Como diplomata, confesso que tenho vergonha da política externa do atual governo
Passei 44 anos trabalhando para o serviço exterior do Estado brasileiro, cumprindo instruções (mesmo se tivesse qualquer discordância parcial com algumas delas), acreditando servir ao melhor o interesse nacional.
Não era apenas, nunca fui, um burocrata obediente: contestei posturas e registrei em artigos e livros minha própria concepção de uma diplomacia adequada a nossos principios e valores e de uma política externa compatível com o Direito Internacional, não aquele abstrato, mas um apoiado na ética e na moral.
Pois devo dizer claramente agora, que como cidadão do mundo, antes mesmo que como um brasileiro comum, e ante a maior guerra de agressão levada a cabo por um Estado terrorista, comandado por um criminoso de guerra, contra um país soberano, tenho profunda vergonha do apoio objetivo que o atual governo concede ao Estado agressor. Repito: PROFUNDA VERGONHA, para que fique bem claro!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 16/12/2025