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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 19 de junho de 2022

Eleições 2022: programa de João Doria (PSDB) - dezembro de 2021

 Para fins de registro e comparação: 

“O projeto do PSDB para consertar o Brasil”, por João Doria

Folha de S. Paulo, 

As prévias do PSDB confirmaram a vocação democrática do partido e a necessidade de mudarmos o Brasil. Precisamos da ajuda de todos, da união do PSDB e da convergência com outros líderes e agremiações para elaborar, a partir de agora, um projeto nacional inovador e realista. Um projeto que vai consertar o Brasil, sem imposições, nem personalismos. Queremos conquistar corações e mentes para superar a polarização que tem servido para empobrecer o país.

De tudo o que debatemos nas prévias e das experiências que o PSDB semeou ao longo de sua história, podemos listar sete pontos iniciais, que iremos detalhar com especialistas:

1 – Acabar com a fome: o país que é celeiro do mundo não pode ter quase 30 milhões de pessoas vivendo com menos de R$ 9 por dia. Nosso primeiro olhar será para milhões de brasileiros que hoje se encontram na miséria. Defendemos programas de transferência de renda, sem furar o teto de gastos, com ensino integral para as crianças, programas de geração de renda e emprego. Com contas sustentáveis, fazer reformas não para gerar superávit primário, mas para garantir a inclusão dos mais pobres;

2 – Gerar empregos: emprego é consequência direta do investimento. A melhoria do rendimento médio do trabalhador está ligada à formação educacional e técnica e à competitividade do país. O mercado de trabalho mundial está em transformação, e nós temos que vencer o déficit de produtividade. Novos empregos significam também mais autonomia às famílias;

3 – Atrair investimentos: não haverá crescimento sem investimento. Temos de recuperar a credibilidade internacional para voltar a receber recursos externos. Um dos caminhos mais rápidos para acelerar a atração de investimentos é promover desestatização, PPPs, concessões e privatizações. Seremos o país da infraestrutura, com investimentos privados em aeroportos, portos, ferrovias, rodovias e comunicação 5G;

4 – Responsabilidade fiscal: o Estado precisa caber no Orçamento. Para isso, é preciso reduzir desperdícios, aprovar a reforma administrativa e definir prioridades do investimento público. Estabilidade econômica, combate à inflação e responsabilidade fiscal são marcas das gestões do PSDB e princípios pétreos do Plano Real;

5 – Competitividade: o Brasil precisa estar pronto para as novas batalhas do comércio internacional. Temos de recuperar nossa indústria. Para isso, precisamos aprovar a reforma tributária e promover uma transformação pela educação, especialmente a ampliação do ensino de tempo integral e das escolas técnicas. É pela competitividade que vamos transformar investimentos em receitas consistentes;

6 – Agenda ambiental: esse ponto vai além do que é urgente, como combater o desmatamento, as queimadas e o garimpo ilegais na Amazônia. Nos próximos anos, a agenda ambiental será a mola propulsora dos países. Precisamos despontar na produção da ciência e da pesquisa. O Brasil tem de liderar a transição para a economia de baixo carbono, com matriz energética sustentável, indústria 4.0, comunicação ​5G e um agro aliado ao meio ambiente. Pagamento por serviços ambientais, remuneração pelo sequestro de carbono e cumprimento dos acordos internacionais. Tudo isso faz parte da nossa agenda ambiental;

7 – Resgatar a autoestima: o Brasil tem de recuperar o prestígio internacional. Portanto, precisa de um governo que apresente ao mundo as oportunidades, que saiba dialogar e estabelecer novas formas de cooperação, como fizemos ao testar e produzir vacinas. Um Brasil de paz social e de diálogo, com respeito às instituições, ao equilíbrio dos Poderes e, acima de tudo, com transparência e democracia.

O Brasil precisa sair do círculo vicioso da recessão. O governo Dilma Rousseff (PT) não soube consertar os equívocos da gestão Lula (PT). E o atual governo piorou os problemas herdados. Vendeu sonho e entregou um pesadelo.

Por isso, o debate de 2022 não deve ser entre Jair Bolsonaro e Lula. Ele deve ser entre passado e futuro. Entre recessão e desenvolvimento. Entre desilusão e esperança. É para isso que o PSDB começará a construir, com todos os aliados possíveis, o Projeto Brasil, para garantir um futuro de desenvolvimento e esperança para o país.

(*) Governador de São Paulo, é pré-candidato do PSDB à Presidência da República

Artigo publicado no jornal “Folha de S.Paulo”, em 07/12/2021