O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador presidente Lopez Obrador. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador presidente Lopez Obrador. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 20 de abril de 2022

México nacionaliza exploração de lítio - Deutsche Welle

 Mais um presidente esquerdista que acha que o governo pode fazer melhor do que o setor privado na exploração de produtos naturais. Vai criar uma LítioMex que só vai dar prejuízos ao país...

Paulo Roberto de Almeida

EconomiaMéxico

México nacionaliza exploração de lítio

Lei proíbe novas concessões privadas para explorar o metal e governo diz que irá rever as concessões vigentes. Presidente esquerdista López Obrador afirma que seu governo desenvolverá tecnologia para extrair o lítio.

O Senado mexicano aprovou nesta terça-feira (19/04) a nacionalização da exploração do lítio no país, defendida pelo presidente esquerdista Andrés Manuel López Obrador. A medida já havia sido aprovada no dia anterior pela Câmara dos Deputados.

O lítio é essencial para produzir baterias elétricas, e o tamanho exato das reservas do metal no México ainda não é conhecido. O governo mexicano estima que o país teria a décima maior reserva do mundo. 

A reforma na lei da mineração aprovada pelo Parlamento mexicano declara o minério "patrimônio da nação", proíbe qualquer nova concessão para exploração de lítio e estabelece que a exploração seja de exclusiva responsabilidade do Estado. López Obrador disse que o Estado mexicano desenvolverá a tecnologia para extrair o metal.

O presidente mexicano também afirmou que seu governo não permitirá que estrangeiros explorem lítio, mesmo que tenham concessões prévias, e que irá rever as concessões já aprovadas a empresas privadas, em referência aos 150 mil hectares concedidos pelo seu antecessor, Enrique Peña Nieto.

Representante de empresas cita "muita incerteza"

O presidente do Senado, Ricardo Monreal, e o partido governista Movimento para a Regeneração Nacional (Morena) saudaram a votação como um "dia histórico" para o México. Durante a aprovação na Câmara, deputados da oposição se retiraram do plenário em protesto contra a iniciativa e falaram em uma "artimanha" patrocinada pelo chefe do Executivo.

O presidente da Câmara Mexicana de Minas, Jaime Gutiérrez, criticou a alteração na lei de mineração. "Ainda não há informação sobre a quantidade de lítio que existe. Não é certo que tenhamos um volume de lítio do qual possamos nos beneficiar", disse Gutiérrez, frisando que a reforma "não era necessária" e criou "muita incerteza" para os investidores no setor mineiro.

A reforma da Lei da Mineração foi aprovada dois dias depois de López Obrador ter sido derrotado na Câmara em um projeto de reforma constitucional para ampliar o papel do setor público no mercado da eletricidade. O Morena e seus aliados conseguiram 275 votos para a reforma no setor elétrico, abaixo da maioria de dois terços, ou 334 votos, necessários.

Empresa chinesa já detém concessão

Uma empresa de capital chinês, a Bacanora Lithium, detém uma concessão no estado de Sonora, no noroeste do México, que permite a extração de 35 mil toneladas por ano de carbonato de lítio, que agora está sob risco de ser cancelada pelo governo.

O depósito de lítio em Sonora é considerado um dos maiores do mundo, com 8,8 milhões de toneladas equivalentes, com reservas que durariam 250 anos, segundo o governo.

Austrália, Chile, Argentina e China são os principais produtores de lítio do mundo. A Austrália produziu pelo menos 42 mil toneladas em 2019, de acordo com estatísticas da indústria.