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segunda-feira, 28 de julho de 2025

"Corte Europeia condena Rússia por atrocidades na Ucrânia" - Rodrigo Craveiro Correio Braziliense

Post de Paulo Roberto de Almeida


Estou imaginando que com esta decisão, de uma Corte de justiça respeitável, o Itamaraty vai finalmente soltar uma nota elogiando a conclusão a que chegou a Corte Europeia de Direitos Humanos em face de tão flagrantes provas de desrespeito ao Direito Internacional. Uma nota firma e condenatória das ações da Rússia, como sempre fez em casos semelhantes e como faz frequentemente em face dos crimes israelenses em Gaza e na Cisjordânia. Nada menos do que isto.

Paulo Roberto de Almeida


"Corte Europeia condena Rússia por atrocidades na Ucrânia" 


https://www.correiobraziliense.com.br/.../7196155-corte...


Corte Europeia condena Rússia por atrocidades na Ucrânia

Tribunal de direitos humanos sediado em Estrasburgo, na França, conclui que as forças de Vladimir Putin cometeram abusos e violações flagrantes e sem precedentes. Papa Leão XIV oferece Vaticano para sediar diálogo entre Kiev e Moscou


Por Rodrigo Craveiro

Correio Braziliense, 10/07/2025

https://www.correiobraziliense.com.br/.../7196155-corte...


Vadim Yevdokimenko, 23 anos, perdeu o pai em 3 de março de 2022, em uma fábrica de vidros na cidade de Bucha, a noroeste de Kiev, capital da Ucrânia. "Os soldados russos o sequestraram e trancaram-no com cinco pessoas em uma garagem e o fuzilaram. Em seguida, atearam fogo aos restos mortais dele, pois queriam escondê-los", contou ao Correio. Ele soube da morte do pai da pior forma: por meio de um vídeo que acessou na internet mostrando moradores de Bucha torturados e assassinados. "Os bastardos que mataram meu pai merecem o fim doloroso", disse. 

No mesmo dia, Yevhen Kizilov, 49 anos, estava no exílio, quando as forças de Moscou invadiram a casa da família, também em Bucha, levaram o pai dele, Valeriy Kizilov, 69, ao jardim e o executaram com um tiro na cabeça. Nesta quarta-feira (9/7), Vadim, Yevhen e milhares de outros ucranianos tiveram um vislumbre de justiça. A Corte Europeia de Direitos Humanos, em Estrasburgo (França), concluiu que, desde 2014, a Rússia comete abusos flagrantes e sem precedentes na Ucrânia. 

A Rússia é acusada de execuções de "civis e militares ucranianos fora de combate", "tortura", "deslocamentos injustificados de civis" e até mesmo "destruição, saques e expropriações", disse o presidente do organismo, Mattias Guyomar. A decisão da Corte determina que o governo de Vladimir Putin "deve liberar imediatamente, e devolver de maneira segura, todas as pessoas que, no território ucraniano ocupado pelas forças russas ou sob controle russo, foram privadas de liberdade (...) e que estão presas".

Em seu julgamento, o tribunal cita evidências de uso de violência sexual disseminada e sistemática, acompanhada de atos de tortura, como espancamento, choques elétricos e estrangulamento. "Em nenhum dos conflitos anteriormente submetidos ao tribunal houve uma condenação tão universal do 'flagrante' desrespeito do Estado demandado aos fundamentos da ordem jurídica internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial", afirma a decisão. A instância também concluiu que a Rússia foi a responsável pela derrubada, em julho de 2014, de um avião da companhia aérea Malaysia Airlines, matando 298 pessoas. A aeronave havia decolado de Amsterdão em direção a Kuala Lumpur, quando foi derrubada por um míssil no leste da Ucrânia.

Yevhen considera a condenação, por parte da Corte Europeia de Direitos Humanos, um marco histórico. "Ninguém esquecerá os crimes da Rússia. Eles entrarão para a história da humanidade. Além disso, este veredicto constitui uma confirmação jurídica internacional do sofrimento das vítimas da agressão russa, uma das quais sou eu", observou. O jornalista ucraniano acredita que a decisão firmará a base para o pedido dele por indenização contra a Rússia. "O tribunal estabeleceu um precedente legal que simplificará significativamente a prova de culpa de Moscou no meu caso", acrescentou.

Horas antes de o tribunal proferir a decisão, as forças russas realizaram o maior bombardeio com drones e mísseis em 1.232 dias de guerra. Durante a madrugada, o Exército russo lançou 728 drones e 13 mísseis contra quatro regiões da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev. Ao menos 711 drones foram interceptadas e sete mísseis, destruídos, segundo a Força Aérea ucraniana. Os ataques deixaram oito civis mortos e ocorrem depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que Putin é "inútil" e "fala muita besteira" e anunciar a retomada de ajuda militar para Kiev. 

Sanções

Em visita à Itália, onde se reuniu com o papa Leão XIV e com o presidente italiano, Sergio Mattarella, o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tornou a cobrar "sanções rigorosas" contra a Rússia e, especialmente, contra o setor petrolífero de sua economia. "Todos os que querem a paz devem agir", declarou, ao lembrar que o petróleo russo "tem alimentado a máquina de guerra de Moscou por mais de três anos". Kiev tem insistido que somente o fortalecimento das sanções pode acelerar o fim da guerra.

No encontro com Leão XIV, na residência de verão de Castelgandolfo, Zelensky ouviu do pontífice a oferta de colocar o Vaticano como sede para um diálogo com Moscou.

Lista de violações

Os principais crimes apontados pela Corte Europeia de Direitos Humanos

Ataques militares indiscriminados;

Tortura e uso de estupro como arma de guerra;

Execuções sumárias de civis e militares;

Detenções arbitrárias e ilegais de civis;

Intimidação e perseguição a grupos religiosos;

Deslocamentos forçados e transferência de civis;

Destruição, saques e expropriação de propriedades;

Supressão do idioma ucraniano nas escolas;

Transferência de crianças para a Rússia e, em muitos casos, adoção.

Maksym Yakovlyev, chefe do Departamento de Relações Internacionais e diretor da Escola de Análise Política da Universidade Nacional de Kiev-Mohyla.

"Nós, ucranianos, sofremos todos os tipos de torturas e terror da Rússia. Moscou viola, de forma contúnua, os direitos humanos. Insistimos em que os crimes russos devem ser punidos. Considero bom que haja um reconhecimento legal do fato de que os russos cometeram crimes. Mas, também, espero que eles sejam punidos por tais violações." 

Maksym Yakovlyev, chefe do Departamento de Relações Internacionais e diretor da Escola de Análise Política da Universidade Nacional de Kiev-Mohyla

"A decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos envia um claro sinal à comunidade internacional sobre a natureza criminosa das ações da Rússia. Além disso, para as vítimas da agressão russa, como eu, a decisão tem enorme significado psicológico e moral. Isso significa que o nosso sofrimento foi reconhecido e confirmado por uma instituição internacional autorizada."

Yevhen Kizilov, 49 anos, jornalista ucraniano cujo pai foi executado à queima-roupa em Bucha.

 

correiobraziliense.com.br

Corte Europeia condena Rússia por atrocidades na Ucrânia

Tribunal de direitos humanos sediado em Estrasburgo, na França, conclui que as forças de Vladimir Putin cometeram abusos e violações flagrantes e sem precedentes. Papa Leão XIV oferece Vaticano para sediar diálogo entre Kiev e Moscou

 

 

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Corte Europeia condena Rússia por atrocidades na Ucrânia - Rodrigo Craveiro (Correio Braziliense)

Estou imaginando que com esta decisão, de uma Corte de justiça respeitável, o Itamaraty vai finalmente soltar uma nota elogiando a conclusão a que chegou a Corte Europeia de Direitos Humanos em face de tão flagrantes provas de desrespeito ao Direito Internacional. Uma nota firma e condenatória das ações da Rússia, como sempre fez em casos semelhantes e como faz frequentemente em face dos crimes israelenses em Gaza e na Cisjordânia. Nada menos do que isto. PRA


"Corte Europeia condena Rússia por atrocidades na Ucrânia"
Corte Europeia condena Rússia por atrocidades na Ucrânia
Tribunal de direitos humanos sediado em Estrasburgo, na França, conclui que as forças de Vladimir Putin cometeram abusos e violações flagrantes e sem precedentes. Papa Leão XIV oferece Vaticano para sediar diálogo entre Kiev e Moscou
Por Rodrigo Craveiro
Correio Braziliense, 10/07/2025
https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2025/07/7196155-corte-europeia-condena-russia-por-atrocidades-na-ucrania.html

Vadim Yevdokimenko, 23 anos, perdeu o pai em 3 de março de 2022, em uma fábrica de vidros na cidade de Bucha, a noroeste de Kiev, capital da Ucrânia. "Os soldados russos o sequestraram e trancaram-no com cinco pessoas em uma garagem e o fuzilaram. Em seguida, atearam fogo aos restos mortais dele, pois queriam escondê-los", contou ao Correio. Ele soube da morte do pai da pior forma: por meio de um vídeo que acessou na internet mostrando moradores de Bucha torturados e assassinados. "Os bastardos que mataram meu pai merecem o fim doloroso", disse.

No mesmo dia, Yevhen Kizilov, 49 anos, estava no exílio, quando as forças de Moscou invadiram a casa da família, também em Bucha, levaram o pai dele, Valeriy Kizilov, 69, ao jardim e o executaram com um tiro na cabeça. Nesta quarta-feira (9/7), Vadim, Yevhen e milhares de outros ucranianos tiveram um vislumbre de justiça. A Corte Europeia de Direitos Humanos, em Estrasburgo (França), concluiu que, desde 2014, a Rússia comete abusos flagrantes e sem precedentes na Ucrânia.

A Rússia é acusada de execuções de "civis e militares ucranianos fora de combate", "tortura", "deslocamentos injustificados de civis" e até mesmo "destruição, saques e expropriações", disse o presidente do organismo, Mattias Guyomar. A decisão da Corte determina que o governo de Vladimir Putin "deve liberar imediatamente, e devolver de maneira segura, todas as pessoas que, no território ucraniano ocupado pelas forças russas ou sob controle russo, foram privadas de liberdade (...) e que estão presas".

Em seu julgamento, o tribunal cita evidências de uso de violência sexual disseminada e sistemática, acompanhada de atos de tortura, como espancamento, choques elétricos e estrangulamento. "Em nenhum dos conflitos anteriormente submetidos ao tribunal houve uma condenação tão universal do 'flagrante' desrespeito do Estado demandado aos fundamentos da ordem jurídica internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial", afirma a decisão. A instância também concluiu que a Rússia foi a responsável pela derrubada, em julho de 2014, de um avião da companhia aérea Malaysia Airlines, matando 298 pessoas. A aeronave havia decolado de Amsterdão em direção a Kuala Lumpur, quando foi derrubada por um míssil no leste da Ucrânia.

Yevhen considera a condenação, por parte da Corte Europeia de Direitos Humanos, um marco histórico. "Ninguém esquecerá os crimes da Rússia. Eles entrarão para a história da humanidade. Além disso, este veredicto constitui uma confirmação jurídica internacional do sofrimento das vítimas da agressão russa, uma das quais sou eu", observou. O jornalista ucraniano acredita que a decisão firmará a base para o pedido dele por indenização contra a Rússia. "O tribunal estabeleceu um precedente legal que simplificará significativamente a prova de culpa de Moscou no meu caso", acrescentou.

Horas antes de o tribunal proferir a decisão, as forças russas realizaram o maior bombardeio com drones e mísseis em 1.232 dias de guerra. Durante a madrugada, o Exército russo lançou 728 drones e 13 mísseis contra quatro regiões da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev. Ao menos 711 drones foram interceptadas e sete mísseis, destruídos, segundo a Força Aérea ucraniana. Os ataques deixaram oito civis mortos e ocorrem depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que Putin é "inútil" e "fala muita besteira" e anunciar a retomada de ajuda militar para Kiev.

Sanções

Em visita à Itália, onde se reuniu com o papa Leão XIV e com o presidente italiano, Sergio Mattarella, o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tornou a cobrar "sanções rigorosas" contra a Rússia e, especialmente, contra o setor petrolífero de sua economia. "Todos os que querem a paz devem agir", declarou, ao lembrar que o petróleo russo "tem alimentado a máquina de guerra de Moscou por mais de três anos". Kiev tem insistido que somente o fortalecimento das sanções pode acelerar o fim da guerra.

No encontro com Leão XIV, na residência de verão de Castelgandolfo, Zelensky ouviu do pontífice a oferta de colocar o Vaticano como sede para um diálogo com Moscou.

Lista de violações
Os principais crimes apontados pela Corte Europeia de Direitos Humanos

Ataques militares indiscriminados;
Tortura e uso de estupro como arma de guerra;
Execuções sumárias de civis e militares;
Detenções arbitrárias e ilegais de civis;
Intimidação e perseguição a grupos religiosos;
Deslocamentos forçados e transferência de civis;
Destruição, saques e expropriação de propriedades;
Supressão do idioma ucraniano nas escolas;
Transferência de crianças para a Rússia e, em muitos casos, adoção.
Maksym Yakovlyev, chefe do Departamento de Relações Internacionais e diretor da Escola de Análise Política da Universidade Nacional de Kiev-Mohyla.

"Nós, ucranianos, sofremos todos os tipos de torturas e terror da Rússia. Moscou viola, de forma contúnua, os direitos humanos. Insistimos em que os crimes russos devem ser punidos. Considero bom que haja um reconhecimento legal do fato de que os russos cometeram crimes. Mas, também, espero que eles sejam punidos por tais violações."

Maksym Yakovlyev, chefe do Departamento de Relações Internacionais e diretor da Escola de Análise Política da Universidade Nacional de Kiev-Mohyla

"A decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos envia um claro sinal à comunidade internacional sobre a natureza criminosa das ações da Rússia. Além disso, para as vítimas da agressão russa, como eu, a decisão tem enorme significado psicológico e moral. Isso significa que o nosso sofrimento foi reconhecido e confirmado por uma instituição internacional autorizada."
Yevhen Kizilov, 49 anos, jornalista ucraniano cujo pai foi executado à queima-roupa em Bucha

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Invasão russa na Ucrânia completa 9 meses sem expectativa de paz - Rodrigo Craveiro (CB)

 Operação Especial para perpetrar crimes de guerra, contra a humanidade e contra a paz.


Invasão russa na Ucrânia completa 9 meses sem expectativa de paz

Invasão russa completa 273 dias sem expectativa de paz. Parlamento Europeu aprova resolução em que classifica a Rússia como patrocinadora do terror. Forças de Moscou ampliam destruição da infraestrutura civil. Milhões estão sem água e luz

Rodrigo Craveiro
Correio Braziliense, 24/11/2022 

O tempo dedicado a celebrar a chegada de uma nova vida tem sido o mesmo, para os ucranianos, na angustiante espera da morte. A invasão russa à ex-república soviética completa, hoje, nove meses sem  qualquer indício de paz. Ontem, enquanto o Parlamento Europeu aprovava uma resolução declarando-a "Estado promotor do terrorismo", a Rússia intensificava a campanha para destruir a infraestrutura civil da Ucrânia. De acordo com a Força Aérea de Kiev, as forças de Moscou dispararam "cerca de 70 mísseis de cruzeiro" contra o país vizinho, 51 dos quais foram abatidos. Cinco drones suicidas do tipo Lancet também acabaram derrubados no sul. Sem usar a palavra "guerra", o governo de Vladimir Putin assegurou que a ofensiva será coroada com o "sucesso", depois de as bombas causarem danos imensos na capacidade energética da Ucrânia. Nos últimos dias, a Rússia sofreu uma série de reveses — a principal delas foi a retirada militar de Kherson, cidade que havia anexado, no sul do país. 

"Não resta a menor dúvida sobre o futuro e o sucesso da operação especial", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. O governador de Kiev, Oleksi Kuleba, relatou que o abastecimento de água foi suspenso e que "toda a região está sem luz". De um estação de metrô de Kiev, onde se abrigava das bombas, às 20h40 de ontem (15h40 em Brasília), Anton Suslov — especialista da Escola de Análise Política (naUKMA) — falou ao Correio e disse que, depois de significativas derrotas militares, a Rússia intensificou os bombardeios a cidades e vilarejos. "Centenas de civis foram assassinados e milhares sofrem. Temos visto resultados terríveis em áreas liberadas do domínio russo. Quando incapazes de vencer no front, os soldados de Putin alvejam civis", lamentou.

De acordo com Suslov, o governo ucraniano e a sociedade civil fizeram apelos para que a Rússia passasse a ser classificada como patrocinadora do terrorismo. "A decisão do Parlamento Europeu é um resultado lógico dessa campanha. Ainda que tenha significado meramente simbólico, mostra o consenso entre atores-chave da Europa em relação a mais ações contra a Rússia. Como os membros do Parlamento são eleitos diretamente pelos cidadãos dos países-membros, isso também representa um chamado informal à ação por parte de outras instituições da União Europeia", acrescentou. 

Ciberataque
Os parlamentares europeus aprovaram a resolução por 494 votos a favor, 58 contra e 44 abstenções. Horas depois, o portal virtual do Parlamento Europeu foi alvo de um "sofisticado ciberataque". "Um grupo pró-Kremlin assumiu a responsabilidade. Nossos especialistas estão resistindo e protegendo nossos sistemas", tuitou Roberta Metsola, presidente da instituição, sediada em Estrasburgo (França). "Minha resposta: 'Slava Ukraini' (Glória à Ucrânia)", emendou. 

"As atrocidades cometidas pela Federação da Rússia contra a população civil ucraniana, a destruição de infraestruturas civis e outras violações graves dos direitos humanos e do Direito Internacional humanitário constituem atos de terror (...) e crimes de guerra", apontou o documento. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou o desdobramento político e defendeu que "a Rússia deve ser isolada em todos os níveis e responsabilizada para encerrar sua velha política de terrorismo na Ucrânia e em todo o planeta". Zelensky também convocou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU. 

Também em Kiev, Peter Zalmayev — diretor da organização não governamental Eurasia Democracy Initiative (em Kiev) — confirmou à reportagem que Kiev registrava blecautes durante todo o dia de ontem. "Nesse momento, há eletricidade em meu apartamento, mas não temos água. Vejo pela janela que muitos edifícios estão na completa escuridão. Os moradores de Kiev têm estado sem água. Eu enchi a banheira de casa para ter água por pelo menos duas semanas. Graças a Deus, o sistema de aquecimento ainda funciona. Em caso de pane, Zelensky tem um plano de enviar os moradores para centros comunitários espalhados pela capital, onde poderão ficar aquecidos", contou. 

Zalmayev disse não ver um precedente para vitórias militares russas por meio de bombardeios aéreos. "Eles querem a nossa rendição e a derrubada de nosso governo. Querem que saiamos às ruas para pedir a destituição de Zelensky. Na verdade, o ódio em relação aos russos tem aumentado. E essa ira vai durar mais alguns anos para cada bombardeio sofrido pela Ucrânia", acrescentou.  

Bombardeio a maternidade mata recém-nascido
Ele teve um vislumbre de vida, apagada pela guerra. Um bebê nascido na última segunda-feira foi morto, na madrugada de ontem, durante um bombardeio a uma maternidade emVilniansk, na região de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia. A mãe da criança foi resgatada dos escombros com vida, apesar de bastante ferida. "O Estado terrorista continua a guerra contra os civis.O inimigo decidiu mais uma vez tentar alcançar, com terror e assassinato, o que não conseguiu em nove meses e não vai conseguir", afirmou o preisdente da Ucrãnia, Volodymyr Zelensky. A primeira-dama, Olena Zelesnka, denunciou os "crimes insanos da Federação Russa". "É uma dor horrível. Nós nunca esqueceremos e jamais perdoaremos."

Eu acho...
"A decisão do Parlamento Europeu é importante simbolicamente, apesar de não ter caráter vinculante. Trata-se de uma recomendação. A Rússia comprovou o teor da resolução, ao lançar um massivo ataque à nossa infraestrutura civil. Não se deve ter mais dúvidas em relação ao tipo de Estado que a Rússia é."

Peter Zalmayev, diretor da organização não governamental Eurasia Democracy Initiative (em Kiev)

https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2022/11/5053998-invasao-russa-na-ucrania-completa-9-meses-sem-expectativa-de-paz.html