Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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segunda-feira, 2 de março de 2015
Retratos Sul-Americanos: Perspectivas Brasileiras sobre História e Política Externa - livro coletivo
Camilo Negri (UnB) e
Elisa de Sousa Ribeiro (coordenadores):
Retratos Sul-Americanos: Perspectivas Brasileiras sobre História e Política Externa
ÍNDICE
A AMÉRICA LATINA NA ORDEM ECONÔMICA MUNDIAL, DE 1914 A 2014
Paulo Roberto de Almeida
“CLÁUSULAS DEMOCRÁTICAS” E TRANSCONSTITUCIONALISMO NA AMÉRICA DO SUL: UMA ANÁLISE BASEADA NA RUPTURA INSTITUCIONAL NO PARAGUAI
Carina Rodrigues de Araújo Calabria e Felipe Neves Caetano Ribeiro
O DESAFIO ESTÁ LANÇADO: O BRASIL EM BUSCA DA INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA SUL-AMERICANA (2000-2010)
Helen Miranda Nunes
PARADIGMAS DA ATUAÇÃO BRASILEIRA NO MERCOSUL
Elisa de Sousa Ribeiro e Felipe Pinchemel Cotrim dos Santos
RECOMPENSA, HONRA, SUBMISSÃO: VERSÕES DA ENTRADA DO BRASIL NA SOCIEDADE DAS NAÇÕES
Mariana Yokoya Simoni
DA HESITAÇÃO À AFIRMAÇÃO: A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA PARA A REGIÃO PLATINA NA 2ª CHANCELARIA DE PAULINO JOSÉ SOARES DE SOUZA (1849-1853)
Hugo Freitas Peres
A INTERVENÇÃO BRASILEIRA DE 1851 NO URUGUAI: CONDICIONANTES, OBJETIVOS E RESULTADOS
Rafael Braga Veloso Pacheco
INTEGRAÇÃO E DIREITO AO DESENVOLVIMENTO NA AMÉRICA DO SUL
Alex Ian Psarski Cabral e Cristiane Helena de Paula Lima Cabral
LISTA DE AUTORES
Alex Ian Psarski Cabral
Doutorando em Direito Público Internacional pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Mestre em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Portugal. Especialista em Direito do Estado e professor universitário.
Carina Rodrigues de Araújo Calabria
Doutoranda pela Universidade de Manchester, integrando o projeto “A Sociology of The Transnational Constitution”, financiado pelo European Research Council. Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília. Graduada em Relações Internacionais (FIR) e em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (UFPE).
Cristiane Helena de Paula Lima Cabral
Doutoranda em Direito Público Internacional pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Mestre em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Portugal. Especialista em Direito Público e professora universitária.
Elisa de Sousa Ribeiro
Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais com especialidade em Análise Comparativa das Américas pelo Centro de Pesquisa e Pós-Graduação Sobre as Américas (CEPPAC) da Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito pelo UniCEUB. Vice-Líder do Grupo de Estudos do MERCOSUL, vinculado ao UniCEUB, e professora universitária.
Felipe Neves Caetano Ribeiro
Diplomata. Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (2014). Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2010). Tem experiência na área de Direito Público, com pesquisa voltada para os mecanismos de diálogo entre o Direito Internacional Público e o Direito Constitucional, especialmente na América Latina e em seus processos de integração regional.
Felipe Pinchemel Cotrim dos Santos
Diplomata. Mestre em Direito Internacional pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne e bolsista do governo francês Bourse d’excellence Eiffel no período de 2010-2011. Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBa).
Helen Miranda Nunes
Mestre em Relações Internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Graduada em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Hugo Freitas Peres
Diplomata. Mestrando em Relações Internacionais na Universidade de Brasília e graduado em Relações Internacionais no Centro Universitário Curitiba.
Mariana Yokoya Simoni
Diplomata. Doutoranda em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, Mestre em Ciências Sociais pelo Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC/UnB), e bacharel em Relações Internacionais pelo Instituto de Relações Internacionais (IREL/UnB). Tem experiência nas seguintes áreas de pesquisa: História da Política Externa do Brasil, Proteção Internacional dos Direitos Humanos, Justiça de Transição na América Latina.
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata. Doutor em Ciências Sociais, Mestre em Planejamento Econômico Foi professor no Instituto Rio Branco e na Universidade de Brasília, diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI) e, desde 2004, é professor de Economia Política no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). É editor adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional e autor de vários livros de relações internacionais e de diplomacia brasileira.
Rafael Braga Veloso Pacheco
Diplomata. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos, em Belo Horizonte. Entre 2010 e 2013, em Brasília, foi servidor do quadro permanente do Ministério da Justiça, havendo, dentre outras atribuições, chefiado a Divisão de Medidas Compulsórias e ocupado o cargo de Assistente Técnico do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça.
Desigualdade na América Latina: paper de Jeffrey Williamson (NBER)
Trade and Poverty: When the Third World Fell Behind
que é uma tentativa de explicar nosso atraso pelo fechamento de oportunidades de inserção na industrialização durante a segunda revolução industrial. Pode ser que tenha funcionado para a Índia, mas não estou muito convencido quanto à América Latina justamente, que me parece ter perdido oportunidades por erros próprios, que alguns países vem tentando corrigir agora (mas o Brasil ainda não entrou nessa). Se fosse por proteção, como explicam para o caso americano, deveríamos ser uma potência industrial, o que está longe de ser o caso.
Vamos ver este paper agora...
Paulo Roberto de Almeida
NBER
Latin American Inequality: Colonial Origins, Commodity Booms, or a Missed 20th Century Leveling?
Jeffrey G. Williamson
NBER Working Paper No. 20915
Issued in January 2015
Most analysts of the modern Latin American economy have held the pessimistic belief in historical persistence -- they believe that Latin America has always had very high levels of inequality, and that it’s the Iberian colonists’ fault. Thus, modern analysts see today a more unequal Latin America compared with Asia and most rich post-industrial nations and assume that this must always have been true. Indeed, some have argued that high inequality appeared very early in the post-conquest Americas, and that this fact supported rent-seeking and anti-growth institutions which help explain the disappointing growth performance we observe there even today. The recent leveling of inequality in the region since the 1990s seems to have done little to erode that pessimism. It is important, therefore, to stress that this alleged persistence is based on an historical literature which has made little or no effort to be comparative, and it matters. Compared with the rest of the world, inequality was not high in the century following 1492, and it was not even high in the post-independence decades just prior Latin America’s belle époque and start with industrialization. It only became high during the commodity boom 1870-1913, by the end of which it had joined the rich country unequal club that included the US and the UK. Latin America only became relatively high between 1913 and the 1970s when it missed the Great Egalitarian Leveling which took place almost everywhere else. That Latin American inequality has its roots in its colonial past is a myth.
Para ler na íntegra o ensaio : http://www.nber.org/papers/w20915.pdf
Os nazistas islamicos: destruindo a civilizacao, simplesmente - Veja
Como existe a tal de responsabilidade de proteger, que deveria aplicar-se igualmente a objetos da cultura, e não apenas a seres humanos, as potências que poderiam impedir isso deveriam talvez se mobilizar, tanto quanto para impedir genocídios.
Matar a cultura também é uma forma de genocídio.
Existe um Pacto Roerich, assinado ainda antes do funcionamento da ONU, em 1935, que visa proteger obras de arte em caso de conflitos armadas e conflagrações em geral, elaborado por este artista russo justamente depois de contemplar as imensas destruições causadas pela primeira guerra mundial, pela guerra civil na Rússia e por genocidas culturais como os nazistas dos anos 1930: a queima de livros pelos trogloditas hitleristas ocorreu logo após a tomada do poder pelo maluco nazista, em 1933.
Seria o caso de consultar esse Pacto e elaborar uma "Responsabilidade de Proteger" extensiva às obras culturais da humanidade.
Paulo Roberto de Almeida
A morte da civilização
Revista Veja, 4/03/2015
Os terroristas do Isis atacaram um museu no Iraque. Para eles, assassinar pessoas e destruir culturas serve ao mesmo propósito
Ao conquistarem a França e a Bélgica durante a II Guerra, os nazistas saquearam as obras de arte de famílias ricas, museus, palácios e igrejas. Quadros e objetos variados foram fotografados, catalogados e depois guardados em minas de sal com desumidificadores para que não sofressem com os bombardeios. As obras-primas preferidas por Adolf Hitler seriam expostas após a guerra em um museu na Áustria, seu país natal. Os terroristas do Estado Islâmico, grupo que desde o ano passado ocupa vastas áreas da Síria e do Iraque, são de uma linha diferente de genocidas. Na semana passada, quebraram a marretadas inúmeras peças do Museu de Mosul, no Iraque. Em um sítio arqueológico nos arredores da cidade, destruíram com furadeira estátuas de touros alados e com cabeça humana que guardavam as portas da cidade de Nínive, na antiga Assíria, entre o século IX a.C e o VII a.C. O touro alado de Mosul, era uma divindade que, na crença dos povos babilônicos, protegia as cidades de forças demoníacas. Enquanto os nazistas queriam substituir uma civilização por outra, o Estado Islâmico almeja expurgar qualquer vestígio civilizatório.
Na ideologia desse grupo, que tem um inegável aspecto religioso, devem-se seguir à risca os passos e as palavras de Maomé, que viveu nos séculos VI e VII. Na alucinante justificativa do militante que aparece no vídeo da destruição divulgado na internet, na quinta-feira passada, "o profeta nos ordenou que nos livrássemos de todas as estátuas e relíquias, e seus companheiros fizeram o mesmo quando conquistaram países depois dele". Segundo os fundamentalistas, não deve haver nenhum objeto que sirva de culto, mesmo sendo esse de uma sociedade extinta há milênios. O raciocínio é o mesmo usado peio Talibã, que em 2001 destruiu com dinamite e mísseis duas estátuas de Buda em Bamiyan, no Afeganistão. O que vem a seguir, de acordo com os membros do Estado Islâmico, é uma guerra contra "Roma". Na falta de um papa com um exército, a palavra poderia ser interpretada como sendo a Turquia, os Estados Unidos ou a Europa. A vitória islamista nessa guerra, que, segundo propaganda religiosa feita pelo Isis na internet, acontecerá em uma cidade perto de Aleppo, na Síria, dará início à contagem regressiva para o fim do mundo. Dar início ao apocalipse — esse é o objetivo do Estado Islâmico, e não a construção de uma nova sociedade. Daí a investida sem tréguas contra qualquer civilização, antiga ou moderna.
O vídeo da destruição no museu tem apenas cinco minutos, mas parece durar mais. Ao vê-lo, a reação mais comum é de aflição, incômodo. "Em muitas pessoas, as cenas de destruição no museu provocaram uma sensação parecida com aquela gerada pelos filmes de decapitação. Isso é a prova do simbolismo forte que a cultura tem para todos nós", diz o pesquisador de antiguidades americano Charles Jones, da Universidade Penn State. Ele completa: "Para os habitantes que tiveram de fugir de Mosul, a sensação de desamparo é ainda maior".
Um alento para quem se chocou com as cenas em Mosul está na ignorância dos terroristas. As primeiras estátuas jogadas ao chão pela turba do museu não eram originais, mas réplicas de gesso. Leves, caíram vagarosamente no chão. Algumas até acabaram expondo as barras de metal que lhes davam estrutura. Depois da invasão americana do Iraque em 2003, organizações internacionais decidiram levar os originais para lugares seguros, entre eles o Museu Britânico, em Londres. Infelizmente, não foi isso que aconteceu com os touros alados de Nínive, pesados demais. Outras peças haviam sido saqueadas previamente para ser vendidas no mercado negro de arte.
O que espanta ainda mais é que ações desse tipo não são perpetradas por uma tribo distante que só agora tomou conhecimento do que é uma sociedade desenvolvida. Mais de 20 000 estrangeiros (que não são sírios ou iraquianos) já se juntaram às fileiras do Estado Islâmico. Os que foram criados em nações ricas são os que mais carregam consigo o ímpeto de destruir qualquer referência à modernidade e a outras culturas. Entre os terroristas vindos da Europa está um homem que foi apelidado de John Jihadista. Com roupas negras e balaclava cobrindo o rosto, ele aparecia com frequência falando com sotaque inglês nos vídeos do Estado Islâmico. Neles, John Jihadista cortou a cabeça de jornalistas e agentes humanitários. Na semana passada, sua identidade foi revelada. Seu nome é Mohammed Emwazi. Nascido no Kuwait, ele cresceu em Londres. Formou-se em ciências da computação pela Universidade Westminster e sonhava em integrar a milícia islâmica Al Shabab, na Somália, filiada à Al Qaeda. Em uma viagem à Tanzânia, foi detido e deportado para a Inglaterra. Em 2012, viajou para a Síria e se juntou ao Estado Islâmico. Com mais dois ingleses, tomava conta dos reféns do grupo. O trio era chamado de "The Beatles" pelos próprios terroristas.
Com reportagem de Paula Pauli
Ciencia Politica na UFMG: professores desempregados, ou aspirantes a se-lo (professores, nao desempregados...)
Paulo Roberto de Almeida
Concurso para Professor Adjunto na área de POLÍTICA INTERNACIONAL E COMPARADA
Departamento de Ciência Política - Universidade Federal de Minas Gerais
Número de vaga(s): 01 (uma).
Área de conhecimento: Política Internacional e Comparada.
Regime de trabalho: Dedicação Exclusiva.
Ti t u l a ç ã o: Doutorado em Ciência Política ou áreas afins.
Perfil desejado do candidato: Doutorado em Ciência Política ou áreas afins.
Período de inscrição: até 20 de abril de 2015 [60 (sessenta) dias a partir da publicação do Edital].
Endereço: Secretaria Geral da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha - Belo Horizonte - MG - CEP 31270-901.
Horário: Das 09:00 às 11:00 e das 14:00 às 16:00, nos dias úteis.
Contato Telefone(s): (31) 3409-5016.
Correio eletrônico: secgeral@fafich.ufmg.br.
Tipos de prova:
Prova de Títulos, Prova Escrita com caráter eliminatório e Apresentação de Seminário.
Escopo do Seminário: Apresentação de um projeto de pesquisa, incluindo sua base teórica e desenho metodológico.
Período de realização do Concurso/Datas prováveis para realização das provas: De 30 (trinta) a 90 (noventa) dias, contados a partir da data de encerramento das inscrições.
PROGRAMA
1) Método comparativo: controvérsias recentes
2) Regimes políticos domésticos e internacionais em perspectiva comparada
3) Instituições democráticas, governos e estabilidade em perspectiva comparada
4) Conflitos, contestação pública e atores políticos em perspectiva comparada
5) Política internacional e análise comparativa de políticas externas
6) Economia política internacional, globalização e regionalismos
7) Democracias e redistribuição no contexto latino-americano
Edital publicado no Diário Oficial da União:http://www.cienciapoliticaufmg.com.br/…/Edital_145_-_Profes…
Mais informações: http://www.cienciapoliticaufmg.com.br
domingo, 1 de março de 2015
O Petrolao, os crimes do PT, e a indignidade academica: reflexos de um debate
Pois bem, sabemos que desde o ano passado se desenvolve o mais clamoroso caso de corrupção já visto na história dessa república tão conspurcada por líderes políticos que não merecem esse nome, aliados a bandidos de alto coturno, saídos das esferas partidárias ou de empresas e corporações interessadas unicamente em ganhar dinheiro (por todos os meios cabíveis).
Tudo corria nos cenários habituais, quando agigantou-se o espectro da falência da empresa estatal de petróleo, conduzida a uma situação inacreditável por aqueles que comandam o país desde 2003.
Todas as pessoas bem informadas souberam da confecção e circulação de um manifesto em defesa da Petrobras, assinado pelos suspeitos de sempre.
Eu li, e o transcrevi integralmente aqui, no dia 24 de fevereiro, assim que foi liberado:
Petrolão e Petralhabras: intelequitualoides vêem complô estrangeiro na roubalheira dos petralhas
destacando este trecho inacreditável:
"Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados."
Tudo ficaria por isso mesmo, quando não mais que de repente recebo, de um desses acadêmicos transformados em servidor público, e presumivelmente comprometido com o partido no poder, e apoiando suas causas, um convite para assinar tal manifesto que seria encaminhado à presidência da república:
On Feb 28, 2015, at 22:03, Fulano de tal <fulanodetal@gmail.com> wrote:
Olá,
Eu acabei de assinar esta petição -- você não quer se juntar a mim?
Presidencia da República: Defesa da Petrobras e da Democracia
Para: Presidencia da República
Esta petição é muito importante e poderá fazer uso de nossa ajuda. Clique aqui para saber mais e assinar:
https://secure.avaaz.org/po/petition/Presidencia_da_Republica_Defesa_da_Petrobras_e_da_Democracia_1/?kjGOJhb
Muito obrigado,
{SENDER_NAME}
Em primeiro lugar, eu fiquei surpreendido, para não dizer estarrecido, de que pessoas com doutorado, supostamente leitoras da imprensa, e portanto sabendo exatamente o que está ocorrendo na Petrobras, tenham a coragem de enviar a colegas de lista uma demanda desse tipo, supostamente em nome da Presidência da República, que aparentemente valeu-se de uma ferramenta (a Avaaz) presidida por um companheiro notório para induzir milhares de "aliados" a assinar um apoio em causa própria.
Não tenho nenhuma dúvida de que eles recolherão dezenas de milhares de assinaturas de gente a favor, mas não a minha obviamente.
Contentei-me em mandar a seguinte mensagem ao meu interlocutor, e a todos os demais membros da lista:
[PRA:]
Acho que quem assina uma coisa dessas ou é cego, ou não quer ver o que está acontecendo na Petrobras.
Por acaso foram interesses estrangeiros que obrigaram os companheiros a assaltar a companhia, dilapidando-a em centenas de milhões de dólares?
Desculpe, mas não sou estúpido a esse ponto.
E acho patético que pessoas bem informadas se submetam a uma manipulação grotesca desse tipo.
-----------------------------------
Paulo Roberto de Almeida
Recebi então, dois comentários, que reproduzo abaixo, não identificados:
[1ro. comentário:]
Caro Paulo, considero este manifesto uma coisa extraordinária. Os mesmos que construíram um projeto de exploração do pré-sal inconsistente, que esticou a empresa além do suportável (onde se objetivava explorar uma área nova, em curtíssimo espaço de tempo, com a melhor tecnologia, em enormes volumes, com a obrigação de conteúdo nacional, que naturalmente encarece o investimento, e com controle de preços que tirou 60 bilhões do caixa da companhia, tornando-a mais endividada do mundo do petróleo) e excessivamente ambicioso, e que permitiram um assalto sem precedentes na empresa, agora querem defendê-la de solertes inimigos!
Quem arrebentou a Petrobras?
[Membro da lista]
Enviada do meu iPad
[2do. comentário:]
Prezado [Membro da lista]:
Prefiro seu manifesto, de um único, verídico e contundente parágrafo.
Assino em baixo.
Abs.
XX
No intervalo, um true believer nas virtudes companheiras, confirmou que apoiava:
Já assinei e divulguei.
Abraços
Xxxxxx
Em face de um comentário irônico, de um quarto membro, que afirmou apenas, diplomaticamente (mas não se trata de um diplomata, e sim de um sociólogo econômico, como eu), que "Vai dar tudo certo. O Brasil está apenas atravessando um século difícil", resolvi escrever e mandar a nota seguinte, dando por encerrada minha participação no "debate":
[Resposta PRA]:
Caros [1ro, 2do e 3ro membros da Lista] (e aos que mais possuirem certo discernimentos das coisas),
Eu pensei que já tinha assistido a várias demonstrações de indignidade acadêmica e política, ou simplesmente cidadã, quando me vi confrontado com esse manifesto, que circulou amplamente, mas que agora acaba de se converter numa petição que pretende recolher os apoios daqueles que concordam com os seus termos.
Acho que nunca vou deixar de me surpreender com a atitude de pessoas notoriamente bem informadas, mas que ainda assim pretendem deformar os dados factuais, objetivos, materiais, para não dizer criminosos, que estão envolvidos no desmantelamento da Petrobras, e converter tudo isso num solerte ataque de interesses estrangeiros contra uma companhia que foi literalmente assaltada pelos companheiros.
Que isso seja feito pelo partido no poder, pode até se admitir, conforme sua natureza já desvendada em diversos outros casos escabrosos.
Que isso seja solicitado a pessoas pensantes — é o termo que me ocorre agora — me parece uma demonstração insofismável de que certa categoria de acadêmicos, e até de profissionais do setor privado e do Estado, prefere viver de mistificações em lugar de enfrentar a realidade.
Sinto muito dizer, mas não compartilho dessa indignidade e ouso denunciar quem a sustenta.
Realmente, há um limite para aqueles que pretendem construir um Brasil decente, que deveria ser bem diferente de um regime mafioso.
Esse limite é a simples diferença entre a conduta legítima e o crime.
Simples assim.
As pessoas precisam escolher de que lado pretendem ficar.
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Paulo Roberto de Almeida
Não pretendo mais retrucar a ninguém, e é muito possível que, depois desta última manifestação de minha parte, resolvam, democraticamente, me retirar da lista, o que não me afetaria sobremaneira, a não ser pelo fato de perder, por essa via, uma outra fonte de informações.
Como já disse, eu leio absolutamente de tudo, de todas as tendências políticas, preferencialmente coisas que sejam inteligentes, mas até algumas estúpidas, também (inclusive porque permite saber o que vai pela cabeça das pessoas), e não me eximo de expressar minha opinião, quando julgo pertinente. Tem gente, porém, que não gosta de ser confrontada em suas adesões políticas.
Eu não me importo, o que vale é o debate de ideias, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 1. de março de 2015.
Percival Farquhar: um barao ladrao, mas que investia no Brasil, diferente dos ladroes atuais
Percival Farquhar, para quem não sabe, foi o "investidor imperialista" que construiu a Madeira-Mamoré -- e está retratado num romance semi-histórico de Márcio de Souza, Mad Maria, que também serviu de base para uma famosa telehistória da Globo, que nunca vi -- e também dezenas de outras obras que ainda estão por ai. Quem acha, por exemplo, que a Vale do Rio Doce era uma empresa genuinamente nacional até ser privatizada por FHC (sempre ele, mas no caso o processo começou com Collor e continuou sob Itamar), não deve saber que ela era do Percival Farquhar, sob o nome de Itabira Iron Ore Company, até ser expropriada por Vargas em 1942.
Pois é, nacionalistas, vocês precisam estudar mais a história do Brasil.
Em todo caso, fiquem com a resenha...
Paulo Roberto de Almeida
Petrolao: a mais enrolada das delacoes premiadas, dono da UTC complica a vida do PT
Que se feche o PT: revelações de empreiteiro demolem Lula, Dilma, Dirceu, Cardozo, Wagner, Delúbio, Gabrielli…
O engenheiro baiano Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC e coordenador do cartel de empreiteiras no esquema de corrupção da Petrobras, fez chegar à VEJA um resumo do que está pronto a revelar à Justiça caso seu pedido de delação premiada seja aceito:
1) O esquema organizado de cobrança de propina na Petrobras foi montado em 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, então amigo do empreiteiro. O operador era o tesoureiro do PT Delúbio Soares, réu do mensalão.
2) A UTC financiou clandestinamente as campanhas do hoje ministro da Defesa, Jaques Wagner, ao governo da Bahia em 2006 e 2010. A campanha de Rui Costa, em 2014, também foi financiada com dinheiro desviado da Petrobras.
3) A empreiteira ajudou o ex-ministro e mensaleiro petista José Dirceu a pagar despesas pessoais a partir de simulação de contratos de consultoria. Dirceu recebeu 2,3 milhões de reais da UTC somente porque o PT mandou.
4) O presidente petista da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, sempre soube de tudo.
5) Em 2014, a campanha de Dilma Rousseff e o PT receberam da empreiteira 30 milhões de reais desviados da Petrobras.
Ricardo Pessoa pode demonstrar que esse dinheiro saiu ilegalmente da estatal, através de contratos superfaturados, e testemunhar que o partido conhecia a origem ilícita. Também pode contar que o esquema de propinas foi montado pelo PT com o objetivo declarado de financiar suas campanhas eleitorais.
O presidente do BNDES (mantido no cargo), Luciano Coutinho, avisou Pessoa que o tesoureiro de Dilma, Edinho Silva, o procuraria para pedir dinheiro, conforme VEJA revelou três semanas atrás. Pessoa confirma que deu mais 3,5 milhões de reais à campanha presidencial petista após ser procurado por Edinho e a revista acrescenta agora que a conversa entre eles teve duas testemunhas.
6) O suposto ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ciente de que Pessoa estava prestes a denunciar Lula, Dilma e Dirceu, procurou os advogados do empreiteiro, e o acordo de delação premiada que ele negociava com os procuradores da Operação Lava Jato foi suspenso.
Ao contrário do que pregam OAB, Kennedy Alencar, Ricardo Noblat e o próprio ministro, as reuniões secretas não partiram dos advogados, mas sim de Cardozo, disposto a cometer qualquer tipo de abuso para obstruir o inquérito.
Não duvido que o pacote de acenos do governo tenha incluído ainda a possibilidade de remodelar a pena do dono da UTC nos tribunais superiores para colocá-lo em prisão domiciliar o mais cedo possível.
Em suma: se Ricardo Pessoa, em vez de ceder à pressão petista, denunciar à Lava Jato toda essa máfia infiltrada na máquina pública, e se os investigadores conseguirem demonstrar item por item, então o impeachment de Dilma na base legal do artigo 85, inciso 5, ou a cassação de seu mandato na da lei federal nº 9.504 são muito pouco para o bem do Brasil: o PT tem de ser extinto e os mandantes do esquema têm de apodrecer atrás das grades.
* Lista de textos recentes do blog: AQUI.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
Tags: Dilma Rousseff, Jaques Wagner, José Dirceu, José Sérgio Gabrielli, Lula, PT, Ricardo Pessoa
Politica brasileira: o apagao precoce do poste - Editorial Estadao
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Mises Institute: The Free Market tornou-se agora The Austrian, publicacao mensal
In the January–February issue of The Austrian:
For more than thirty years The Free Market has been the Mises Institute’s flagship monthly publication for our members. Recently we introduced The Austrian, a bolder and more robust version of what you’ve known for decades.
It’s enlightening these days to hear everyone from Obama and Krugman to Putin and Hollande proclaim their belief in the superiority of free markets (invariably adding several qualifying provisos, of course). Even Bono from U2 has had a change of heart. Only Mr. Piketty appears to be clinging (tenuously) to his support for outright central planning.
So it appears we’ve made great strides in the rhetorical battle when it comes to the beauty and power of markets to vastly improve the human condition. We are all free-marketers now, and some of us actually mean it.
Thirty years ago, however, our outspoken support for free markets was radical. And since our beginning the Mises Institute has advocated a free market in everything. But today the term has been diluted through overuse and misuse, as demonstrated by Messrs. Obama and Krugman. It no longer captures the radical and uncompromising nature of the Institute and its members.
Our new moniker, The Austrian, goes to the heart and soul of what we are: an organization dedicated to the brilliant scholarship of Austrian economics. Mises is our touchstone, Rothbard our animating spirit, and the classical liberal tradition our north star.
Inside this inaugural issue of The Austrian, you’ll find lots of new, original content from our writers. Lew Rockwell makes the libertarian case for secession, James Bovard reports on the latest antics from Washington, DC, and David Gordon reviews Judge Napolitano’s new book. You’ll also find the latest news on Mises Institute scholars and alumni, plus new analysis of pop culture from Ryan McMaken, and a Q and A with one of our alums who’s making a real difference as a high school economics teacher.
The Austrian has analysis, news, and the same radical, uncompromising Austrian free-market analysis you’ve come to expect from the Mises Institute. We hope you enjoy it.
A subscription to physical copies of The Austrian is available to all who request it. Simply send your name and mailing address to membership@mises.org.
Brasil: governo incompetente, mandataria fraca, ministro liberal, tudo no atoleiro
Se formos destapar a bagunça, o retrato é ainda mais horrível, talvez até escandaloso, pelos crimes econômicos cometidos contra o país e a sua população.
E não estou falando de crimes comuns, que já deveriam ter sido objeto de processos criminais contra os responsáveis por eles.
Até nisso o Brasil é falho: criminosos continuam circulando, alguns até mandando...
Paulo Roberto de Almeida
‘Brasil atolado’ é a capa da ‘The Economist’
Fernando Nakagawa - CORRESPONDENTE / LONDRES
O Estado de S. Paulo, 27/02/2015
Blog do ‘Financial Times’ e a revista ‘Time’ também destacam problemas econômicos do País
Do foguete que levava a um futuro brilhante ao atoleiro de um pântano. Para parte da mídia internacional, esse foi o caminho do Brasil nos últimos anos. Nesta semana, a revista The Economist diz na capa que o Brasil está atolado em problemas e vive a maior bagunça desde os anos 90. Enquanto isso, um blog do jornal Financial Times listou dez motivos que podem levar a presidente Dilma Rousseff a não terminar o segundo mandato e a revista Time enumerou cinco fatos que podem levar o Brasil ao precipício. O Brasil parece a bola da vez.
Acada dia a imprensa estrangeira parece mais frustrada com os rumos recentes do Brasil. O melhor exemplo dessa frustração é visto na revista britânica The Economist. Na edição latino-americana que chega às bancas, a capa é ilustrada por uma passista de escola de samba em um pântano coberta de gosma verde com o título “O atoleiro do Brasil”. As edições vendidas no resto do mundo têm outra capa, sobre o avanço da telefonia celular.
Em editorial, a Economist diz que o País pode ter “problemas muito maiores do que o governo admite ou investidores parecem perceber”. Além da ameaça de recessão e da inflação, o texto cita o fraco investimento, a corrupção na Petrobrás e a desvalorização cambial que eleva dívida externa em real das empresas brasileiras.
“Escapar desse atoleiro seria difícil mesmo para uma grande liderança política. Dilma, no entanto, é fraca. Ela ganhou a eleição por pequena margem e sua base política está se desintegrando”, diz a revista conhecida por ser politicamente liberal. Esse tom não lembra em nada o clima de festa e comemoração visto no fim da década passada, quando o País era o queridinho da vez e recebia elogios rasgados nos espaços mais nobres da imprensa estrangeira.
A fraqueza política do governo também é destacada no blog sobremercados emergentes do jornal Financial Times. O Beyondbrics afirma que a onda de problemas parece tomar direção “catastrófica”. “Tanto assim que há boas razões para acreditar que a presidente Dilma Rousseff, que iniciou o segundo mandato de quatro anos em 1.º de janeiro, pode não durar muito tempo.”
O blog diz que uma cassação de presidente exige “algo flagrantemente errado”. “Mas muitos fazem isso e sobrevivem. O que realmente conta é perder apoio no Congresso. A maioria de Dilma no Congresso diminuiu nas eleições com uma coalizão mais fragmentada e difícil de controlar”, cita ao lembrar que a insatisfação é vista até dentro do PT. Além disso, o texto diz que, se o Congresso cogitar um processo de impeachment, a Petrobrás poderia fornecer um argumento. “Dilma foi a presidente do conselho de administração quando a maior parte da suposta corrupção aconteceu”, diz o texto.
Nos Estados Unidos, a revista Time publicou na internet uma lista de “cinco motivos que poderiam levar o Brasil ao precipício”. Ao afirmar que o País parece viver uma “tempestade perfeita”, a publicação cita que não há sinais de que a corrupção esteja diminuindo e as notícias econômicas podem demorar a melhorar, já que o País não deve crescer em 2015 e aumentos de preços devem continuar a ocorrer diante da seca e do aumento de tarifas públicas.
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Para 'The Economist', Brasil está em um atoleiro
Por Suzi Katzumata e Ligia Guimarães
Valor Econômico, 27/02/2015
SÃO PAULO - O Brasil está em um atoleiro, preso a uma estagnação que começou em 2013 e que pode se tornar uma prolongada recessão; a um ambiente de inflação elevada que consome salários e eleva os pagamentos da dívida dos consumidores; e a um cenário de queda no investimento, que soma 8% no ano e pode cair ainda mais, segundo avalia a revista britânica "The Economist". A revista dedicou a capa da edição desta semana aos problemas que atingem o país, que sofre ainda com o escândalo de corrupção na Petrobras, que atinge as maiores construtoras nacionais e que paralisou os gastos de capital em vários segmentos da economia. Para completar, o real acumula uma queda de 30% frente ao dólar desde maio de 2013, uma mudança necessária, segundo a revista, mas que aumenta o impacto cambial da dívida de US$ 40 bilhões em moeda estrangeira que as empresas brasileiras têm de pagar este ano.
Segundo texto do editorial da "Economist", sair de um atoleiro desse já seria difícil até mesmo para uma forte liderança política, portanto, a fraqueza atual da presidente Dilma Rousseff é um complicador a mais para o Brasil. A revista observa que, após uma vitória apertada na eleição de 2014, a presidente viu sua taxa de aprovação cair de 42% em dezembro para 23% este mês, menos de dois meses depois de tomar posse de seu segundo mandato, abatida pela deterioração da economia e o escândalo da Petrobras. Ademais, há denúncias de que o Partido dos Trabalhadores (PT) e parceiros da coligação do governo teriam recebido pelo menos US$ 1 bilhão em propina. Para piorar, durante o período relevante das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, a presidência do conselho da estatal era ocupada por Dilma.
Se a presidente quiser usar seu segundo mandato para salvar o Brasil, Dilma terá de conduzir o país em uma direção totalmente nova, diz "The Economist". O problema é que ela passou toda a campanha eleitoral exaltando um cenário econômico róseo e demonizando os planos neoliberais de seus oponentes. O lado positivo, segundo a revista, é que Dilma pelo menos reconhece que o Brasil precisa de "políticas mais amigáveis aos negócios, se quiser manter seu rating de grau de investimento e voltar a crescer". E esse reconhecimento é personificado pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy - "um economista treinado em Chicago, banqueiro e um dos raros liberais econômicos do país". O lado negativo, segundo a revista, é que o fracasso passado do Brasil em enfrentar as distorções econômicas deixaram Levy diante da armadilha da recessão.
Apesar de tudo, "The Economist" diz que o Brasil não é o único membro dos BRICs com problemas. "A economia da Rússia, em particular, tem sido castigada pela guerra, sanções e dependência do petróleo. Apesar de seus problemas, o Brasil não está em uma grande confusão como a Rússia", segundo a revista, acrescentando que o País tem um setor privado grande e diversificado e instituições democráticas robustas. "Mas as desgraças são mais profundas do que muitos reconhecem. A hora de dar um jeito é agora", sentencia a revista.
‘Indispensável’
A edição destaca ainda que a economia brasileira, guiada pelo ministro Joaquim Levy, definido como “um dos raros liberais econômicos do Brasil”, enfrenta seu maior teste desde os anos 1990. E descreve Levy como “indispensável” no momento atual da economia, diante da fraqueza política da presidente. “Os riscos são claros. Recessão e redução das receitas fiscais podem comprometer o ajuste de Levy”, afirma a publicação.
A revista lembra que o ministro prometeu um enorme aperto fiscal para este ano, de quase dois pontos percentuais, que em parte será alcançado pela remoção de subsídios e restituição da Cide sobre os combustíveis, bem como pela redução de subsídios dos bancos públicos.
Uma dificuldade ao ajuste destacada pela revista é que Levy não poderá compensar o aperto fiscal com uma política monetária mais frouxa, porque “o Banco Central se curvou à vontade da presidente, ignorou sua meta de inflação”, deixando a margem de atuação limitada para o ministro.
O texto destaca ainda o perigo da fragilidade política de Dilma, e a rejeição do PT às medidas fiscais de Levy, que não foram negociadas durante a campanha. Cita também a derrota de Dilma com a vitória de Eduardo Cunha no Congresso.
Tal cenário de fraqueza política torna Levy “indispensável”, de acordo com a revista. “Ele deve construir pontes com Cunha, enquanto deixam claro que se o Congresso tenta extrair um preço orçamental para o seu apoio, levará a cortes em outros lugares”.
Debate: os liberais precisam ser religiosos? Pergunta nao faz nenhum sentido - Paulo Roberto de Almeida
Quem são os liberais, e oque eles têm a dizer?
http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/02/quem-sao-os-liberais-e-o-que-eles-tem.html
... alguns leitores me escreveram para comentar meu argumento de que os liberais não precisam ser religiosos, indicando o "fato" de que vários liberais são religiosos.
O que eu escrevi exatamente? Apenas isto:
"Eles não são religiosos, ou não é isso que os distingue no plano doutrinal, pois aceitam que as pessoas possam ter fé em doutrinas ou crenças religiosas."
O que me escreveram? Reproduzo aqui:
"Apesar de obviamente não ser um ponto central do texto, será que se pode afirmar que liberais não são religiosos (3º paragrafo)? Baseado no rol de grandes personagens feito pelo Acton Institute, me parece que não.
http://pt.acton.org/personnages-historique
Atualmente o pessoal, por ex., do Mises americano, com uma exceção ou outra, é bem religioso também."
Informo (PRA): O Acton Institue se proclama uma entidade para o estudo da religião e da liberdade.
Que seja, o instituto é livre para escolher seus temas preferenciais. A liberdade é universal, a religião não é, e nunca foi.
Meu comentário a este respeito:
Ser religioso, e ser liberal são paralelas infinitas, uma não tem nada a ver com a outra.
Um liberal, ou seja, alguém que prega o livre arbítrio individual e a suprema liberdade de cada indivíduo aceita que cada um pode ter a crença que desejar (mas isso é geralmente, não uma escolha, mas uma herança familiar), e isso não tem nada a ver com a defesa de suas liberdades básicas, que devem ser feitas mesmo quando o indivíduo não tem nenhuma religião ou quando ele é contra todas e qualquer religião, e se torna militante do ateísmo, por exemplo.
Não vejo como provar qualquer coisa com respeito ao liberalismo pelo fato de que liberais americanos sejam religiosos. Eles são o quê?: budistas, confucionistas, muçulmanos, hinduístas? Não, trata-se obviamente de cristãos.
Mas o que isso tem a ver com o liberalismo? Nada.
Um muçulmano pode ser um liberal tão consequente quanto um cristão, desde que ele não queira usar a sua religião para impedir, por exemplo, qualquer pessoa de cobrar quanto quiser de juros pelo emprego de sua poupança por um terceiro.
Mas isso existe também na Bíblia, ou seja, um preconceito contra a usura.
Ora, isso é o que existe de mais autoritário e um liberal jamais poderia concordar com esse tipo de argumento.
Insisto em dizer: um liberal não tem religião.
Ou melhor: essa questão é totalmente indiferente para um verdadeiro liberal.
São duas galáxias diferentes, e elas não deveriam se tocar.
Quem quiser me provar o contrário, pode argumentar.
Respeito a lógica elementar, e a história humana, apenas isto.
Paulo Roberto de Almeida
Brasil politica: Partido Novo altera a cena politica, unico a querer reduzir o Estado
LIBERAIS DO BRASIL
Thatcherismo ganha adeptos no Brasil
Partido Novo, prestes a se tornar oficial, promete ampliar o estreito espectro político brasileiro
O presidente do Partido Novo, o banqueiro João Dionísio Amoêdo, defende a privatização de empresas controladas pelo Estado, como a Petrobras. O partido já apresentou as 492 mil assinaturas necessárias para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Amoêdo prevê sua aprovação em março e já planeja apresentar candidatos nas eleições municipais do próximo ano. Uma nova força liberal poderia fornecer novas respostas à cada vez mais difícil situação econômica do país.
Guinada à direita?
O liberalismo defendido pelo Partido Novo ainda atrai uma minoria, mas a opinião pública parece estar mudando. Os brasileiros têm a mente aberta sobre os direitos dos homossexuais e a imigração (mas não a legalização das drogas). Uma pesquisa feita pelo Datafolha em setembro do ano passado constatou que 30% são céticos quanto às políticas de intervenção do Estado e os gastos do governo, porcentagem registrada em 26% um ano atrás. Na eleição presidencial de outubro, Dilma Rousseff derrotou o tucano Aécio Neves só marginalmente. Estes são sinais de esperança para os liberais.