O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A "relacao especial" que se especializou nos conflitos - Brasil-EUA visto pela Economist

A matéria abaixo, mais analítica do que simplesmente expositiva, toca nos pontos principais dessa relação que já se tentou fazê-la "especial" -- seja nos tempos do Barão, seja durante a ditadura militar, sempre de olho na Argentina -- e que, desde os anos Lula, derivou para gentilezas da parte americana e caneladas da parte brasileira.
Afinal de contas, foram os brasileiros que iniciariam o período de "American bashing" implodindo a Alca, mantendo relações estreitas com inimigos notórios do império como Cuba e Venezuela, fazendo de tudo, em geral, para afastar o império da América do Sul, em particular, e da América Latina, se possível. Foi a dupla Lula-Amorim quem decidiu criar todas as instituições atuais no âmbito sub-regional para que fossem exclusiva e excludentemente antiamericanas, "sem tutela externa", como se dizia na época, ou seja, contra o império.
Interessante seria descobrir o que o Brasil teria mais a ganhar com Venezuela, Cuba ou Irã, do que com o império, em termos concretos, tirando a ilusão de que se pratica uma diplomacia autônoma, "que não pede licença a ninguém" para suas iniciativas, como também se repetia muito nesses tempos de infantilidades anti-imperialistas.
O Brasil, atualmente, se tornou mais dependente da China do que jamais o foi dos EUA, e mesmo nessa "dependência" anterior havia um comércio extremamente diversificado e prometedor. Os companheiros enterraram tudo isso, pensando que a China era uma "aliada estratégica" e deu na situação de hoje, que nos obriga a praticar esse protecionismo tosco e tão míope que ele coloca a culpa nos países europeus e nos EUA, acusando um fantasmagórico "tsunami financeiro" e uma não menos imaginária "guerra cambial" (dos "ricos", entenda-se) como as fontes do problema, quando elas estão inteiramente no Brasil e são agravadas, sim, pelas práticas comerciais e cambias da China (mas disso não se fala um "pingo", o que é amplamente revelador da miopia acima referida).
Quando é que os companheiros vão crescer e aprender algo com o mundo?
Se os diplomatas ajudassem um pouco isso viria mais cedo, mas parece que a timidez de um lado e a ingenuidade de outro vão fazer com que continuemos a ouvir discursos absolutamente irrealistas para nossas relações econômicas internacionais...
Paulo Roberto de Almeida

Dilma Rousseff's visit to America

Our friends in the South

Apr 7th 2012, 14:52 by H.J. | SAO PAULO
BRAZIL has probably never mattered more to America than it does now. America has probably never mattered less to Brazil. Not that relations are bad between the two countries—far from it; they are increasingly cordial and productive. But America has finally, belatedly, woken up to the fact there is a vast, stable country to its south as well as its north; a country, moreover, with a fast-growing and voraciously consuming middle class that seems to offer salvation to American businesses struggling in a moribund domestic market. Brazil, meanwhile, neither needs loans from American-dominated global financial institutions, nor is it otherwise beholden to the country. The United States is no longer even its biggest trading partner. China took that spot in 2009.
A more balanced relationship may be a more fruitful one too. Since Barack Obama’s visit to Rio de Janeiro and Brasília last year, America has delighted Brazil by removing import tariffs on its ethanol and piloting a scheme to make it easier for Brazilians to get visas—two long-standing bugbears. Brazil’s president, Dilma Rousseff, makes a return visit to Washington in the coming week, and there is much to talk about still. What Brazil wants from America above all is endorsement for a seat on the UN Security Council. Britain has already backed its bid, and during his visit to Brazil Mr Obama made baby steps in the same direction, acknowledging Brazil’s “aspiration”, though stopping short of full support.
That support is unlikely to be forthcoming, at least in the near future. Though Brazil is hardly geopolitically troublesome, its worldview—a hard-to-pin-down blend of pragmatism, relativism and a seemingly indiscriminate willingness to be friends with everyone—is unappealing to the United States. The previous president, Luiz Inácio Lula da Silva, was flexible enough to be “my man” to Barack Obama and “our brother” to Fidel Castro. In 2010 Lula stuck his neck out trying to co-broker, with Turkey, an anti-proliferation agreement with Iran’s president, Mahmoud Ahmadinejad. That infuriated countries far more important to Brazil’s strategic interests, and left Lula looking silly when Mr Ahmedinejad made no concessions in return. Ms Rousseff has rowed back from that friendship, but it reinforced an impression that Brazil is unpredictable and naive.
Mr Obama will surely want to know, too, what exactly Brazil means by its big new foreign-policy idea. That is to complement the UN’s justification for intervention in another country’s affairs under the rubric “Responsibility to Protect” with “Responsibility while Protecting” after it has gone in. Since Brazil tends not to support going in in the first place, when would it want to see this new responsibility kick in? Even some experienced and sympathetic diplomatic observers in Brasília say they have no idea what concrete difference this would make on the ground.
For America, trade, not diplomacy, will surely be top of the agenda. Judging from the number of American investors turning up in São Paulo every week, Mr Obama must hear about the glowing opportunities Brazil presents in just about every time he meets businessfolk. But with the most overvalued currency of any big economy, Brazil’s own industrialists are prodding the government to keep imports out. It has hiked already-high tariffs on many imports even further, and is taxing foreign-currency inflows increasingly heavily to keep out speculative inflows. Brazil has made it clear it only wants long-term investment, and is only interested in foreign businesses that are willing to make whatever it is they want to sell in Brazil.
If Mr Obama tries to argue for freer trade, he will get short shrift. Both Ms Rousseff and her finance minister, Guido Mantega, regard the floods of cheap money being pumped out by the Fed and the European Central Bank as a far worse trade distortion than Brazilian barriers, which they term “safeguards” rather than “protectionism”. Brazil’s drift towards protectionism is in fact becoming a problem for its own economy. But that is an argument for another day. Mr Obama will surely be aware there is still a lot of mileage to be got out of helping American companies to set up shop in Brazil.

Livros gratuitos: SciELO portal - Scientific Eletronic Library Online


SciELO Brasil lança portal de livros eletrônicos
Rede de periódicos científicos no país lança o portal "SciELO Livros", que promete democratizar o acesso a produções científicas desenvolvidas por brasileiros
Por Elton Alisson
Agência FAPESP
Foi lançado em 30 de março, durante evento na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo, o portal SciELO Livros.
Integrante do programa Scientific Eletronic Library Online SciELO Brasil – resultado de um projeto financiado pela FAPESP em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) –, o portal visa à publicação on-line de coleções de livros de caráter científico editados, prioritariamente, por instituições acadêmicas.
A iniciativa pretende aumentar a visibilidade, o acesso, o uso e o impacto de pesquisas, ensaios e estudos realizados, principalmente, na área de humanas, cuja maior parte da produção acadêmica é publicada na forma de livros. “Uma porcentagem significativa de citações que os periódicos SciELO fazem, principalmente na área de humanas, está em livros. E como um dos objetivos da coleção SciELO é interligar as citações entre periódicos, a ideia é também fazer isso com livros”, disse Abel Packer, membro da coordenação do programa SciELO, à Agência FAPESP.
De acordo com Packer, a ideia do projeto foi sugerida em 2007 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi iniciado em 2009 sob a liderança e financiamento de um grupo formado pelas editoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Fiocruz.
O desenvolvimento da plataforma metodológica e tecnológica contou com a cooperação da Bireme, e a execução do projeto teve apoio institucional e de infraestrutura da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Inicialmente, o portal reunirá cerca de 200 títulos, distribuídos mais ou menos igualmente entre as editoras das três universidades. A partir do lançamento, a expectativa é que a coleção possa contar com a adesão de outras editoras acadêmicas.
Para integrar o portal, as editoras e as obras são selecionadas de acordo com padrões de controle de qualidade aplicados por um comitê científico e os textos são formatados de acordo com padrões internacionais que permitem o controle de acesso e de citações.
A publicações poderão ser lidas por meio de plataformas de e-books, tablets, smartphones ou na tela de qualquer computador, acessadas diretamente do portal ou de buscadores na internet, como o Google, e também serão publicadas em portais internacionais.
“A ideia é contribuir para desenvolver infraestrutura e capacidade nacional na produção de livros em formato digital e on-line, seguindo sempre o estado da arte internacional”, explicou Packer.
Segundo ele, a plataforma metodológica e tecnológica desenvolvida para publicação de livros eletrônicos para a coleção da SciELO Brasil deverá ser utilizada por outros países que formam a rede SciELO para publicar suas coleções nacionais, com gestão autônoma.
Venda de livros
Além das obras com acesso aberto e gratuito, o portal SciELO Livros também possui uma área na qual será possível ao usuário comprar obras das editoras integrantes do projeto no formato e-book.
“A venda deverá ser uma das fontes de recursos financeiros previstos na operação autosustentável do portal. Isso representa uma novidade para o SciELO, que tem acesso totalmente aberto para os seus periódicos. Entretanto, o número de livros em acesso aberto deverá predominar”, disse Packer.
Segundo ele, a meta inicial é publicar entre 300 a 500 títulos por ano no portal. Entretanto, esse número de publicações dependerá da reação das editoras e do público.
“Se o projeto tiver um sucesso semelhante ao do SciELO Periódicos, o desenvolvimento do portal poderá ser mais rápido, e ele deverá contar com muito mais livros”, estimou.
Criada em 2007, o SciELO Brasil é, segundo o Ranking Web of World Repositories, conhecido como Webometrics, o líder mundial entre os maiores portais de informação científica em acesso aberto e gratuito no mundo.
Em 2011, de acordo com Packer, a coleção SciELO Brasil teve uma média diária de 1,2 milhão de downloads de artigos. Seu modelo de publicações de periódicos é adotado hoje por diversos países e forma uma rede de coleções nacionais.
Os países com coleções certificadas estendem-se pela América Latina, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Venezuela, e Europa (Espanha e Portugal). A coleção da África do Sul está prevista para ser qualificada e certificada em 2012.
A expectativa é que esses países também venham adotar o modelo SciELO de publicação de livros em formato digital.
SciELO Livros: http://books.scielo.org

domingo, 8 de abril de 2012

Gestao do conhecimento, desenvolvimento, relacoes internacionais - livro da Unisul

Ainda um livro da Unisul, que vem enriquecer o debate setorial.
Paulo Roberto de Almeida

Relações Internacionais, gestão do conhecimento e estratégias de desenvolvimento: debates interdisciplinares na primeira década do novo milênio
Organizadores: Nilzo Ivo Ladwig; Rogério Santos da Costa
Palhoça : Ed. Unisul, 2012.471 p. ; 21 cm
ISBN 978-85-8019-028-1
I – Relações Internacionais
1 - Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN: histórico, características, objetivos, funcionamento e influência na segurança coletiva
Rogério Santos da Costa
2 - Segurança no subcomplexo regional norte-andino: desdobramentos pós-11 de setembro
Vicente Rodrigues da Fonseca Pchara
3 - Adoção de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa para os países em desenvolvimento no regime internacional de mudanças climáticas
Letícia Britto dos Santos
4 - O instituto da adoção internacional e a sua importância para as Relações Internacionais
Pollyanna Gerola Giarola
II - Política Externa Brasileira
5 - Relação Sul-Sul: o que os africanos pensam da política externa brasileira?
Mamadou Alpha Diallo
6 - Comércio internacional e a formação de parcerias brasileiras: a política externa brasileira pela ótica do PT e do PSDB
Lucas Ribeiro Mesquita
7 - Multilateralismo, multiculturalismo e cooperação Sul-Sul no governo Lula: diversidade cultural e anti-hegemonia
Dhiego de Moura Mapa
8 - A diplomacia cultural como instrumento de política externa brasileira
Leila Bijos e Verônica Arruda
9 - O social em foco: influências da política externa brasileira e venezuelana sobre a coesão social nacional e regional
Ana Paula Becker e Erika Medina Barrantes
10 - Brasil e a reforma do Conselho de Segurança da ONU: mudanças, interesses e credenciais
Tiago Haymussi Sales

III – Gestão do conhecimento
11 - Processo de geração de ideias para inovação: proposta de um modelo
Viviane Brandão Miguez, Pierry Teza, Aline França de Abreu
12 - A gestão da informação e do conhecimento como suporte para as políticas de segurança pública
Giovani de Paula
13 - Algumas reflexões sobre o impacto da taxa de câmbio nos negócios internacionais na nova economia do conhecimento
Joseane Borges de Miranda, Juçara Salete Gubiani e Paulo Maurício Selig

IV – Desenvolvimento sustentável Regional e Local
14 - Desenvolvimento regional: uma abordagem interdisciplinar
Marcos Junior Marini e Christian Luiz da Silva
15 - Práticas sustentáveis para o setor hoteleiro: um estudo no município de Balneário Camboriú/SC
Diane Francine Turczynski e Murilo de Alencar Souza Oliveira
16 - A atuação nada sustentável da iniciativa privada na produção habitacional da cidade de Chapecó-sc
Ana Laura Vianna Villela e Jamile De Bastiani
17 - Educação e turismo: políticas públicas e formação de cidadãos no bairro Restinga (Porto Alegre-RS)
Hernanda Tonini e Mirelle Barcos
18 - Avaliação do capital social no ambiente universitário: uma experiência no extremo oeste catarinense
Alyne Sehnem e Janaina Macke
19 - A punição perpétua pela estigmatização social: A exigência de atestado de antecedentes para contratação em empresa privada na região de Criciúma – SC
Mariana Garcia Amarante e Rosinei da Silveira
V – Estratégias de competitividade
20 - Fatores determinantes tecnológicos e a política de ciência e tecnologia no Brasil
Fabiana Leis, Heloísa de Puppi e Silva e Christian Luiz da Silva
21 - A importância das competências interdisciplinares para os gerentes de projetos: um estudo empregando a revisão sistemática
Helio Aisenberg Ferenhof, Roberto Fabiano Fernandes e Fernando Antonio Forcellini
22 - A expansão da Azaléia para o mercado sul-americano: uma visão baseada em recursos
Cláudio Reis Gonçalo, Juliana Ballin Zuzin e Ivan Lapuente