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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Venezuela: socialismo = delinquencia social

Sem comentários. E precisa?
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela: crise e escassez fazem roubos de alimentos 

Veja.com, 

A crise na Venezuela e a escassez de produtos básicos são os responsáveis diretos pelo aumento de roubos e furtos, informa nesta quarta-feira o jornal El Universal. Um quilo de farinha de milho, quatro rolos de papel higiênico ou um quilo de leite em pó se tornaram mercadorias tão desejáveis quanto um relógio caro ou um smartphone. Porém, entre os ladrões que roubam os alimentos não estão apenas delinquentes, mas muitos cidadãos comuns.
“Na entrada do Metro Chacaito uma senhora me bateu para roubar dois quilos de leite em pó que eu tinha acabado de comprar”, disse Andrea Vilchez, alertando que agora teme ser atacada novamente após fazer compras. O clima de violência que existe na Venezuela, juntamente com a escassez de produtos básicos trouxe para o cenário nacional o aumento de roubos e furtos não somente de alimentos como também de peças de automóveis, baterias, pneus e outros produtos em falta no mercado. De acordo com o jornal, as histórias de vítimas só aumentam, e devido à baixíssima quantidade de pessoas que prestam queixa relatando tais delitos, os pequenos roubos e furtos ficam fora das estatísticas oficiais.
“Se você tem a impunidade para todos os crimes que ocorrem no país, por que seria diferente nesses casos? Observamos que as pessoas estão roubando comida não apenas por causa da fome, mas porque essas mercadorias não são mais encontradas”, disse o criminologista e especialista em segurança Javier Gorriño. O criminologista também disse que parte do problema é a falta de policiais nas ruas. “A polícia não está patrulhando e o agressor vê que não há razão para suspender o ataque”.
Para evitar roubos, muitas pessoas estão escondendo suas compras em bolsas escuras ao sair de supermercados. “Eu já vi isso acontecer, algumas pessoas passam de moto e roubam as compras de outras, especialmente de mulheres mais velhas. Agora eu venho ao supermercado com uma bolsa escura para ninguém ver o que eu comprei”, disse Isabel Rivas.
Devido à escassez na Venezuela, as compras na rede estatal de supermercados são possíveis em apenas dois dias por semana e com limite de produtos por consumidor. Os venezuelanos interessados são fichados e recebem senhas, que funcionam em sistema de rodízio. Na prática, os consumidores têm uma senha, mas isso não garante que eles vão conseguir de fato comprarem alguma coisa – além das filas enormes em supermercados, os produtos esgotam-se rapidamente. As compras em supermercados estatais – com preços subsidiados, que atendem a população mais carente – são limitadas a, por exemplo, dois litros de óleo, uma lata de leite em pó, um pote de manteiga, um quilo de café e quatro quilos de farinha por pessoa.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Venezuela: um pais tristemente (e sangrentamente) dividido, pelo governo... - Mario Machado

Palavras sensatas de meu amigo Mário Machado, blogueiro no Coisas Internacionais, de onde vou buscar a integralidade desta postagem de comentários sobre a triste situação do país caribenho, desde muitos anos infelicitado por um regime aloprado (lembra alguém?) e condenado, helàs, a ainda mais sofrimentos, mortes, violência, descida para o caos (e cujo regime celerado vem sendo apoiado pela Unasul e pelo Mercosul, na indiferença de outras instâncias internacionais).
Até onde pode chegar a sanha de bandidos políticos?
Paulo Roberto de Almeida


Coisas Internacionais, 17 Feb 2014 05:37 AM PST

Os clichês nos dizem que a Venezuela é mais um perfeito paraíso tropical de gente hospitaleira, bronzeada pelo sol e banhada pelo mar do Caribe, lugar de lindas mulheres e noites calientes ao som de contagiantes batidas de música latina. As imagens de inquietação, golpes militares, despotismo e populismo são um cruel contraste a essa imagem paradisíaca. Verdade seja dita esse contraste é vívido também aqui em terra brasilis, a realidade nada fantástica da América Latina é lamentável traço comum que dividimos.
Nem o mais aguerrido (iludido?) defensor do chamado Socialismo de Século XXI, das revoluções bolivarianas, pode negar que a Venezuela é um país profundamente dividido. As eleições presidenciais do ano passado mostraram bem isso, afinal Maduro foi eleito com 50,66% dos votos. Essa polarização tem acirrado ânimos e provocou a tentativa de Golpe contra Chávez, que hoje alimenta a retórica de seus partidários. A ironia de Chávez ter sido golpista infelizmente escapa aos defensores do Regime Chavista.
As imagens que nos chegam mostram como a polarização política, num ambiente de crescente escassez econômica e de alta da criminalidade e da queda da renda do petróleo podem geral um acirramento de ânimos tal que os confrontos violentos se tornam uma realidade.
A situação é fluída e muito perigosa, o regime recrudesceu e tem chamado seus defensores as ruas, criminosos aproveitam, e também, se refestelam os que acreditam que a violência pode alcançar resultados positivos para alcançar a mudança ou continuação política que desejam.
E não pensem que a polarização está restrita a ruas e aos partidos políticos, a ocupação de espaços dos bolivarianos criou uma situação em que a própria Suprema Corte se torna parte da disputa política como mostra esse trecho de reportagem da DW:
“O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela divulgou no sábado um comunicado afirmando que já trabalha para "dar início aos processos contra os responsáveis pelos atos violentos incitados pela direita venezuelana"”.
Um símbolo dos ânimos acirrados e da violência do discurso político do regime bolivariano é o programa de TV do Presidente do Parlamento da Venezuela, Diosdado Cabello, que tem o elegante nome de “Con el mazo dando” algo como “descendo o porrete” e que tem como logo um simpático porrete com pregos.
A oposição acusa as milícias pró-governo pela violência, o governo responsabiliza grupos pró-fascista infiltrados, o Álvaro Uribe e os EUA e claro demandam a prisão de líder oposicionista que afirma que irá se entregar.
No fim das contas a falta de instituições e o personalismo quando confrontadas por demandas populares acabam por reforçar a necessidade do modelo do homem forte, que seria capaz de amalgamar a sociedade com seu carisma e usar meios de repressão com os dissidentes. Espero, que a experiência recente com esse modelo possa fazer os venezuelanos encontrarem um meio de acomodar diversas correntes de opinião, contudo, a polarização e o discurso que vemos não deixa muito espaço pra otimismo.
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Votem COISAS INTERNACIONAIS na segunda fase do TOPBLOGS 2013/2014