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domingo, 2 de junho de 2013

Bye-bye Humanidades, alo (des)Umanidadis: a academia brasileira a caminho do brejo...

Transcrevo o post abaixo não por qualquer motivação pró ou anti-gay. Não tenho nada a ver com essa causa, embora ache que eles fazem um pouco de barulho demais para menos de 10% da população (é o que me dizem os entendidos, e os intendidus...). Para mim eles podem casar à vontade e transmitir heranças entre eles, respeitados os direitos de outros familiares por acaso envolvidos, em algum momento, com a construção do patrimônio familiar (pois é, tem um monte de enrustido que sai do armário muito mais tarde do que deveria, mas compreendo essas coisas também). Mas sou contra, por exemplo, a adoção geral pelos casais gays, deixando aos juízes decidir caso a caso, embora eu mesmo acredite que nenhum juiz tem o direito de impor a uma criança, indefesa, psicologicamente frágil, essa experiência de ter de explicar na escola que seus país são, como diz o jornalista abaixo, Zézinho e Zezinho, ou Joaninha e Joaninha, o que inevitavelmente converterá essa criança em objeto de riso ou até dessa coisa que agora chamam (estupidamente, reconheço) de bullying.
Também acho que essas paradas gays descambam facilmente para o ridículo, quando não para o grotesco, o que eles justamente dizem que querem evitar da parte dos outros, mas acabam se oferecendo no plateau dos estereótipos mais bizarros que se possa pensar. Tem, em SP, esse incômodo maior de bloquear o acesso a hospitais das cercanias da Avenida Paulista, o que é uma crueldade com quem não tem nada a ver com essa parada ridícula.
Pois bem, não tenho nada contra os gays, mas acho que eles fazem muito barulho por pouca coisa.
Mas a postagem abaixo não tem nada a ver com isso.
Ela se destina apenas a comprovar (como se isso fosse preciso, ainda) como a Universidade brasileira descamba para um grotesco pior que uma parada gay, como revelado no "estudo" absolutamente esquizofrênico dessa economista, que de economista não tem nada, e apenas pretende servir a uma das causas politicamente corretas (e estúpidas) das chamadas Humanidades, que no Brasil já viraram (des)umanidadis, de tão ruim que anda o campo.
Realmente, a coisa está assumindo proporções tão amplas, que se eu fosse do CNPq pediria a um comitê que examinasse a fundamentação teórica e os objetivos práticos desses projetos que pretendem provar que todos nós, heterossexuais, somos preconceituosos, e apenas a malta é virtuosa.
Paulo Roberto de Almeida


Reinaldo Azevedo, 2/06/2013

São Paulo realiza hoje mais uma edição da Parada Gay. A imprensa militante — isto é, a antigamente chamada “grande imprensa” — fala em até 3,5 milhões de pessoas, o que é uma sandice. No ano passado, o Datafolha mediu o público com critérios técnicos: os anunciados 2 milhões se reduziram a 270 mil, considerando os curiosos que ocupam as calçadas. “Paradeiros” mesmo, que fizeram todo o percurso, estimou-se, ficaram em torno de 65 mil. Ainda assim, é bom notar, é bastante gente! Mas não são 2 milhões, certo? Isso é número que serve à propaganda, justificando, ainda que com dados falsos, o peso editorial desproporcional que jornais, TVs e meios eletrônicos conferem ao evento.
Ao longo da semana, publicaram-se várias reportagens de apoio: o mercado consumidor gay e a renda dessa faixa da população; a indústria do entretenimento gay em São Paulo; os preparativos e coisa e tal. Bem, tudo é mais ou menos a mesma coisa. As pautas ficam arquivadas, e aí é só atualizar o texto com entrevistados novos. Eis que, no Estadão (e ninguém deveria se surpreender mais com isso) deste domingo, uma reportagem foge da mesmice e informa: “Diversidade é maior entre casais gays”. É claro que há certa graça involuntária num título — ou terá sido picardia? — que informa ser maior a diversidade de um casal em que o Zezinho se casa com o Zezinho, não com a diversa Joaninha…
É que se falava de uma outra diversidade, a social!!! Ah, bom! Os subprodutos, agora supostamente acadêmicos, da cultura gay já ultrapassaram o limite da busca por aceitação e igualdade. Chegou a hora de provar a superioridade moral, intelectual e política da homossexualidade, no confronto com o que se passou a chamar de “heteronormatividade”. Qual e o busílis da reportagem, assinada por Luciano Bottini Filho e William Castanho? Prestem atenção!
Uniões de homossexuais registrariam maior variação de idade entre os parceiros (58,59% contra 45,96% dos héteros), de escolaridade (43,33% contra 37%) e de cor (36,74% contra 29,76%). Os dados foram coligidos pela economista Fernanda Fortes de Lena, da Universidade Federal de Minas Gerais. Nisso é gasto o nosso dinheiro… Bem, bem, bem… Como explicar, não é?
Qualquer pessoa dotada de um mínimo de raciocínio matemático — seja hétero, gay, bi ou assexuado — entende de imediato a razão de as coisas serem assim: como o universo em que os gays podem escolher seus parceiros é absurdamente mais reduzido do que aquele em que os héteros fazem as suas opções, então a condição obrigatória (ser gay) acaba tornando menos importantes as condições ligadas ao mero gosto (idade parecida, mesma escolaridade ou mesma cor da pele). Ora, a condição exclusiva do universo em que os héteros selecionam potenciais parceiros é mais ampla do que a condição excludente — logo, eles podem partir para as exigências seguintes com muito mais chances de sucesso. Com os gays, dá-se o contrário: a condição excludente é muito maior do que a exclusiva, e o universo das escolhas se reduz dramaticamente.
O mesmo se daria — prestem atenção! — se viciados em Chicabon decidissem se casar só com outros viciados em Chicabon. Seria preciso deixar de lado outros critérios para, como dizia meu avô, “arrumar tampa pra binga” — a expressão quer dizer “achar o devido complemento”. Não estou comparando sexualidade com gosto por sorvete. Estou apenas deixando claro que, quanto menor o universo em que incide a condição necessária, mais se tende a relaxar nas condições meramente satisfatórias.
“Ciência” militante
Não, não, não! Se a coisa é óbvia, a chance de que seja aceita em certas áreas da universidade brasileira é muito reduzida. A tal economista Fernanda Fortes de Lena prefere extrair da evidência dos fatos uma lição de educação, moral e civismo: “Os casais gays, em razão de suas características de associação de cor e escolaridade, contribuem menos para a transmissão de desigualdades na estrutura social”. AHHH, BOM!!!
Sabem aquela ideia antiga de que, afinal de contas, a heterossexualidade responde, vá lá, pela continuidade da espécie? Esqueçam. Os héteros contribuem mesmo é para “transmitir a desigualdade na estrutura social”. A afirmação desta gigante do pensamento traz alguns desdobramentos lógicos, a saber:
a: quanto mais casais gays, então, menos desigualdade na estrutura social;
b: o incentivo à formação de casais gays seria um estímulo à igualdade;
c: mas esperem… Imaginemos, sei lá, uma cidade formada por milhões de gays de todos os tipos: jovens, velhos, ricos, pobres, negros, brancos, mestiços, universitários, secundaristas… Falo de um lugar em que houvesse um exponencial aumento da oferta de parceiros. Será que essa dita “diversidade” maior de manteria? Ora…
A psicóloga Adriana Numan até ensaia a resposta correta — a população reduzida de homossexuais limita as escolhas —, mas, depois, fica com medo do óbvio e solta uma pérola do politicamente correta: “Os gays não precisam copiar os modelos dos heterossexuais; eles criam suas próprias regras”. É? Quais regras? União civil, casamento e adoção de crianças, tudo indica, significa justamente “copiar as regras”, não é? Até mesmo nos casos de inseminação artificial. Mas atenção para o que vem agora.
“Há preponderância da valorização da diferença no universo homossexual, e não falta de escolha. Entre os heterossexuais, existe um ideal romântico, no qual o homem deve ser um pouco mais velho, e as uniões devem obedecer a certos padrões. Existem orientações culturais, como se fossem fantasias coletivas.”
Quem afirma essas barbaridades é uma senhora chamada Regina Facchini, antropóloga do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Huuummm… Entendi! Os heterossexuais participam de uma fantasia coletiva, orientadas pela cultura. Por alguma razão que a antropóloga deve saber, mas não conta para ninguém, os homossexuais estariam imunes a esse determinismo cultural. Não sei se a dona colabora com a causa. Passa a impressão de que o indivíduo decidiu escolher alguém do mesmo sexo só para demonstrar que não é desses que se deixa levar pela maioria… Se ela estiver certa, a gente deve acreditar que uma mulher escolhe um homem um pouco mais velho porque é uma tonta romântica; já o gay que casa com um parceiro mais maduro o faz para deixar claro que valoriza a diversidade. Escrevo de novo: quando a Joaninha se casa com o Zezinho, está apenas reproduzindo a mesmice sem imaginação; se, no entanto, o Zezinho pega o Zezinho, e a Joaninha, a Joaninha, aí, sim, existe diversidade!!!
Evangélicos
No dia 25 do mês passado, aconteceu no Rio a “Marcha para Jesus”, promovida por denominações evangélicas. Reuniu, segundo estimativas da própria polícia, 500 mil pessoas. Digamos que tenha sido a metade. É muita gente mesmo assim. O evento foi solenemente ignorado pela antiga grande imprensa. Era como se aquilo não tivesse acontecido. As marchas da maconha em São Paulo ou no Rio, que juntam entre 1 mil e 1,5 mil manifestantes, sempre mereceram cobertura mais ampla e mais entusiasmada — e invariavelmente a favor. No dia 5, na quarta-feira, denominação cristãs — e os católicos também estão sendo convidados — realizarão em Brasília, a partir das 15h, outra manifestação, desta feita em defesa da liberdade de expressão, da liberdade religiosa, da família tradicional e da vida — leia-se: contra o aborto. Também será ignorada? Vamos ver.
Antes que alguns bobalhões comecem a “bobalhar”, deixo claro: não estou contra passeata de ninguém — embora seja um absurdo realizar o ato gay na Paulista por razões óbvias. Chegar a pelo menos dez hospitais da região se torna tarefa impossível. Cada um faça o que achar melhor, nos limites da lei. A minha questão diz mais respeito à imprensa do que aos manifestantes; diz respeito aos fatos. Ah, sim: o Félix da novela ficou inconsolável com essa parte da “igualdade social”…

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Twilight of gay people in Sao Paulo?: numeros decepcionantes

Quando postei aqui a previsão de um grande jornal paulista conservador -- OK, todo mundo sabe que se trata do Estadão -- a manchete anunciando a previsão de que a parada gay em SP estimava contar com 3 milhões de gays, estava apenas admirado do número de gays e simpatizantes que se mobilizam para.... para o que mesmo?
Ah, sim: "orgulho gay"!
Bem, não sei bem o que é isso, pois eu tenho orgulho apenas de minhas leituras, de minhas produções intelectuais, enfim, daquilo que me faz um pouco melhor e que pode, eventualmente (via docência e publicações), fazer a humanidade ficar um pouco melhor do que ela é, atualmente, por exemplo, diminuindo o grau de estupidez humana e ajudando naquilo que eu chamo de elevação espiritual da humanidade.
Mas, confesso que não tenho nenhum orgulho de ser homem -- OK, branco da elite, já sei, infeliz por não pertencer a nenhuma minoria... -- ou de ser brasileiro, ou ser mais baixo do que poderia ser, ou de ter mais peso do que deveria ter... enfim, esses são dados da natureza, ou do meu mau (ou bom comportamento), nada mais do que isso.
Não entendo, assim, como alguém pode fazer passeata para exibir seu "orgulho gay". Mas se é um "dado da natureza", por que o orgulho?
Por que as pessoas não podem ser gays normalmente, sem incomodar ninguém, bloquear o trânsito, colocar aquelas roupas ridículas que alguns colocam, apenas para exibir seu "orgulho" com algo que não podem mudar?
Recebi um ou outro comentário, a favor e indiferente, mas não pretendia alimentar o debate.
Até que surge esta nova matéria, que me indica, talvez, que essa coisa de passeata por causas ridículas já está passando de moda, cansando as pessoas.
Eles fazem passeata porque estão massacrando gays por aí?
OK, mas isso é caso de polícia, e não acho que se tenha de ter orgulho ou despeito por qualquer coisa...

Evandro Spinelli e Cristina Moreno de Castro
Filha de S.Paulo, 11/06/2012

A 16ª edição da Parada Gay de São Paulo, um dos principais eventos turísticos da cidade, reuniu ontem 270 mil pessoas, de acordo com o Datafolha — 65 mil delas fizeram o percurso inteiro do evento. Pela primeira vez na história, a manifestação teve uma medição de público com caráter científico. O Datafolha inaugurou o método em maio na 28ª Caminhada da Ressurreição, procissão católica por ruas da zona leste da capital. Segundo o instituto, nenhum evento similar no mundo tem medição científica de público. Em alguns países, ele é estimado a partir do lixo produzido. Em outros, pela concentração de pessoas ao longo da parada — este método, no entanto, não leva em conta o público flutuante.
A organização e a Polícia Militar não divulgaram estimativas. Ao fim do evento, porém, o trio elétrico da diretoria da Associação da Parada do Orgulho GLBT anunciou que “com certeza” o ato atingiu público de 4 milhões. A parada saiu do Masp às 13h40, após a execução do hino nacional e discursos da senadora Marta Suplicy (PT) e Fernando Quaresma, presidente da associação. O último trio chegou à praça Roosevelt, no centro, às 18h13.

domingo, 10 de junho de 2012

Perguntar nao ofende...

Parbleu, ou sacre bleu, ou Mon Dieu!: não sabia que São Paulo tinha tantos gays; isso deve fazer quase 40% da população.
Mas metade deve ser de simpatizantes...
Mas simpatizantes com o que, mesmo?


Mais de 3 milhões de pessoas são esperadas na Parada Gay de SP