Folha de S.Paulo, 18/01/2014
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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sábado, 18 de janeiro de 2014
A conspiracao dos beocios totalitarios - Katia Abreu
Folha de S.Paulo, 18/01/2014
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Tres Vivas ao agronegocio; serve um Morra ao MST? - Revista Veja
As exportações do agronegócio do Brasil alcançaram a cifra recorde de 99,97 bilhões de dólares em 2013, alta de 4,3% em relação a 2012, informou o Ministério da Agricultura nesta segunda-feira, destacando que a China superou a União Europeia como o principal destino das vendas do setor do país. As importações do agronegócio cresceram 4%, atingindo 17,06 bilhões de dólares, e o saldo do comércio exterior do setor foi positivo em 82,91 bilhões de dólares. As vendas externas de soja em grão e derivados (farelo e óleo) somaram 30,96 bilhões de dólares, liderando a pauta do setor com 31% das exportações.
Os embarques de soja em grão alcançaram o valor recorde de 22,81 bilhões de dólares, crescimento de 5,36 bilhões de dólares em relação a 2012, segundo o ministério. A quantidade exportada passou de 32,9 milhões de toneladas para um recorde de 42,8 milhões de toneladas, o que representou 52,5% da safra brasileira 2012/2013.
No embalo do crescimento das exportações de soja, a China, maior importadora global da oleaginosa, ultrapassou pela primeira vez a União Europeia como principal comprador de produtos do agronegócio brasileiro, adquirindo 22,88 bilhões de dólares, alta de 4,91 bilhões de dólares em relação a 2012.
A participação da China nas exportações subiu para 22,9% em 2013, alta de 4,1 pontos percentuais, enquanto a participação da União Europeia caiu de 23,6% em 2012 para 22,1% em 2013.
Outros produtos
As vendas externas de carnes subiram de 15,74 bilhões de dólares em 2012 para 16,80 bilhões de dólares em 2013 (alta de 6,8%). A carne bovina se destacou pelo aumento do valor exportado (mais 15,9%) e atingiu a cifra recorde de 6,66 bilhões de dólares em 2013, segundo o Ministério.
Outro recorde histórico foi obtido nas vendas externas de milho, que somaram 6,25 bilhões de dólares, crescimento de 18,2% em relação ao ano anterior. O complexo sucroalcooleiro exportou 13,72 bilhões de dólares em 2013, queda de 8,8%, obtendo a terceira posição dentre os principais setores exportadores do agronegócio.
Apesar da expansão de 11,6% nos embarques de açúcar, que passaram de 24,34 milhões de toneladas para 27,15 milhões de toneladas, a queda de 17,4% nos preços médios afetou o setor. As vendas externas de álcool diminuíram 14,5% em valor, atingindo 1,87 bilhão de dólares, com queda no preço e na quantidade.
(Com Reuters)
sábado, 30 de março de 2013
Agronegocio: o eixo dinâmico da economia brasileira
Paulo Roberto de Almeida
O eixo dinâmico da economia nacional
O Estado de S.Paulo, 30 de março de 2013
Luiz Carlos Corrêa Carvalho *
Alguns dias atrás, neste jornal, o ex-governador de São Paulo José Serra mostrou a sua preocupação com o processo de desindustrialização do País e questionou: "Nada contra a brilhante expansão da produção e da exportação de bens agrominerais. Mas alguém acredita, e demonstra, que, além do papel estratégico na geração de divisas, esse setor poderia tornar-se o eixo dinâmico de um país continental, de 200 milhões de habitantes?". É preciso avaliar isso com cuidado. Em época antecipada de disputa eleitoral, seus comentários foram, provavelmente, uma crítica à falta de políticas públicas nos níveis macroeconômico e industrial. Tais observações, no entanto, fixam em nossa mente a imagem do Brasil como mero exportador de commodities, como algo negativo.
Essa visão clássica, em texto de Evaristo Eduardo de Miranda, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em seu livro recém-lançado Agricultura no Brasil do Século XXI, é desconstruída, pois é atrasada, preconceituosa e revela desconhecimento sobre a importância do agronegócio para a economia nacional. "Para compreender a agricultura brasileira, não basta apresentar números recordes de produção, sempre crescentes. Propalar ideias como 'maior exportador do mundo', disso e aquilo, acaba por esconder a evolução das condições da produção, os impactos e a sustentabilidade. Mais do que quanto, é essencial entender como se produz no Brasil". Para a imensa população brasileira, que luta e vive os riscos no campo, fica a ideia de um setor menos importante.
Há, porém, um discurso comum: o Brasil é competitivo no agronegócio! É importante, no entanto, salientar a enorme evolução havida na tecnologia agroindustrial, graças à inovação, e o empreendedorismo de pequenos, médios e grandes agricultores e indústrias correlatas, nacionais e internacionais. A liderança do agronegócio tropical é brasileira e continuará sendo se depender da lógica das limitações físicas dos países e da competência das organizações de pesquisa atuantes no Brasil. A tecnologia e o nível de manejo contidos em um grão ou em um grama de produto acabado superam, e muito, produtos outros que fazem brilhar os olhos do consumidor desavisado.
A discussão global no século 21 gira em torno das inseguranças alimentar e energética. Ambas definem a paz ou a guerra. Até 2050, mais 2 bilhões de pessoas irão ao consumo, cobrando alimentos e energias produzidas de forma sustentável. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), juntamente com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organização dos países desenvolvidos, convocou o Brasil a responder por 40% da oferta adicional de alimentos. Além do potencial do Brasil em produzir, salta aos olhos do mundo o fato que o País expande constantemente a sua oferta, mesmo retraindo, anualmente, nos últimos dois anos, 2 milhões de hectares. Isso é competitividade!
Há 20 anos, Ney Bittencourt de Araújo criou, com companheiros progressistas, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), entidade do agronegócio que segue o conceito das cadeias produtivas, lançado em Harvard. Os elos da cadeia vão de bens de capital e insumos, passando pela produção agrícola e industrial, indo à distribuição, ao atacado e ao varejo, incluindo as exportações. Isso explica o peso e a importância da agroindústria, do agronegócio, hoje um quarto do produto interno bruto (PIB) brasileiro e responsável por cerca de 1,5 milhão de empregos formais no País.
Ignacy Sachs, cientista internacional e que conhece profundamente o Brasil, comentou na revista Estudos Avançados, da Universidade de São Paulo (USP), que "o País possui a maior biodiversidade do mundo, uma reserva confortável de solos agrícolas (mesmo que não se toque em uma só árvore da floresta amazônica), climas amenos, vantagens naturais do trópico na produção de biomassa, etc. Ao juntar todas essas coisas pode-se partir para a construção de uma nova civilização do trópico, baseada no trinômio biodiversidade, biomassas e biotecnologias".
O sucesso do agronegócio norte-americano ou europeu nos séculos passados já é o do Brasil neste e assim será nos séculos vindouros. E este é o grande diferencial que este século reserva ao Brasil: ser a flor da geopolítica de alimentos e de energia, pelo potencial de oferta; pelos extraordinários e positivos impactos na cadeia produtiva, estímulo às indústrias e agriculturas; pelos resultados da balança comercial; pela descentralização das ofertas e dos investimentos no interior do País; pelo processo contínuo de inovações tecnológicas, que gera competitividade de forma crescente e sustentável.
Nossos governantes separam os negócios em caixas. Privilegiam algumas caixas e há dezenas de anos não investem em logística e infraestrutura. Nosso PIB também vive o pesadelo do limite da tampa da sua caixa, fazendo sofrer a população brasileira, seus investidores e trabalhadores. Tudo isso são barreiras ao agronegócio.
As oportunidades para o Brasil no campo da agroindústria de alimentos são motivo de convocação das entidades globais. No da energia renovável somos liderança apreciada. Afinal, na lei norte-americana de energia, o etanol brasileiro da cana-de-açúcar é considerado avançado e apto para importação. Trata-se de um dos mais importantes convites que o Brasil já recebeu.
A nova fase do mundo, no século 21, mostrará as conquistas da ciência, em particular da biologia e da biotecnologia. Dessa forma, é cada vez mais difícil, mesmo para aqueles com a visão das cercanias das cidades, esconder o sucesso e o futuro do agronegócio brasileiro como um eixo dinâmico, competitivo e gerador de empregos e renda para um país de dimensões continentais.
* Luiz Carlos Corrêa Carvalho é presidente da Associação Brasileira do Agronegócio.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
O vigor do agronegocio e a fraqueza da infraestrutura - Celso Ming
O Estado de S.Paulo, 11 de fevereiro de 2013
Celso Ming
Enquanto a indústria brasileira amargou, em 2012, queda de 2,7% em sua produção e, há anos, sofre forte esvaziamento (desindustrialização), o agronegócio, com algumas avarias em alguns dos seus subsetores, exibe pujança.
A nova projeção para o ano, divulgada quinta-feira pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta para a produção de 183 milhões de toneladas de grãos, 13,1% maior do que a anterior. Os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), levantados com metodologia diferente, são igualmente otimistas: colheita de 185 milhões de toneladas de grãos, neste período 2012/2013 – 11,3% a mais do que na safra 2011/2012.
Condições climáticas e preço bom são os dois principais fatores que mais colaboram para esse sucesso praticamente assegurado. Mas também tem a ver com ele a maior disponibilidade de crédito a juros mais baixos. A carteira total destinada a essa área até junho é de R$ 133 bilhões, 26% acima das disponibilidades na safra anterior.
O problema é a infraestrutura. Faltam condições de armazenamento e de transporte. O analista Paulo Molinari, da consultoria Safras & Mercado, vê grande descompasso entre os ritmos de produção e o de investimento nas últimas décadas: “Produzimos como uma China e investimos como um Paraguai”. Para ele, a disparada dos custos para o produtor come boa parte do retorno proporcionado pelo aumento de produção e pelos bons preços.
Para acolher toda a safra estimada, faltam R$ 10 bilhões em investimentos em aumento de capacidade de armazenamento. O ideal é que o setor possa estocar até 120% da produção. No entanto, neste ano, conta com só 75%. Perto de 45 milhões de toneladas de grãos não têm onde ser guardadas. Ou ficará dias e mais dias sob a lona dos caminhões, o que implica custos adicionais, ou ficará em abrigos improvisados, sujeitos a perdas de todo tipo.
A falta de armazéns nas zonas de produção criou novos gargalos, desta vez nos portos. Molinari calcula que, hoje, mais de 60 navios graneleiros estão parados apenas no Porto de Paranaguá (PR), dada a falta dos chamados “pulmões” para estocagem. Cada navio parado custa mais de US$ 40 mil por dia, ou seja, somente aí as perdas diárias sobem a US$ 2,5 milhões.
Daniel Latorraca, gestor do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária está otimista: “A redução dos juros básicos para 7,25% ao ano e o maior acesso ao crédito devem levar o produtor a construir mais armazéns”. E André Debastiani, sócio da Agroconsult, concorda: “O faturamento dos últimos anos, enfim, pode garantir esse salto de qualidade”.
Mas há um pedaço enorme do problema que não pode ser resolvido pelo agricultor. Faltam estradas em boas condições e ferrovias para escoar a safra. Os custos com transporte não param de subir. A saca de milho de 60 quilos, por exemplo, só tem comprador por R$ 14 no Mato Grosso. Mas apenas o frete por caminhão ao Porto de Santos sai por R$ 17. Ou seja, cabe ao governo prover melhores condições de transporte.
O segmento mais próspero da economia brasileira não pesa mais do que 5% no PIB. Por isso, seus recordes terão pouco impacto na renda total. / COLABOROU GUSTAVO SANTOS FERREIRA
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Boa safra, grandes problemas
Se as projeções se confirmarem, as condições de abastecimento interno continuarão favoráveis, com benefícios para o consumidor, e o País manterá uma posição destacada no mercado internacional de produtos agrícolas. Mas produtores, processadores e exportadores terão de enfrentar, como sempre, condições logísticas muito ruins. Pelas contas do governo, os armazéns públicos e privados têm capacidade para receber até 145 milhões de toneladas de grãos. Mas o problema é certamente maior que o indicado por esse número, porque faltam armazéns adequados para as duas maiores culturas - soja, com produção prevista de 83,4 milhões de toneladas, e milho, com colheita estimada em 35,1 milhões na primeira safra e 40,9 milhões na segunda. A insuficiência e a distribuição inadequada de armazéns já encarecem o produto, porque forçam o transporte em longas distâncias, entre a zona produtora e as instalações de estocagem.
O segundo grande problema é o das vias de transporte interno. Rodovias são muito mais importantes para o agronegócio no Brasil do que nos Estados Unidos e em vários outros países produtores, onde o uso de ferrovias e hidrovias é mais comum. Só isso bastaria para deixar os brasileiros em séria desvantagem. Mas, além disso, há os problemas de conservação e de qualidade das estradas no Brasil.
A esses problemas é preciso acrescentar a dificuldade de acesso aos portos. Pesquisa recente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) chamou a atenção para o problema. Segundo 73,1% dos agentes de transporte marítimo entrevistados, o acesso terrestre deficiente é um obstáculo grave ou muito grave ao exercício de sua atividade. Os acessos rodoviários foram descritos como inadequados por 61,3%, por causa de fatores como a travessia de área urbana, congestionamento de veículos de carga e falta de segurança, entre outros. Os acessos ferroviários foram classificados como ruins por 29,3% dos profissionais ouvidos na pesquisa, por deficiência de infraestrutura para embarque e desembarque de carga, mau estado de conservação das áreas de entrada e ainda travessia de área urbana. Além disso, faltam silos nas zonas portuárias. Os próprios portos, como têm indicado outros levantamentos, ainda apresentam deficiências importantes em seu funcionamento.
Os problemas de capacidade e de operação dos portos são conhecidos e discutidos há muito tempo. O governo pelo menos se dispõe a adotar novas políticas de estímulo a investimentos em terminais. Os critérios oficiais têm sido criticados por diferentes grupos de interesses. Isso inclui tanto empresários quanto sindicalistas.
O governo ainda terá de enfrentar dificuldades políticas para conseguir os novos investimentos e precisa agir com urgência. Deficiências logísticas são problemas bem conhecidos e agravam-se ano a ano, encarecendo as mercadorias e tornando o País menos competitivo. Não adianta muito ganhar produtividade no interior da fazenda ou dentro dos muros da fábrica, se faltam condições para movimentar a produção.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Regionalizacao do crescimento brasileiro - Xico Graziano
Xico Graziano (www.xicograziano.com.br)
de S. Paulo, terça-feira, 05 de fevereiro de 2013
O Brasil está interiorizando seu desenvolvimento. Basta averiguar um traço espacial da economia brasileira em 2012: o PIB da Região Centro-Oeste apresentou crescimento de 3,3%. Apesar de modesto, esse valor foi sete vezes maior do que o verificado na Região Sudeste, que subiu apenas 0,5%. Rumo ao interior.
É muito interessante perceber tal fenômeno, apontado pela consultoria Tendências. Onde impera o setor industrial - em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, parte também no Espírito Santo - anda capengando o País. Já onde domina a agropecuária - nos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e até no Distrito Federal - instala-se um círculo virtuoso de prosperidade. Embora sofrendo as deficiências da infraestrutura logística e, de certa forma, amargando o descaso do governo, os agronegócios têm animado a economia brasileira.
Esse dinamismo observado nas regiões mais longínquas, distantes da orla atlântica, pode configurar, com o passar do tempo, uma nova fase do desenvolvimento nacional. Com a expansão da fronteira agrícola instalam-se as agroindústrias e distribuidoras de insumos, trilham-se estradas e ferrovias para transportar a safra, cresce a população atrás do emprego. Novas oportunidades de negócios surgem, chega o comércio, geram-se renda e riqueza onde somente havia poeira, ou mata virgem. Cidades florescem.
Já ocorreram antes, em outras condições históricas, tais deslocamentos espaciais da economia. Nas origens, a produção do açúcar nordestino progressivamente ocupou parte da Zona da Mata, uma faixa de terra litorânea, estreita, desde o Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Solos férteis e firmes, conhecidos como "massapê", cobertos com Mata Atlântica, suportaram os dois primeiros séculos da Colônia.
Grande movimento se deu também por causa da descoberta do ouro nas Minas Gerais. Começou assim a ocupação de vasta área, então quase desabitada, que viria a acolher um quinto da população brasileira. Fruto dessa alteração espacial no dinamismo da economia e da sociedade, a capital do País se deslocaria, em 1763, de Salvador para o Rio de Janeiro. Rodava o mundo da fortuna.
Com a descoberta da riqueza do café, a bebida que revolucionou a economia brasileira, a próspera viagem da economia adentrou o Vale do Paraíba, atingiu São Paulo e mirou as terras roxas de Campinas, para depois alcançar Ribeirão Preto. Os cafezais tomaram um descanso com a crise de 1930, mas depois ganharam fôlego e voltaram, soberbos, para desbravar o norte do Paraná. Linda saga do "ouro verde".
Andanças secundárias deixaram sua marca na ocupação histórica do vasto território. Pode-se relatar a colonização do Vale Amazônico na busca da coleta florestal, do cacau, da pesca e, um século depois, da borracha natural; o estabelecimento da atividade pecuária nos friorentos pampas gaúchos; ou, ainda, a ousadia portuguesa dos arrozais no Maranhão colonial. Momentos de expansão do sonho da prosperidade.
É curioso perceber que a extensa área do Centro-Oeste permaneceu relativamente afastada desses ciclos da economia nacional. Sua localização, muito distante da costa, criava dificuldades de acesso. Goiás, que experimentou certo dinamismo com a mineração, somente viria a ser, em termos, redescoberto com a fundação de Goiânia (1933), a nova capital do Estado que substituiria a histórica Vila Boa (atual Cidade de Goiás). Em 1988 dele se desmembraria o Estado do Tocantins.
Mato Grosso contou com a ajuda da navegação fluvial para ser inicialmente desbravado. Subindo ao longo do Rio Paraguai, ou descendo pelo Rio Tietê, os colonizadores e bandeirantes atingiram o povoado de Albuquerque. A capital da extensa província se deslocaria para Cuiabá (1835), mas nenhuma força econômica verdadeiramente a impulsionava. A valorização da pecuária motivou a separação, em 1977, do jovem Estado de Mato Grosso do Sul.
Fora as longas distâncias, outra característica básica domina a Região Centro-Oeste: nela se situa grande parte do Cerrado brasileiro, bioma assentado em 23,9% do território nacional. Com vegetação típica, árvores pequenas, cascorentas e retorcidas, decorrentes da estação extremamente seca que impera entre maio e setembro, os solos do Cerrado apresentam baixa fertilidade e acidez elevada. Até os anos 1950 nenhum agrônomo imaginava que poderiam tornar-se produtivos.
Aconteceu, porém, uma espécie de milagre da tecnologia agrícola. Utilizando calcário e fertilizantes, aquelas chapadas do Cerrado, consideradas imprestáveis, foram se transformando em exemplos mundiais de agricultura, ostentando produtividades maiores do que as antigas regiões da terra roxa. Mais ainda: o temor da erosão, maldito na agricultura tradicional, acabou vencido pelo plantio direto, sistema que não exige aração nem gradeação do terreno todo para se efetuar a semeadura. Uma revolução tecnológica.
Resultado: em menos de 30 anos uma verdadeira corrida para o oeste desbravou o Cerrado. Protagonizado por lavradores gaúchos, paranaenses e paulistas, esse "eldorado" tupiniquim abriu as portas do progresso na região - e sem devastação, pois a área cultivável do Cerrado ocupa apenas metade do total. Hoje o Centro-Oeste já responde por 41% da safra nacional de grãos, liderado por Mato Grosso, que sozinho produz 25%. Fora o rebanho bovino, de elevada qualidade genética. Incrível.
Daqui a, talvez, duas décadas, estará consolidada uma nova geografia econômica no Brasil. A facilidade na comunicação, se for complementada por fortes investimentos na logística, terá vencido, definitivamente, a distância que manteve amordaçado o potencial produtivo do Centro-Oeste. Longe do litoral, perto do futuro.
* Xico Graziano é agrônomo e foi secretário de Agricultura e secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. E-mail: xicograziano@terra.com.br.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Brasil: campeao do agronegocio - publicacao do MAPA
Livro sobre o comércio externo do agronegócio brasileiro | |||
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domingo, 12 de agosto de 2012
Agronegocio: o sucesso do qual o MST tem odio - Editorial OESP
Paulo Roberto de Almeida
O Brasil e a seca nos EUA
terça-feira, 24 de julho de 2012
Brasil: celeiro do mundo (nao gracas ao MST, certamente)
Novo celeiro do mundo
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Agronegocio brasileiro cresce; MST definha...
sexta-feira, 1 de junho de 2012
O Brasil vai alimentar o mundo? - artigo de Marcos S. Jank
Depende de muita coisa: de melhorarmos nossa produtividade, de deixarmos de ser um país caro, de parar de tributar excessivamente as atividades produtivas e de muitas outras coisas mais, que dependem apenas de nós mesmos, e do governo, claro.
Nos últimos nove ou dez anos, o governo fez de tudo para proteger os bárbaros (no sentido propriamente gótico, ou visigodo, da palavra) do MST e outros movimentos neobolcheviques, que fingem que querem a reforma agrária, mas na verdade só querem aterrorizar o agronegócio e se opor à agricultura comercial de exportação; inacreditável que esses bárbaros (no sentido huno, desta vez) invadiram fazendas produtivas, negócios privados, instituições públicas e NUNCA foram reprimidos. Pode-se pensar que, dentro do governo, existem outros bárbaros (no sentido de mongois, desta vez, stricto et lato sensii) que só pensam em defendê-los.
O Brasil também deve ser o único país do mundo que tem DOIS ministérios da agricultura, com políticas perfeitamente contraditórias, opostas e até inimigas entre si; um se encarrega da agricultura normal, de mercado, o outro só subsidia agricultores inviáveis e patrocina loucuras agrícolas com o nosso dinheiro.
Tem muitas outras coisas erradas no setor primário, e como ele vem fazendo, ainda assim, sucesso, nos últimos tempos, produzindo renda e riqueza, liberando saldos de exportação, enfim, financiando os déficits de outros setores, pode ser que o governo, mais uma vez, queira transformar o setor, como no passado, em uma vaca a ordenhar, literalmente, ou seja, tirar o dinheiro que o setor produz para distribuí-lo entre seus beneficiários improdutivos.
Enfim, sou moderadamente pessimista quanto às chances do Brasil se tornar uma grande economia de mercado. Não com essa obsoleta concepção de mercado, como diria o Polanyi (mas com outro sentido).
Paulo Roberto de Almeida
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Agronegocio brasileiro: uma irresistivel ascensao...
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Difamacao contra o agro-negócio: retratos da estupidez acadêmica
1) Primeiro a chamada no blog do Orlando Tambosi:
A demonização do agronegócio
O professor Luis Lopes Diniz Filho, da Universidade Federal do Paraná, desmonta as falsas informações divulgadas contra o agronegócio, um dos setores mais demonizados do país.
O agronegócio é o setor de atividade que vem sofrendo os piores e mais injustificados ataques por parte de amplos setores da imprensa e do sistema de ensino, sem falar nos ditos “movimentos sociais”. Já participei de duas mesas redondas sobre agricultura, em eventos dirigidos a pesquisadores e professores, e procurei refutar as visões distorcidas que vêm sendo divulgadas sobre o assunto. Os dados estatísticos e a bibliografia que utilizei para elaborar tais refutações podem ser consultados no artigo Agricultura e Mercado no Brasil. Neste texto, vou destacar apenas algumas teses da geografia escolar brasileira sobre agricultura e as evidências que demonstram os equívocos que vêm sendo transmitidos a crianças e adolescentes nas últimas três décadas.(Continua).
2) Agora a íntegra do curto artigo, referido acima, do professor Luis Lopes Diniz Filho:
Difamação contra o agronegócio vai continuar
Luis Lopes Diniz Filho
Blog Escola sem Partido, 17.08.2010
O agronegócio é o setor de atividade que vem sofrendo os piores e mais injustificados ataques por parte de amplos setores da imprensa e do sistema de ensino, sem falar nos ditos “movimentos sociais”. Já participei de duas mesas redondas sobre agricultura, em eventos dirigidos a pesquisadores e professores, e procurei refutar as visões distorcidas que vêm sendo divulgadas sobre o assunto. Os dados estatísticos e a bibliografia que utilizei para elaborar tais refutações podem ser consultados no artigo Agricultura e Mercado no Brasil. Neste texto, vou destacar apenas algumas teses da geografia escolar brasileira sobre agricultura e as evidências que demonstram os equívocos que vêm sendo transmitidos a crianças e adolescentes nas últimas três décadas.
A primeira distorção é a tese de que a produtividade agrícola só aumenta nos setores de exportação, conforme dizem o MST e muitos livros didáticos, como os de José William Vesentini. Ora, os dados do IBGE mostram que, sobretudo dos anos 80 em diante, culturas como as de tomate, cebola, batata, arroz e feijão alcançaram ganhos expressivos de rendimento físico, geralmente maiores do que aqueles verificados nas culturas de soja, laranja e cana.
Outra distorção é essa ideia de que a agropecuária brasileira se divide ainda num segmento de exportação e noutro de mercado interno. Essa tese é falsa simplesmente porque a maior parte da produção de soja, óleos vegetais em bruto e carne bovina do Brasil é consumida no mercado interno mesmo. Além disso, a expansão da indústria de alimentos vem alterando o padrão de consumo alimentar da população brasileira, de sorte que a alimentação dos mais pobres já não é mais tão dependente do arroz, feijão e mandioca como era há algumas décadas atrás.
Daí ser completamente absurda a visão de que o Brasil estaria vivendo o paradoxo da fome em meio à abundância de produtos agrícolas. A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 - POF, do IBGE, comprova que a exposição das pessoas à desnutrição declinou de forma rápida nas últimas décadas, até quase desaparecer. No período dessa pesquisa, a desnutrição atingia apenas um pequeno percentual da população feminina das áreas rurais do Nordeste e das mulheres do estrato mais pobre da população brasileira, formado pelas famílias com rendimento mensal per capita de até um quarto de salário mínimo. De outro lado, essa mesma fonte mostra que 24% dos homens e mais de 40% das mulheres desse estrato estavam então com excesso de peso ou obesidade!
Mas é claro que, diante disso, algum leitor poderia perguntar se tais informações não são contestadas pelos indicadores de segurança alimentar, segundo os quais há no Brasil cerca de 14 milhões de pessoas que passam fome. A verdade, porém, é que os dados de segurança alimentar não desmentem os resultados da POF. Ao contrário, são as informações desta última que revelam a fragilidade e incoerência da pesquisa sobre segurança alimentar, conforme explico em detalhes no artigo já mencionado.
Mas o interessante é que, embora a reação da maioria dos ouvintes às minhas palestras tenha sido negativa, a ninguém ocorreu contestar os resultados da POF com a citação de dados sobre segurança alimentar. Ao invés disso, os pesquisadores e professores que me contestaram fizeram uso de argumentos puramente retóricos ou saídos do senso comum, como esses abaixo:
“A questão agrária é mais complexa”. Ela “envolve uma multiplicidade de fatores”. Ora, mencionar outros fatores, por si só, não invalida em nada o diagnóstico de que a desnutrição está no fim. O que se tem aí é apenas uma retórica que procura descartar uma avaliação baseada em dados sem discutir sua consistência lógica e empírica.
“Não é isso o que a gente vê na rua”. “Você já visitou a periferia de Curitiba ou o Nordeste? Já viu a soja partindo do Porto de Paranaguá?”. Esse argumento supõe que o IBGE deveria ser fechado, pois mobiliza milhares de pesquisadores e gasta milhões de Reais para fazer pesquisas cujos resultados podem ser derrubados por uma única pessoa em visita a certos lugares. Esse tipo de argumento demonstra que alguns professores não entendem que a função das estatísticas é permitir fazer generalizações com base em um número relevante de observações.
O simplismo dos argumentos demonstra que o agronegócio continuará sendo difamado diariamente por professores e autores de livros didáticos que falam sobre agricultura e fome sem nunca terem consultado a POF e as informações do IBGE sobre produtividade agrícola. A visão torta dos professores deriva da má qualidade dos livros didáticos e também da falta de leituras outras que não a desse tipo de livro. Mas a causa principal está mesmo é no alinhamento incondicional dos professores e pesquisadores aos movimentos de “luta pela terra”. É por se apegarem aos dogmas ideológicos de organizações como o MST que os professores persistem no engano mesmo quando confrontados com indicadores que nunca tinham se dado ao trabalho de consultar. Como diz o ditado: “o pior cego é aquele que não quer ver”.
3) Finalmente o principal, mas parcialmente:
Transcrevo apenas os parágrafos iniciais e finais de um trabalho de 30 páginas, que pode ser lido aqui.
Agricultura e mercado no Brasil: revendo as visões da geografia sobre os condicionantes da produção agrícola no capitalismo
Versão de 10 março de 2010.
Luis Lopes Diniz Filho
Departamento de Geografia da UFPR
“Nossos homens de ciências e de letras [...] têm de criticar, mostrar problemas, participar da vida nacional. Mas o que deve falar é sua consciência, e não a vontade de ganhar palmas. Esperamos deles a coragem dos comunistas que denunciaram o stalinismo ou dos direitistas que denunciaram o macarthismo. O primeiro dever é o da impopularidade”. CLAUDIO DE MOURA CASTRO. O dever da impopularidade. Veja, 07 nov. 2001.
Introdução
Este artigo se divide em três partes. A primeira expõe o conteúdo que serviu de base para minha fala no XIX Encontro Nacional de Geografia Agrária – Enga, e resulta de pesquisas que venho realizando sobre os pressupostos da geografia crítica e as consequências de sua hegemonia entre os geógrafos brasileiros. A segunda parte discute as polêmicas que se seguiram à apresentação, as quais demonstram que a geocrítica continua realmente a pautar a visão que a maioria dos geógrafos tem da agricultura. Daí a urgente necessidade de chamar atenção para os equívocos e anacronismos contidos nessa visão que se formou há cerca de trinta anos. A última seção retoma as conclusões das anteriores para tecer alguns questionamentos sobre as relações entre ciência e ideologia nos estudos sobre o tema da reforma agrária ou rural.
Os equívocos da dicotomia agronegócio versus campesinato
Os geógrafos críticos, por sua opção incondicional pela utopia e recusa a ver qualquer positividade no capitalismo, são incapazes de apresentar propostas de políticas públicas que sejam a um só tempo radicais e consistentes, sendo que o IX Colóquio Internacional de Geocrítica é a melhor demonstração disso. Embora Horacio Capel (2007) tenha afirmado, no discurso de abertura do evento, que não seriam aceitas comunicações que não contivessem explicitamente uma proposta para resolver o problema que estivesse sendo analisado, verifica-se que há trabalhos nos quais a proposta é radical mas imprecisa e outros que propõem soluções com algum detalhamento, mas que não conseguem ser alternativas ao capitalismo.
O artigo Soberania alimentar como alternativa ao agronegócio no Brasil, de Christiane S. S. Campos e Rosana S. Campos (2007), prima pela primeira característica, pois, das quatorze páginas que o constituem, são dedicadas cerca de duas páginas e meia para explicar a alternativa anunciada no título, enquanto todo o resto da exposição é dedicado a lançar acusações contra a agricultura patronal . Além de realçar a crise das teorias críticas e radicais no domínio prático, esse artigo é bastante útil para demonstrar os equívocos em que a geografia agrária brasileira vem incorrendo por haver incorporado tais pressupostos, já que os ataques feitos pelas autoras ao agronegócio estão sendo reproduzidos há décadas em livros didáticos e trabalhos científicos de geografia. Vejamos esta afirmação inicial:
“Sob a forma de agronegócio as atividades agropecuárias vêm sendo cada vez mais controladas por conglomerados econômicos que atuam em escala mundial determinando o que, quanto, como e onde devem ser produzidos e comercializados os produtos de origem vegetal e animal” (Campos; Campos, 2007).
Independentemente de essa afirmativa estar correta ou não, cumpre lembrar que o processo de concentração e centralização de capital em determinado setor só pode ser visto como algo negativo de per si caso se considere que os interesses das grandes empresas são antagônicos aos da maioria da população. No entanto, se for levado em conta que a natureza simultaneamente competitiva e cooperativa da economia de mercado impõe a satisfação das necessidades dos consumidores como condição necessária para a obtenção de lucros, tal raciocínio perde o sentido. É no intuito de vender produtos alimentícios com uma relação custo/benefício que os consumidores avaliem como superior à oferecida pelos concorrentes que os conglomerados do setor agroalimentar tomam decisões sobre o tipo e características dos alimentos a serem produzidos, bem como sobre a localização da produção.
(...)
Considerações finais
Conforme esclareci durante os debates realizados no XIX Enga, não ignoro a multidimensionalidade do rural e também não tenho nenhuma objeção a que se defenda a necessidade de políticas de reforma agrária com base em argumentos de ordem ambiental, social e cultural. Mas é preciso deixar claro que, dentre os argumentos que costumam ser usados para defender esse tipo de política, há alguns que já perderam sua validade há décadas. Um deles é justamente a tese de que o Brasil precisa de uma “reforma agrária ampla e massiva” para resolver o problema da fome. Não! Esse é um problema residual e controlável com programas emergenciais de distribuição de alimentos em certas localidades (como algumas aldeias indígenas) ou políticas focalizadas de renda mínima – algo muito diferente do conteúdo populista e assistencialista que o atual governo deu aos programas de transferência de renda instituídos pelo governo anterior. À medida que a renda per capita e a produtividade agropecuária crescerem, como ocorreu nas últimas décadas, mesmo o pequeno percentual de pessoas que podem estar emagrecidas por alimentação insuficiente irão melhorar seu padrão de consumo alimentar, independentemente de receberem bolsas do governo ou não. Essa é a realidade que explica porque o Partido dos Trabalhadores abandonou o objetivo de fazer uma reforma agrária maciça e limitou-se a dar continuidade à política fundiária do governo anterior, à qual havia se oposto tão fortemente .
Portanto, se há bons argumentos ambientais, sociais e culturais para defender a reforma agrária, então os pesquisadores e professores devem usar esses argumentos para defendê-la, ao invés de recorrerem a qualquer ideia que possa servir a essa causa, sem preocupações com lógica e com verificação empírica. Afinal, já existem os políticos e os militantes de partidos, ONGs e “movimentos sociais” para defenderem causas (e interesses) com o uso da retórica política. Os acadêmicos só prestam uma contribuição original aos debates públicos quando se recusam a fazer retórica para defender causas e se concentram no esforço de produzir conhecimentos tão objetivos quanto possível. Um dos grandes males trazidos pela geocrítica está exatamente na dissolução das fronteiras entre discurso científico e retórica política, a qual é fruto de uma interpretação equivocada das pertinentes críticas que já foram feitas à noção de objetividade científica (em particular, nas ciências humanas e sociais) e ao princípio positivista da neutralidade do método. O uso de métodos tidos como adequados não dá garantias absolutas de que os enunciados científicos são de fato objetivos e neutros em relação a valores e interesses, mas a objetividade e a neutralidade têm de continuar existindo como compromissos que o cientista assume quando elabora e aplica seus métodos de pesquisa.
É por se preocuparem mais em servir à causa da reforma agrária do que em manter um compromisso com a busca de objetividade que muitos trabalhos de pesquisa e livros didáticos se equivocam ao aplicar um diagnóstico que fazia certo sentido nos anos 1970 para explicar a agricultura das décadas seguintes. E se os pesquisadores e professores continuarem a pensar o tema da reforma agrária com base na dicotomia agronegócio versus campesinato, correrão o risco de cometer equívocos tão grandes ao refletir sobre os benefícios ambientais, sociais e culturais dessa reforma quanto aqueles em que incorreram ao supor que o agronegócio não tem interesse em atender às necessidades dos consumidores por se preocupar apenas com lucros.
Fim do texto do professor Luis Lopes Diniz Filho (seguido de apêndices estatísticos e bibliografia)
Leia a íntegra neste link.