O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ah, a campanha presidencial francesa: quel ennui...

Semana passada a Economist publicou uma matéria de capa sobre as eleições presidenciais francesas. Os franceses não gostaram, pois a Economist sempre dá um jeito de ironizar esses incorrigíveis gauleses, sobranceiros e irreformáveis...
Pois o debate esquentou, sendo que a Economist foi acusada de ser o Pravda das finanças e um talibã do liberalismo.
Mon Dieu!
Esses jornalistas franceses perderam o senso do ridículo.
Abaixo, reflexos do, hum..., "debate", com links para os artigos pertinentes.
 Paulo Roberto de Almeida 


The French media


Denouncing Pravda and the Taliban liberals

Apr 6th 2012, 13:19 by S.P. | PARIS
APOLOGIES to those readers for whom the following is one self-referential detail too far, but in light of a previous posting I thought that the editorial by Laurent Joffrin in this week’s Le Nouvel Observateur might be of interest. It is quite telling about the current political debate in France. Mr Joffrin is a respected senior French journalist, who currently edits the weekly news-magazine and was previously editor of Libération, a left-wing daily.


His editorial is entitled “The Economist, Pravda of finance”. For those who don’t read French, here is a rough translation of his argument:
These French really are useless. A nation that claims to be the most political on earth has bred a pitiful class of politicians, each of whose programme is as dreadful as the other...Thus The Economist, well-known worldwide, puts it in an article explicitly entitled “France in denial”...An article immediately picked up in France with the successful theme: “We French, we really are useless”. An article immediately discussed by leaders with the theme: “They really are useless (take your pick: politicians, voters, journalists etc”.
To understand the attack, says Mr Joffrin, the French need to understand The Economist better. He offers a summary:
The Economist, contrary to what many French people think, has nothing impartial about it. Founded in the 19th century to support by any means free trade and the market economy, it defends the most liberal theses with an exemplary rigidity. Whichever the year, season, or century, The Economist, a journalistic parrot, will argue that taxes should be cut, rules lightened, the role of the state reduced, and baleful ideas about equality or justice rolled back...It is presented as the bible of economists. It’s the “Pravda” of finance.
Mr Joffrin continues:
As to its competence, moreover, a little visit to its internet site is enlightening. At the start of 2008, when publishing its annual forecasts, The Economist foresaw nothing of the financial crisis that would break out six months later and predicted an exceptional year for stockmarkets...The diagnostic that The Economist makes of France is true to form: as always, public spending must be cut, labour-market protection abolished, taxes on the rich lowered, and the state rolled back...The Economist forgets two things: the two main candidates envisage a progressive reduction of deficits over four or five years, one through fiscal reform, the other through limiting spending. To go any faster, The Economist forgets, would be to risk recession, which would make everything impossible, and an evolution à la grecque.
His closing remarks include the line “One should not submit foolishly to a little Taliban of liberalism”.


Anybody still reading at this point (sorry that this is turning out to be so long) might like to know that the French website of The Huffington Post has run a counterpiece by Fathi Derder, a Swiss member of parliament. Best to let Mr Derder speak for himself:
I like the French media and politics. But sometimes I am disheartened by “left bank” politico-media autism. The record was achieved on Thursday by Laurent Joffrin, in Le Nouvel Obs. He took violently against The Economist. What had this honourable British paper done? Nothing special: under the title “France in Denial”, it simply laid out, once again, the weaknesses of the French system. A reminder of well-known facts. So well-known that I was almost disappointed by a newspaper that is usually very original...This reminder of the self-evident nonetheless seems to anger Joffrin. Whose main argument consists of saying: “it’s not true”. The proof, according to Joffrin?The Economist did not foresee the 2008 crisis. And the point is? A childish argument, and a nice own goal which shows that The Economist was right: France and denial, it’s one and the same.”
Mr Derder continues with a long and generous defence of The Economist, which I will spare readers who have made it this far. But the final word goes to Gaspard Koenig, who is currently running for election in London as a Liberal candidate for a French overseas constituency at June’s legislative election, and was formerly speechwriter for Christine Lagarde. He has just posted a thoughtful piece, also onThe Huffington Post French site, about the rejection of liberalism in France.


Noting the absence of liberal arguments in the French debate, he says that “Since the crushing failure of Alain Madelin at the 2002 presidential elections, [liberals in France] scarcely dare show their face.” Today, in his view, most presidential candidates, who insist that they do support deficit reduction, are actually saying:
Let’s move forward more slowly towards the precipice, but whatever we do let’s not change direction...How is it possible to disagree with The Economist, whose title last week was “France in Denial”.
Mr Koenig goes on to make a case so seldom heard in political debate in France, which is the need "to promote entrepreneurs by all means (including fiscal policy), to open regulated professions (such as taxis) to competition, and to simplify a rigid and Kafkaesque labour code (which has grown from 2,300 pages in 2000 to 3,000 today!)."
He ends with a nice quote from Georges Pompidou: “Stop annoying the French! Let them live a little and you will see that everything will be better!”

O fascismo em construcao no Brasil - Ministerio Publico como fasci di combatimento...

O fascismo se espalha rapidamente pelo Brasil, o que não parece estranho pois a ideologia militante, intervencionista, autoritária dos companheiros tem extrema semelhança com o fascismo. As duas pretendem ditar regras para os outros, determinar o que podem ou não podem fazer agentes econômicos privados, enfim, pretendem modelar a sociedade à imagem e semelhança de suas cabeças tendencialmente totalitárias.


TRT nega liminar a pedido de parar as obras em Jirau

Ministério Público do Trabalho pediu a paralisação das obras na usina até que sejam reconstruídos 36 alojamentos queimados por um grupo de vândalos 

06 de abril de 2012 | 16h 45
Nilton Salina, especial para o Estado de S. Paulo
PORTO VELHO - O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) negou liminar à ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que pediu a paralisação das obras na Usina Jirau até que sejam reconstruídos 36 alojamentos queimados por um grupo de vândalos na última terça-feira, 3. Mesmo assim as atividades ainda não foram reiniciadas na hidrelétrica, porque a empresa Camargo Corrêa primeiro teria decidido resolver algumas pendências.
Também foi negado pela Juíza federal do Trabalho Maria Rafaela de Castro um outro pedido do MPT. Os promotores queriam a concessão de liminar determinando que os contratos de todos os operários fossem mantidos, incluindo o direito à antecipação de "baixadas", como são classificados os períodos de descanso para visitar as famílias nos Estados de origem, com direito a passagem aérea, alimentação e hotel.
A juíza do Trabalho também determinou que a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) envie uma equipe de fiscais neste sábado, 7, ao canteiro de obras da Usina Jirau para verificar as condições de segurança e acomodação dos mais de 4 mil funcionários que estão em alojamentos no local. Dos 3,2 mil trabalhadores que estavam nos quartos que foram queimados, cerca de 400 decidiram voltaram à usina e ficar em dormitórios improvisados.
A Camargo Corrêa acomodou em hotéis e enviou às suas cidades de origem mais de 2 mil trabalhadores, sendo que alguns teriam pedido cancelamento do contrato, se desligando da empresa. Ocorre que algumas pessoas disseram a promotores que não tinham recebido a opção de aguardar em casa a reconstrução dos alojamentos e os contratos estavam sendo cancelados, por isso o MPT entrou com a ação judicial.
A previsão é que as obras recomecem na Usina Jirau na próxima semana, quando alguns alojamentos forem reconstruídos, para abrigar trabalhadores que estão em hotéis de Porto Velho o que pediram para ficar em quartos improvisados na própria hidrelétrica. Não houve mais incidentes depois que a Força Nacional de Segurança se instalou no local e também no canteiro de obras da Usina de Santo Antônio.
Os trabalhadores de Jirau tinham entrado em greve no último dia 9, decidido voltar ao trabalho na última segunda-feira. Na madrugada do dia seguinte um grupo de vândalos ateou fogo na mata e depois incendiou 36 dos 57 alojamentos localizados na margem esquerda do rio Madeira. Gradativamente, 223 homens da Força Nacional de Segurança chegaram a Rondônia para manter a ordem nas duas usinas.

Um escritor abominavel, que nao merece o titulo de intelectual...

Eu nunca convidaria um energúmeno desses para jantar, por mais famoso que fosse.
O que apenas prova que o Prêmio Nobel pode ser dado a pessoas perfeitamente execráveis...
Paulo Roberto de Almeida 

O erudito antissemita

Gilles Lapouge 
O Estado de S.Paulo, 06 de abril de 2012
O grande escritor alemão Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura em 1989, é um especialista em provocações. O autor de O Tambor não tem medida. Seus romances são um amálgama de grosserias, poesia, imprecações, ódio, ternura, personagens grotescos, obscenos ou provocadores. Ele reúne como troféus uma infinidade de escândalos. Hoje, aos 85 anos, Grass mostra que não perdeu nada da sua violência, sua mordacidade, seu orgulho.
Na quarta-feira, ele publicou no jornal Süddeutsche Zeitung um poema de 69 versos intitulado "O que deve ser dito", no qual dirige seus ataques contra um único alvo: Israel, ao qual acusa de ameaçar a paz mundial.
Grass argumenta que Israel dispõe há anos de um arsenal nuclear que cresce a cada dia, embora secreto e sem controle, pois nenhuma inspeção é autorizada. Ora, Israel pode lançar "ataques nucleares preventivos" contra instalações atômicas do Irã. A consequência desses ataques será "a erradicação do povo iraniano e isso com base na suspeita de que os dirigentes iranianos estão fabricando uma bomba atômica".
De passagem, Günter Grass insurge-se também contra o governo alemão, que comete o grande erro, segundo ele, de apoiar Israel. Pior ainda. Para ele, a "Alemanha arma Israel". Por exemplo, Berlim acaba de vender para os israelenses seu sexto submarino de transporte de ogivas nucleares.
Para não ser acusado de mais uma vez agredir Israel, Grass propõe a criação de uma instância internacional encarregada de controlar as armas nucleares iranianas e israelenses. A Alemanha, em geral, é muito crítica e, por vezes, manifesta aversão pelo escritor. Mais uma vez, ele expressa seu antissemitismo radical.
Segundo o jornal Die Welt, "Grass sempre teve um problema com os judeus, mas jamais o expressou tão claramente como nesse poema". O jornal tenta analisar o ódio que ele tem dos judeus. "Grass é o arquétipo do erudito antissemita alemão. Como é perseguido pela vergonha e o remorso, só conseguirá encontrar a paz de sua alma com o desaparecimento do Estado de Israel", diz o jornal.
É necessário, sem dúvida, remontar à história do escritor para entender o repentino "espasmo" de fiel antissemita. Há alguns anos, em 2006, Günter Grass, um homem de esquerda, declarou que, em outubro de 1944, ainda jovem, ingressou na 10.ª Panzerdivision SS Frundsberg da Waffen-SS.
Quando fez a confissão, há seis anos, os alemães ficaram indignados. Alguns chegaram a propor que o Nobel lhe fosse retirado.
Grass ingressou no PSD (Partido Social-Democrata), mas considerou os socialistas alemães muito mornos e, com frequência, denunciou suas tendências "pequeno-burguesas". Não aprecia os EUA, talvez porque ali vivam muitos judeus poderosos, especialmente em Nova York.
Em 11 de setembro de 2001, deixou claro até que ponto vai sua insensibilidade ao afirmar que "os americanos fazem muita história por causa de 3 mil brancos mortos pelos soldados da Al-Qaeda".
Em toda a Alemanha, a indignação contra o escritor é enorme. A chanceler Angela Merkel, que está de férias, não fez nenhum comentário sobre a nova retórica do escritor. Mas todos sabem que Merkel jamais demonstrou muito afeto por ele. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO  
É CORRESPONDENTE EM PARIS

Fascismo, racismo e simples estupidez: de volta ao dramatico problema das bonecas multirraciais...

Eu já fiz três posts, neste espaço, sobre o caso dramático da artesã e feirante que, vejam que horror, está vendendo bonecas pretas mais baratas do que bonecas brancas em sua banca.
Numa primeira abordagem, seria racismo ao inverso dos militantes da causa negra, que exigem absoluta equiparação de preços, por uma questão de "igualdade" e "não-discriminação".
Numa segunda abordagem, seria fascismo, ao procuradores do MP empreenderem uma investigação para, eventualmente, OBRIGAR a vendedora em questão a equiparar os preços de duas bonecas ligeiramente diferentes, apenas porque militantes e procuradores acham que tem de ser assim, e todos devem se conformar à sua vontade.
Numa terceira abordagem, seria simples estupidez, pois essas determinações esquecem que existe uma lei da gravidade, uma lei da oferta e da procura, uma simples lei do bom senso, ou da liberdade...
Enfim, o caso é tão escabroso das mentalidades que se formam no Brasil dos companheiros, que eu coloco aqui mais uma contribuição para o debate.
Ops! NÃO, NÃO, não quero debate em torno dessa coisa ridícula.
O assunto é tão estúpido que não merece debate. Apenas se deve expor o racismo de uns, o fascismo de outros, e o ridículo ou idiotice de ambos.
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 6/04/2012

Chegará o dia em que o mais prudente será ficar trancado em casa. Meter o nariz fora da porta será um risco imenso. Você pode esbarrar em algum amigo da humanidade pronto a mandá-lo para a cadeia. Um leitor me enviou um reportagem que eu não havia lido, publicada no Globo Online. Li. E me pergunto se não é uma pegadinha de 1º de abril, só que publicada no dia 3. Leiam. Volto em seguida.

Conselho vai investigar caso de bonecas em feira
O Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) enviará três representantes à Feira Hippie de Ipanema, no domingo, para checar a diferença de preço entre bonecas de pano negras e brancas. Como noticiou na terça-feira Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, uma barraca cobra R$ 85 pelas brancas e R$ 65 pelas negras, embora as duas sejam praticamente iguais.
Presidente da entidade, Paulo Roberto dos Santos disse que os conselheiros tentarão conseguir com a dona da barraca uma explicação para a diferença de preços. Se os argumentos não forem convincentes, e se a proprietária se recusar a rever os valores, o conselho poderá encaminhar ao Ministério Público uma denúncia de discriminação: “Nós resolvemos que, antes de qualquer atitude, vamos lá no domingo ver de perto essa situação, se tem a ver com algum preconceito. E vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade (brancas e negras). Se ela se recusar, vamos fazer uma denúncia formal ao Ministério Público e procurar a Defensoria Pública”, disse Paulo.
A decisão de ir à feira foi tomada em reunião do Cedine, à qual estiveram presentes representantes do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio e da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio.

Voltei
Sim, eu sei qual é a suposição: se a boneca negra é mais barata, isso poderia traduzir um preconceito da vendedora. Mas esperem. Nem a suposta discriminação racial conseguiria anular uma evidência da lei de mercado, não é? Um produto similar ao outro, só que mais barato, pode ser mais atraente ao bolso, ora essa! E isso, afinal, concorre, por óbvio, para facilitar a venda. Logo, não sendo abolida a lei de mercado pelas suposições racialistas, a vendedora em questão poderia estar concorrendo para diminuir a discriminação racial — tanto quanto se possa aplicar esse conceito às… bonecas! Mas eu pretendo contribuir com o rigor absoluto com essa importante causa do Ministério Público. Segundo os dados de 2010 do IBGE, é esta a distribuição dos brasileiros segundo a cor da pele.


A boneca tem a cor preta. Logo, em princípio, seria de interesse precípuo da parcela negra da população brasileira, que compõe 7,61% dos brasileiros. Os 43,13% dos mestiços, parece, mereceriam uma boneca também — que, segundo entendi, nem está à venda, né? Seria o caso de apontar “preconceito”?
Qualquer um desses especialistas em combate ao racismo diriam que as crianças negras devem ter o direito de comprar bonecas negras, nas quais possam se reconhecer. Francamente, acho isso uma besteira porque significa analisar o mundo da fantasia segundo critérios do mundo real. O procedimento destrói o universo das fábulas, dos desenhos animados e da HQ, não é? Nessa esfera, patos falam, cordeiros filosofam, lobos são tristemente cínicos, e Bob Esponja faz fogueira no fundo do mar… Mas os tais especialistas dizem que meninas negras devem ter bonecas negras. Então tá.
Suponho que as brancas, então, fiquem com as brancas. Dada a cor da pele do brasileiro, é forçoso inferir que a demanda por bonecas negras seja menor do que a demanda por bonecas brancas. Isso pode ter um efeito perverso ou benéfico para o comprador. O perverso: como a saída do produto é pequena, manter a opção em estoque custa dinheiro, o que eleva o preço final. O benéfico: para incentivar a venda, baixa-se o preço.
Venham cá, senhores procuradores: se a dona da banca vender as duas versões da boneca por R$ 85, os potenciais compradores da boneca negra sairão ganhando? Apelando de novo ao IBGE, constata-se que a renda dos negros, na média, é inferior à dos brancos. Assim, em nome do combate à discriminação racial, torna-se a boneca negra um produto mais caro!!!
“Ah, Reinaldo, tem é de baixar o preço das bonecas brancas!” Entendi! Em nome do combate à discriminação racial, o Brasil tem agora de tabelar… as bonecas! Vamos criar o CIPB: Conselho Interministerial de Preços… das bonecas!!!
E agora o ridículo final
Vejam que coisa: se a tal vendedora da feira hippie não tivesse a boneca negra como opção, a questão simplesmente não existiria. Ou será preciso criar agora o CPGDVB (Comissariado do Povo para a Garantia da Diversidade da Venda de Bonecas)?
A verdade nua e crua é esta: o Ministério Público Federal gasta o dinheiro de brancos, mestiços e negros com uma questão ridícula.
Havendo alguma falha lógica na minha argumentação, terei todo o prazer em me retratar.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Rio+20: a visao brasileira do processo - Forum Brasileiro de Mudancas Climaticas


Dilma diz que não há espaço para "fantasias" na Rio+20
Jornal Ciência Hoje, 5/04/2012

O governo brasileiro organizará um encontro extraordinário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) para discutir os principais pontos sobre os assuntos a serem tratados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Ao participar ontem (4) da reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff rebateu críticas de ambientalistas em relação aos projetos de desenvolvimento do governo. Dilma citou a conferência Rio+20, que ocorrerá em junho no Brasil, como um fórum para discussões dos temas ambientais relevantes, sem necessidade de recorrer a "fantasias".

De acordo com a presidente, o Brasil tem a missão de propor novos paradigmas de crescimento, que não pareçam "etéreos ou fantasiosos". Segundo ela, numa conferência como a Rio+20, a fantasia "não tem espaço".

Em seguida, ao se referir aos projetos do governo, Dilma afirmou: "Tenho de explicar para as pessoas como é que elas vão comer, ter acesso a água e energia. Não faço proposta olhando só para o próprio umbigo. Vamos ter de ser capazes de fazer a junção do social, econômico e o ambiental, incluir, proteger e conservar". A presidente reiterou várias vezes a combinação "Crescer, incluir, proteger e preservar" como mote. Ela disse que vários desafios se conjugam simultaneamente para os países: produção de alimentos e sustentabilidade, aquecimento global e desenvolvimento industrial, acesso a água e energia, direito dos povos à civilidade e à civilização, cidades sustentáveis. "A missão é propor um novo paradigma de crescimento", resumiu.

Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, a ciência e a tecnologia têm papel fundamental na harmonização entre desenvolvimento e meio ambiente. "O conhecimento é fundamental para enxergarmos esses caminhos", disse no evento. "E o Brasil pode dar um exemplo para o mundo."

Em seu discurso, Dilma Rousseff afirmou que o Brasil tem que "fazer mais que a média internacional" porque conta com enormes vantagens comparativas, algumas naturais e outras derivadas dos esforços de seu povo. Ela citou a matriz energética com alta proporção de fontes renováveis. "Podemos ser uma das maiores economias do mundo e preservar o meio ambiente", disse, ressalvando: "O Brasil só pode fazer isso se for uma das maiores nações". Ela considerou que cabe ao País uma atitude dupla, que combine liderança e a compreensão de que outros países enfrentam condições mais árduas para se desenvolver plenamente.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, frisou que a Rio+20 não trata somente de meio ambiente. Ele comentou que o conceito de desenvolvimento sustentável ainda está associado ao discurso ambiental, mas deve ser entendido também em termos econômicos e sociais. Para Patriota, enquanto a conferência Rio 92 (ou Eco 92) representava mais um "ponto de chegada" de vários eventos e acordos anteriores, a atual tem um perfil mais de "ponto de partida".

O titular do Itamaraty disse que o Brasil defenderá que a ideia de economia verde acoplada à postura inclusiva e que seja interpretada com liberdade pelas nações, para que essas a adaptem à realidade local. Ele afirmou que a pauta das mudanças globais de clima tem centralidade no documento-base do encontro internacional.

Hidrelétricas - Dilma Rousseff aproveitou a reunião para avisar aos grupos ambientalistas que lutam contra a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia que o governo não mudará seu projeto de aumento da oferta de energia e de desenvolvimento da região.

A presidente destacou que o País tem quase 50% de sua matriz energética renovável e que a Rio+20 tem de ter ao mesmo tempo liderança e humildade para mostrar que é possível crescer e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo. Dilma também mandou um recado aos defensores da energia eólica, apontada pelos ambientalistas como uma matriz confiável de energia renovável.  "Para garantir energia de base renovável que não seja hídrica, fica difícil, porque eólica não segura. E todo o mundo sabe disso", afirmou.

Ao explicar por que é necessário usar outros tipos de energia, e não apenas a eólica, Dilma comentou: "Não venta o tempo todo e não tem como estocar vento." E disse: "Não posso dizer que só com eólica é possível iluminar o planeta". A presidente destacou que o Brasil vai ter que ter um papel de liderança. Segundo ela, o debate sobre geração de energia tem de ser científico e os países devem ter visão ampla, "sem olhar para o umbigo". Além das hidrelétricas, Dilma afirmou que o Brasil "teimou" em ter um plano de etanol.

MMA - A ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, fez uma síntese das ações realizadas pelo governo brasileiro e expôs o calendário do País para o tema. Ela explicou que o Brasil pretende apresentar a nova versão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas na 18ª Conferência das Partes (COP), no fim do ano, no Qatar. Ela anunciou também que o País fará este ano uma estimativa anual de emissões, num trabalho que envolve o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). "Será um Deter das emissões", disse, numa referência ao sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O instrumento é usado para acompanhar tendências no desmate e permitir medidas para revertê-las.

Izabella Teixeira afirmou também que a aplicação dos planos setoriais de redução de emissões em andamento dá conta do compromisso voluntário brasileiro (diminuir entre 36,1% e 38,9% até 2020). Ela listou outros cinco em preparação: indústria, transportes e mobilidade, saúde, mineração e pesca e aquicultura.

Dilma também afirmou que os projetos de saneamento desenvolvidos pelo governo devem ser considerados como formas de proteção ambiental. "O saneamento é fundamental para preservar toda a água das cidades e não há cidades sem água", acrescentou. A presidente destacou ainda a agricultura familiar como alternativa para produção de alimentos orgânicos.

Desmatamento - Crítica do modelo dos países ricos para reagir à crise financeira internacional, Dilma também atacou-os em relação ao desmatamento. "Nós temos tecnologia para antecipar e monitorar o desmatamento que poucos países têm, até porque muitos já desmataram o que tinham para desmatar."

A representante do setor ambientalista no fórum Sílvia Alcântara vê retrocessos na área ambiental durante o governo Dilma. "Às vésperas da Rio+20, grande parte das conquistas da sociedade brasileira na área socioambiental desde a Constituição de 1988 pode ser perdida e isso seguramente será amplamente denunciado na Cúpula dos Povos". Ela cobrou o veto presidencial ao texto da reforma do Código Florestal.

(JC com Agências de Notícias)

Protocolo diplomatico: o estilo faz o homem (no caso a mulher)

Do noticiario pescado por aí. O governo americano parece ser o último a saber...
Paulo Roberto de Almeida


05/04/2012 | 00:00

Marta deve 
virar embaixadora
em Washington

A presidenta Dilma decidiu mesmo mandar às favas a mais expressiva conquista dos diplomatas brasileiros, implantada no governo Lula, de reservar para a carreira o cargo de embaixador. No caso, embaixadora. Como compensação por ter sido preterida pelo ex-ministro Fernando Haddad na candidatura à prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) deve ser nomeada embaixadora em Washington.

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05/04/2012 | 00:00

Inspeção

Entusiasmada com a boquinha, Marta já passa a semana na capital americana, visitando os próximos domínios (chancelaria e residência).

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05/04/2012 | 00:00

Marta a tiracolo

Dilma poderá comunicar informalmente a Obama e a Hillary Clinton, na visita dos dias 9 e 10, a escolha de Marta como futura embaixadora.

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05/04/2012 | 00:00

Elas se entenderão

Como Hillary, Marta é senadora, uma por Nova York e a outra por São Paulo, os mais importantes estados dos respectivos países.

As leis fundamentais da estupidez humana: um caso concreto

Vocês vão me perdoar, mas eu estou tão impressionado, mas TÃO IMPRESSIONADO, com o caso dos militantes racistas que pretendem obrigar uma simples artesã, e feirista, a vender pelo mesmo preço bonecas brancas e bonecas negras que ela mesma faz, e vende, que me lembrei de um antigo texto que fiz sobre uma obra paralela do grande medievista italiano (já falecido) Carlo Maria Cipolla sobre as leis fundamentais da estupidez humana, que li nesta edição francesa:
Allegro ma non troppo: Les lois fondamentales de la stupidité humaine (Paris: Balland 1992).


Quem quiser saber mais sobre o livro e ler no original, pode ir neste link: 
http://www.italianisticabl.eu/cipolla.pdf
O meu texto está neste link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=117


Mas o que isso representa senão a estupidez humana (ou de alguns humanos, pelo menos)? Com efeito, segundo Cipolla, a pessoa estúpida é aquela "que causa um dano a outra pessoa ou a um grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo até vir a sofrer um prejuízo".


Creio que estamos em face deste caso, e me permito, uma terceira vez, postar aqui esta notícia absolutamente estúpida sobre um dos casos mais estúpidos que já me foram dados contemplar neste meu longo itinerário ao lado de outros humanos (alguns eu não escolheria, mas enfim).


Vejam vocês a matéria, que já postei aqui a título de racismo, depois a título de mentalidade fascista, e que agora posto uma terceira vez a título da simples estupidez cipolliana.


Apresento aqui o link da minha segunda postagem. Talvez faça uma quarta ou quinta, pois o assunto é tão surreal que eu me pergunto se o Brasil não está involuindo como sociedade, deixando de ser alegre e tolerante, para virar ridiculamente, tristemente fascista: 


http://diplomatizzando.blogspot.fr/2012/04/o-fascismo-em-construcao-no-brasil.html

Erros historicos da diplomacia brasileira - Marcelo Coutinho

Erraram, de novo!
Marcelo Coutinho
O Globo, 30/03/2012



O Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira, pôs em prática há mais de 100 anos uma política externa em direção aos EUA. Fazia todo sentido à época, já que a Europa aos poucos perdia poder econômico. Nada melhor naquele momento do que ampliar a cooperação com Washington. Começamos, então, a nos tornar parte de um arranjo pan-americano, que bem mais tarde daria origem à OEA.
Algo semelhante ocorre hoje. Seguindo os fluxos do comércio internacional e pressentindo mudanças, o Itamaraty promove uma aproximação maior com a China. O governo chegou a modificar a nossa identidade latino-americana em favor de outra ainda em construção em torno dos Brics, mais vinculada à Ásia, adotando uma política basicamente de prestígio.
Há similaridades entre a política do Barão e a atual. Queremos ser vistos como uma fonte de estabilidade na América do Sul, e até o Acre voltou a ser uma questão, agora com os haitianos imigrantes. Mas, enquanto no início do século XX estabelecemos relações especiais com a potência em ascensão para que ela não interferisse em assuntos do nosso interesse, recentemente contribuímos para a entrada dos negócios asiáticos na América Latina, o que acabou enfraquecendo nossas exportações industriais.
Saíram a Doutrina Monroe e o Corolário Roosevelt, entrou a primazia de Xangai. A latino-americanização e o universalismo de um tipo de política adotada a partir dos anos 1960 (política externa independente e pragmatismo responsável), em certa contraposição ao legado do Barão, mantêm-se apenas no discurso de membros do atual governo. Na verdade, voltamos a concentrar relações ao centro do sistema.
Em 1912, mais de 90% do que exportávamos para os EUA eram produtos básicos como café, borracha, algodão e açúcar, e comprávamos deles 80% de manufaturados e 20% de alimentos. Tornou-se o nosso maior mercado externo. Atualmente, o parceiro mudou, mas não os pesos relativos. 90% do que compramos dos chineses são manufaturas e 10% de alimentos, enquanto mais de 90% do que vendemos a eles são commodities como minério de ferro, soja e petróleo. Agora, como na Velha República, a inserção da economia brasileira no mundo dá-se mediante bens com baixíssimo valor agregado.
É importante salientar ainda o impressionante crescimento da dependência do Brasil em relação à China, talvez até superior em relação aos EUA cem anos atrás. 28% das exportações brasileiras iam para o vizinho do Norte no início do século XX, quando havia menos de 60 países independentes. 14% das nossas exportações já vão agora para a China, embora existam quase 200 nações. Em termos relativos ao tamanho da comunidade internacional, surpreende muito mais a importância chinesa.
Após a morte do Barão, não demoraria muito para que os EUA se transformassem também em nosso maior credor internacional. Antes era a Inglaterra quem mais nos emprestava dinheiro, normalmente para suportar o serviço da dívida e possibilitar compras externas. A relação Brasil-China segue o mesmo caminho. Os investimentos de Pequim aqui são com vistas ao seu próprio abastecimento, numa política conhecida dos antigos colonizadores.
Observa-se, no entanto, uma distinção fundamental. Diferentemente da era Paranhos Júnior, hoje ocorre um processo de desindustrialização. Quando o Brasil trocou o Reino Unido pelos Estados Unidos, trocou seis por meia dúzia em relação econômica. Primários exportadores éramos e continuamos até os anos 1950. Mas, quando o governo substitui os EUA pela China e Índia, ajuda a derrubar a indústria nacional.
No passado, como hoje, o Brasil se via muito bem posicionado internacionalmente, tão bem a ponto de se candidatar a um assento permanente no extinto Conselho Executivo da Liga das Nações. Após jactâncias diplomáticas, o Brasil ficou de fora do principal órgão decisório do mundo durante o governo Arthur Bernardes (1922-1926). O chanceler Feliz Pacheco tinha a convicção de que o Brasil, então membro rotativo, estava à altura das grandes potências.
O mesmo erro de percepção atingiu o Itamaraty de novo. O Brasil não tem condições neste momento de competir comercialmente nem mesmo com o México. Dizer que a China depende do Brasil é como afirmar que os europeus dependiam de nós para a provisão de banha de porco na Primeira Guerra. Os chineses precisam dos nossos recursos naturais como precisamos do dinheiro deles. Isso se chama desigualdade, e não interdependência. Uma diferença que um século depois do Barão não pode ser simplesmente apagada.

Concurso do Itamaraty: o CESPE hors concours (1)

Bem, com a ajuda dos leitores deste blog, parece que vou ter de abrir uma seção toda ela dedicada aos erros do CESPE, no exame geral de início do concurso de seleção para a carreira de diplomata, especialmente voltada, mas não exclusivamente, para os erros de Português, como estes exemplos que me envia um leitor:


Fora os erros supramencionados, houve erros de português grosseiros, que demonstram a falta de revisão. No enunciado da questão 8, o nome da autora está "ClariSSe Lispector". Na questão 61, um das questões diz "Sabendo-se que a função de serviços administrativos de determinado órgão público exiJe um computador para cada funcionário..." Lamentavelmente, o nível exigido dos candidatos está superior àqueles que redigem a prova. Uma falta de respeito! 

Eu me pergunto o que fazem os professores do CESPE -- ou seja UnB -- que elaboram as provas, o que fazem os professores revisores, e o que fazem os diplomatas, supostamente revisores dos revisores, e aqueles que, por último, têm o dever de verificar a prova antes que ela seja aplicada.

Ou seja, o erro que prejudicou tantos candidatos derivava de algo absolutamente estúpido: a inversão de letras na folha de resposta (ou na própria prova impressa, não tenho certeza agora). Mas o que estamos falando aqui são exemplos de erros primários.
E eu ainda não entrei nas bobagens substantivas, ou politicamente motivadas...
Paulo Roberto de Almeida 


O fascismo em construcao no Brasil: mentalidades fascistas

O assunto é tão absurdo, tão monstruoso, tão ridiculamente fascista, que eu me permito colocá-lo aqui uma vez mais, para que leitores sensatos, inteligentes, como os que frequentam estas páginas (ops, estes posts), se dêem conta de como isso representa, além do absurdo de pretenderem revogar a lei da oferta e da procura, além da violência anticonstitucional que significaria obrigar uma artesã, e um comerciante privado, a fixarem preços ao bel prazer de militantes racistas, uma mentalidade finalmente FASCISTA, que é a de pretender obrigar pessoas normais a terem tal tipo de comportamento.
Não sei se vocês se dão conta de como isto representa, sim, um grão de fascismo embutido na mente de pessoas potencialmente totalitárias.
Aqui vai o conjunto da obra:


QUARTA-FEIRA, 4 DE ABRIL DE 2012

Militantes Negros querem revogar a lei da oferta e da procura

Eu às vezes me pergunto se é só estupidez, mesmo, ou se é racismo puro,  entranhado na mente desses militantes da causa negra, que pretendem obrigar comerciantes privados -- não necessariamente formados em altas escolas de comércio ou em cursos de administração, mas que devem ter algum instinto de mercado -- a fixarem preços administrados, segundo sua concepção idiota de valores econômicos, em patamares que eles julgam serem politicamente aceitáveis, mas que não são, provavelmente, economicamente realistas.
Certas pessoas acham que pelo fato de as bonecas "serem praticamente iguais", elas deveriam ter o mesmo preço: elas querem eliminar as preferências dos consumidores e o direito dos comerciantes realizarem um lucro maior sobre a procura dos clientes, o que é humanamente compreensível (menos para certos energúmenos).
Elas querem fazer o MP obrigar os comerciantes a "igualar os preços" das bonecas. 
Mas a minha sugestão é melhor: os comerciantes deveriam cobrar mais caro pelas bonecas negras, pois assim os militantes da causa receberiam a distinção -- embora duvidosa econômicamente -- de terem "suas" bonecas mais "valorizadas".
Não é uma solução perfeita para um problema perfeitamente estúpido?
Em todo caso, creio que o Brasil está se encaminhando para uma dupla trajetória muito triste: crescente estupidez nacional e racismo explícito, ao contrário.
Paulo Roberto de Almeida 

Conselho vai investigar caso de bonecas em feira
O Globo, 3/04/2012

Entidade pode recorrer ao MP se artesã não igualar preços de brancas e negras em Ipanema

RIO - O Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) enviará três representantes à Feira Hippie de Ipanema, no domingo, para checar a diferença de preço entre bonecas de pano negras e brancas. Como noticiou na terça-feira Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, uma barraca cobra R$ 85 pelas brancas e R$ 65 pelas negras, embora as duas sejam praticamente iguais.

Presidente da entidade, Paulo Roberto dos Santos disse que os conselheiros tentarão conseguir com a dona da barraca uma explicação para a diferença de preços. Se os argumentos não forem convincentes, e se a proprietária se recusar a rever os valores, o conselho poderá encaminhar ao Ministério Público uma denúncia de discriminação:

— Nós resolvemos que, antes de qualquer atitude, vamos lá no domingo ver de perto essa situação, se tem a ver com algum preconceito. E vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade (brancas e negras). Se ela se recusar, vamos fazer uma denúncia formal ao Ministério Público e procurar a Defensoria Pública — disse Paulo.

A decisão de ir à feira foi tomada em reunião do Cedine, à qual estiveram presentes representantes do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio e da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio.