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quinta-feira, 13 de março de 2014

Academia brasileira: descobrindo a polvora, mais uma vez: empresarios sao anticomunistas e amigos de outros capitalistas

Muito do que parece estar nessa tese já tinha sido objeto da tese de René Armand Dreyfus, duas décadas atrás, sobre o mesmo tema.
Me parece surpreendente que alguém se surpreenda que empresários, em geral e também no Brasil, sejam anticomunistas (pois parece que comunistas querem acabar com os empresários), e que eles procurem laços com outros empresários, inclusive americanos, vejam que coisa surpreendente...
Parece que estão descobrindo a pólvora na universidade brasileira...
Quem sabe, da próxima vez, os empresários brasileiros se sentem amigavelmente com os seus opositores e lhes digam: ?Camaradas, não sejam tão anti-capitalistas, nós só queremos trabalhar para o bem do Brasil; por que vocês não abandonam essas ideias socialistas que são nefastas para a sociedade?"
Os atuais companheiros são mais espertos: eles não querem destruir o capitalismo, eles só querem viver às custas dos capitalistas. Mais simples não é verdade?
Paulo Roberto de Almeida

Elite econômica que deu golpe no Brasil tinha braços internacionais, diz historiadora

A afirmação é da historiadora Martina Spohr, coordenadora da área de Documentação do CPDOC da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e estudiosa do regime ditatorial que vigorou no Brasil até 1985.

Além de atuar no movimento civil-militar que conspirou e depôs o presidente João Goulart em 1964, a elite empresarial brasileira também manteve, ao longo de todos os anos 1960, estreito vínculo com o capital estrangeiro, numa “relação íntima” com os interesses dos executivos norte-americanos. A afirmação é da historiadora Martina Spohr, coordenadora da área de Documentação do CPDOC da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e estudiosa do regime ditatorial que vigorou no Brasil até 1985.
Como muitos pesquisadores que se debruçam sobre o período, Martina concebe o 31 de março como um golpe classista e empresarial-militar. No mestrado, "Páginas golpistas: anticomunismo e democracia no projeto editorial do IPES (1961-1964)", concluído em 2010 pela UFF (Universidade Federal Fluminense), Martina esmiuçou o projeto editorial do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, organização fundada com o objetivo público de defender a "livre iniciativa" e a "economia de mercado", mas que funcionou, na prática, como um ponto de encontro de acadêmicos conservadores, empresários e militares empenhados em desestabilizar o governo de João Goulart (1961-1964).
No doutorado, em andamento na UFRJ (com uma bolsa-sanduíche na Brown University, nos EUA), Martina aprofundou a pesquisa sobre os civis que fizeram o regime militar. Por conta de seu trabalho na chefia do setor de Documentação do CPDOC/FGV, começou a colecionar indícios de que muitos dos empresários brasileiros que atuaram com destaque na conspiração pré-64 também buscavam criar uma espécie de rede empresarial anticomunista com fortes laços em todo o continente.
Um desses homens de negócios era o paulista Paulo Ayres Filho, empresário da indústria farmacêutica. Seu acervo particular — que reúne cartas, recortes de jornal, papéis importantes e cópias de grande parte da documentação do extinto Ipês-SP — foi doado, pelos herdeiros, ao CPDOC/FGV, que tradicionalmente trabalha com a organização e a preservação de arquivos particulares da elite brasileira. Esse material, tratado por Martina, faz parte do rol de fontes primárias que compõem a pesquisa provisoriamente intitulada “Elite orgânica transnacional: a rede de relações político-empresarial anticomunista entre Brasil e Estados Unidos (1961-1968)”.
“Trabalho com a existência de uma elite orgânica transnacional, que não estava só no Brasil e tinha seus braços internacionais. Personagens importantes do empresariado latino-americano estavam de alguma maneira envolvidos com norte-americanos”, afirma Martina, explicando que foi a partir de Paulo Ayres Filho, anticomunista ferrenho e um dos fundadores do Ipês, que pôde começar a mapear essa rede.
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