvido ao país; Promotoria diz estudar opções legais para pedido
Planalto blinda Amorim para conter danos
Ministério da Defesa nega que sabia da fuga, mas comandantes militares foram avisados informalmente por adidos em La Paz
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Brasil-Bolivia: tout se complique,2 - a confusao continua...
Dilma havia proibido operação de fuga do boliviano
Agência Estado, 26 de agosto de 2013
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Estado Plurinacional da Bolivia vs Brasil, ou vs Senador Roger Pinto, ou vs outras coisas...
CONFERENCIA DE PRENSA DEL CANCILLER DEL ESTADO PLURINACIONAL DAVID CHOQUEHUANCA EN RELACIÓN AL CASO ROGER PINTO
El sábado por la tarde recibimos una comunicación de Brasil, donde nos confirman oficialmente que el senador Roger Pinto se encontraría en territorio brasileño, en ese momento indican ellos mismos que desconocían la circunstancia de la salida de la Embajada del Brasil en Bolivia.
El día domingo, 25 de agosto emiten un comunicado, mencionando que ellos desconocen los hechos de esta huída y nos indican en ese comunicado que llevarán adelante un proceso de investigación.
Bolivia hace conocer mediante un Comunicado de Prensa que el señor Pinto salió ilegalmente del país con destino al Brasil, convirtiéndose en un prófugo de la justicia boliviana, ya el señor Pinto violó la normativa nacional y las normativas internacionales.
Decimos que violó la normativa internacional, porque sale sin el salvoconducto, tenemos dos convenciones, la Convención Interamericana y la convención de ONU que fueron violadas en esta huida del señor Pinto.
Cuando decimos también que violó la normativa internacional, decimos esto porque pesa en su contra cuatro arraigos y mandamientos de aprehensión que le impedían salir del país, tal como lo establece el Código de Procedimiento Penal.
Brasil incumplió la Convención de Caracas, sobre asilo diplomático de 1954, que en su Artículo 3, establece que no es licitó dar asilo a personas que se encuentran inculpadas o procesadas ante criminales ordinarios competentes o delitos comunes o estén condenados por tales delitos. El señor Pinto tiene en su contra procesos penales, por delitos comunes de corrupción, no es un perseguido político, prueba de ello es que la justicia ordinaria dictó una sentencia condenatoria en el caso Zofra – Universidad, donde se habla de 11 millones de bolivianos de daño económico.
Estos procesos que tiene el señor Pinto fueron iniciados por el Gobierno Departamental de Pando, la Contraloría General del Estado, la Procuraduría y tiene acompañamiento del Ministerio de la Transparencia, incluso estos procesos están siendo seguidos por ciudadanos particulares, lo que demuestra que es la justicia la que actúa con total independencia a través del Ministerio Público. Ningún proceso viene del Poder Ejecutivo.
Al no contar con la emisión del salvoconducto, se violó la Convención del Asilo y el derecho internacional en cuanto al principio de soberanía de los estados, a su vez como decíamos anteriormente se vulneró la Convención Interamericana de lucha contra la corrupción, que establece que los estados parte, en este caso Brasil y Bolivia dicen que debe facilitarse por todos los medios la persecución, investigación y sanción de delitos comunes de corrupción.
Por todo ello, ante la solicitud del Gobierno de Brasil del salvoconducto, Bolivia en base a ésta normativa, a las convenciones internacionales, Bolivia negó la otorgación del salvoconducto.
Es de conocimiento de las autoridades del Brasil, que el senador Pinto es procesado por los delitos comunes de corrupción y no es un perseguido político, a raíz de la huída del senador Pinto, nosotros emitimos un Comunicado y luego vamos a entregar, estaba citada para las 11.00 la representación diplomática del Brasil, para entregar una nota diplomática, donde expresamos nuestra profunda preocupación, por la transgresión del principio de cortesía internacional y reciprocidad, por ningún motivo el señor Pinto podía abandonar el país sin el salvoconducto, está en la Convención en su Artículo 9.
También indicamos en esta nota diplomática, que se violó los mecanismos de cooperación que existen entre estados establecidos en la Convención Interamericana de la Organización de Estados Americanos y la ONU, por ello a través de esta nota diplomática, solicitamos formalmente a las autoridades del Brasil explicaciones, tienen que explicar, hay varias afirmaciones en diferentes medios de comunicación.
Nosotros necesitamos que Brasil explique oficialmente, formalmente a nuestra comunidad, a Bolivia, a la justicia, a la Comunidad Internacional que necesita conocer cómo se dieron estos hechos, ya que se violó la normativa nacional e internacional.
No puede ser que al amparo de la inmunidad diplomática se transgreda, normas nacionales e internacionales, facilitando en este caso la salida irregular del país del senador Pinto.
Puede ser un mal precedente, no sólo para la justicia boliviana, no sólo para Bolivia, sino para la Comunidad Internacional, si es que nosotros amparados en la inmunidad diplomática vamos a permitir estos actos ilegales.
Digo puede ser un mal precedente, porque amparados en la inmunidad diplomática, entonces podemos llevar droga o traficar armamentos, traficar con personas, es grave lo que pasó, eso estamos pidiendo explicaciones al Gobierno del Brasil.
Muchas gracias.
La Paz, 26 de Agosto de 2013
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Brasil-Bolivia: quando a moral e' frouxa e a espinha flexivel - Augusto Nunes
Ele vai ser mantido num limbo político, até que a Justiça obrigue o governo (parece que vamos chegar a esse ponto) a definir um estatuto para ele. Vai passar a viver no Brasil, pelo menos temporariamente, e talvez tenha a companhia de um diplomata caído em desgraça, para desgraça do Brasil e do Itamaraty.
Gestos de altivês, de diplomacia ativa, verdadeiros, sem hipocrisia, são raros; gestos de independência verdadeira, são mais raros ainda; gestos de ousadia, no limite da rebeldia são praticamente inexistentes, infelizmente.
Vivemos tempos interessantes, tempos miseráveis, e tempos esperançosos...
Paulo Roberto de Almeida
Brasil-Bolivia: primeira vitima do imbroglio, o chanceler brasileiro - Estadao
Patriota é demitido após fuga de senador boliviano para o Brasil
Luiz Alberto Figueiredo Machado assumirá o Itamaraty
Bolívia diz que fuga de senador é fato grave e volta a cobrar explicações
Interesses comerciais explicam reação pragmática de La Paz
Brasil-Bolivia: "o ponto mais baixo da diplomacia brasileira" - Reinaldo Azevedo
Que coisa chata, hem?
Ter de transcrever um "ser asqueroso" apenas porque os bravos companheiros não dão um pio em torno do assunto...
Estou pronto a transcrever todas as posições. Aliás, já o fiz, com as declarações do governo boliviano, que o tal senador não é flor que se cheire, que roubou, que corrompeu, que tem mais de 20 processos, que já foi condenado, coisa e tal.
Pois é: esse senador não é flor que se cheire.
Bom mesmo é o governo boliviano, nossos aliados estratégicos (até onde se sabe).
Parece que a novela vai demorar um pouco.
Vou transcrevendo, o que for interessante. A favor, ou contra, ou nem-nem, tudo o que for interessante, posso postar neste espaço.
Um leitor bem informado, vale por dois. Aqui, geralmente vale por três, pois sempre tem comentários iniciais...
Com desculpas por ocupar espaço antes da leitura principal.
Vamos a esse "ser asqueroso e reacionário"...
Paulo Roberto de Almeida
Eis aí a face mais crua da atual diplomacia brasileira, tomada pela ideologia, pela vigarice intelectual, pela mistificação. Também o Itamaraty passou a funcionar como uma espécie de polícia continental a serviço dos bolivarianos. É evidente que isso deveria ter sido resolvido de outro modo. O Brasil não tinha, é claro, como obrigar a Bolívia a conceder o salvo-conduto, mas que diabo? Dilma não conseguiu resolver a questão num bate-papo com Evo, o seu amigo de fé, irmão, camarada? Que coisa, não? A turma de Evo nem soltava os brasileiros presos em território boliviano nem permitia que um boliviano, confinado em território brasileiro, ganhasse a liberdade. Esse é o governo sonhado por Chico Buarque: fala grosso com Washington e fino com La Paz! O desfecho, ainda que tivesse contado com o suporte do Itamaraty (e não parece mesmo ter sido o caso), seria vergonhoso.
Em outras situações, no entanto, Dilma e a nossa diplomacia decidiram mostrar as garras e arreganhar os dentes. Como esquecer o caso de Honduras? Lula e Hugo Chávez, com o entusiasmo do Itamaraty, tentaram levar a guerra civil àquele país, que depôs, segundo as regras de sua Constituição, um psicopata. Manuel Zelaya buscou refúgio na embaixada brasileira em Tegucigalpa e, contrariando as leis internacionais, usou o prédio como base de resistência: concedia entrevistas e pregava a deposição do governo legal. Quando deixou o prédio, mandou entregar uma carta de agradecimento a… Lula.
Brasil-Bolivia: novela burocratica e aparencia de negociacoes - entrevista Eduardo Saboia
Paulo Roberto de Almeida
Brasil-Bolivia: a novela continua, cada vez mais emocionante...
Primeiro as declarações oficiais bolivianas, depois as matérias de imprensa.
Paulo Roberto de Almeida
La autoridad del Ejecutivo enfatizó en señalar que “Pinto es un suspiro en el aire” y que las relaciones bilaterales tienen temas mucho más importantes y trascendentales que la huida de un “delincuente común”.
Las relaciones entre Bolivia y Brasil se mantienen “en una situación de absoluta cordialidad y respeto”, aseveró por su parte la ministra de Comunicación, Amanda Dávila, por lo que se espera el informe oficial del Brasil sobre este caso.
BRASIL LLAMA A DIPLOMÁTICO
Mientras tanto, el Gobierno brasileño llamó a su encargado de Negocios en Bolivia, Eduardo Savoy, para que brinde un informe sobre las circunstancias en las cuales se dio la salida del senador pandino de la Embajada en La Paz, donde se encontraba desde el pasado 28 de mayo de 2012 en calidad de asilado político.
“El Ministerio está reuniendo información sobre las circunstancias en que se dio la salida del senador (Pinto) de la Embajada de Brasil de Bolivia y su entrada en el territorio nacional. El encargado de Negocios de Brasil en La Paz, el ministro Eduardo Savoy, está llamado a Brasilia para una aclaración”, señala un comunicado oficial de la Cancillería Brasileña.
El documento emitido ayer también señala que se abrirá una investigación por este caso y anticipa “medidas administrativas y disciplinarias”.
Por su parte, la ministra Dávila afirmó que “el Gobierno boliviano pidió al Brasil un informe sobre este caso, así como también a todos los organismos que tuvieran que ver con esta situación, tanto a la Policía como al Ministerio de Gobierno y otras instancias”.
En la misma línea se pronunció el ministro Quintana, quien no ocultó su sorpresa por la forma en la cual huyó Pinto de la legación diplomática brasileña en la sede de gobierno.
CAPTURA INTERNACIONAL
El ministro de Gobierno, Carlos Romero, señaló que “lo que corresponde es que la Interpol pueda accionar los procedimientos, porque hay una sentencia, arraigo y el desplazamiento a un país vecino sin acreditar el registro oficial de salida del Estado boliviano”.
Indicó que la Policía Boliviana ya notificó a la Interpol sobre la fuga del senador y que se espera que se asuman las acciones correspondientes, la captura internacional.
Al respecto, el fiscal general del Estado, en suplencia legal, Roberto Ramírez, informó que el Ministerio Público emitirá, hoy lunes, un comunicado de prensa sobre las acciones que asumirá en este caso, pero que para ello necesita “tener una información oficial y técnica” de lo ocurrido el fin de semana.
El senador Roger Pinto enfrenta al menos 14 procesos judiciales por delitos comunes y tiene cuatro arraigos que le impiden salir de Bolivia.
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“Se trata de la fuga de un delincuente acusado penalmente y es una demostración evidente de su responsabilidad penal”.
Juan Ramón Quintana, Ministro de la Presidencia.
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Asilo otorgado sin información completa
El asilo político otorgado por el Brasil al senador de Convergencia Nacional Roger Pinto fue sin que las autoridades del vecino país tengan la información completa sobre la situación judicial del senador pandino, afirmó el ministro de la Presidencia, Juan Ramón Quintana.
La autoridad afirmó que después de que se concedió el asilo al senador Pinto las autoridades bolivianas dieron a conocer la verdadera situación jurídica del asambleísta, “se entrego toda la información y documentación oficial sobre todos los antecedentes del caso Roger Pinto al canciller Patriota”, dijo ayer.
El mes pasado, el vicepresidente del Estado, Álvaro García Linera, indicó que Pinto tiene todas las garantías para que pueda asumir su defensa en los estrados judiciales, sin que sea detenido.
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Senador prófugo
CORRUPCIÓN
Cuatro acusaciones y una sentencia
El senador de Convergencia Nacional Roger Pinto enfrenta cuatro acusaciones por delitos de corrupción y tiene una sentencia por daño económico superior a 11 millones de bolivianos.
Las acusaciones son por la adjudicación sin licitación para la construcción de desembarcaderos, legitimación de ganancias ilícitas en el caso del Bingo Bahiti, venta de terrenos del Estado a particulares y la entrega de 33 millones de bolivianos como fondo de avance.
DELITOS COMUNES
10 procesos pendientes
El legislador asilado en la Embajada de Brasil tiene pendientes además otros 10 procesos judiciales por delitos comunes, entre ellos difamación y calumnia, pleitos judiciales con terceros. Los juicios por desacato, que sumaban seis, fueron desestimados porque el delito ya no es parte del Código Penal.
CASO PORVENIR
Coartada para Leopoldo
La abogada de las víctimas del caso Porvenir, Mary Carrasco, denunció que el senador Pinto armó una coartada para liberar a Leopoldo Fernández, acusado por la muerte de once campesinos. Pinto aseguró que el ministro Quintana contrató sicarios para asesinarlo, nunca denunció el hecho ante al Policía.
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