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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 18 de agosto de 2020

A DESPRIVATIZAÇÃO do governo Bolsonaro - Ricardo Bergamini

A melhor gestão de uma estatal é a sua extinção 
(Ricardo Bergamini).


Empregados das estatais brasileiras são os únicos trabalhadores da história mundial que mandam em seus patrões (povo).

O governo Bolsonaro desmoralizou o liberalismo no Brasil de tal forma que, com certeza, a sociedade brasileira não vai tolerar ouvir essa palavra, nos próximos 50 anos.

- São 200 empresas estatais federais, sendo 46 com controle direto da União (18 dependentes exclusivas do tesouro nacional, e 28 não dependentes do tesouro nacional), e 154 com controle indireto (111 subsidiárias no Brasil, e 43 subsidiárias no exterior.

- Esses “elefantes brancos” somente servem para gerar déficit público e empregos para apadrinhados de políticos, além de ser o principal ninho petista. E o mais grave é que o “prostíbulo BNDES” financia muitas delas. Uma imoralidade sem precedentes. 

- Cabe lembrar que existem 154 empresas estatais com controle indireto do governo, que não necessitam de autorização do Congresso para serem vendidas. 

- Em 2019 o tesouro nacional colocou R$ 10,1 bilhões nas empresas estatais não dependentes exclusiva do tesouro nacional. 

- Em 2019 o tesouro nacional colocou R$ 20,0 bilhões nas lixeiras das empresas estatais dependentes exclusivas do tesouro nacional.

- Em 2017 as empresas estatais com patrimônio líquido negativo totalizaram passivo descoberto da ordem de R$ 8,8 bilhões (0,13% do PIB). Em 2018 totalizaram passivo descoberto de R$ 6,7 bilhões (0,09% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 30,77%. 

- Em 2009 a dívida consolidada das empresas estatais era de R$ 148,0 bilhões (4,44% do PIB), em 2019 a dívida das empresas estatais era de R$ 405,0 bilhões (5,58% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 25,68%.

- Em 2006 existiam 433.515 servidores ativos nas estatais federais, já em 2019 saltou para 476.644, com crescimento do efetivo de 9,95% em relação ao ano de 2006. 

- Em 2006 somente nas empresas estatais dependentes exclusivas do tesouro nacional havia um efetivo de 34.616 servidores ativos, já em 2019 saltou para 78.867 servidores ativos. Com crescimento do efetivo de 127,83%.

Ricardo Bergamini



Trabalhadores dos Correios deflagram greve em todo o país
Correio de Minas, 17/08/2020

Nesta segunda-feira (17/08), cerca de 100 mil trabalhadores dos Correios em todo o Brasil deliberaram greve nacional em assembleias organizadas  pelos sindicatos filiados. A partir das 22h de hoje, para locais que possuem terceiro turno, e 00h do dia 18/08, os funcionários dos Correios vão parar as atividades por tempo indeterminado contra a retirada de direitos, contra a privatização da empresa e negligência com a saúde dos trabalhadores em relação à Covid-19.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) junto aos sindicatos filiados tentam, desde o início de julho, dialogar com a direção dos Correios em torno da pauta de negociação. No entanto, além da empresa se negar a negociar, a categoria foi surpreendida desde o dia 1º de agosto com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021. Foram retiradas 70 cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, em uma atitude desumana impedindo tratamentos diferenciados e que garantem melhor qualidade de vida, pagamento de adicional noturno e horas extras.

Os trabalhadores também lutam contra a privatização dos Correios, o aumento descabido da participação dos trabalhadores no Plano de Saúde, gerando grande evasão, e o descaso e negligência com a saúde e vida dos ecetistas na pandemia da Covid-19. Em uma verdadeira batalha judicial, a FENTECT e seus sindicatos tiveram que acionar a Justiça para garantir equipamentos de segurança, álcool em gel, testagem e afastamento dos grupos de risco e aqueles que coabitam com grupos de risco ou possuem crianças em idade escolar. De acordo com o secretário geral da FENTECT, José Rivaldo da Silva, a retirada de direitos e a precarização da empresa é uma das estratégias do Governo Bolsonaro e da direção dos Correios para a privatização, entregando os Correios para o capital estrangeiro. “O governo Bolsonaro busca a qualquer custo vender um dos grandes patrimônios dos brasileiros, os Correios. Somos responsáveis por um dos serviços essenciais do país, que conta com lucro comprovado, e com áreas como atendimento ao e-commerce que cresce vertiginosamente e funciona como importante meio para alavancar a economia. Privatizar é impedir que milhares de pessoas pudessem ter acesso a esse serviço nos rincões desse país, de norte a sul, com custo muito inferior aos aplicados por outras empresas”, declarou.

O secretário geral diz ainda que essa greve representa uma verdadeira batalha pela vida dos trabalhadores. “A direção da ECT buscou essa greve, retirou direitos em plena pandemia e empurrou milhares de trabalhadores a uma greve na pior crise que o país vive. Perdemos muitos companheiros para a Covid-19 em função do descaso e negligência da empresa. É o Governo Federal e a direção da ECT mantendo privilégios com ampliação de cargos e altos salários, ampliando lucro em detrimento da vida dos trabalhadores. Lutamos pelo justo. Lutamos para que as nossas vidas e empregos sejam preservados”, afirmou.

 Confira os principais direitos retirados da categoria:
- Plano de saúde
- Vale cultura
- Aquênios
- Adicional de atividade de distribuição e coleta (AADC)
- Adicional de atividade de tratamento (AAT)
-Adicional de atividade de guichê (AAG)
- Alterar a data do dia do pagamento
- Auxílio de dependentes com deficiência
- Pagamento de 70% a mais da hora normal quando há hora extra trabalhada
- Reembolso creche
- Pagamento de 70% das férias
- Aumento no compartilhamento do ticket
- Licença maternidade de 180 dias
- Fim da entrega matutina
- Garantia de pagamento durante afastamento pelo INSS
- Ticket nas férias
- Ticket nos afastamento por licença médica
- Vale alimentação
- Para motoristas é o fim da cláusula sobre acidente de trânsito
- Indenização por morte
- Garantias do empregado estudante
- Licença adoção
- Acesso as dependências pelo sindicato
- Atestado de acompanhamento
- Fornecimento de Cat/ Lisa
- Itens de proteção na baixa umidade
- Reabilitação profissional
- Adicional noturno
- Repouso no domingo
- Jornada de 40hs
- Pagamento de 15% aos sábados

Somente juntos e mobilizados vamos garantir nossos direitos históricos 
conquistados com muito suor!

CORREIOS EM GREVE!
Fora Bolsonaro!
Fora Floriano Peixoto!

sábado, 15 de agosto de 2020

Ricardo Bergamini e Claudio Janowitzer sintetizam o Brasil atual: derrocada mental

Enquanto a elite brasileira desprezar números, gráficos e tabelas não haverá salvação para o Brasil, conforme pensamento abaixo: 

Andrei Pleshu, filósofo romeno.

“No Brasil, ninguém tem a obrigação de ser normal. Se fosse só isso, estaria bem. Esse é o Brasil tolerante, bonachão, que prefere o desleixo moral ao risco da severidade injusta. Mas há no fundo dele um Brasil temível, o Brasil do caos obrigatório, que rejeita a ordem, a clareza e a verdade como se fossem pecados capitais. O Brasil onde ser normal não é só desnecessário: é proibido. O Brasil onde você pode dizer que dois mais dois são cinco, sete ou nove e meio, mas, se diz que são quatro, sente nos olhares em torno o fogo do rancor ou o gelo do desprezo. Sobretudo se insiste que pode provar”. 

O nível da escuridão e das trevas no Brasil atual é provado, de forma cabal e irrefutável, quando os bolsonaristas me agridem, ofendem, desprezam e humilham, apenas por continuar a fazer um trabalho que faço desde 1998, e que até 31/12/2018 eram utilizados por esses falsos liberais em seus artigos, debates e palestras e que, em sua grande maioria pediram sua exclusão da minha lista de leitores, por não suportarem as verdades catastróficas e apocalípticas dos números macroeconômicos gerados pelo governo do líder sindical petista (CUT da Segurança). Haja vista a fuga de capitais estrangeiros iniciada em janeiro de 2019, bem como dos oito executivos da equipe de Paulo Guedes.

Momento cultural.

Todos os grandes pensadores da história da humanidade relacionaram a existência de Deus aos números e cálculos. Vide abaixo:

Reflexão

“Somente os sábios enxergam o óbvio” (Nelson Rodrigues).


De: Claudio Janowitzer=
Enviada em: sexta-feira, 14 de agosto de 2020 20:24
Para: 'Ricardo Bergamini'
Assunto: RES: Sou apenas o mensageiro das informações oficiais do governo de plantão. - 02

Caro Ricardo Bergamini,

Embora não o conheça pessoalmente, sou leitor desde o início de 2016 de seus objetivos boletins de análises macroeconômicas, que demonstram de forma solidamente bem fundamentada que os atos do ocupante da presidência, filhos, aliados (agora engrossados pelo tal “centrão”) evidenciam o enorme despreparo para a tarefa de PASSAR O BRASIL A LIMPO. Tanto que forçaram o pedido de demissão do jurista Sergio Moro – respeitadíssimo pela maioria dos brasileiros por seu trabalho anti corrupção à frente da “Operação Lava Jato”.

Pelo contrário, o tempo dedicado pelo atual executivo – na ânsia de  abafar as evidências de criminosas práticas pregressas e perpetuadas, como “rachadinhas” e “funcionários fantasmas” (levantadas pelo Ministério Público, Policia Federal, TCU, STF) - é um claro sinal de que os atuais bolsominions são meras continuações do mesmo tipo de fanatismo que caracterizou os lulistas.  

Nota: Nunca votei no Lula e seus indicados mas sim nos candidatos do PSDB. A decepção com figuras como Aécio Neves fez com que eu me filiasse ao Partido Novo a partir de março de 2018 (o único que não depende do tal “Fundo partidário” e sim das mensalidades dos seus afiliados). Participei da campanha do partido nas eleições de outubro de 2018. Acompanho o trabalho de dois deputados estaduais aqui no Rio de Janeiro e conheci dois deputados federais em recentes encontro partidário. Tenho a melhor impressão da seriedade dessas pessoas e do partido.

A mobilização pelo atual governo da máquina pública - posta à disposição de figuras ligadas à milícia como o Sr. Fabricio Queiroz – é um doloroso sinal de falta de objetividade refletida em atitudes negacionistas como a de determinar que o Exército brasileiro fabrique quantidades monumentais de cloroquina – o qual é reconhecido por entidades especializadas no mundo científico como um medicamento não indicado no combate ao Corona-vírus.

Esse doentio negacionismo – o qual motivou o transtornado Sr. Jair Messias e afirmar convictamente  que  a pandemia não causaria mais que 800 mortes,  e que se tratava de uma “histeria” diante de uma “gripezinha” – resultou num desestimulo às medidas de “isolamento” ou “lockdown” adotado nas nações que souberam reconhecer a magnitude dessa praga.
A propósito, tenho utilizado o quadro abaixo nas correspondências que troco eventualmente com um grupo de cerca de 200 “undisclosed recipients”. Fazem parte dessa lista: parentes, amigos, colegas de colégio e faculdade e das nove empresas privadas onde trabalhei na diretoria financeira aqui no Rio de Janeiro - onde nasci há 83 anos:

Temos que nos livrar com enorme URGÊNCIA das duas PRAGAS: 
 - CORONA-VÍRUS  - Solução:  ISOLAMENTO. 
 - BOLSONA-VÍRUS - Solução:  IMPEACHMENT.

Tenho 2 filhos e três netos os quais - além da enorme parcela desassistida da população brasileira – são as causas que  me motivam a não esmorecer diante do desafio de reverter o quadro atual de monumental decrepitude social, política e principalmente moral. Por essa razão apoio integralmente o esforço de pessoas como você, cujos excelentes boletins contribuem para PASSAR O BRASIL A LIMPO. Não esmoreça!

Abraços
Claudio Janowitzer
Rio de Janeiro

domingo, 9 de agosto de 2020

Risco Brasil: sua trajetória de 1995 a 2020 - Ricardo Bergamini

“Risco Brasil” (a diferença entre EMBI e EMBI+)
Ricardo Bergamini


O pioneirismo do EMBI e a confiança que sua forma de cálculo inspirou nos investidores fizeram com que o índice se tornasse a principal referência do mercado sobre o desempenho dos títulos dos países emergentes. Outros bancos de investimento criaram mecanismos próprios de avaliação, mas nenhum deles se tornou um indicador tão conhecido - e consagrado - como o EMBI. O EMBI manteve sua fórmula desde que foi criado, mas foi se modificando para acompanhar a evolução do mercado de dívida externa. Em 1994, o índice EMBI, que chegou a reunir papéis de 11 países, foi descontinuado e cedeu lugar para uma referência mais ampla, o EMBI+, que hoje reúne quase uma centena de títulos de 19 países. A novidade foi a inclusão de alguns emergentes da Ásia, embora os latino-americanos representem mais da metade do indicador.
Só é admitido na base de cálculo do EMBI+ um tipo de país emergente - aquele que apresenta risco pelo menos moderado de não honrar seus compromissos e, em decorrência, seus papéis oferecem retornos maiores para atrair investidores. Esse risco não é estabelecido de maneira aleatória. São usadas como referência as notas que cada país recebe das empresas de classificação de risco - instituições independentes especializadas na determinação e divulgação do risco das corporações, instituições financeiras e países. Os títulos do Brasil respondem por cerca de 23% do peso do EMBI+, mais do que os de qualquer outra nação.
Abaixo as grandes variações históricas do (EMBI+) para reflexão: 
- [1995] Eficácia do Plano Real.
Como as incertezas no país diminuíram a partir de 1995. Saímos de um patamar de risco de 1.689 pontos para 337 pontos em outubro de 1997.
- [1997] Crise Asiática.
O final de 1998 e o início de 1999 ficaram marcados por diversas crises no continente asiático, culminando inclusive na moratória da Rússia em agosto de 1998.
Estas crises afetaram diretamente o Brasil, fazendo com que o (EMBI+ Brasil) saltasse para 1.779 pontos.
- [2002] “Efeito Lula”.
O mundo vivia o auge da crise financeira de 2000-2002 ocasionada pela bolha da tecnologia e pelos ataques terroristas de 2001.
A incerteza era grande. Aqui no Brasil, as eleições presidenciais (“Efeito Lula”) geravam maior volatilidade ao mercado e, consequentemente, um maior Risco País.
Neste período, ele registrou seu maior nível em toda a série histórica, alcançando 2.443 pontos em setembro de 2002.
Vale lembrar que neste período o Dólar era cotado próximo a R$ 4,00 e a Bolsa brasileira (Bovespa) já acumulava uma perda de -30% nos últimos 3 anos.
- [2007] Mínima Histórica.
A recuperação econômica mundial aliada ao fato da maior estabilidade na economia brasileira fez com que o índice alcançasse a mínima de 139 pontos em maio de 2007. 
- [2008] Crise Financeira.
Com a crise de 2008, o índice voltou a superar o patamar dos 500 pontos, atingindo 688 pontos em outubro de 2008, valor que não era alcançado em mais de 4 anos.
Conclusão:
Definitivamente a sociedade brasileira perdeu a sua capacidade de reflexão. Estamos todos seguindo o “estouro da boiada”.

Conclusões ao analisar a série histórica acima: 
1 - Em 02/01/03 o risco Brasil+ era de 1.374 pontos. Em 31/12/10 era de 189 pontos.
2 - Em 03/01/11 o risco Brasil+ era de 181 pontos. Em 31/05/16 era de 404 pontos.
3 - Em 01/06/16 o risco Brasil+ era de 401 pontos. Em 31/12/18 era de 276 pontos.
4 – Em 02/01/19 o risco Brasil+ era de 275 pontos.  Em 06/08/20 era de 323 pontos.
Sem uma análise mais profunda o melhor presidente da república teria sido Lula, ao atingir a mínima histórica de 139 pontos, em maio de 2007, além de ter assumido o governo em 02/01/03 com 1.374 pontos, e entregue em 31/12/10 com 189 pontos. 
Quem acompanha o meu trabalho irá lembrar que nos 8 anos do governo Lula alertava constantemente para o falso milagre brasileiro, baseado na ilusão monetária provocada pelo excesso de liquidez monetária existente no mundo, gerado pelos Estados Unidos, para financiar as guerras do Iraque e do Afeganistão, e que no final seria um desastre, da mesma forma como ocorreu com os governos militares, na época, o mesmo efeito foi provocado pela guerra do Vietnam. 

Cabe lembrar que entre 2002 até 2010 as commodities do Brasil valorizaram 175% em dólares americanos. Era uma histeria coletiva no Brasil, e no mundo. Haja vista o volume de prêmios, medalhas e títulos concedidos ao ex- presidente Lula no Brasil, e no mundo. Estávamos vivendo o segundo falso milagre brasileiro, que terminou da forma como conhecemos.

O primeiro falso milagre brasileiro dos governos militares se encerrou no inicio da década de 1980, conforme gráfico abaixo.

Jamais acreditem em crescimento econômico baseado em ilusão monetária, como está prometendo o populista governo Bolsonaro, na sua campanha politica para reeleição. Pelo menos espero que o Paulo Guedes não participe dessa orgia, desmoralizando ainda mais o liberalismo no Brasil.

Ricardo Bergamini

terça-feira, 21 de julho de 2020

CPMF é um tributo injusto, imoral, criminoso e cretino - Ricardo Bergamini

Ricardo Bergamini não deixa pedra sobre pedra. Mas tem inteiramente razão.
Eu corrigiria o termo final da frase de Gudin (dos anos 1950, provavelmente) e colocaria, em lugar de homens, ESTADISTAS.
E tampouco falaria em "custo Brasil", o que é muito vago.
O que existe é um CUSTO DO ESTADO BRASILEIRO, com sua horda de sugadores oficiais e semioficiais, o estamento burocrático e os rentistas de todos os setores.
Paulo Roberto de Almeida

Prezados Senhores
A proposta indecorosa do picareta Paulo Guedes da volta do CPMF, indubitavelmente, é a confissão do fracasso da sua proposta econômica de vender a ilusão do sonho do futuro com reformas, sem saber o que fazer com o presente.
CPMF é um tributo injusto, imoral, criminoso e cretino, que se apresenta com uma alíquota baixa (no caso atual 0,20%, a mesma alíquota antiga, posteriormente migrou para 0,38%). 
Esse aparente insignificante tributo, devido ao seu efeito multiplicador de cobranças se transformou no período de sua existência, em um aumento de carga de tributária de 1,5% do PIB ao ano.
Concordo que o Brasil não vai sair desse atual atoleiro, sem aumento de arrecadação, conforme minhas sugestões de base de tributação abaixo:
Fontes de Recursos para bancar a crise do coronavirus, sem aumento da dívida.
Ricardo Bergamini
Sem entrar no mérito da doença, mas apenas nos prejuízos causados, usando como base as orientações do pensamento liberal que prega a liberdade, igualdade, fraternidade e soberania dos povos, da mesma forma que a pregação de Jesus Cristo, abaixo as minhas modestas contribuições de fontes de recursos para pagar os prejuízos causados pelo coronovirus, de uma forma cristã: 
Tirando dos 10% que detêm 42,9% da renda, o governo teria em torno de R$ 861,3 bilhões para bancar a crise do coronavirus, mas na realidade vai estourar na mão dos 10% que detêm 0,8% da massa salarial. Quem no Brasil está interessado nessas bobagens?
1 – A aberração do Contencioso do Tesouro Nacional a Receber – Fonte ME.

Em 2019 o Tesouro Nacional tinha um contencioso a receber da ordem de R$ 2.436,1 bilhões (tributários não previdenciários - R$ 1.776,4 bilhões; tributários previdenciários – R$ 543,1 bilhões; não tributários – R$ 5,4 bilhões; FGTS – R$ 21,2 bilhões).

Fontes de Recursos: Fazer um esforço para receber, pelo menos, 10% do total que daria R$ 243,6 bilhões. 

2 - A aberração da renúncia fiscal – Fonte ME.
Em 2006 o governo federal renunciou a R$ 65,4 bilhões (2,80% do PIB) em tributos, e em 2020, segundo previsão orçamentária, vai renunciar a R$ 320,8 bilhões (4,25% do PIB). Crescimento de bondades e caridades aos amigos e aliados da ordem de 51,79% em relação ao PIB.
Fontes de Recursos: cortar 30% dessa aberração econômica, ou seja: R$ 96,2 bilhões.
3 - A aberração da concentração de renda entre os indivíduos – Fonte IBGE.

A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita, que era de R$ 264,9 bilhões em 2017, alcançou R$ 277,7 bilhões em 2018. Os 10% da população com os menores rendimentos detinham 0,8% da massa, enquanto que os 10% com os maiores rendimentos concentravam 43,1%.

4 - CAPITAIS BRASILEIROS NO EXTERIOR (CBE) – FONTE BCB

Os dados coletados no CBE ano-base 2018 foram compilados e incorporados às estatísticas da PII. Em 2018, a posição total de ativos brasileiros no exterior atingiu US$ 493,2 bilhões. 
Em 2018 existiam 58.597 investidores pessoas físicas, representado investimentos de US$ 171,5 bilhões e 4.867 investidores pessoas jurídicas, representando investimentos de US$ 321,7 bilhões. 
Fontes de Recursos: taxar em uma única vez em 10% o montante acima, ou seja: US$ 49,3 bilhões = R$ 258,3 bilhões.
5 - A aberração da orgia de gastos com pessoal no Brasil - Fonte ME.
Um grupo de trabalhadores de primeira classe (servidores públicos) composto por 12,6 milhões de brasileiros (ativos, inativos, civis e militares) que representam apenas 6,35% da população brasileira, sendo 2,2 milhões federais, 4,0 milhões estaduais e 6,4 milhões de municipais gastaram R$ 1.129,0 bilhões em 2018 correspondentes a 16,53% do PIB. Esse percentual representou 49,70% da carga tributária que foi de 33,26% do PIB em 2018.

Fontes de Recursos: Taxar em uma única vez em 10% dos gastos com pessoal, ou seja: R$ 112,9 bilhões. Que poderia ser cobrado de forma progressiva, paga mais, quem ganha mais. Garanto que nenhum funcionário pediria demissão.

6 - Extinções imediatas dos cargos de assessores parlamentares (não concursados) – Fonte projeção pessoal.

São amigos, parentes e aliados dos políticos, não são concursados, não têm direitos adquiridos, não têm estabilidade de emprego, não é garantido pelas cláusulas pétreas da Constituição, além de representarem um contingente correspondente a três vezes o efetivo ativo das FFAA com 381.830 militares.   

Fontes de Recursos: extinção imediata desses parasitas, que considerando um salário médio de R$ 8.000,00 mensais, daria uma economia permanente em torno de R$ 113,3 bilhões ao ano.

7 – Extinções dos cartões corporativos – Fonte ME.
O escândalo dos cartões corporativos é uma crise política no governo do Brasil iniciada em 2008 após denúncias sobre gastos irregulares no uso de cartões corporativos. Os cartões foram instituídos em 2001, mas só entraram em funcionamento no ano seguinte para uma maior transparência e rapidez em gastos emergenciais. O problema dos cartões corporativos é estrutural, pois o sistema que deveria ser usado para despesas pequenas e urgentes vem sendo usando para dispensar licitações e dar mimos aos governistas.
Fonte de Recursos: muitas dificuldades em se apurar, mesmo após decisão do STF que obriga a liberdade de acesso à informação.
8 – Extinções imediatas das 157 estatais com controle indireto da União, já que não necessitam da aprovação do Congresso Nacional – Fonte ME.  
- São 203 empresas estatais federais, sendo 46 com controle direto da União (18 dependentes exclusivas do tesouro nacional, e 28 não dependentes do tesouro nacional), e 157 com controle indireto (112 subsidiárias no Brasil, e 45 subsidiárias no exterior.
Fontes de Recursos: Em 2019 o tesouro jogou nas lixeiras das estatais o montante de R$ 36,0 bilhões. Em período de economia de guerra compensaria doar essas lixeiras para os seus funcionários adminstrarem, sem nenhum socorro do goverrno. Duvido que eles aceitariam. 
 9 – Extinções imediatas das imoralidades de gastos com ex- presidentes da república – Fonte ME. 
Presidentes brasileiros que deixam o cargo não recebem pensão ou qualquer tipo de remuneração direta. Mas o que lhes é oferecido chega a custar o equivalente a R$ 12 mil por dia aos contribuintes.

Trata-se de gastos com até oito servidores comissionados (motoristas, seguranças, apoio pessoal e assessoramento) a que cada um tem direito. 

A União paga os salários, passagens e diárias em casos de viagens para acompanhar o ex-mandatário. Além disso, cada ex-presidente tem à disposição dois carros e o pagamento das despesas de combustível.

Essas garantias foram concedidas por meio da Lei 7.474/86 e pelo decreto 6.381/2008. 

Fontes de Recursos: fim dessa orgia com custo ano de R$ 4,6 milhões.

10 – Extinção imediata da orgia reinante no palácio do planalto cujo morador, guardião da moral e da ética da humanidade, ainda não conseguiu ver.

Fontes de Recursos: considerando que somente com pessoal se gaste R$ 160,0 milhões por ano, mais o custo de compra e manutenção de 102 automóveis, acredito em gastos em torno de R$ 1,0 bilhão ano.

sábado, 13 de junho de 2020

Fascismo: resumo por Ricardo Bergamini

Prezados Senhores

Para os “papagaios de piratas” que repetem sem saber o que estão dizendo, abaixo um breve resumo do pensamento fascista, termo muito popular atualmente no Brasil. 

Defender o fascismo é negar: os ideais liberal-democráticos; o saber e o conhecimento, a razão e a lógica e defender o militarismo, a guerra e o conflito como projetos de uma nação. Qualquer semelhança com alguns governantes atuais, não são meras coincidências. 

Totalitarismo – Negação dos ideais liberal-democráticos. Absoluta soberania do Estado, que deve ser governado por uma elite forte e audaz. “A liberdade é um cadáver em putrefação, um dogma cediço da Revolução Francesa”. Só pode existir “um partido fascista, uma imprensa fascista e uma educação fascista”.

Romantismo – Antiintelectualismo. Não é a razão que resolve os grandes problemas nacionais, mas “a fé mística, o auto-sacrifício e o culto do heroísmo e da força”. “O espírito fascista é vontade, não intelecto”.

Militarismo – As nações que não se expandem – morrem. “A guerra exalta e enobrece o homem, e regenera os povos ociosos e decadentes”.

O Fascismo na Itália

Ricardo Bergamini

Causas

Sentimento de nacionalismo humilhado (desde a anexação da Tunísia, pela França, em 1881, e a derrota de Ádua, perante os abissínios, em 1890); sentimento de revolta – após a I Guerra Mundial – contra o não cumprimento integral das promessas dos Aliados. Os italianos receberam menos do que esperavam; inflação, carestia da vida, especulação dos aproveitadores. Queda das exportações e dos negócios. Caos econômico; crescimento do partido socialista (1/3 da Câmara dos Deputados, em 1919). Radicalismo econômico e político dos socialistas (operários socialistas assumem o controle de quase 100 fábricas); influência da filosofia hegeliana: supremacia do Estado. “Nada pelo indivíduo, tudo pela Itália”; fraqueza do regime parlamentar: queda frequente dos ministérios, pela falta de maioria na Câmara. Luta constante entre os dois maiores partidos. O Socialista e o Popular (católico).

A Revolução Fascista

O movimento fascista começou em 1919. Sua primeira doutrina redigida por Mussolini (antigo agitador socialista), era assaz radical: “sufrágio universal, a abolição do Senado, a instituição legal da jornada de 8 horas, um pesado imposto sobre o capital, o confisco de 85% dos lucros de guerra, a aceitação da Liga das Nações, a oposição a todos os imperialismos, e a anexação do Fiúme e da Dalmácia“.

Em 1920, essa plataforma foi substituída por uma de caráter mais conservador. No novo programa desapareceram os argumentos em prol duma reforma econômica. Condenava-se apenas, dubiamente, “o socialismo dos políticos”, e reclamava-se o cumprimento de algumas promessas feitas pelos aliados durante a guerra. Nenhum dos dois programas trouxe algum prestígio apreciável aos fascistas. Em 1922, quando se apoderaram do governo, os fascistas só possuíam 35 deputados, na Câmara – num total de 500.

Mesmo assim, apesar do seu reduzido número, os fascistas – disciplinados e agressivos – marcharam sobre Roma e tomaram o poder. A famosa “marcha sobre Roma”, dos camisas-pretas (milicianos fascistas), foi apenas simbólica: eles só se arriscaram depois que o rei Vitor Manuel se negou a decretar o estado de sítio, como reclamava Facta, o último democrata.

Em 28 de outubro de 1922, sem disparar um só tiro e sem oposição da polícia, do exército ou do governo, 50.000 camisas-pretas “ocuparam” Roma. O primeiro-ministro demitiu-se e Mussolini foi convidado pelo rei a organizar um novo gabinete. Assim, em meio ao caos do pós-guerra, e pela ausência, em certas camadas do povo italiano, de apego ao regime democrático, os fascistas assumiram o poder, no qual ficaram durante 21 anos.

Características do Fascismo Italiano

Estado corporativo – Fundamentos econômicos, mas subordinação do Capital e do Trabalho ao Estado. Proibição de greves e locautes.

Totalitarismo – Negação dos ideais liberal-democráticos. Absoluta soberania do Estado, que deve ser governado por uma elite forte e audaz. “A liberdade é um cadáver em putrefação, um dogma cediço da Revolução Francesa”. Só pode existir “um partido fascista, uma imprensa fascista e uma educação fascista”.

Nacionalismo – O internacionalismo é “uma grosseira perversão do progresso humano”. A nação deve ser grande e forte, “pela autossuficiência, por um poderoso exército e pela rápida elevação do índice de natalidade”.

Idealismo – O fascismo se opõe à interpretação materialista da história. É, sobretudo, contra o materialismo e dialética dos marxistas.

Romantismo – Antiintelectualismo. Não é a razão que resolve os grandes problemas nacionais, mas “a fé mística, o auto-sacrifício e o culto do heroísmo e da força”. “O espírito fascista é vontade, não intelecto”.

Militarismo – As nações que não se expandem – morrem. “A guerra exalta e enobrece o homem, e regenera os povos ociosos e decadentes”.

“O regime fascista, escreve Taunay, mais oportunista que baseado em considerações doutrinárias, procurando sempre se adaptar às condições do momento, pode ser caracterizado pelo nacionalismo agressivo, pela ação antiparlamentar, pela ambição de adquirir prestígio internacional e conquistar colônias. No poder, não admitiram os fascistas qualquer oposição e assim foi suprimida a liberdade de imprensa, proibido o funcionamento de outros partidos e instituída uma justiça especial para julgamento dos crimes políticos. O desemprego foi combatido com a instalação de organizações profissionais, e com o incentivo do comércio e da indústria, ambos submetidos ao controle governamental: obras públicas, algumas mesmo monumentais, foram realizadas, e assim, de um modo geral, todas as atividades italianas tiveram o apoio do governo, que interferia na atuação da família, das organizações profissionais e a economia”.

Algumas Realizações do Fascismo

Reduziu o analfabetismo; solucionou a contenda com a Santa Sé (tratado de Latrão); eliminou a Máfia, na Sicília; melhorou a agricultura; intensificou a produção industrial (sobretudo: seda, rayon e automóveis); duplicou a força hidroelétrica; obteve grandes progressos na drenagem de pântanos.

Há, porém, o reverso da medalha. Embora aumentassem as horas de trabalho, o padrão de vida dos assalariados não melhorou. Ademais, a estabilidade e a ordem imposta pelo fascismo exigiram do povo italiano uma esmagadora “uniformidade de pensamento e ação”.

O governo fascista atirou-se a duas dispendiosas aventuras no setor das guerras estrangeiras: A conquista da Etiópia (1935-1936); intervenção aberta (ao lado dos nazistas) na guerra civil da Espanha (1936-1939), em prol de Franco, “representante dos elementos conservadores e fascistas espanhóis (nobreza territorial, clero e forças armadas)”. O governo legal de Madrid foi derrotado e a República Espanhola suprimida.

Todavia, “havia poucos indícios de que quaisquer uns desses empreendimentos tivessem sido bem recebidos pelo povo italiano, ou de que os proveitos para o país viessem a compensar os sacrifícios”.

Ricardo Bergamini

Ricardo Bergamini deixou de fora a principal "realização" fascismo mussoliniano: a aliança com a Hitler e a Alemanha nazista no "Pacto de Aço" – ao qual aderiu depois o Japão – que levou ao seu envolvimento na guerra deslanchada pelo ditador alemão, um dos maiores desastres, senão o maior, da história da Itália.
Paulo Roberto de Almeida