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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Eugenio Gudin: O engenheiro que se tornou um dos maiores economistas do Brasil - Luiz Alberto Machado (Espaço Democrático)

 O engenheiro que se tornou um dos maiores economistas do Brasil

Luiz Alberto Machado faz um tributo a Eugênio Gudin no mês em que se lembra os 139 anos de seu nascimento

Luiz Alberto Machado, economista e colaborador do Espaço Democrático

Há 139 anos, no dia 12 de julho, nascia Eugênio Gudin, um engenheiro que se transformou num dos mais importantes economistas do Brasil.

Gudin cursou engenharia civil entre os anos de 1901 e 1905, na escola Politécnica do Rio de Janeiro, e foi como engenheiro que começou sua trajetória profissional na Light & Power Cia., em 1906.

Em sua experiência como engenheiro e executivo, Gudin foi conhecendo e se impacientando cada vez mais com a falta de senso econômico generalizado na forma de administrar os negócios, bem como uma notória falta de planejamento.

Nasceu daí seu interesse pelas Ciências Econômicas, que ele passou a estudar seriamente como autodidata já na década de 1920. Convencido da necessidade de estudar economia, Gudin dedicou-se a isso com o vigor e a dedicação que o caracterizaram por toda a vida.

No livro Eugênio Gudin – Inventário de flores e espinhos (Curitiba, PR: Editora Insight, 2012), os autores Márcio Scalercio e Rodrigo de Almeida afirmam: “O primeiro livro que leu com atenção sobre o assunto intitulava-se The meaning of Money, de Hartley Withers, que foi durante alguns anos editor da revista inglesa The Economist. Logo em seguida, atacou os clássicos com Adam Smith e David Ricardo. Submergiu na leitura de Alfred Marshall, voltando à tona saboreando artigos e revistas de economistas ingleses, americanos e as obras de John Stuart Mill. Apaixonou-se também pelos trabalhos do economista sueco Johan Knut Wicksell. Quando já idoso, gostava de dizer que: “Se eu não estivesse aqui preso com essa bengala, eu me levantaria, porque não se pronuncia o nome de Wicksell sentado”.

Um fator que fez com que o interesse de Gudin pela economia se tornasse cada vez maior e mais conhecido foi decorrência da amizade que ele teve com Assis Chateaubriand durante o período que viveu em Recife. Em 1924, aceitou o convite do amigo para escrever artigos sobre economia em O Jornal, periódico carioca que Chateaubriand acabara de adquirir. Iniciou-se assim outra faceta de sua trajetória profissional, que o acompanhou pelo resto de sua vida. Depois de escrever para diversos órgãos da imprensa, foi como articulista de O Globo que encerrou essa atividade, tendo seu último artigo publicado no dia 6 de março de 1986, poucos meses antes de completar 100 anos.

Como economista relevante na área pública, limito-me a citar apenas duas das contribuições de Gudin. Em 1944, foi escolhido delegado brasileiro na Conferência Monetária Internacional realizada em Bretton Woods, nos Estados Unidos, na qual foi decidida a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

Nos sete meses em que atuou como ministro da Fazenda do governo Café Filho, entre setembro de 1954 e abril de 1955, promoveu uma política de estabilização econômica de caráter liberal, baseada no corte das despesas públicas e na contenção da expansão monetária e do crédito, o que provocou crise de setores da indústria. Sua passagem pela pasta foi marcada, ainda, pelo decreto da Instrução 113, da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), que facilitava os investimentos estrangeiros no País, e que seria amplamente usada no governo de Juscelino Kubitschek.

A par de sua importância em funções públicas de relevo, Gudin contribuiu também para o aperfeiçoamento do estudo de economia no Brasil. Em 1937, integrou o grupo que formou a Sociedade Brasileira de Economia, entidade que tinha por propósito maior influir em prol da criação de uma escola para o ensino das ciências econômicas na capital da República. No ano seguinte, foi fundada a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas, cujo primeiro diretor foi Temístocles Brandão Cavalcanti. Gudin, então, apresentou sua candidatura para o concurso da cátedra de Moeda e Crédito. Foi aprovado, iniciando assim sua carreira de professor universitário. Anos mais tarde, a faculdade foi incorporada à Universidade do Brasil – depois Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em 1941, enviou um documento ao ministro da Educação, Gustavo Capanema, com um projeto de Programa de Curso Superior de Ciências Econômicas, organizado em colaboração com o professor Maurice Byé e com Octávio Gouvêa de Bulhões. Em 1944, Gustavo Capanema designou Gudin para redigir o projeto de lei que institucionalizou o curso de economia no Brasil.

Quem acompanhou a evolução dos programas dos cursos de Ciências Econômicas no Brasil reconhece nesse projeto a base da grade curricular que prevaleceu até a reforma curricular decorrente do Parecer nº 375/84 e da Resolução Nº 11, de 26/6/84 do Conselho Federal de Educação, que estabeleceu o Novo Currículo Mínimo de Ciências Econômicas adotado em todos os cursos do Brasil a partir de 1985 e que sofreu pequenas alterações em 1997, quando foram definidas as atuais Diretrizes Curriculares.

Gudin tem ainda duas outras contribuições relevantes para o ensino de economia no Brasil. Uma delas aparece na forma de livro. Princípios de Economia Monetária, em dois volumes, de sua autoria (Rio de Janeiro: Agir, 1974), constituiu-se por longo período na bibliografia básica da disciplina Moeda e Crédito, depois chamada de Moedas e Bancos e, posteriormente, Economia Monetária. Outra contribuição significativa decorre de seus vínculos com a Fundação Getúlio Vargas, que foi criada em 1944. Gudin tomou a iniciativa de tentar convencer seu primeiro presidente, Luiz Simões Lopes, a patrocinar a formação de um núcleo de economia na nova instituição. Foi o passo inicial para a gloriosa trajetória da Escola de Economia e do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), que vêm formando gerações de bons economistas e prestando relevantes serviços na área da pesquisa econômica no Brasil.

Não gostaria de concluir este artigo sem mencionar dois episódios em que estive pessoalmente envolvido e que, além de me aproximarem de Eugênio Gudin, serviram para ratificar sua importância.

Na década de 1970, os estudantes da Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas da Universidade Mackenzie decidiram alterar o nome de seu diretório acadêmico, que até então se chamava Diretório Acadêmico Economia e Administração Mackenzie. Após alguma discussão, em que diversos nomes foram cogitados, a escolha recaiu sobre Eugênio Gudin, de tal forma que passaria a se chamar Diretório Acadêmico Eugênio Gudin, denominação que permanece até os dias de hoje.

Para celebrar o fato, os estudantes resolveram promover uma aula magna com a presença do novo patrono de seu Diretório Acadêmico. Data definida e convite aceito, os integrantes do D. A. decidiram convidar para moderar a palestra o mais conhecido comentarista econômico da época, o jornalista Joelmir Betting, com o qual eu costumava me encontrar nas manhãs de domingo, nos rachas do Esporte Clube Pinheiros − Joelmir jogando vôlei e eu basquete. Fui incumbido, por essa razão, de fazer o convite.

No primeiro contato, Joelmir Betting respondeu que tinha disponibilidade na data e que sua presença implicaria no pagamento de um determinado cachê. Em contato pessoal, expliquei que o evento tinha como principal nome o de Eugênio Gudin, que aceitara participar sem cobrar nada. Ao saber que Eugênio Gudin estaria presente, Joelmir Betting prontamente alterou sua resposta, dizendo que seria um prazer e uma honra participar de um evento com o velho economista.

O outro episódio ocorreu em 2001, ano em que se comemorava o cinquentenário da regulamentação da profissão de economista. A Lei nº 1.411, que dispõe sobre a profissão de economista, foi sancionada pelo presidente da República no dia 13 de agosto de 1951.

Para celebrar a passagem da data, o Conselho Regional de Economia de São Paulo, então presidido por mim, decidiu escolher os dez maiores economistas dos primeiros 50 anos da profissão de economista no Brasil. A escolha ocorreu por meio de votação à qual estavam habilitados todos os economistas inscritos na entidade. Eugênio Gudin foi o economista mais velho a ser eleito. Os outros foram (em ordem alfabética): Affonso Celso Pastore, Antônio Delfim Netto, Armínio Fraga, Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Mário Henrique Simonsen, Octávio Gouvêa de Bulhões, Paul Singer e Roberto Campos.

Encerro com a convicção de que Eugênio Gudin, falecido aos 100 anos em 24 de outubro de 1986, viveu intensamente, desfrutando de suas grandes paixões: o Brasil − “sempre fui chifrado, corneado por uma mulher chamada Brasil” −, o Rio de Janeiro, a França e, particularmente Paris, a família, os vinhos, as mulheres e as flores.

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Cúpula do BRICS será no Brasil - Luiz Alberto Machado e Paulo Galvão Jr. (Espaço Democrático)

 ARTIGO

A 17ª Cúpula do BRICS será no Brasil

Economistas Luiz Alberto Machado e Paulo Galvão Jr. analisam o cenário internacional antes da reunião do Rio de Janeiro

Luiz Alberto Machado e Paulo Galvão Jr, economista e colaborador do Espaço Democrático

1/04/2025

Embora a maior parte das atenções da mídia esteja voltada para os preparativos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará, o Brasil sediará, antes disso, outro importante evento internacional. A 17ª Cúpula do BRICS será realizada nos dias 6 e 7 de julho de 2025, no Rio de Janeiro. O BRICS é um grupo econômico de países emergentes, inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia e China, e posteriormente, pela África do Sul. Nos últimos anos, o grupo expandiu-se para incluir novos membros, como Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Irã, e, mais recentemente, a Indonésia.

É preciso revelar que a Arábia Saudita foi convidada a juntar-se ao grupo econômico em 2023, mas ainda não oficializou sua entrada como o 11º país membro do BRICS. A Arábia Saudita é o líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e o príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman, poderá ampliar os seus investimentos e comércio exterior com os dez países membros do BRICS.

Já a Argentina foi convidada a ingressar no grupo durante a gestão do ex-presidente Alberto Fernández, na 15ª Cúpula do BRICS, em Johanesburgo, na África do Sul, entre 22 a 24 de agosto de 2023, mas, o presidente argentino Javier Milei não aderiu ao grupo em 22 de dezembro de 2023, após uma carta explicando que não considerava oportuna a incorporarão do país como membro pleno a em 1 de janeiro de 2024.

A presidência rotativa do BRICS, em 2025, está a cargo do Brasil, que tem enfatizado a importância de promover a reforma das instituições de governança mundial (ONU, FMI e Banco Mundial) e fortalecer a cooperação entre os países do Sul Global. A cúpula ocorrerá em um momento de desafios geopolíticos, incluindo tensões com a guerra comercial iniciada pelo presidente americano Donald Trump.

Recentemente, o cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia por 30 dias é um grande caminho para a paz duradoura na Europa Oriental, proposta liderada pelo presidente Trump ao líder ucraniano Volodymyr Zelensky e ao líder russo Vladimir Putin.

A 17ª Cúpula

Sob a liderança brasileira, o grupo planeja discutir, na 17ª Cúpula do BRICS, uma variedade de temas críticos, tais como: combate à fome e à pobreza; redução das desigualdades; promoção do desenvolvimento sustentável; enfrentamento as mudanças climáticas; avanço da inteligência artificial (IA); e mais empréstimos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) para os países emergentes.

A expansão do BRICS também será um dos principais focos da cúpula. A inclusão da Indonésia, oficializada como membro pleno em janeiro de 2025, destaca o interesse crescente de nações emergentes no grupo econômico. No entanto, nem todas as adesões foram bem-sucedidas. Em outubro de 2024, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva vetou a entrada da Venezuela, justificando que o presidente Nicolás Maduro não apresentou resultados eleitorais presidenciais transparentes.

O BRICS almeja a criação de um sistema de pagamentos utilizando moedas dos países membros. Recentemente, o presidente Lula sinalizou que o grupo quer propor a tecnologia da criptomoeda para o comércio exterior entre os dez países membros, com o uso da blockchain, reduzindo a dependência do dólar americano. Mas, o presidente norte-americano Donald Trump já ameaçou aplicar tarifas protecionistas de 100% contra os países do BRICS se isto ocorrer.

Panorama econômico dos 10 membros

Na atualidade, o grupo BRICS representa 36% da superfície terrestre do planeta, 48% da população mundial, 28% do Produto Interno Bruto (PIB) nominal global, 26% do comércio internacional e 72% das reservas internacionais do mundo.

O BRICS tem se consolidado como uma força econômica global e a entrada de novos membros fortalece ainda mais sua influência mundial, sobretudo no Sul Global. É importante analisar alguns indicadores dos dez países integrantes na atualidade.

 

 

Esses dez países emergentes, juntos, têm PIB nominal de cerca de US$ 30 trilhões, população total de cerca de 4 bilhões de habitantes e reservas internacionais de cerca de US$ 7 trilhões, e, principalmente, buscam ampliar sua influência comercial.

Entre os BRICS+ existem nove países parceiros: Cuba, Uganda, Tailândia, Cazaquistão, Bolívia, Uzbequistão, Malásia, Bielorrússia e Nigéria. Recentemente, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan revelou publicamente grandes interesses da Turquia em ingressar no grupo, sendo um país estratégico geograficamente na Europa e na Ásia.

É preciso explicar que o BRICS Plus inclui os dez países membros do grupo BRICS, mais os nove países parceiros. Portanto, o BRICS, é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, um grupo econômico de grande relevância no cenário global. Recentemente, o grupo expandiu-se para o BRICS Plus, que agora inclui 10 países membros — com a adição do Egito, EAU, Etiópia, Irã e Indonésia — e nove países parceiros estratégicos (Cuba e Bolívia, na América; Uganda e Nigéria, na África; Tailândia, Cazaquistão, Uzbequistão e Malásia, na Ásia; e Bielorrússia, da Europa). Essa ampliação pode ter impactos no comércio agropecuário mundial, criando novas oportunidades no BRICS+ para os exportadores brasileiros, por exemplo.

A possível entrada do México

O presidente Lula convidou o México, juntamente com o Uruguai e a Colômbia, para participarem da 17ª Cúpula. Embora esses países latino-americanos não sejam membros plenos do grupo, o presidente rotativo do BRICS destacou a importância de sua participação para ampliar o diálogo internacional.

A Cúpula do BRICS reunirá líderes de dez países membros e doze países parceiros para discutir temas relevantes ao desenvolvimento sustentável e à cooperação internacional. Além de países convidados, como o México. Hoje, gera um debate interessante sobre as vantagens e desvantagens para a possível entrada do México no BRICS, considerando o contexto econômico e geopolítico vigente.

Vantagens para o México no BRICS

A diversificação das relações econômicas, pois o México tem uma forte dependência dos Estados Unidos, devido ao Tratado México-EUA-Canadá (T-MEC). Participar do BRICS poderá ampliar suas relações comerciais com economias emergentes, reduzindo essa dependência.

O acesso a novos mercados e investimentos em plena Quarta Revolução Industrial. Com economias como China e Índia no grupo, o México poderá atrair investimentos em infraestrutura, tecnologia e energia, além de fortalecer suas exportações para novos mercados.

O maior papel geopolítico, porque o BRICS busca ser um contraponto à influência ocidental liderada pelos EUA e União Europeia (UE). O México poderá ter mais peso diplomático ao integrar um grupo econômico que defende um mundo multipolar.

E o fortalecimento do peso mexicano. A criação de mecanismos financeiros alternativos ao dólar americano poderá beneficiar a economia mexicana ao reduzir sua vulnerabilidade às flutuações da moeda americana.

Desvantagens para o México no BRICS

A possível tensão com os EUA, vizinho e maior parceiro comercial. O México poderá enfrentar pressões políticas e econômicas ao se aproximar demais do BRICS, especialmente da China e da Rússia, que têm relações tensas com Washington.

Os desafios internos de integração, pois o México já está inserido em diversas alianças regionais, como a Aliança do Pacífico, desde 2012. Uma entrada no BRICS poderá criar conflitos estratégicos e dividir suas prioridades diplomáticas.

As diferenças de modelo econômico vigente. O México tem uma economia mais alinhada com o livre mercado ocidental, enquanto países como China e Rússia têm modelos econômicos fortemente influenciados pelo Estado.

E a falta de um consenso interno. Não há um posicionamento claro dentro do governo da presidenta Claudia Sheinbaum, dos empresários mexicanos e da sociedade mexicana sobre entrar no BRICS. O país latino-americano poderá preferir manter relações com o grupo sem formalizar uma adesão.

O convite para participar da Cúpula do BRICS mostra que há um interesse em aproximar o México do grupo. No entanto, a decisão de ingressar oficialmente dependerá de uma análise cuidadosa dos impactos na relação com os EUA e do equilíbrio entre vantagens comerciais e riscos políticos.

Se o México conseguir manter boas relações com ambos, T-MEC e BRICS, poderá se beneficiar economicamente sem prejudicar sua posição estratégica. Por outro lado, um alinhamento mais forte com o BRICS poderá gerar reações adversas de Washington, o que poderá afetar sua economia altamente integrada com os EUA, mas já sofrendo com as tarifas protecionistas de 25% dos produtos oriundos do México.

Desafios e oportunidades

A 17ª Cúpula do BRICS representa, portanto, uma oportunidade para os países membros reforçarem sua cooperação e influenciarem a agenda global. A expansão do grupo econômico e a inclusão de novos membros, como EAU e Indonésia, por exemplos, demonstram a relevância crescente do BRICS no cenário internacional.

Finalizando, desafios persistem, como a necessidade de equilibrar interesses divergentes e responder a pressões externas, especialmente de potências como China e Índia. Portanto, o sucesso da cúpula dependerá da capacidade dos líderes em promover um diálogo construtivo e implementar ações concretas que beneficiem não apenas os países membros e países parceiros, mas também do Sul Global.

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.


terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Henry Kissinger, pensador a ator das relações internacionais - Luiz Alberto Machado (Espaço Democrático)

 { ARTIGO }

Henry Kissinger, pensador a ator das relações internacionais

Luiz Alberto Machado escreve que o secretário de Estado de dois presidentes americanos nos deixa legado de ensinamentos de relações internacionais, segurança e diplomacia

Luiz Alberto Machado, economista e colaborador do Espaço Democrático

Edição Scriptum


Fazendo uma rápida retrospectiva de minha trajetória profissional, constatei que estive quase integralmente vinculado à vida acadêmica em universidades ou a instituições de produção de ideias, pensamentos ou políticas públicas, os chamados think tanks.

No que se refere à vida universitária, embora tenha ministrado aulas no Mackenzie (onde me formei) e nas Faculdades São Judas Tadeu, minha relação maior e mais longa foi com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), onde permaneci por mais de 35 anos. Das inúmeras lembranças que guardo da FAAP, algumas merecem destaque especial: o envolvimento com a criatividade e a economia criativa, e, na Faculdade de Economia, a criação do curso de Relações Internacionais, as missões estudantis e o Fórum FAAP, simulações de reuniões das agências multilaterais organizadas por alunos da Fundação para estudantes de ensino médio em São Paulo e em Ribeirão Preto.

Já no que tange aos think tanks, iniciei no Convívio – Sociedade Brasileira de Cultura, passando depois pelo Instituto Liberal, pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, definido por seu fundador, Norman Gall, não apenas como um think tank, mas como um think and do tank, antes de chegar ao Espaço Democrático.

Essas rememorações foram provocadas pela notícia do falecimento de Henry Kissinger, aos 100 anos de idade, no dia 29 de novembro último.

E por que me recordei dessas passagens?

Primeiro porque ao me interessar cada vez mais pela área de relações internacionais em função do curso da FAAPacabei tomando conhecimento da importância de Kissinger, inicialmente como ator e protagonista do mundo real (realpolitik), como secretário de Estado da nação mais poderosa do mundo. Nessa condição de ator e, por vezes, protagonista, Kissinger passou por diferentes momentos e, embora tenha recebido o Prêmio Nobel da Paz em 1973, juntamente com o vietnamita Le Duc Tho, está longe de ser considerado uma unanimidade, colecionando, ao longo do tempo, tanto admiradores como severos críticos.

Nascido na Alemanha e ocupando as funções de assessor de segurança nacional e secretário de Estado de dois presidentes norte-americanos, Richard Nixon e Gerald Ford (1969-1977), Kissinger esteve diretamente envolvido em alguns dos mais marcantes episódios da segunda metade do século 20, entre os quais a Guerra do Vietnã, a Guerra Fria, a reaproximação diplomática dos Estados Unidos e da China, a Guerra do Yom Kippur e o apoio às ditaduras latino-americanas, com destaque para as do Chile, da Argentina e do Brasil.

Não foi por outra razão que a concessão do Prêmio Nobel da Paz a ele foi amplamente contestada, a ponto de um editorial do jornal The New York Times ter classificado o caso como “Prêmio Nobel da Guerra”.

A relevância de Kissinger, no entanto, está longe de ter se esgotado com sua saída da secretaria de Estado, estendendo-se por muito tempo tanto no plano real, na condição de consultor que oferecia aconselhamento à elite empresarial mundial e atuando em conselhos de empresas em vários fóruns de política externa e segurança, quanto no plano intelectual, graças à influência de seus livros. Essa influência, aliás, começou antes mesmo de ele se tornar o diplomata mais importante de sua geração, uma vez que o livro baseado em sua tese de doutorado, O mundo restaurado, publicado em 1957, em que ele analisa como Metternich, primeiro-ministro da Áustria-Hungria durante o Congresso de Viena de 1815, procurou restabelecer a ordem política anterior à revolução Francesa e às guerras napoleônicas, teve enorme aceitação em Washington. Posteriormente, seus livros Diplomacia (Saraiva Universitária, 2012) e Liderança: seis estudos sobre estratégia (Objetiva, 2023) transformaram-se em leituras recomendadas a qualquer pessoa interessada em relações internacionais e diplomacia. O mesmo vale para a biografia sobre ele assinada por Walter Issacson (2005).

Kissinger, que era fascinado pelo Brasil, esteve no País por diversas vezes. Numa delas, ministrou palestra na FAAP para alunos, professores e convidados especiais. Admirador também de futebol, contribuiu para a ida de Pelé para o Cosmos de Nova York, numa das inúmeras tentativas de popularização da modalidade nos Estados Unidos.

Por todas essas razões. Henry Kissinger é um autêntico exemplo de alguém que se notabilizou tanto como pensador como ator. Ainda em plena atividade aos 100 anos, nos deixa legando muitos ensinamentos aos estudiosos de relações internacionais, segurança e diplomacia.

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Menos Marx, mais Mises - Luiz Alberto Machado (resenha de livro)

Menos Marx, mais Mises 

 Luiz Alberto Machadoeconomista e colaborador do Espaço Democrático

Espaço Democrático, 15/09/2021 

https://espacodemocratico.org.br/artigos/menos-marx-mais-mises/

Em 2015, por ocasião das gigantescas manifestações que precederam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, escrevi um artigo neste mesmo espaço com o objetivo de esclarecer o significado de um cartaz com os dizeres do título acima, exibido por manifestantes na avenida Paulista, que foi focalizado repetidas vezes pelas câmeras das emissoras de televisão que cobriram o evento.

Volto ao tema agora para comentar o recém-lançado “Menos Marx, mais Mises”, de autoria da cientista política Camila Rocha (Editora Todavia, 2021)¹.

No livro, que tem por subtítulo O liberalismo e a nova direita no Brasil, a autora faz uma radiografia do liberalismo brasileiro, tomando por base o papel desempenhado, primeiramente, pelos think tanks e personagens que foram protagonistas nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990 e, num segundo momento, pelas redes sociais e movimentos da sociedade civil nas primeiras décadas do século 21.

Camila Rocha, que faz questão de declarar-se de esquerda, consegue tratar a questão sem se deixar levar pela preferência ideológica, muito comum em obras dessa natureza.

O livro teve origem na tese de doutorado em ciência política pela Universidade de São Paulo, laureada com os prêmios de melhor tese de doutorado da Associação Brasileira de Ciência Política e de Tese de Destaque USP na área de Ciências Humanas.

Na pesquisa que fundamentou sua tese, Camila entrevistou, entre 2015 e 2018, dezenas de nomes representativos das diversas tendências do pensamento e das instituições liberais², chegando mesmo a morar por alguns meses no Rio de Janeiro, com o objetivo de fazer pesquisas na sede do Instituto Liberal do Rio de Janeiro.

No capítulo inicial, Camila explora aspectos semânticos relacionados à expressão direita, por reconhecer que “é muito comum entre analistas políticos o uso de expressões como ‘direita radical’ ou ‘extrema direita’ para se referir ao fenômeno da nova direita brasileira”. Nessa exploração, a autora recorre ao cientista político britânico Michael Freeden para esclarecer o significado de ideologias políticas. Para Freeden, “as ideologias políticas seriam um conjunto de ideias, crenças, opiniões e valores que: 1) possui um padrão recorrente; 2) é sustentado por grupos relevantes; 3) é utilizado nas disputas em torno da adoção de planos para políticas públicas; e 4) procura justificar, contestar ou mudar arranjos sociais e econômicos”. Desse modo, conclui, “as ideologias políticas possuiriam uma relação estreita com a prática política, permeando conflitos que se dão na esfera pública em torno do desenho de amplos programas que dizem respeito a políticas sociais e econômicas”.

Na parte final deste capítulo, Camila enfatiza a importância dos think tanks para a disseminação da defesa do livre mercado, mencionando alguns exemplos que obtiveram notoriedade tanto no Brasil como no exterior, entre os quais o Institute of Economic Affairs, na Inglaterra, a Foundation for Economic Education, nos Estados Unidos, e o Instituto Liberal, no Brasil.

O tema será retomado e aprofundado no segundo capítulo, em que a autora mergulha na ação dos principais think tanksbrasileiros nas quatro últimas décadas do século XX, procurando mostrar a influência das ideias do economista austríaco Friedrich Hayek, principal idealizador, em 1947, da Sociedade Mont Pèlerin, que até hoje reúne, sistematicamente, representantes das diversas tendências do pensamento liberal do mundo inteiro.

Entre os think tanks citados por Camila, destaque para o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), fundado em 1961, em São Paulo; a Sociedade Brasileira de Cultura – Convívio, também de São Paulo; a Câmara de Estudos e Debates Econômicos e Sociais (Cedes), que reunia relevantes empresários brasileiros; o Instituto Liberal, fundado em 1983, no Rio de Janeiro, pelo empresário Donald Stewart Jr., mas que teve filiais em nove Estados do Brasil; o Instituto de Estudos Empresarias, fundado no Rio Grande do Sul pelos irmãos William e Winston Ling; e o Instituto Atlântico, fundado em 1992, no Rio de Janeiro, por antigos membros de Cedes liderados pelo economista Paulo Rabello de Castro, que se uniram ao empresário carioca Thomaz Magalhães. Em diferentes momentos os referidos think tanks conseguiram exercer – em maior ou menor grau – o papel a que se propunham na defesa do livre mercado, até entrarem em decadência com a chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores e o progressivo afastamento dos principais financiadores dessas instituições.

Se a preocupação central dos think tanks focalizados no segundo capítulo era o combate ao comunismo, a dos think tankse dos movimentos da sociedade civil surgidos a partir do início do século XXI e identificados à nova direita passou a ser o combate à hegemonia cultural esquerdista, principal aspecto examinado por Camila no terceiro capítulo, no qual cinco fatores, em minha opinião, merecem destaque especial.

O primeiro diz respeito à importância de Ludwig von Mises, também da Escola Austríaca de Pensamento Econômico, apontado por Camila como principal referência teórica da nova direita. Autor, entre outras obras, do clássico Ação humana³, Mises dá nome ao principal think tank liberal surgido neste século no País, ao lado do Instituto Millenium.

O segundo fator que merece destaque é a unificação dos diversos grupos da chamada nova direita em torno do combate à hegemonia cultural esquerdista que passou a vigorar desde a redemocratização e que é representada pelo pacto democrático de 1988, cujo símbolo maior é a Constituição Cidadã, responsável, de acordo com a visão da nova direita, pelo maior grau de intervenção do Estado na economia e pela proliferação exagerada dos direitos sociais.

O terceiro fator reside na relevância do filósofo Olavo de Carvalho em especial no referido combate à hegemonia cultural esquerdista. Embora sofra diversas restrições por sua postura e seus pronunciamentos não democráticos, Olavo de Carvalho conseguiu incutir na cabeça de Jair Bolsonaro e seus três filhos a ideia da necessidade de combater violentamente a influência da esquerda nos meios culturais e educacionais, bom como nos meios de comunicação.

O quarto refere-se ao forte impacto das redes sociais, começando pelo Orkut e continuando com o Facebook, Instagram e Twitter, não só para a reunião de simpatizantes da defesa do livre mercado e das ideias liberais, mas também, numa etapa posterior, para a convocação de seguidores para manifestações populares e campanhas políticas, como ficou evidenciado na eleição de Jair Bolsonaro.

O quinto, por fim, pode ser associado ao surgimento de movimentos da sociedade civil que proliferaram a partir da descoberta e ampla divulgação dos casos de corrupção durante os governos do PT, como foram os que se tornaram conhecidos como mensalão e petrolão. Ainda que com pautas diferentes, surgiram na esteira desses casos movimentos como o Vem Pra Rua, os Revoltados On-line e o Movimento Brasil Livre (MBL), dos quais saíram candidatos nas últimas eleições de partidos defensores da bandeira do livre mercado, como o Novo e o Partido Social Liberal (PSL).

Mesmo reconhecendo a excelência da pesquisa realizada por Camila Rocha e a qualidade do livro Menos Marx, mais Mises, reservo-me o direito de fazer uma ressalva. A meu juízo, ela não conseguiu deixar suficientemente clara a diferença entre direita, conservadorismo e liberalismo, nem entre as diversas ramificações do pensamento liberal.

Apesar dessa ressalva, concordo com suas conclusões citadas por José Fucs na resenha publicada no jornal O Estado de S. Paulo (21 de agosto de 2021): “Embora a maior parte da nova direita tenha apoiado a eleição de Bolsonaro e defenda, como ele, o rompimento do ‘pacto de 88’, o movimento representa um fenômeno diferente do bolsonarismo. É o que mostra o afastamento de grupos que se alinharam a Bolsonaro em 2018. Por isso, independentemente do rumo do governo, a nova direita veio para ficar”.

 

1 Tema por mim comentado na reunião do Espaço Democrático do dia 14 de setembro.

2 Um dos entrevistados pela autora foi o filósofo e historiador Antonio Paim, colaborador do Espaço Democrático, falecido em maio deste ano.

3 MISES, Ludwig von. Ação humana – Um tratado de Economia. Tradução de Donald Stewart Jr. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990.

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Fiz um grande comentário a esta resenha e à questão, mas o sistema, infelizmente, parecer ter deglutido meu comentário.

Farei um outro, quando ler o livro. (PRA)


quinta-feira, 18 de abril de 2019

Roberto Campos: 102 anos neste 17 de abril - Luiz Alberto Machado, Paulo Roberto de Almeida

Roberto Campos nasceu em 17 de abril de 1917, no Mato Grosso, e se tornou no maior estadista do Brasil, um dos grandes intelectuais, um economista e diplomata que lutou para transformar o Brasil.
Nesta data, o economista liberal Luiz Alberto Machado enviou-me sua homenagem ao grande brasileiro: 

Caros Amigos 
Segue minha homenagem a Roberto Campos no dia em que completaria 102 anos.

De minha parte, já prestei várias homenagens a Roberto Campos, como informo a seguir:   

2017: 
3117. “O Homem que Pensou o Brasil: Roberto Campos ainda atual”, Brasília, 15 maio 2017, 5 p. Apresentação do livro: Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos; (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0); menção ao livro Lanterna na Proa (org. Ives Gandra e Paulo Rabello de Castro). Divulgado no blog Diplomatizzando (16/05/2017: link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/o-homem-que-pensou-o-brasil-roberto_16.html), disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1526033117460133). 

3114. “Liberalismo e o Brasil de Hoje: Lições de Roberto Campos”, Brasília, 7 maio 2017, 7 p. Notas para palestra a convite do LIDE-Mato Grosso, em Cuiabá, em 9 maio 2017. Texto preparado usando partes do trabalho 3103 (“Roberto Campos, 100 anos: atualidade de suas ideias”), e novos desenvolvimentos. Divulgado no blog Diplomatizzando (10/05/2017, link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/o-homem-que-pensou-ao-brasil-de-volta.html), disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1520908327972612).

3103. “Roberto Campos, 100 anos: atualidade de suas ideias”, Brasília, 21 abril 2017, 5 p. Texto para servir de apoio a palestra na FAAP, no quadro de Curso “Agenda Brasil”, para jornalistas. Resumo das propostas para o governo Castello Branco e apresentadas no discurso inaugural de Roberto Campos em junho de 1983 no Senado, retomadas em diversas outras ocasiões. Publicado em Mundorama (link: http://www.mundorama.net/?p=23501). Divulgado no Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-atualidade-de-suas.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1499393760124069). Relação de Publicados n. 1245.

3102. “Sessão especial no Senado em homenagem a Roberto Campos”, Brasília, 10 abril 2017, 3 p. Texto lido na sessão especial do dia 17/04/2017. Divulgado antecipadamente no blog Diplomatizzando (16/04/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-sessao-especial-no.html), e no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1493626460700799). Vídeo da sessão disponível no YouTube (26/04/2017; link: https://youtu.be/4z8Dz4Ul0nI; link de minha intervenção: (YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=XobuvjMuy7k&t=189s). Notas no Jornal do Senado (ano XXIII, n. 4680, 18/04/2017, p. 1, 6-7). Divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-materia-no-jornal-do.html). Relação de Publicados n. 1247.

3101. “Roberto Campos, 100 anos: sempre atual”, Brasília, 9 abril 2017, 3 p. Artigo para a página de Opinião do Estado de S. Paulo, falando dos dois livros sendo lançados dia 17/04: O Homem que Pensou o Brasil, e Lanterna na Proa. Publicado no jornal O Estado de S. Paulo (15/04/2016; link: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,roberto-campos-100-anos-e-sempre-atual,70001738944). Relação de Publicados n. 1244.

3099. “Revisão do livro O Homem que Pensou o Brasil”, Brasília, 26 março 2017, 5 p. Anotações a cada marca de revisão da Editora Appris, recebida em 24/03/2017. Enviada à Editora junto com fotos do organizador. Nova revisão em 28/03/2017, 2 páginas. Publicado: O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos; Paulo Roberto de Almeida (org.). Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0); disponível para venda no link: http://editoraappris.com.br/produto/o-homem-que-pensou-o-brasil-trajetoria-intelectual-de-roberto-campos; formato e-book: http://editoraappris.com.br/produto/e-book-o-homem-que-pensou-o-brasil-trajetoria-intelectual-de-roberto-campos. Relação de Publicados n. 1243.

3095. “Roberto Campos: o homem que pensou o Brasil”, Brasília, 19 março 2017, 15 p. Reformulação dos textos 3088 e 3090, para servir de capítulo introdutório ao livro sobre Roberto Campos; in: Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos; (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0), p. 19-33. Relação de Publicados n. 1251.

3094. “O homem que pensou o Brasil: textos editoriais”, Brasília, 18 março 2017, 4 p. Textos diversos para a parte editorial do livro, inclusive para orelhas e quarta capa, encaminhado junto com foto e outros dados. Revisão da nota de quarta página para integrar folheto do Senado Federal sobre Roberto Campos, em 20 linhas (27/03). Depoimento prestado em sessão especial do Senado Federal, em 17/04/2017 (YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=XobuvjMuy7k&t=189s). Relação de Publicados n. 1251.

3090. “O homem que pensou o Brasil”, Brasília, 1, 10 e 16 março 2017, 3 e 6 p. Prefácio-apresentação ao livro Roberto Campos. Anúncio no blog Diplomatizzando (15/03/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/03/o-homem-que-pensou-o-brasil-roberto.html), disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1455566544506791). Relação de Publicados n. 1252.

3089. O homem que pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos, Brasília, 28 fevereiro 2017, 279 p.; revisão: 323 p. em 10/03/2017, e 353 p. em 16/03/2017; 360 p. em 20/03/2017. Livro composto a partir dos trabalhos setoriais, a ser publicado pela Editora Appris (Curitiba). Índice postado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/03/o-homem-que-pensou-o-brasil-roberto_21.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1460610607335718). Relação de Publicados n. 1251.

3088. “Roberto Campos: uma vida a serviço do progresso do Brasil”, Brasília, 28 fevereiro 2017, 7 p. Introdução ao livro sobre Roberto Campos, consistindo numa reformulação ampliada do trabalho 3059/2016; Publicado, sob o título de “Roberto Campos: o homem que pensou o Brasil”, in: Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0), p. 19-33. Relação de Publicados n. 1252.

3087. “Roberto Campos: uma trajetória intelectual no século XX”, Brasília, 28 fevereiro 2017, 140 p. Colaboração a livro organizado por mim em torno da vida, da obra e do pensamento do diplomata-economista que se tornou um dos maiores estadistas do Brasil. Revisão ampliada a 144 p. em 2/03/2017. Publicado in: Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0), p. 203-356. Relação de Publicados n. 1251.

3082. “Fundando um banco de desenvolvimento: o BNDE”, Brasília, 8 fevereiro 2017, 3 p. Colaboração a obra coletiva sobre Roberto Campos, organizada por Paulo Rabello de Castro (paulo@rcconsultores.com.br) e Ives Gandra Martins (ivesgandra@gandramartins.adv.br). Publicado no livro organizado pela Resistência Cultural Editora (joseloredo@resistenciacultural.com.br). Publicado in: Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro (orgs.), Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (São Luís, MA: Resistência Cultural Editora, 2017, 344 p; ISBN: 978-85-66418-13-2), p. 71-74. Reproduzido no blog Diplomatizzando (05/08/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/fundando-um-banco-de-desenvolvimento-o.html). Relação de Publicados n. 1250.

3081. “Bretton Woods: o aprendizado da economia na prática”, Brasília, 7 fevereiro 2017, 4 p. Colaboração a obra coletiva sobre Roberto Campos, organizada por Paulo Rabello de Castro (paulo@rcconsultores.com.br) e Ives Gandra Martins (ivesgandra@gandramartins.adv.br). Publicado no livro organizado pela Resistência Cultural Editora (joseloredo@resistenciacultural.com.br). Publicado in: Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro (orgs.), Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (São Luís, MA: Resistência Cultural Editora, 2017, 344 p; ISBN: 978-85-66418-13-2), p. 52-56. Reproduzido no blog Diplomatizzando (05/08/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/bretton-woods-o-nascimento-da-atual.html). Relação de Publicados n. 1249.


2018: 
3274. “Roberto Campos e a utopia constitucional: releitura de seus escritos”, Brasília, 19 maio 2018, 2 p. Esquema para compilação e republicação de artigos de jornal de Roberto Campos, republicados, em sua maioria, em antologias de editoras. Envio de draft book em 01/06/2018.

3306. “Roberto Campos e a utopia constitucional brasileira”, Brasília, 23 julho 2018, 36 p. Ensaio sobre os temas constitucionais na obra de Roberto Campos, com destaque para suas antologias e o livro de memórias. Para publicação coletiva e volume compilando os artigos de Roberto Campos sobre o tema. Integrado em formato ampliado ao livro composto para essa finalidade: trabalho n. 3315.

3313. “Roberto Campos e a trajetória inconstitucional brasileira”, Brasília, 3 agosto 2018, 44 p. Revisão conjunta dos trabalhos 3310 e 3306, para servir como introdução ao livro Roberto Campos e a utopia constitucional brasileira. Nova revisão em 17/08/2017, com nova separação dos trabalhos 3306 e 3310, para elaboração de prefácio sob minha própria responsabilidade.

3314. “A Constituição brasileira contra o Brasil: uma análise de seus dispositivos econômicos”, Brasília, 4 agosto 2018, 40 p. Revisão do trabalho 2505, para fins de inclusão como capítulo final no trabalho n. 3315, livro Roberto Campos e a utopia constitucional brasileira.

3315. A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988, Brasília, 3 agosto 2018, 370 p. Livro constante de dois trabalhos meus, n. 3306, combinado ao 3310, e n. 3314, e de 65 artigos de Roberto Campos sobre temas da Constituinte e da Constituição de 1988. Em publicação pela LVM Editora. Revisto em 19/08/2018.


3329. “Roberto Campos, um humanista da economia na diplomacia”, Brasília, 18 setembro 2018, 32 p. Ensaio para a 3ra. edição do livro O Itamaraty na Cultura Brasileira (edição original: 2001), com título definitivo ainda indefinido. Revisto em 21/09/2018. 

3331. “A Constituição Contra o Brasil: Correções”, Brasília, 21 setembro 2018, 2 p. Revisão completa da prova apresentada em 20/09/2018 para a impressão do livro.  Publicado: Paulo Roberto de Almeida (org.), Roberto Campos, A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN: 978-8593751394). Relação de Publicados n. 1292.

3364. “Roberto Campos: uma releitura de suas obras”, Brasília, 26 novembro 2018, 24 p. Versão reduzida do trabalho n. 3329, para publicação na revista Leituras de Economia Política (http://www.revistalep.com.br). Trabalho submetido em 27/11/2018 (http://www.revistalep.com.br/index.php/lep/author/submission/323). Artigo recusado pela revista, conforme registro efetuado no blog Diplomatizzando (4/01/2019; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2019/01/nossos-heterodoxos-ortodoxos-na-sua.html).

3365. “Trinta anos da Constituição: evento no Mackenzie”, Brasília, 27 novembro 2018, vídeo em QuickTime, de 6ms, com comentários sobre Roberto Campos e sua postura em face da CF-1988, remetendo à obra: Paulo Roberto de Almeida (org.), Roberto Campos, A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN: 978-8593751394). Postado no YouTube (link: https://youtu.be/ZDxNxFQvSUw). Gravação alternativa feita por câmera de vídeo, de menor duração (3ms), também carregada no YouTube (link: https://youtu.be/wpifxapYfBw); ambos disponíveis no Canal Pessoal do YouTube (link: https://www.youtube.com/user/paulomre/videos). Divulgado, com texto do Prefácio, na plataforma Academia.edu (28/11/2018; link: https://www.academia.edu/37864650/A_Constituicao_Contra_o_Brasil_Ensaios_de_Roberto_Campos). Relação de Publicados n. 1295.

2019:  
3414. “Roberto Campos e a utopia constitucional brasileira”, Brasília, 23 fevereiro 2019, 36 p. Texto introdutório ao livro de Paulo Roberto de Almeida (org.), Roberto Campos, A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN: 978-85-93751-39-4). Disponibilizado em Academia.edu (link: http://www.academia.edu/38422710/3414RobertoCamposUtopiaConstitucional.pdf) e anunciado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/02/roberto-campos-e-utopia-constitucional.html).

Tenho outros trabalhos mais antigos, como por exemplo um encontro no céu entre Roberto Campos, Milton Friedman, Keynes, Marx e outros. Mas deixo para outra oportunidade.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17 de abril de 2019