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quarta-feira, 15 de maio de 2019

O Brasil não corre nenhum risco de ser levado a sério, com parlamentares como o presidente da CREDN-CD

Parece incrível, mas o presidente da CREDN-CD, da Bolsofamília, pratica o mesmo tipo de machismo diplomático que seu ídolo americano, o caótico presidente da maior potência militar do planeta. Ele pensa que a "ameaça" de o país se nuclearizar levaria outros países, e a comunidade internacional, a levar o Brasil a sério, quando o contrário é o que vai ocorrer.
Com todas as derrogações do Brasil a acordos e acertos internacionais, anunciadas, semi-implementadas pela Bolsofamília, em especial pelo "chanceler paralelo" (de fato real), e seu ajudante de ordens, o chanceler nominal, algumas delas convertidas – como a retirada do Pacto Global sobre as Migrações, o acolhimento da 25a COP, a abertura de uma representação em Jerusalém, ainda que não a transferência da embaixada de Tel Aviv –, outras ameaçadas – como essa luta insana contra o climatismo, o globalismo, o multilateralismo, o comercialismo, a "China maoísta", o marxismo cultural, e outros fantasmas retiradas da cabeça destrambelhada de um guru decadente –, o Brasil está sendo objeto do ridículo universal.
O chanceler nominal, seguindo na linha dos seus mestres e "professores", anuncia que nossos novos aliados são esses líderes populistas da extrema-direta, que são racistas, xenófobos, nacionalistas primários, anti-imigração, soberanistas vulgares, enfim, todos esses traços detestáveis, num país, como o Brasil, que durante quatro séculos acolheu imigrantes, foi construído por imigrantes (ainda que muitos tenham vindo como escravos), e que se tornou um país de emigração, devido à ação perniciosa, equivocada, corrosiva, senão corrupta, de políticos como esses pertencentes à Bolsofamília, e que não permitem o crescimento econômico no país, tal a soma de distorções e privilégios acumulados por essas elites promiscuas e incompetentes.
O fato de o chanceler se proclamar anti-globalista, e provavelmente também anti-comunitário, anti-europeista – a Europa, segundo ele, seria um "vazio cultural", e só o Trump poderia "salvar o Ocidente", entre outros ridículos –, deveria resultar, por conclusão lógica, na denúncia do Mercosul, que é uma tremenda renúncia de soberania, como aliás o é qualquer acordo internacional.
O Brasil desce um pouco mais na escala da respeitabilidade e da credibilidade externa, com "líderes" equivocados como esses.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de maio de 2019

Eduardo Bolsonaro diz que bombas nucleares garantem paz

Deputado e filho do presidente defende armamento para Brasil ser 'levado mais a sério'; segundo ele, o 'politicamente correto' o impede de falar sobre possibilidade de guerra com Venezuela

Natália Portinari
14/05/2019 - 18:01 / Atualizado em 14/05/2019 - 19:07
O deputado federal Eduardo Bolsonaro discursa no plenário da Câmara Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados
O deputado federal Eduardo Bolsonaro discursa no plenário da Câmara Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados
BRASÍLIA — Em evento da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, da qual é presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu a posse de armas nucleares e disse que o "politicamente correto" o impede de falar abertamente sobre a possibilidade de guerra com a Venezuela 
A reunião, na tarde desta terça-feira, foi um encontro do parlamentar com alunos da Escola Superior de Guerra, entidade em que se formam militares do Exército, Marinha e Aeronáutica.
— São bombas nucleares que garantem a paz. Se nós já tivéssemos os submarinos nucleares já finalizados, que têm uma economia muito maior dentro d'água; se nós tivéssemos um efetivo maior, talvez fôssemos levados mais a sério pelo (Nicolás) Maduro, ou temidos pela China ou pela Rússia.
Ele frisou, porém, que não há debate no Congresso sobre o assunto no momento. O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, assinado por 189 países, foi endossado pelo Brasil no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998. Além dele, o Brasil também faz parte do Tratado de Tlatelolco, assinado por todos os países da América Latina e Caribe em 1968, com exceção de Cuba, que o ratificou apenas em 2002.

Relembre polêmicas envolvendo os filhos do presidente Jair Bolsonaro

Em uma palestra feita antes do primeiro turno das eleições, Eduardo Bolsonaro disse que “para fechar” o STF bastam “um cabo e um soldado”. No vídeo do dia 9 de julho, o deputado é perguntado sobre uma eventual ação do Supremo para impedir a posse de Bolsonaro, e qual seria a atitude do Exército neste cenário. Foto: Reprodução
Em uma palestra feita antes do primeiro turno das eleições, Eduardo Bolsonaro disse que “para fechar” o STF bastam “um cabo e um soldado”. No vídeo do dia 9 de julho, o deputado é perguntado sobre uma eventual ação do Supremo para impedir a posse de Bolsonaro, e qual seria a atitude do Exército neste cenário. Foto: Reprodução
Eduardo também participou de bate-boca entre integrantes do PSL em um grupo de WhatsApp. Ele entrou na discussão sobre críticas à articulação política do governo após a deputada federal Joice Hasselmann dizer que as negociações estavam "abaixo da linha da miséria". Eduardo, Joice e o senador Major Olímpio trocaram acusações e críticas por mensagens Foto: Reprodução
Eduardo também participou de bate-boca entre integrantes do PSL em um grupo de WhatsApp. Ele entrou na discussão sobre críticas à articulação política do governo após a deputada federal Joice Hasselmann dizer que as negociações estavam "abaixo da linha da miséria". Eduardo, Joice e o senador Major Olímpio trocaram acusações e críticas por mensagens Foto: Reprodução
Em uma viagem aos EUA, Eduardo confirmou a mudança da embaixada de Israel de Tel Aviv para Jerusalém e criou polêmica ao dizer que o Brasil apoiaria políticas para "frear o Irã" como forma de compensar os países árabes pela transferência. As delcarações provocaram reação dos países árabes Foto: Henrique Gomes Batista
Em uma viagem aos EUA, Eduardo confirmou a mudança da embaixada de Israel de Tel Aviv para Jerusalém e criou polêmica ao dizer que o Brasil apoiaria políticas para "frear o Irã" como forma de compensar os países árabes pela transferência. As delcarações provocaram reação dos países árabes Foto: Henrique Gomes Batista
O Coaf identificou, no fim de 2018, movimentações atípicas na conta do ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz na ordem de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. De acordo com o documento, oito assessores e ex-assesores do então deputado na Alerj fizeram depósitos na conta bancária de Queiroz. Ele atuou por uma década como motorista e segurança do parlamentar. Foto: Reprodução
O Coaf identificou, no fim de 2018, movimentações atípicas na conta do ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz na ordem de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. De acordo com o documento, oito assessores e ex-assesores do então deputado na Alerj fizeram depósitos na conta bancária de Queiroz. Ele atuou por uma década como motorista e segurança do parlamentar. Foto: Reprodução
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) desmentiu nas redes sociais o ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência. Bebianno havia negado que era o centro de uma crise no Executivo e afirmou ter conversado, por mensagens, três vezes com o presidente. Carlos disse que o ministro mentia e divulgou uma gravação do presidente em que Bolsonaro afirma que não iria falar sobre o caso com Bebianno. Foto: Reprodução
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) desmentiu nas redes sociais o ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência. Bebianno havia negado que era o centro de uma crise no Executivo e afirmou ter conversado, por mensagens, três vezes com o presidente. Carlos disse que o ministro mentia e divulgou uma gravação do presidente em que Bolsonaro afirma que não iria falar sobre o caso com Bebianno. Foto: Reprodução
— Esse assunto não é pauta nesse momento, eu sequer vejo debate nesse sentido. A gente sabe que, se o Brasil quiser atropelar essa convenção, tem uma série de sanções, é um tema muito complicado. Mas acredito que possa voltar ao debate aqui.
O deputado citou ainda Índia e Paquistão, dos poucos países que não assinaram o tratado, como um exemplo positivo.
—  Paquistão e Índia, como é a relação dos dois? Se só um tivesse bomba nuclear, a relação não seria a mesma. Sou entusiasta dessa visão. Vão dizer que eu sou agressivo ou que quero tocar fogo no mundo, mas enfim. De fato. Por que o mundo inteiro respeita os Estados Unidos? — questionou. — Explodiram o World Trade Center, o que eles fizeram? Passaram por cima de tudo quanto é veto e invadiram o Iraque.

'Maduro é maluco associado a terroristas'

Dirigindo-se aos militares presentes no evento, Eduardo resssaltou que, em um eventual conflito com a Venezuela, eles teriam um papel importante e que as pessoas só dão valor às Forças Armadas "quando precisam", já que há umacrença generalizada de que o Brasil é um país pacifista , que não entra em guerra. O deputado federal ainda chamou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de um "maluco associado a terroristas".
— Pois bem. Estamos tendo um problema com a Venezuela, e o politicamente correto me impede de falar algumas coisas, então tenho que falar que está tudo muito bem, que nós nunca entraremos em guerra e podem ficar tranquilos. É claro, é uma ironia, o que eu estou falando — disse. — Do lado de lá da fronteira tem um maluco associado a terroristas e ao narcotráfico. A gente sabe que, a qualquer momento, se isso daí evoluir para um quadro pior, que é o que ninguém deseja, quem vai entrar em ação são principalmente os senhores.