Mini-reflexão (pessimista) sobre a pandemia de burrice que se abateu sobre partes do mundo
Paulo Roberto de Almeida
Cúpula do Mercosul aos 30 anos não dará em nada, pois as diferenças entre os membros são muito grandes; e não se trata de apenas baixar a TEC e sim de discutir reformas internas em cada um dos membros visando convergências.
Será possível? Absolutamente não! Continuaremos estagnados.
Mas não é só o nosso mundinho que está no pântano; o mundão lá fora também.
Quando vejo acadêmicos respeitáveis repetindo bobagens como “a globalização falhou em entregar suas promessas” ou que “o neoliberalismo falhou completamente” — como se os países tivesse sido efetivamente “neoliberais” —, constato que existem problemas de percepção dos problemas, justamente, e não ajuda que a maior parte dos líderes políticos sejam medíocres.
Quando se é só mediocre, talvez esse seja o menor dos problemas.
A questão fica mais grave quando um número significativo de eleitores retrocede ao supremacismo branco — como na América trumpista —, quando se tornam saudosistas do nazismo — como numa certa Alemanha, na Austria —, quando se retraem no fundamentalismo religioso — como certos países da Europa central e oriental—, ou quando aderem a tendências reacionárias e autoritárias, como no próprio Brasil bolsonarista.
A única constatação que posso fazer é que estamos enfrentando uma profunda carência de inteligência em diversas partes do mundo, e isso não tem a ver apenas com ideologias políticas: atinge governos, regimes e sociedades de esquerda, de direita e de centro, países avançados e nações em desenvolvimento, gente rica e gente pobre. Existe uma pandemia de burrice afetando grande parte do mundo.
Brasília, 8/07/2021