O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Imperador Xi Jinping. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Imperador Xi Jinping. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

O novo Imperador recua a China aos tempos de Mao Tsetung - Editorial Estadão

 Deng Xiaoping tinha criado, primeiro, uma economia de mercado aberta ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros, depois um sistema de poder e um regime político dominado por um partido leninista implacável na sua ditadura repressiva, mas aberto à alternância entre as diversas correntes do partido, e também não GC na diversidade de tendências econômicas: globalistas, velhos comunistas, crntristas.

O novo imperador concentrou poder político e gestão econômica. Tem mais chance de errar, portanto. (PRA)

O ''modelo chinês'' em questão
Por Notas & Informações
O Estado de S. Paulo, 03/01/2023

Em 2022, a credibilidade das autocracias foi abalada. Não por uma razão moral – se fosse, já teria acontecido nas ocasiões em que as atrocidades das guerras de Vladimir Putin ou da opressão doméstica do Partido Comunista chinês vieram à tona –, mas sim de competência.

Na Turquia a inflação cresce a galope. A aventura de Putin na Ucrânia foi um fiasco militar que isolou ainda mais seu país. As loas do presidente Lula, há pouco mais de um ano, à eficiência do totalitarismo chinês no combate à pandemia envelheceram grotescamente mal, agora que as consequências da política de “covid zero” estão escancaradas: os longos e indiscriminados lockdowns provocaram desaceleração da economia e revolta popular; agora que estão sendo afrouxados, as perspectivas para uma população mal imunizada são de morticínio em massa. Ainda mais drásticos e duradouros serão os efeitos da interferência estatal na economia promovida pelo ditador Xi Jinping.

Em um artigo no China Leadership Monitor, o cientista político Minxin Pei apontou os objetivos de Xi: domínio pessoal; revitalização do partido-Estado leninista; e a expansão da influência global da China. “A mensagem central”, disse, a propósito do relatório apresentado por Xi ao 20.º Congresso do Partido, o ex-premiê da Austrália Kevin Rudd, “é que a definição da segurança nacional substituiu a economia como o foco central para o futuro.” Isso implica uma bateria de regulamentos, subsídios e intimidações cujos efeitos já se fazem sentir. Neste ano, segundo o Banco Mundial, pela primeira vez desde 1990 o crescimento chinês ficará abaixo do resto da Ásia.

Em tese, o “novo conceito de desenvolvimento” de Xi não difere dos esforços ocidentais de adequar a economia de mercado às novas demandas do Estado de Bem-Estar Social: enfrentar desigualdades, monopólios e a dívida, orientando a produção a indústrias verdes e de alta tecnologia para gerar inovações e se tornar tecnologicamente autossuficiente. Na prática, as condições para esse crescimento sustentável – um sistema financeiro apto a capitalizar as partes mais produtivas da economia, empresas sem medo de interferências arbitrárias e capital humano proficiente em novas tecnologias – estão sendo dilapidadas pelas obsessões político-ideológicas do Partido.

O Departamento de Pesquisa Econômica dos EUA coletou evidências para responder às seguintes questões: se a política de subsídios de Pequim era orientada às empresas mais produtivas ou se estava estimulando empresas a se tornarem mais produtivas. Em ambos os casos a resposta foi “não”. Ao contrário, os subsídios favoreceram grupos de interesse político ou indústrias decadentes.

O Centro para Pesquisa Econômica do Japão, um think tank, projetou que em 2030 o crescimento do PIB chinês cairá para 2%. “O trabalho, o capital e o Fator Total de Produtividade serão adversamente afetados por um aperto nas restrições à Tecnologia da Informação para as empresas, preocupações crescentes sobre a situação de Taiwan e a continuação de uma política moderada de covid zero.”

A confiança dos investidores para investir e a dos consumidores para consumir dependem de políticas econômicas que forneçam segurança e flexibilidade. As democracias buscam esses objetivos complementares por meio da alternância de poder. Desde os anos 80, a receita da China foi mesclar reformas liberalizantes do mercado com o controle estatal de setores estratégicos. Mas para Xi a economia inteira se tornou “estratégica”. O resultado, segundo o ex-premiê Wen Jiabao, é uma economia “instável, desequilibrada, descoordenada e insustentável”.

A engenhosidade e o dinamismo do povo chinês tiveram uma parte no espetacular crescimento econômico das últimas décadas. A controvérsia entre entusiastas e críticos do “modelo chinês” sempre foi se esse crescimento aconteceu por causa das interferências estatais ou apesar delas. A questão está para ser definitivamente solucionada, agora que Xi Jinping, tendo destruído quaisquer resquícios de “freios e contrapesos”, está disposto a ampliar essa interferência a largos passos.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

As relações entre os dois gigantes da economia e da geopolítica mundial, divididos não só por Taiwan (O Globo)

 Os dois gigantes, EUA e China, estão nas antípodas da política: uma grande democracia (um pouco atribulada, é verdade) e uma tradicional ditadura. Possuem sistemas econômicos diferentes, mas ambos enquadrados pelos mercados, o que era diferente na oposição geopolítica anterior, pois a URSS não era uma economia de mercado. A China É uma economia de mercado, ainda com planejamento estatal, mas não predominante: a China é um capitalismo com características chinesas e o slogan “socialista” serve apenas para legitimar a ditadura de um partido leninista, muito parecido ao antigo regime imperial com seu exército de mandarins obedientes (muitos corruptos): os mandarins são os funcionários do PCC, recrutados segundo um rigoroso sistema de mérito pessoal.

Mas considero que o sistema de sucessão política criado por Deng Xiaoping era o ideal para transitar a China de um regime imperial para um quase normal de alternância no poder. O novo imperador acaba de romper com esse sistema e isso não é bom para a China e o seu povo. Xi, agora, é um imperador eterno, e como tal se julga indispensável. Até o começo de 2022 estava indo bem. Acaba de tropeçar na questão da alternância no poder e poderá tropeçar mais um pouco na questão de Taiwan, o que seria catastrófico para a economia e a política mundial, ademais dessa absurda “aliança sem limites” com uma tirania cleptocrática como essa criada por Putin na Rússia. 

Sobre Taiwan, Xi pode derrapar. A ilha JAMAIS esteve sob a soberania da RPC: era parte do Império do Meio até o final  do século XIX, quando o império japonês, militarista e expansionista, a conquistou, como fez depois com a Coreia e a Manchuria. A República da China tampouco teve controle sobre ela, a não ser por um fugaz período pós-1945, e depois da conquista do poder por Mao em 1949 passou a ser sede da RC, dominada durante décadas pela ditadura de Chiang Kaishek. Tornou-se uma democracia ao longo dos anos, na cobertura geopolítica do império americano.

Se Xi Jinping ousar conquistar uma ilha que era do Império do Meio, mas que nunca foi da RPC, poderá precipitar uma crise, talvez uma guerra, que será catastrófica para a própria RPC, uma espécie de Malvinas chinesas, por enquanto sem uma Dama de Ferro que garanta a “reconquista” das Falklands. Os EUA interviriam? Não acredito, mas a ilha poderia ser destruida. Xi deve pensar três vezes.

Paulo Roberto de Almeida 


Na primeira cúpula presencial, Biden e Xi anunciam medidas de distensão

Líderes concordam em retomar mecanismos de consulta bilateral e coincidem em se opor ao uso de armas nucleares na Ucrânia; Taiwan permanece como ponto de tensão

Por O Globo e agências internacionais — Bali, Indonésia
14/11/2022 09h16

Em sua primeira cúpula presencial, os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, anunciaram nesta segunda-feira uma série de medidas de redução das tensões entre as duas maiores economias do mundo, que chegaram ao seu ponto mais grave em décadas, ainda que tenham continuado a fazer advertências mútuas em relação a Taiwan, a ilha autogovernada que Pequim considera uma "província rebelde".

Na reunião de mais de três horas em Bali, na Indonésia, antes do início na terça-feira da cúpula do G20, eles anunciaram a retomada de mecanismos de consulta bilateral que estavam suspensos desde a visita a Taiwan da presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, em agosto, além da primeira visita do chefe da diplomacia de Biden, Antony Blinken, a Pequim, e coincidiram em se opor ao uso de armas nucleares na Ucrânia, em resposta à ameaça que vinha sendo feita por autoridades russas.

— Tivemos uma conversa aberta e sincera sobre nossas intenções e nossas prioridades. Vamos competir vigorosamente, mas não estou procurando conflito, estou buscando gerenciar essa competição de forma responsável — disse Biden uma em entrevista coletiva depois do encontro. — Acredito firmemente que não precisa haver uma nova Guerra Fria.

Segundo a definição de Biden, Xi "não foi nem mais conciliador nem mais duro" na cúpula, mas "direto e reto como sempre foi". Já um comunicado de Pequim chamou as conversas de “completas, francas e construtivas” .

— Estou ansioso para trabalhar com você, sr. presidente, para trazer as relações entre a China e os EUA de volta ao caminho saudável e do desenvolvimento estável para o benefício de nossos dois países e do mundo como um todo — disse Xi a Biden no início do encontro, acrescentando que os dois lados “precisam encontrar a direção certa” e “elevar o relacionamento”.

Segundo frisou o presidente chinês, "o mundo é grande o suficiente" para que haja espaço para as duas potências prosperarem.

Biden também enfatizou a importância do encontro presencial depois de cinco conversas por telefone ou por videoconferência desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, e se comprometeu a "manter as linhas de comunicação abertas".

Tensões e distensão
A reunião desta segunda-feira ocorreu três meses depois que Pequim fez manobras militares inéditas em torno de Taiwan, em represália à visita de Pelosi, e um mês depois que os EUA impuseram suas mais duras restrições comerciais destinadas a prejudicar a capacidade chinesa de produzir semicondutores mais modernos, no que analistas viram como uma "declaração de guerra" tecnológica. Para agravar as tensões, existe ainda a parceria de Pequim e Moscou, que permaneceu firme mesmo após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Recém-lançada por Biden, a mais nova estratégia de segurança nacional americana tem como foco conter a ascensão da China e impedir que a potência asiática ultrapasse os Estados Unidos. Xi, por sua vez, acaba de conquistar um terceiro mandato à frente do Partido Comunista da China e deve confirmar no início de 2023 o terceiro mandato na Presidência. Desde sua ascensão à liderança, em 2012, ele adotou uma política externa mais assertiva do que a de seus antecessores, investindo nas capacidades militares chinesas e dando prioridade ao avanço em tecnologias de ponta.

Segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca após o encontro, serão retomadas as conversas entre altos funcionários dos dois países sobre questões como mudança climática, estabilidade econômica, alívio da dívida dos países mais pobres, saúde e segurança alimentar. A visita de Blinken, disse a nota, deve ocorrer no início do próximo ano.

Biden e Xi, disse o comunicado, também concordaram que “uma guerra nuclear nunca deve ser travada” e que se opõem “ao uso ou ameaça de uso de armas nucleares na Ucrânia” — uma concordância importante dada a "parceria ilimitada" anunciada por Xi e o presidente russo Vladimir Putin pouco antes da invasão da Ucrânia. De acordo com o comunicado de Pequim, o presidente chinês se disse "muito preocupado" com a situação atual na Ucrânia e alertou que "as guerras não produzem vencedores".

'Linha vermelha'
Apesar da evidente intenção de ambos de reduzir a tensão, ficou claro que persistem divergências sobre Taiwan, que Pequim tem como meta reunificar ao continente, se necessário à força, enquanto Washington aumenta seu apoio político e militar às autoridades locais.

De acordo com a Casa Branca, Biden explicou “em detalhes” que os EUA continuam comprometidos com a política de “uma só China” — que considera Pequim a legítima representante dos chineses — mas se opõem a quaisquer “mudanças unilaterais” no status quo de Taiwan. O americano também levantou objeções ao que chamou de “ações coercitivas e cada vez mais agressivas da China" em relação à ilha.

— Não acho que haja qualquer tentativa iminente por parte da China de invadir Taiwan — disse Biden na entrevista. — A política de "uma só China" não mudou. Nossa posição não mudou em nada. Tenho certeza que ele [Xi] entendeu o que eu disse. Não houve mal-entendido.

Já Xi advertiu que a questão de Taiwan é uma linha vermelha que Washington não deve cruzar.

— A questão de Taiwan é o coração dos interesses centrais da China, o cimento da fundação política das relações China-EUA e a primeira linha vermelha que não deve ser cruzada — disse ele, segundo a imprensa estatal chinesa.

Altos funcionários da Casa Branca disseram na manhã desta segunda-feira que a reunião foi marcada após um mês de “diplomacia silenciosa” e planejamento intenso. Os delicados ajustes finais continuaram até a noite de domingo, depois que Biden chegou a Bali para a cúpula do G20, prevendo um encontro altamente roteirizado.

Daniel Russel, um ex-diplomata americano que acompanhou Biden em reuniões com Xi quando Biden era vice-presidente, disse que ambos os lados estão buscando "abaixar a temperatura em um relacionamento superaquecido".

Os dois se encontraram no hotel da delegação chinesa, e o lado chinês exigiu extensas precauções contra a Covid-19, incluindo testes de PCR e máscaras N-95 para jornalistas norte-americanos que acompanham Biden. (Com Bloomberg, AFP e New York Times)

https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2022/11/no-inicio-da-primeira-cupula-presencial-biden-e-xi-pedem-reducao-da-tensao-entre-potencias.ghtml

domingo, 16 de outubro de 2022

Xi Jinping se torna imperador, e apresenta seus grandes planos para a China, exemplo para o mundo segundo ele (WP)

Depois de Deng Xiaoping, a China tinha encontrado uma maneira de escapar da maldição da sucessão, criando um sistema de alternância no poder, limitados os mandatos a dois, num equilíbrio entre diversas tendências no PCC, tecnocratas, comunistas, conservadores e globalistas. Xi está rompendo com isso, criando um mandato interminável para ele. Sabemos como isso é um trampolim ao poder absoluto.

 

Xi presents China as ‘new choice’ for humanity as he readies for next term 

By Christian Shepherd and Lily Kuo

The Washington Post, October 16, 2022 

 

Chinese President Xi Jinping is applauded as he waves to senior members of the government as he arrives to the opening ceremony of the 20th National Congress of the Communist Party of China in Beijing on Oct. 16. (Kevin Frayer/Getty Images)

Chinese leader Xi Jinping pledged Sunday to turn China into a “great modern socialist country” that represents a “new choice” for humanity, as he opened a Chinese Communist Party meeting where he is expected to secure a precedent-breaking third term.


From a lectern onstage at the Great Hall of the People in Beijing, Xi spoke without a mask for an hour and 45 minutes to open the twice-per-decade meeting that sets the national agenda for the next five years.

Xi declared that the new “core mission” of the party is to lead a country “united in struggle” to be a powerful, modern socialist nation by 2049, a hundred years after the People’s Republic was founded. As the most powerful Chinese leader in decades, Xi has promoted his nationalist vision of a “Chinese dream” to reclaim the nation’s place at the center of global affairs.


Under banners that read, “Long live the Chinese Communist Party” and “Fully Implement Xi Jinping Thought,” delegates in the packed hall followed along with their own copies of his remarks, turning the pages in unison, studiously taking notes and applauding enthusiastically. The meeting, broadcast on the state-run CCTV, caught some delegates sleeping.

Xi said China’s “great rejuvenation” is now an “irreversible historical process” and the party had already created a “new choice” for humanity with its unique path to modernization — a nod to China’s emergence as an alternative to Western democracies.

The congress adds urgency to Xi’s ambition at a time when China’s economy is slowing and Beijing faces renewed criticism from Western nations over aggression toward Taiwan and its close partnership with Russia.

For China to become a military, economic and cultural power, he added, the party will need to navigate “abrupt changes” in the international situation and be ready to weather “high winds and dangerous storms.”

“In recent years, Xi has been placing a lot of emphasis on calling on the party leadership to revive a spirit of struggle,” said Dali Yang, a professor of Chinese politics at the University of Chicago.

Analysts are closely watching the six-day meeting for signs that recent criticism of the party may have weakened Xi or other politicians. Former Chinese vice premier Zhang Gaoli made his first public appearance since he was accused by Chinese tennis star Peng Shuai of sexual assault.

Xi did not mention the war in Ukraine or Beijing’s deteriorating relationship with the United States, which ordered export bans earlier this month that could cripple China’s high-tech aspirations. He briefly touched on China’s increasingly criticized “zero covid” policy, claiming it had earned his country “international acclaim.”


When Xi took office in 2012, the smooth transfer of power was seen as a sign that China’s political system had evolved from personal rule toward a system of regularized leadership transitions. But Xi defied expectations.

With unending anti-corruption campaigns and an emphasis on discipline, he took charge of the party. The rest of Chinese society was brought in line with security clampdowns that pushed human rights activists underground and crushed resistance in Hong Kong and the far western province of Xinjiang. Under his rule, international criticism of China has been met with fierce pushback from “wolf warrior” diplomats.

The gathering will conclude when delegates formally approve Xi’s report, pass changes to the party constitution and choose a new Central Committee. The committee then meets and appoints a new 25-member Politburo and the seven-member Standing Committee, which is the apex of power.

Xi is almost certain to be reinstated as general secretary and head of the party’s Central Military Commission, his two most important positions.


Observers are watching who will be promoted to join him on the Politburo for any signs of challenges to Xi’s rule or an anointed successor. But after a decade of Xi concentrating power in his own hands, few consider either outcome probable. Term limits for the presidency were scrapped in 2018, clearing the way for Xi to rule for life if he so chooses.

“Xi Jinping is aiming not just for a third term but for a fourth term as well,” said Willy Wo-Lap Lam, a senior fellow at the Jamestown Foundation think tank. “He has 10 more years to choose his successor.”

Xi’s leadership style, characterized by a preference for splitting people into enemies and friends, means he is not someone who is willing to compromise, said Chien-Wen Kou, a political scientist at National Chengchi University in Taiwan.

“This tells us how he thinks about dealing with enemies,” Kou said. “He essentially will not make a concession on his basic principles, whether for China-U.S. ties, relations with Taiwan or his approach to corrupt officials.”


Even if there is resistance to Xi’s agenda, it is unlikely to appear during the carefully scripted congress. After months of closed-door negotiations between Xi and other top-ranking officials, the work report broadcasts policy prescriptions to the party’s rank-and-file. For the party, the choreographed process, culminating in a vote by show of hands to rubber-stamp the new agenda, is a way to bolster legitimacy in line with claims that China, too, is democratic.

Many of Xi’s most significant updates to China’s policy outlook took place at the last party congress, in 2017, when he announced a “new era.”

“Xi has tried to revive some Maoist policies for the economy,” such as focusing on state-owned enterprises, tackling inequality and creating a system of “internal circulation” as a way to prepare for decoupling from the United States and the West, Lam said.

In a nod to these goals, Xi called “high-quality” growth the primary task of the next stage of China’s development and said internal circulation — a bid to bolster domestic markets to become self-reliant — should be made “lively and reliable.” He said the party would continue to support “common prosperity,” one of his key slogans.

Ever stronger party leadership, guided by Xi’s personal ideology, was a common theme of the speech. Channeling Mao Zedong, founder of the People’s Republic of China, he said the military — the “barrel of the gun” — must forever listen to party orders. And the party will never change, Xi added, because it had learned the art of “self-revolution” to break historical cycles of rising and falling governments.

Under Xi’s predecessor, Hu Jintao, the party experimented with small moves toward what it called “intraparty democracy,” allowing a straw poll by senior officials as a way of gauging support for various leaders to reach the Politburo and its Standing Committee.

Xi scrapped those changes in 2017. Instead, he met with party elders one by one to gather recommendations, helping him prevent the formation of cliques that could challenge his power. “It’s another example of Xi Jinping’s paranoia,” said Susan Shirk, a scholar of Chinese politics at the University of California at San Diego.

Tighter control doesn’t necessarily mean Xi will get the outcomes he wants. In a recently published bookShirk argues that Xi’s centralized power and top-down pressure on officials pushes cadres toward overenthusiastic praise and over-compliance with Xi’s objectives, which can lead to policy mistakes. “The bandwagoning of subordinates to prove loyalty and protect their own careers leads to overreach,” she said.

Shirk argues that Xi is unlikely to use his third term to change course. “He’s really boxed himself into a tough next five years,” she said. “After the congress, subordinates will be all the more intimidated and fearful unless Xi diffuses his personal authority to share it with other senior leaders.”

Just before the speech, CCTV interviewed Jiang Lijuan, a local official from Zhejiang province, who breathlessly praised Xi’s “personal guidance” in the development of her village. She said the residents had formed a habit of watching the evening news to “see what the general secretary was up to, just like you would care for a family member.”


Lyric Li in Seoul and Vic Chiang and Pei-Lin Wu in Taipei, Taiwan, contributed to this report.

 

 


segunda-feira, 13 de junho de 2022

Quanto tempo de reinado terá o Imperador Xi Jinping? - Francis Pike (The Spectator)

 


, June 12, 2022
Francis Pike 

https://www.spectator.co.uk/article/how-long-will-xi-jinping-rule-china

For some time now it has been assumed that in November the National Congress will rubber stamp Xi Jinping’s continued role as China’s supreme leader for a third five-year term, which would make Xi the first Chinese leader for a generation to serve more than two terms. 

Just a year ago his position as one of China‘s three pre-eminent leaders was confirmed when the 400 members of the Central Committee passed the third ‘Historical Resolution’ in the Chinese Communist Party’s 100-year history. The previous two were organised by Mao in 1945 and Deng Xiaoping in 1981. The resolution highlighted the concept of ‘Xi Jinping Thought’ as a historical equivalent to that of his two legendary predecessors. But a number of crises, international and domestic, have put a question mark against Xi’s continued omnipotence. 

When Xi met Putin before the Beijing Winter Olympics, the allies, who had moved ever closer over the last decade, declared that there were ‘no limits’ to the Russia-China relationship. What followed Putin’s invasion of Ukraine, about which Xi was forewarned, is therefore a puzzle. Although China voted against the UN resolution to denounce Russia’s invasion of Ukraine, China’s active support for Russia has been notable by its absence. 

There has been no public expression of support for Putin’s ‘special military operation’. Xi himself has subsequently stated that China is ‘committed to respecting the sovereignty and territorial integrity of all countries’. Russia has asked for military aid from China but no answer, at least publicly, has been forthcoming. If, as one suspects, China is helping Russia, it is being done in secret. 

Neither does it seem that China wants to risk being involved in trade wars with the West. It is notable that Union Pay, China largest credit card company, has, like Visa and Mastercard, stopped working with Russian banks. Chinese companies, particularly those established in the US, appear to be equally circumspect about breaking US sanctions. 

The Russia-China allegiance may now be superglued but to what strategic benefit to China? It is difficult to see how China’s geopolitical ambitions can be burnished by its support for an ally, albeit half-hearted, whose actions are causing global inflation and, in some countries, starvation. This is not how you win friends among the ‘non-aligned’ nations – just look at the borrowing default, food riots and political crisis in China’s ally Sri Lanka over the last month. 

If China’s friendship with Putin is toxic internationally, it also seems likely that this toxicity applies in some measure at home. The leadership of China is opaque when it comes to identifying opposition to Xi. However, it is highly unlikely that factions who supported the cautious internationalism of Deng Xiaoping and his successors can be happy with the consequences of Xi’s overtly aggressive foreign policy which appears to have united the West in a Russia-China containment strategy. It has to be asked whether it was Xi or other government members who decided that there should be limits to Xi’s ‘no limits’ relationship with Russia. 

The domestic economic costs of Xi’s campaign against western values are also becoming apparent. Under the influence of the Wang Huning, the communist party’s chief ideological theorist, a member of the Politburo’s seven man Standing Committee, Xi has pursued increasingly authoritarian attacks on the stars of China’s new economy. 

Last year technology entrepreneur Jack Ma, the charismatic founder of Alibaba, was ‘disappeared’ and his company Alibaba forcibly restructured. A swathe of new regulations has hit China’s tech sector. The US$100bn online digital education industry, deemed inegalitarian, has been devastated by new regulation. Cryptocurrency has been banned. Even China’s social media stars such as Zhao Wei, a billionaire actress, pop singer and influencer whose online presence was erased in August last year, have been reined in. 

Wang, a social puritan, believes that a ‘nihilist individualism’ has undermined the moral fabric of the US. He and Xi are determined that China will not be infected by such Western-style moral corruption, which they believe is fostered by social media. 

Xi’s regulatory crackdown on technology companies has crashed stock prices. According to TechNode, a Chinese technology media company, there is an ongoing bloodbath in tech sector employment. Xiaohongshu, sometimes described as China’s Instagram, has recently laid off 10 per cent of its staff. According to Reuters, even the major tech companies such as Alibaba and Tencent are planning large-scale redundancy programmes. 

Investment in start-ups, already in decline before Covid, has plummeted. Many technology entrepreneurs are quitting mainland China and heading to safer regulatory locations such as Singapore or the US. 

Furthermore, China’s main technology and financial hub, Shanghai, has been particularly badly affected by Xi’s doubling down on his zero-Covid stance. Shanghai’s officials and its business elite are reportedly furious. Unlike other zero-Covid zealots, such as New Zealand Prime Minister Jacinda Ardern, who have given up on draconian lockdowns, Xi appears determined to stay the course. As long as Xi remains committed to the policy of zero Covid, how is China ever going to open up its borders? It is a question that must have occurred to many within China. 

As a result of Xi, a perfect storm of problems is now bearing down on the Chinese economy. His foreign policies, particularly in relation to his threats to Taiwan and his support for Russia, are scaring off foreign investors. Revelations about Xi’s brutal suppression of China’s Uighurs are a further negative for investment in China. Foreign Direct Investment has fallen to just 2 per cent of GDP compared to 6.5 per cent in the mid-1990s. Meanwhile Chinese companies are offshoring manufacturing capacity to countries such as Vietnam. 

At the same time the Chinese property sector is in a cyclical downturn. Xi’s clampdown on property leverage following the collapse of residential property behemoth China Evergrande Group is crashing the property market and construction sectors. This is a disaster for China’s regional governments whose finances are highly dependent on property sales. 

No wonder then that, after a first quarter of negative GDP, global investment banks are busy slashing their growth estimates for China in 2022. Real GDP growth is now forecast to halve from 8.1 per cent in 2021 to around 4 per cent in the current year. Even that may prove optimistic. 

This is not the economic background that Xi would want in the run up to the Politiburo Standing Committee elections in November. Confusingly, Xi’s lockdown orders to Covid-hit cities, the Chinese Premier Li Keqiang, not a Xi acolyte, has emerged from the shadows to exhort Chinese companies to get back to work. In some quarters there is clearly alarm at the economic downturn. Does Li’s sudden appearance centre stage indicate a power struggle at the heart of government? 

Xi’s government remains broadly popular. The Edelman Trust Index shows that the Chinese government enjoys a 91 per cent trust rating compared with just 39 per cent for the US government. But Xi’s future will not be decided by the Chinese people; power struggles are fought within the Communist Party behind closed doors. 

Though there is no sense that things are so bad that Xi might fail in his bid to win a third term as China’s leader, there can be little doubt that his reputation is tarnished within some political factions – particularly the ‘Shanghai gang’ who dominated Chinese politics for a generation until Xi’s emergence. While we should not expect a political earthquake at the National Congress in November neither should we rule one out, particularly if the economic outlook in China continues to deteriorate.

Written byFrancis Pike

Francis Pike is a historian and author of Hirohito’s War, The Pacific War 1941-1945 and Empires at War: A Short History of Modern Asia Since World War II.