Como vejo povos e nações historicamente existentes
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota sobre os progressos civilizatórios de povos e nações.
Cada pessoa é absolutamente única no mundo.
Cada país conhece um processo histórico exclusivo e original, mas suas evoluções se interpenetram pela transferência de espécies, migrações, dominação, exploração, aprendizado, cooperação, pois somos da mesma espécie humana, com subvariantes culturais.
Avanços e recuos, progressos e declínios, podem ser comparados, pois que baseados em técnicas econômicas, instituições políticas, inovações tecnológicas, produção científica e intelectual.
Alguns povos ou nações avançam mais do que outros, o que geralmente está vinculado ao estoque socialmente acumulado de conhecimento e sua dispersão social e intergeracional.
A cultura formal ajuda nesses processos, mas não impede recuos, ou desastres, dependendo da dominação política, igualitária, tirânica, oligárquica. Um pouco de sorte também ajuda, mas certos povos constroem seus próprios problemas, ao enfrentarem choques externos sem capacidade de reagir, ou sendo tolerantes com comportamentos antirracionais internos.
O Brasil, por exemplo, insiste em soluções erradas, muito pela baixa educação geral da população. A Argentina, por sua vez, vem abusando de sua capacidade de cometer os mesmos erros reiteradamente.
Em geral, gênios individuais convivem com a assa amorfa de indivíduos vivendo uma existência sem qualquer aporte significativo ao estoque socialmente disponível de conhecimento útil à sociedade. Instituições políticas e culturais adequadas à elevação educacional da população são indispensáveis nesse processo, mas oligarquias predatórias costumam atrapalhar os avanços e capturar para si o excedente de riqueza social. Somos um “bom” exemplo desses obstáculos.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4468, 5 setembro 2023, 2 p.