Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
“É de vital importância que as tensões com China se resolvam rápido”, urge o organismo no relatório anual sobre a economia dos Estados Unidos. As medidas tarifárias, insiste, são ineficazes ao conter os déficits eserão prejudiciais tanto para a própria economia norte-americana como a mundial. Neste sentido, Lagarde pede que os EUA não se centrem só em um pacto bilateral e cheguem a um acordo mais amplo que reforce o sistema global de intercâmbios.
Essa reflexão está incluída no relatório anual sobre a economia dos EUA, conhecido no jargão comocapítulo IV, que é publicado em meio àescalada da tensão entre o país e o México, seu principal parceiro comercial, de modo que ainda não contempla a estimativa de impacto.Limita-se a notar que a ratificação do acordo comercial norte-americano (o T-MEC, que já foi enviado aos Parlamentos dos EUA, México e Canadá, mas cuja aprovação final não será nada fácil nos dois primeiros países)ajudaria a aliviar a incerteza predominante no mercado.
Lagarde não escondeu sua "frustração", na quarta-feira, e disse que a extensão dabatalha tarifária entre os Estados Unidos e a China e o Méxicocria "ansiedade" pelo impacto que essa situação de tensão acumulada pode ter sobre a economia global em um momento de "fragilidade". "Há coisas que precisam ser resolvidas", disse ele, referindo-se à complexa reforma daOrganização Mundial do Comércio (OMC), "mas sem prejudicar a economia". "Cuidado com o que é feito com essa máquina de crescimento que é o comércio", disse a diretora-geral do FMI, de olho na reunião de ministros das economia do G20.
O FMI projeta crescimento para os EUA de 2,6% este ano. São três décimos a mais do que oorganismo internacional antecipou em abril, porque o início de 2019 foi mais robusto do que o previsto. Mas vai se moderar a partir de 2,9% registrados em 2018 e deve cair para 2% em 2020, este último é um décimo maior do que os indicados dois meses atrás. A partir daí, ele se estabilizará em 1,6% em anos sucessivos, porque os estímulos fiscais passam ter menor força. A inflação norte-americana, segundo o relatório, deve ficar em 2,1%.
Os riscos, em geral, são equilibrados e descartam um cenário de recessão.Mas a previsão está sujeita, em todo caso,à evolução da frente comercial.Uma nova escalada da disputa tarifária pode causar uma mudança abrupta nas condições financeiras devido à perda de confiança de investidores e empresas.Isso "representa um risco material" porque vai segurar o crescimento, acrescenta o FMI.
Além da incerteza comercial, o grande desafio dos EUA é a deterioração das finanças públicas.O FMI descreve a tendência atual como "insustentável"."A expansão fiscal para apoiar a atividade econômica", acrescenta, "tem um custo".O déficit subirá este ano para 4,2% do PIB e permanecerá acima de 4% no médio prazo.A dívida federal subirá para 80% do PIB até 2020.