Não ao inaceitável “Não Alinhamento Ativo”, que só significa um Desalinhamento Passivo e Inativo.
Paulo Roberto de Almeida
Quando a cegueira sobre o futuro e a postura “não é comigo”, ou a do “não me importo com injustiças longínquas” prevalecem, pode-se esperar o pior para todos.
O tal de “Não Alinhamento Ativo”, que alguns querem fazer a postura diplomática por excelência de um fantasmagórico Sul Global”, é a coisa mais parecida com falta de responsabilidade que já se viu desde o entre guerras.
É o silêncio e a inação em face do ativismo dos maus, a típica atitude que prevaleceu nos anos 1930 e que levou quase toda a humanidade ao maior desastre humanitário e civilizatório de toda a história humana.
Pretendem fazer desse INACEITÁVEL “Não Alinhamento Ativo” a legitimação da postura hipocritamente “neutra” em face da tragédia ucraniana resultante da guerra de agressão conduzida pelo tirano de Moscou, como se a violação da Carta da ONU e das normas mais elementares do Direito Internacional, dos tratados humanitários e das próprias transgressões às leis das guerras, fossem um assunto exclusivamente europeu.
A diplomacia brasileira não pode se esconder atrás dessa atitude covarde de não escolha, de não participação, de indiferença, de uma neutralidade que só serve ao agressor, sob risco de negar seus mais solenes compromissos com o Estado de Direito no plano internacional.
Brasília, 26/02/2023