Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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domingo, 2 de julho de 2023
domingo, 17 de julho de 2016
From the shores of Tripoli to the sands of Syria and Irak? - Carlos Brickmann
O DESPERTAR DOS CANHÕES
Coluna Carlos Brickmann
______________________
(Edição dos jornais de Domingo, 17 de julho de 2016)
--------------------------------
Quando uma esquadra britânica partiu rumo às ilhas Malvinas, houve especialistas em política internacional que apostaram numa solução pacífica do conflito com a Argentina. Mas nunca os ingleses despacharam uma frota, caríssima, sem que o final tenha sido a rendição dos inimigos ou a guerra. No caso, houve guerra (que levou ao final da ditadura argentina).
Ações de banditismo ou guerrilha no caminho da Europa sempre terminaram em guerra ou destruição dos bandos. A guerra traz resultados mais rápidos, permitindo o desmonte das quadrilhas. E os sucessivos atentados do Estado Islâmico e similares não levarão à vitória dos terroristas nem a anos de insegurança na Europa. O cheiro é de pólvora.
Quando os Estados Unidos se formaram, não se falava em forças de ataque. Mas os piratas berberes africanos tornaram a navegação um risco tremendo, com mortes, escravizações, sequestros. Não havia como combatê-los navio a navio: atacavam perto da costa da África, dominavam as presas e voltavam para seus esconderijos. Americanos e europeus agiram: os americanos primeiro, montando uma força de deslocamento rápido, os Fuzileiros Navais (em seu hino, fala-se das Praias de Trípoli); os franceses alguns anos depois, tomando toda a Argélia e anexando-a.
Quanto tempo a Europa irá suportar os atentados? A tese de que não basta matar formigas, e é preciso eliminar os formigueiros, significa guerra.
Enquadrando o alvo
A situação de hoje difere da que havia no século 19 - a começar pela presença de duas forças militares de porte, China e Rússia, cuja posição pode variar. Mas negociações existem para isso. A Ucrânia foi dividida apesar da oposição do Ocidente; a Líbia e o Afeganistão, destruídos apesar dos russos. E a Rússia, cheia de enclaves muçulmanos, sabe negociar.
Coluna Carlos Brickmann
______________________
(Edição dos jornais de Domingo, 17 de julho de 2016)
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Quando uma esquadra britânica partiu rumo às ilhas Malvinas, houve especialistas em política internacional que apostaram numa solução pacífica do conflito com a Argentina. Mas nunca os ingleses despacharam uma frota, caríssima, sem que o final tenha sido a rendição dos inimigos ou a guerra. No caso, houve guerra (que levou ao final da ditadura argentina).
Ações de banditismo ou guerrilha no caminho da Europa sempre terminaram em guerra ou destruição dos bandos. A guerra traz resultados mais rápidos, permitindo o desmonte das quadrilhas. E os sucessivos atentados do Estado Islâmico e similares não levarão à vitória dos terroristas nem a anos de insegurança na Europa. O cheiro é de pólvora.
Quando os Estados Unidos se formaram, não se falava em forças de ataque. Mas os piratas berberes africanos tornaram a navegação um risco tremendo, com mortes, escravizações, sequestros. Não havia como combatê-los navio a navio: atacavam perto da costa da África, dominavam as presas e voltavam para seus esconderijos. Americanos e europeus agiram: os americanos primeiro, montando uma força de deslocamento rápido, os Fuzileiros Navais (em seu hino, fala-se das Praias de Trípoli); os franceses alguns anos depois, tomando toda a Argélia e anexando-a.
Quanto tempo a Europa irá suportar os atentados? A tese de que não basta matar formigas, e é preciso eliminar os formigueiros, significa guerra.
Enquadrando o alvo
A situação de hoje difere da que havia no século 19 - a começar pela presença de duas forças militares de porte, China e Rússia, cuja posição pode variar. Mas negociações existem para isso. A Ucrânia foi dividida apesar da oposição do Ocidente; a Líbia e o Afeganistão, destruídos apesar dos russos. E a Rússia, cheia de enclaves muçulmanos, sabe negociar.
domingo, 11 de outubro de 2015
Revue L'Histoire: la destruction de Palmyre par l'Etat Islamique - Maurice Sartre
Palmyre, la dernière visite
Daech
à Palmyre fut un coup de tonnerre, les fanatiques du prétendu État
islamique ayant traversé 250 km de désert sans subir la moindre frappe,
ni du régime de Damas, ni de la coalition internationale. L'abandon du
site par les troupes de Bachar el-Assad signifiait la destruction du
site gréco-romain le plus emblématique de tout le Proche-Orient. Car
l'obscurantisme des troupes s'accommode très bien d'une connaissance
exacte, par leur état-major, de ce qui horrifie les Occidentaux et
terrorise les populations : la destruction de Palmyre était
inévitablement un objectif prioritaire.
Maurice Sartre est un des meilleurs spécialistes de la Syrie antique. Il livre sur le site de L'Histoire
une visite guidée qui nous fait mesurer à quel point les disparitions
du temple de Baalshamin, du sanctuaire de Bel et des tours funéraires
sont des pertes archéologiques inestimables.
© photo : Maurice Sartre - droits réservés.
segunda-feira, 2 de março de 2015
Os nazistas islamicos: destruindo a civilizacao, simplesmente - Veja
Eu ia justamente falar da destruição dos budas gigantes de Bamian, perpetrada pelos talibans durante o seu governo no Afeganistã (antes de 2001), e o fato de que a comunidade internacional não pode fazer nada a esse respeito, a despeito de alguns protestos de praxe.
Como existe a tal de responsabilidade de proteger, que deveria aplicar-se igualmente a objetos da cultura, e não apenas a seres humanos, as potências que poderiam impedir isso deveriam talvez se mobilizar, tanto quanto para impedir genocídios.
Matar a cultura também é uma forma de genocídio.
Existe um Pacto Roerich, assinado ainda antes do funcionamento da ONU, em 1935, que visa proteger obras de arte em caso de conflitos armadas e conflagrações em geral, elaborado por este artista russo justamente depois de contemplar as imensas destruições causadas pela primeira guerra mundial, pela guerra civil na Rússia e por genocidas culturais como os nazistas dos anos 1930: a queima de livros pelos trogloditas hitleristas ocorreu logo após a tomada do poder pelo maluco nazista, em 1933.
Seria o caso de consultar esse Pacto e elaborar uma "Responsabilidade de Proteger" extensiva às obras culturais da humanidade.
Paulo Roberto de Almeida
A morte da civilização
Revista Veja, 4/03/2015
Os terroristas do Isis atacaram um museu no Iraque. Para eles, assassinar pessoas e destruir culturas serve ao mesmo propósito
Ao conquistarem a França e a Bélgica durante a II Guerra, os nazistas saquearam as obras de arte de famílias ricas, museus, palácios e igrejas. Quadros e objetos variados foram fotografados, catalogados e depois guardados em minas de sal com desumidificadores para que não sofressem com os bombardeios. As obras-primas preferidas por Adolf Hitler seriam expostas após a guerra em um museu na Áustria, seu país natal. Os terroristas do Estado Islâmico, grupo que desde o ano passado ocupa vastas áreas da Síria e do Iraque, são de uma linha diferente de genocidas. Na semana passada, quebraram a marretadas inúmeras peças do Museu de Mosul, no Iraque. Em um sítio arqueológico nos arredores da cidade, destruíram com furadeira estátuas de touros alados e com cabeça humana que guardavam as portas da cidade de Nínive, na antiga Assíria, entre o século IX a.C e o VII a.C. O touro alado de Mosul, era uma divindade que, na crença dos povos babilônicos, protegia as cidades de forças demoníacas. Enquanto os nazistas queriam substituir uma civilização por outra, o Estado Islâmico almeja expurgar qualquer vestígio civilizatório.
Na ideologia desse grupo, que tem um inegável aspecto religioso, devem-se seguir à risca os passos e as palavras de Maomé, que viveu nos séculos VI e VII. Na alucinante justificativa do militante que aparece no vídeo da destruição divulgado na internet, na quinta-feira passada, "o profeta nos ordenou que nos livrássemos de todas as estátuas e relíquias, e seus companheiros fizeram o mesmo quando conquistaram países depois dele". Segundo os fundamentalistas, não deve haver nenhum objeto que sirva de culto, mesmo sendo esse de uma sociedade extinta há milênios. O raciocínio é o mesmo usado peio Talibã, que em 2001 destruiu com dinamite e mísseis duas estátuas de Buda em Bamiyan, no Afeganistão. O que vem a seguir, de acordo com os membros do Estado Islâmico, é uma guerra contra "Roma". Na falta de um papa com um exército, a palavra poderia ser interpretada como sendo a Turquia, os Estados Unidos ou a Europa. A vitória islamista nessa guerra, que, segundo propaganda religiosa feita pelo Isis na internet, acontecerá em uma cidade perto de Aleppo, na Síria, dará início à contagem regressiva para o fim do mundo. Dar início ao apocalipse — esse é o objetivo do Estado Islâmico, e não a construção de uma nova sociedade. Daí a investida sem tréguas contra qualquer civilização, antiga ou moderna.
O vídeo da destruição no museu tem apenas cinco minutos, mas parece durar mais. Ao vê-lo, a reação mais comum é de aflição, incômodo. "Em muitas pessoas, as cenas de destruição no museu provocaram uma sensação parecida com aquela gerada pelos filmes de decapitação. Isso é a prova do simbolismo forte que a cultura tem para todos nós", diz o pesquisador de antiguidades americano Charles Jones, da Universidade Penn State. Ele completa: "Para os habitantes que tiveram de fugir de Mosul, a sensação de desamparo é ainda maior".
Um alento para quem se chocou com as cenas em Mosul está na ignorância dos terroristas. As primeiras estátuas jogadas ao chão pela turba do museu não eram originais, mas réplicas de gesso. Leves, caíram vagarosamente no chão. Algumas até acabaram expondo as barras de metal que lhes davam estrutura. Depois da invasão americana do Iraque em 2003, organizações internacionais decidiram levar os originais para lugares seguros, entre eles o Museu Britânico, em Londres. Infelizmente, não foi isso que aconteceu com os touros alados de Nínive, pesados demais. Outras peças haviam sido saqueadas previamente para ser vendidas no mercado negro de arte.
O que espanta ainda mais é que ações desse tipo não são perpetradas por uma tribo distante que só agora tomou conhecimento do que é uma sociedade desenvolvida. Mais de 20 000 estrangeiros (que não são sírios ou iraquianos) já se juntaram às fileiras do Estado Islâmico. Os que foram criados em nações ricas são os que mais carregam consigo o ímpeto de destruir qualquer referência à modernidade e a outras culturas. Entre os terroristas vindos da Europa está um homem que foi apelidado de John Jihadista. Com roupas negras e balaclava cobrindo o rosto, ele aparecia com frequência falando com sotaque inglês nos vídeos do Estado Islâmico. Neles, John Jihadista cortou a cabeça de jornalistas e agentes humanitários. Na semana passada, sua identidade foi revelada. Seu nome é Mohammed Emwazi. Nascido no Kuwait, ele cresceu em Londres. Formou-se em ciências da computação pela Universidade Westminster e sonhava em integrar a milícia islâmica Al Shabab, na Somália, filiada à Al Qaeda. Em uma viagem à Tanzânia, foi detido e deportado para a Inglaterra. Em 2012, viajou para a Síria e se juntou ao Estado Islâmico. Com mais dois ingleses, tomava conta dos reféns do grupo. O trio era chamado de "The Beatles" pelos próprios terroristas.
Com reportagem de Paula Pauli
Como existe a tal de responsabilidade de proteger, que deveria aplicar-se igualmente a objetos da cultura, e não apenas a seres humanos, as potências que poderiam impedir isso deveriam talvez se mobilizar, tanto quanto para impedir genocídios.
Matar a cultura também é uma forma de genocídio.
Existe um Pacto Roerich, assinado ainda antes do funcionamento da ONU, em 1935, que visa proteger obras de arte em caso de conflitos armadas e conflagrações em geral, elaborado por este artista russo justamente depois de contemplar as imensas destruições causadas pela primeira guerra mundial, pela guerra civil na Rússia e por genocidas culturais como os nazistas dos anos 1930: a queima de livros pelos trogloditas hitleristas ocorreu logo após a tomada do poder pelo maluco nazista, em 1933.
Seria o caso de consultar esse Pacto e elaborar uma "Responsabilidade de Proteger" extensiva às obras culturais da humanidade.
Paulo Roberto de Almeida
A morte da civilização
Revista Veja, 4/03/2015
Os terroristas do Isis atacaram um museu no Iraque. Para eles, assassinar pessoas e destruir culturas serve ao mesmo propósito
Ao conquistarem a França e a Bélgica durante a II Guerra, os nazistas saquearam as obras de arte de famílias ricas, museus, palácios e igrejas. Quadros e objetos variados foram fotografados, catalogados e depois guardados em minas de sal com desumidificadores para que não sofressem com os bombardeios. As obras-primas preferidas por Adolf Hitler seriam expostas após a guerra em um museu na Áustria, seu país natal. Os terroristas do Estado Islâmico, grupo que desde o ano passado ocupa vastas áreas da Síria e do Iraque, são de uma linha diferente de genocidas. Na semana passada, quebraram a marretadas inúmeras peças do Museu de Mosul, no Iraque. Em um sítio arqueológico nos arredores da cidade, destruíram com furadeira estátuas de touros alados e com cabeça humana que guardavam as portas da cidade de Nínive, na antiga Assíria, entre o século IX a.C e o VII a.C. O touro alado de Mosul, era uma divindade que, na crença dos povos babilônicos, protegia as cidades de forças demoníacas. Enquanto os nazistas queriam substituir uma civilização por outra, o Estado Islâmico almeja expurgar qualquer vestígio civilizatório.
Na ideologia desse grupo, que tem um inegável aspecto religioso, devem-se seguir à risca os passos e as palavras de Maomé, que viveu nos séculos VI e VII. Na alucinante justificativa do militante que aparece no vídeo da destruição divulgado na internet, na quinta-feira passada, "o profeta nos ordenou que nos livrássemos de todas as estátuas e relíquias, e seus companheiros fizeram o mesmo quando conquistaram países depois dele". Segundo os fundamentalistas, não deve haver nenhum objeto que sirva de culto, mesmo sendo esse de uma sociedade extinta há milênios. O raciocínio é o mesmo usado peio Talibã, que em 2001 destruiu com dinamite e mísseis duas estátuas de Buda em Bamiyan, no Afeganistão. O que vem a seguir, de acordo com os membros do Estado Islâmico, é uma guerra contra "Roma". Na falta de um papa com um exército, a palavra poderia ser interpretada como sendo a Turquia, os Estados Unidos ou a Europa. A vitória islamista nessa guerra, que, segundo propaganda religiosa feita pelo Isis na internet, acontecerá em uma cidade perto de Aleppo, na Síria, dará início à contagem regressiva para o fim do mundo. Dar início ao apocalipse — esse é o objetivo do Estado Islâmico, e não a construção de uma nova sociedade. Daí a investida sem tréguas contra qualquer civilização, antiga ou moderna.
O vídeo da destruição no museu tem apenas cinco minutos, mas parece durar mais. Ao vê-lo, a reação mais comum é de aflição, incômodo. "Em muitas pessoas, as cenas de destruição no museu provocaram uma sensação parecida com aquela gerada pelos filmes de decapitação. Isso é a prova do simbolismo forte que a cultura tem para todos nós", diz o pesquisador de antiguidades americano Charles Jones, da Universidade Penn State. Ele completa: "Para os habitantes que tiveram de fugir de Mosul, a sensação de desamparo é ainda maior".
Um alento para quem se chocou com as cenas em Mosul está na ignorância dos terroristas. As primeiras estátuas jogadas ao chão pela turba do museu não eram originais, mas réplicas de gesso. Leves, caíram vagarosamente no chão. Algumas até acabaram expondo as barras de metal que lhes davam estrutura. Depois da invasão americana do Iraque em 2003, organizações internacionais decidiram levar os originais para lugares seguros, entre eles o Museu Britânico, em Londres. Infelizmente, não foi isso que aconteceu com os touros alados de Nínive, pesados demais. Outras peças haviam sido saqueadas previamente para ser vendidas no mercado negro de arte.
O que espanta ainda mais é que ações desse tipo não são perpetradas por uma tribo distante que só agora tomou conhecimento do que é uma sociedade desenvolvida. Mais de 20 000 estrangeiros (que não são sírios ou iraquianos) já se juntaram às fileiras do Estado Islâmico. Os que foram criados em nações ricas são os que mais carregam consigo o ímpeto de destruir qualquer referência à modernidade e a outras culturas. Entre os terroristas vindos da Europa está um homem que foi apelidado de John Jihadista. Com roupas negras e balaclava cobrindo o rosto, ele aparecia com frequência falando com sotaque inglês nos vídeos do Estado Islâmico. Neles, John Jihadista cortou a cabeça de jornalistas e agentes humanitários. Na semana passada, sua identidade foi revelada. Seu nome é Mohammed Emwazi. Nascido no Kuwait, ele cresceu em Londres. Formou-se em ciências da computação pela Universidade Westminster e sonhava em integrar a milícia islâmica Al Shabab, na Somália, filiada à Al Qaeda. Em uma viagem à Tanzânia, foi detido e deportado para a Inglaterra. Em 2012, viajou para a Síria e se juntou ao Estado Islâmico. Com mais dois ingleses, tomava conta dos reféns do grupo. O trio era chamado de "The Beatles" pelos próprios terroristas.
Com reportagem de Paula Pauli
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
O Petrolao do Estado Islamico: esses caras tem coisas a ensinar aos petralhas - The Economist
The Economist explains
Where Islamic State gets its money
Without this wealth, IS, the latest evolution of al-Qaeda in Iraq, could not have expanded so rapidly. It only announced itself in its current form in March 2013 when it expanded into Syria from Iraq (subsequently parting ways with al-Qaeda). It has since has fought to take over swathes of land in the two countries. By June 2013 it had taken control of Raqqa, a city in Syria, and in June 2014 it took over Mosul, Iraq’s second city. By then in control of an area that is home to 6m-8m people, it declared a caliphate at the end of that month. Fighters have flocked to join the group. By September 2014 it was estimated to have 30,000 men (and some women, in a female police force), including 15,000 foreign fighters.
Unlike other terrorist groups, including al-Qaeda in Iraq, IS largely funds itself rather than relying on rich supporters (despite various versions of a conspiracy theory in the region that America, Iran or Israel bankrolls the group). Although IS receives donations, especially from Gulf-based financiers, they are a relatively insignificant contributor to its coffers. Instead the bulk of its money comes from oil revenues from fields under its control in western Iraq and eastern Syria. American officials estimated that it was making $2m a day from oil before air strikes started (locals reckon it was more) but in December an official said the strikes, some of which have been against oil facilities in Syria, meant the group's oil revenues had “significantly” dropped. Controlling so much land also helps IS make money from extortion and taxing people in the areas it controls. Like other jihadist groups, it has learned that kidnapping can be profitable. IS earned at least $20m last year from ransoms paid for hostages, including several French and Spanish journalists.
The group cannot be defeated without cutting off its funds. That is why the coalition says it aims to attack the sources of its revenue as well as stopping the group from advancing militarily. America and its allies have carried out air strikes on IS-controlled oil refineries in Syria. America and Britain, which have a strict policy against paying ransoms for hostages, are pressuring European countries to stop paying up (something they deny doing). Several countries have applied sanctions against IS leaders as well as those known to raise funds for the group. But officials are keen to emphasise it will be a long fight. For now, IS still seems to be able to pay for everything it needs.
Dig deeper:
The tide may be turning against the jihadists in Iraq and Syria (Nov 2014)
The coalition against IS is hobbled by splits (Oct 2014)
Why and how Westerners go to fight in Syria and Iraq (Aug 2014)
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Estado Islamico: mulheres transformadas em escravas sexuais (Bloomberg News)
Acho que não é mais o caso de diálogo pacífico, não é mesmo?
Mas quem sabe uma simples nota ajudaria?
Paulo Roberto de Almeida
Women Herded, Sold to Teens as Prize for Fighting With Islamist Terrorists
By Sangwon Yoon
Bloomberg News, October 02, 2014 11:41 AM EDT
Islamic State extremists have herded hundreds of women to be given to its fighters in Syria as a reward or sold as sex slaves and have summarily executed women in professions, according to the United Nations.
About 500 women and girls of the Yezidi and Christian minority communities were given to Islamic State fighters or trafficked for sale in markets in Mosul in Iraq and Raqqa in Syria, according to a report published today by the UN mission in Iraq and the world body’s human-rights office in Geneva.
“Women and girls are brought with price tags for the buyers to choose and negotiate the sale. The buyers were said to be mostly youth from the local communities,” according to the 29-page report, which cites testimony from witnesses and surviving victims. “Apparently ISIL was ‘selling’ these Yezidi women to the youth as a means of inducing them to join their ranks.” ISIL is an acronym for Islamic State’s former name.
The report is the UN’s second official one on acts committed by the Sunni extremist group and its affiliates that may amount to war crimes and crimes against humanity. The beheading of two American journalists and a British aid worker helped trigger the formation of a U.S.-led international coalition that’s helping Kurdish and Iraqi government forces combat the extremist group.
The extremist militant group and its affiliates treat women “particularly harshly,” adding to a long list of “gross human-rights abuses” that include murder, physical and sexual assault, robbery and forced expulsion, according to the report.
’Terrifying, Staggering’
Militants killed a female candidate in the general election in July and the next day abducted a candidate running for local office, the UN said in the report. Islamic State also ordered hospitals to instruct married women doctors to wear black, while unmarried females wore other colors so they are easily distinguishable.
The UN estimates that at least 8,493 civilians have died in the Iraqi conflict so far this year, and 1.8 million Iraqis remain uprooted from their homes.
“This report is terrifying,” Nickolay Mladenov, the UN’s envoy to Iraq, said today in an e-mailed statement. He said hundreds of other allegations weren’t included because they hadn’t yet been sufficiently verified. “Iraqi leaders must act in unity to restore control over areas that have been taken over by ISIL and implement inclusive social, political and economic reforms,” he said.
International Court
Zeid Ra’ad al-Hussein, the UN’s human rights chief, condemned the “staggering” array of abuses. He recommended that the Iraqi government accede to the Rome Statute, a treaty that established the International Criminal Court and requires all states that are parties to it to cooperate with the court on war crimes.
Zeid, a former Jordanian diplomat who is the first Arab and Muslim to hold the post, cited a Sept. 19 letter by 126 Muslim scholars to the head of Islamic State to emphasize that such acts aren’t endorsed or permitted by Islam.
The letter “clearly states that in Islam it is forbidden to kill the innocent, or to kill emissaries, ambassadors and diplomats -- hence, also journalists and aid workers; torture and the reintroduction of slavery are also forbidden, as are forcible conversion, the denial of rights to women and a multitude of other acts being carried out,” Zeid said in an e-mailed statement.
To contact the reporter on this story: Sangwon Yoon in United Nations atsyoon32@bloomberg.net
To contact the editors responsible for this story: John Walcott atjwalcott9@bloomberg.net Larry Liebert, Mark McQuillan
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Exposicao ao ridiculo e caso de internacao, ainda o Estado Islamico dos Companheiros - Percival Puggina
Não Nos Exponha ao Ridículo
Por Percival Puggina
O Globo, 23 de setembro de 2014
A presidente Dilma Rousseff condenou os ataques aéreos na Síria pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, iniciados na noite de segunda-feira para desmantelar a organização terrorista Estado Islâmico (EI) e combater células da rede al-Qaeda. Para Dilma, o Brasil repudia agressões militares, porque elas podem colher resultados imediatos, mas trazem consequências deletérias para países e regiões no médio e longo prazos. A presidente citou Iraque, Líbia e Faixa de Gaza como exemplos recentes da falta de eficácia deste tipo de política.
O Globo transcreve a fala presidencial:
Lamento enormemente isso (ataques aéreos na Síria contra o EI). O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Eu não acho que nós podemos deixar de considerar uma questão. Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência. Perda de vidas humanas dos dois lados, agressões sem sustentação aparentemente podem dar ganhos imediatos, mas depois causam prejuízos e turbulências. É o caso do Iraque, está lá provadinho. Na Líbia, a consequência no Sahel. A mesma coisa na Faixa de Gaza.
Se a presidente dissesse isso conversando com seus próprios botões, durante um chá da tarde com a família em Porto Alegre, já seria um disparate. Afirmá-lo perante a comunidade internacional reunida em Nova Iorque, durante um evento de grande repercussão como a Cúpula de Mudança Climática da ONU, é um caso de internação.
Mais grave ainda se torna o quadro clínico quando se sabe que a presidente não esboçou o menor muxoxo, nem fez tisc, tisc, tisc perante o genocídio que o Estado Islâmico vem praticando nas regiões ocupadas.
Nossa lamentável presidente não lamentou a degola de qualquer dos jornalistas executados friamente pela jihad em curso.
Nossa credibilíssima presidente, que diz crer na diplomacia contra esse tipo de terrorismo religioso, está envergonhando o Itamaraty.
Ela dá continuidade, aliás, às posições políticas que vêm dos dois governos de Lula, quando as relações internacionais do Brasil foram conduzidas como se o país fosse um diretório de estudantes controlado pela esquerda.
É preciso fazer saber ao mundo que, especialmente em questões internacionais, nosso governo representa o que há de mais retrógrado no seu partido. E não o Brasil.
Tais não são as opiniões da nação brasileira. Fale por si e pelo PT, presidente.
Não nos exponha ao ridículo dessa maneira.
Por Percival Puggina
O Globo, 23 de setembro de 2014
A presidente Dilma Rousseff condenou os ataques aéreos na Síria pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, iniciados na noite de segunda-feira para desmantelar a organização terrorista Estado Islâmico (EI) e combater células da rede al-Qaeda. Para Dilma, o Brasil repudia agressões militares, porque elas podem colher resultados imediatos, mas trazem consequências deletérias para países e regiões no médio e longo prazos. A presidente citou Iraque, Líbia e Faixa de Gaza como exemplos recentes da falta de eficácia deste tipo de política.
O Globo transcreve a fala presidencial:
Lamento enormemente isso (ataques aéreos na Síria contra o EI). O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Eu não acho que nós podemos deixar de considerar uma questão. Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência. Perda de vidas humanas dos dois lados, agressões sem sustentação aparentemente podem dar ganhos imediatos, mas depois causam prejuízos e turbulências. É o caso do Iraque, está lá provadinho. Na Líbia, a consequência no Sahel. A mesma coisa na Faixa de Gaza.
Se a presidente dissesse isso conversando com seus próprios botões, durante um chá da tarde com a família em Porto Alegre, já seria um disparate. Afirmá-lo perante a comunidade internacional reunida em Nova Iorque, durante um evento de grande repercussão como a Cúpula de Mudança Climática da ONU, é um caso de internação.
Mais grave ainda se torna o quadro clínico quando se sabe que a presidente não esboçou o menor muxoxo, nem fez tisc, tisc, tisc perante o genocídio que o Estado Islâmico vem praticando nas regiões ocupadas.
Nossa lamentável presidente não lamentou a degola de qualquer dos jornalistas executados friamente pela jihad em curso.
Nossa credibilíssima presidente, que diz crer na diplomacia contra esse tipo de terrorismo religioso, está envergonhando o Itamaraty.
Ela dá continuidade, aliás, às posições políticas que vêm dos dois governos de Lula, quando as relações internacionais do Brasil foram conduzidas como se o país fosse um diretório de estudantes controlado pela esquerda.
É preciso fazer saber ao mundo que, especialmente em questões internacionais, nosso governo representa o que há de mais retrógrado no seu partido. E não o Brasil.
Tais não são as opiniões da nação brasileira. Fale por si e pelo PT, presidente.
Não nos exponha ao ridículo dessa maneira.
Delinquencia diplomatica e direito 'a irresponsabilidade - Demetrio Magnoli
O Brasil reconheceu, implicitamente, o Estado Islâmico, segundo Demétrio Magnoli.
Nada mais coerente, segundo um outro jornalista crítico, Augusto Nunes.
Só poderia dar nisso: quem tem um Estado Islâmico dos Companheiros dentro das fronteiras, sempre vai buscar os semelhantes no plano internacional...
Paulo Roberto de Almeida
Nosso homem no califado
Demétrio Magnoli
Folha de S.Paulo, 27/09/2014
Você pensa que Dilma Rousseff foi a Nova York gravar filmes de propaganda eleitoral no palco iluminado da Assembleia Geral das Nações Unidas? Talvez fosse esta a intenção exclusiva, mas a viagem presidencial deixou um inesperado rastro de destruição. Em dois dias, o governo provou a tese de que o Brasil não pode almejar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Entre as 2.511 palavras de um discurso provinciano, obviamente revisado por João Santana, não apareceu o termo "terrorismo". Contudo a peça desviou-se do roteiro principal para, mirando a guerra em curso contra o Estado Islâmico (Isis), diagnosticar a inutilidade do "uso da força" e a natureza contraproducente da "intervenção militar". Na entrevista à imprensa internacional, a posição brasileira foi pintada com tintas mais nítidas, o que resultou numa obra quase surrealista.
Dilma condenou diretamente os bombardeios na Síria, divergindo da maioria dos países do Oriente Médio, que participam da operação ou a respaldam politicamente. O tom da condenação ficou vários decibéis acima do utilizado pela Rússia e pelo Irã, que se limitaram a registrar protocolarmente a violação de uma insubstancial "soberania síria". O próprio regime sírio, interessado no enfraquecimento militar do Isis, preferiu mesclar esse registro inevitável com uma declaração de apoio ao "combate contra o terror". É só o conforto gerado pela irrelevância diplomática e pela distância geográfica que propiciou à presidente a chance de exercer o curioso direito à irresponsabilidade.
O Brasil tem razões para introduzir temas que não se inscrevem no discurso de Washington sobre a versão 2.0 da "guerra ao terror", recordando os desvios abomináveis da versão original, de George W. Bush. Há pouco, o conservador britânico Boris Johnson, ex-prefeito de Londres, sugeriu casualmente descartar a presunção de inocência de qualquer um que viaje à Síria ou ao Iraque sem notificação prévia, transferindo ao "suspeito" o ônus de provar que não participa da rede do terror. Os ecos de Guantánamo e da autorização da tortura devem servir para guarnecer a vulnerável fortaleza das liberdades civis. Dilma, porém, não pronunciou nenhuma palavra sobre os princípios da lei nas democracias, escolhendo a estrada da delinquência diplomática.
Na entrevista, Dilma jogou num saco abrangente coisas tão distintas quanto a invasão do Iraque, em 2003, a operação aérea na Líbia, em 2011, a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, em julho, e os bombardeios contra o Isis, para repudiar "o morticínio e a agressão dos dois lados", referindo-se à coalizão liderada pelos EUA (um lado) e ao Isis (outro lado). No jargão diplomático, "dois lados" é a senha para o conflito entre Estados ou, no mínimo, entre forças combatentes legítimas. Por essa via, incidentalmente, e salvo algum desmentido futuro, o Brasil tornou-se o primeiro e único país do mundo a reconhecer o Estado Islâmico. Diante disso, o que é aquele célebre 7 a 1?
"Dois lados." Nessa linha, nossa presidente ofereceu sua alternativa à operação de guerra: "o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU". Como, simultaneamente, pela voz de seu secretário-geral, a ONU solidarizava-se com os bombardeios, Dilma colocou o Brasil em rota de colisão com as Nações Unidas.
A ideia de "diálogo" com o Isis, formulada quando os terroristas decepavam mais uma cabeça, talvez agrade ao antiamericanismo primitivo que hipnotiza as correntes mais anacrônicas da esquerda brasileira, mas não protegerá os curdos, as minorias religiosas e as mulheres ao alcance da fúria jihadista. Entretanto o governo brasileiro obrigou-se moralmente a levá-la adiante –e, parece-me, temos em Marco Aurélio Garcia a figura ideal para cumprir a missão de plenipotenciário de paz em Mossul (Iraque) ou Raqqa (Síria), as sedes do califado.
Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana, é especialista em política internacional. Escreveu, entre outros livros, 'Gota de Sangue - História do Pensamento Racial' (ed. Contexto) e 'O Leviatã Desafiado' (ed. Record). Escreve aos sábados.
Nada mais coerente, segundo um outro jornalista crítico, Augusto Nunes.
Só poderia dar nisso: quem tem um Estado Islâmico dos Companheiros dentro das fronteiras, sempre vai buscar os semelhantes no plano internacional...
Paulo Roberto de Almeida
Nosso homem no califado
Demétrio Magnoli
Folha de S.Paulo, 27/09/2014
Você pensa que Dilma Rousseff foi a Nova York gravar filmes de propaganda eleitoral no palco iluminado da Assembleia Geral das Nações Unidas? Talvez fosse esta a intenção exclusiva, mas a viagem presidencial deixou um inesperado rastro de destruição. Em dois dias, o governo provou a tese de que o Brasil não pode almejar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Entre as 2.511 palavras de um discurso provinciano, obviamente revisado por João Santana, não apareceu o termo "terrorismo". Contudo a peça desviou-se do roteiro principal para, mirando a guerra em curso contra o Estado Islâmico (Isis), diagnosticar a inutilidade do "uso da força" e a natureza contraproducente da "intervenção militar". Na entrevista à imprensa internacional, a posição brasileira foi pintada com tintas mais nítidas, o que resultou numa obra quase surrealista.
Dilma condenou diretamente os bombardeios na Síria, divergindo da maioria dos países do Oriente Médio, que participam da operação ou a respaldam politicamente. O tom da condenação ficou vários decibéis acima do utilizado pela Rússia e pelo Irã, que se limitaram a registrar protocolarmente a violação de uma insubstancial "soberania síria". O próprio regime sírio, interessado no enfraquecimento militar do Isis, preferiu mesclar esse registro inevitável com uma declaração de apoio ao "combate contra o terror". É só o conforto gerado pela irrelevância diplomática e pela distância geográfica que propiciou à presidente a chance de exercer o curioso direito à irresponsabilidade.
O Brasil tem razões para introduzir temas que não se inscrevem no discurso de Washington sobre a versão 2.0 da "guerra ao terror", recordando os desvios abomináveis da versão original, de George W. Bush. Há pouco, o conservador britânico Boris Johnson, ex-prefeito de Londres, sugeriu casualmente descartar a presunção de inocência de qualquer um que viaje à Síria ou ao Iraque sem notificação prévia, transferindo ao "suspeito" o ônus de provar que não participa da rede do terror. Os ecos de Guantánamo e da autorização da tortura devem servir para guarnecer a vulnerável fortaleza das liberdades civis. Dilma, porém, não pronunciou nenhuma palavra sobre os princípios da lei nas democracias, escolhendo a estrada da delinquência diplomática.
Na entrevista, Dilma jogou num saco abrangente coisas tão distintas quanto a invasão do Iraque, em 2003, a operação aérea na Líbia, em 2011, a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, em julho, e os bombardeios contra o Isis, para repudiar "o morticínio e a agressão dos dois lados", referindo-se à coalizão liderada pelos EUA (um lado) e ao Isis (outro lado). No jargão diplomático, "dois lados" é a senha para o conflito entre Estados ou, no mínimo, entre forças combatentes legítimas. Por essa via, incidentalmente, e salvo algum desmentido futuro, o Brasil tornou-se o primeiro e único país do mundo a reconhecer o Estado Islâmico. Diante disso, o que é aquele célebre 7 a 1?
"Dois lados." Nessa linha, nossa presidente ofereceu sua alternativa à operação de guerra: "o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU". Como, simultaneamente, pela voz de seu secretário-geral, a ONU solidarizava-se com os bombardeios, Dilma colocou o Brasil em rota de colisão com as Nações Unidas.
A ideia de "diálogo" com o Isis, formulada quando os terroristas decepavam mais uma cabeça, talvez agrade ao antiamericanismo primitivo que hipnotiza as correntes mais anacrônicas da esquerda brasileira, mas não protegerá os curdos, as minorias religiosas e as mulheres ao alcance da fúria jihadista. Entretanto o governo brasileiro obrigou-se moralmente a levá-la adiante –e, parece-me, temos em Marco Aurélio Garcia a figura ideal para cumprir a missão de plenipotenciário de paz em Mossul (Iraque) ou Raqqa (Síria), as sedes do califado.
Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana, é especialista em política internacional. Escreveu, entre outros livros, 'Gota de Sangue - História do Pensamento Racial' (ed. Contexto) e 'O Leviatã Desafiado' (ed. Record). Escreve aos sábados.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Politica Externa: coerencia total e sem falhas - Augusto Nunes
Sem comentários. E precisa?
Paulo Roberto de Almeida
23/09/2014 às 21:48
Augusto Nunes \ Direto ao Ponto
23/09/2014 às 21:48
Augusto Nunes \ Direto ao Ponto
A defesa do Estado Islâmico é uma prova de coerência: a condutora da política externa da canalhice jamais desperdiçou alguma chance de envergonhar o Brasil
Instituída
no governo Lula, a política externa da canalhice foi encampada com
muita animação por Dilma Rousseff. Ao longo de oito anos, o padrinho
sempre escolheu o lado errado. Nesta terça-feira, ao baixar em Nova
York, a afilhada confirmou que nunca perde alguma chance de envergonhar o
país que presta. Ao comentar a ofensiva militar americana contra o
Estado Islâmico, Dilma solidarizou-se com a turma da caverna e garantiu
que, embora não pareça, até decepadores de cabeças aceitam convites para
um diálogo civilizado. “Lamento enormemente os ataques na Síria”,
recitou em dilmês primitivo. “Nos últimos tempos, todos os últimos
conflitos que se armaram tiveram uma consequência: perda de vidas
humanas dos dois lados”.
O choro de Dilma depende da nacionalidade do morto. Ela não derramou uma única e escassa lágrima pelas incontáveis vítimas do bando de fanáticos. Não deu um pio sobre a decapitação ─ em ritos repulsivos filmados pelos carrascos e transformados em programas de TV ─ de dois jornalistas e um agente humanitário. Não emitiu nenhum sinal de desconforto com os massacres intermináveis, os estupros selvagens, a rotina da tortura, a pena de morte por heresia aplicada a quem não se subordina aos dogmas da seita. A presidente só “lamenta enormemente” a perda de aliados na guerra irremediavelmente perdida que move desde a juventude contra o imperialismo ianque.
Erguido durante a entrevista coletiva convocada pela doutora em nada, o monumento ao cinismo foi implodido por uma nota subscrita por Ban Ki-Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas. Além de endossar os bombardeios americanos, Ki-Moon lembrou que os devotos da barbárie só serão contidos por mais operações militares semelhantes às executadas pelos Estados Unidos. Sem ter lido o documento, Dilma avisou que o besteirol seria reprisado em seu discurso na ONU. Caso cumpra a promessa, todos os presentes entenderão por que um representante do governo de Israel, inconformado com o ostensivo apoio do governo lulopetista ao Hamas, qualificou o país de “anão diplomático”
Entre o governo constitucional paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo, Dilma escolheu o reprodutor de batina. Também se juntou aos patifes da vizinhança na conspiração que afastou do Mercosul o Paraguai e permitiu a entrada da Venezuela chavista, fez todas as vontades do bolívar-de-hospício que virou passarinho, arranjou até um estoque de papel higiênico para adiar o naufrágio de Nicolás Maduro, curvou-se aos caprichos do lhama-de-franja que reina na Bolívia, presenteou a ditadura cubana com o superporto que o Brasil não tem e transformou a Granja do Torto em residência de verão de Raúl Castro. Fora o resto.
O apoio enviesado ao Estado Islâmico é também uma prova de coerência. Só poderia agir assim quem fez há pelo menos 12 anos a opção preferencial pela infâmia.
O choro de Dilma depende da nacionalidade do morto. Ela não derramou uma única e escassa lágrima pelas incontáveis vítimas do bando de fanáticos. Não deu um pio sobre a decapitação ─ em ritos repulsivos filmados pelos carrascos e transformados em programas de TV ─ de dois jornalistas e um agente humanitário. Não emitiu nenhum sinal de desconforto com os massacres intermináveis, os estupros selvagens, a rotina da tortura, a pena de morte por heresia aplicada a quem não se subordina aos dogmas da seita. A presidente só “lamenta enormemente” a perda de aliados na guerra irremediavelmente perdida que move desde a juventude contra o imperialismo ianque.
Erguido durante a entrevista coletiva convocada pela doutora em nada, o monumento ao cinismo foi implodido por uma nota subscrita por Ban Ki-Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas. Além de endossar os bombardeios americanos, Ki-Moon lembrou que os devotos da barbárie só serão contidos por mais operações militares semelhantes às executadas pelos Estados Unidos. Sem ter lido o documento, Dilma avisou que o besteirol seria reprisado em seu discurso na ONU. Caso cumpra a promessa, todos os presentes entenderão por que um representante do governo de Israel, inconformado com o ostensivo apoio do governo lulopetista ao Hamas, qualificou o país de “anão diplomático”
Entre o governo constitucional paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo, Dilma escolheu o reprodutor de batina. Também se juntou aos patifes da vizinhança na conspiração que afastou do Mercosul o Paraguai e permitiu a entrada da Venezuela chavista, fez todas as vontades do bolívar-de-hospício que virou passarinho, arranjou até um estoque de papel higiênico para adiar o naufrágio de Nicolás Maduro, curvou-se aos caprichos do lhama-de-franja que reina na Bolívia, presenteou a ditadura cubana com o superporto que o Brasil não tem e transformou a Granja do Torto em residência de verão de Raúl Castro. Fora o resto.
O apoio enviesado ao Estado Islâmico é também uma prova de coerência. Só poderia agir assim quem fez há pelo menos 12 anos a opção preferencial pela infâmia.
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Estado Islamico: fotos do "dialogo" dos EUA com os fundamentalistas islamicos
Uma seleção de fotos sobre os raids aéreos do "diálogo" dos EUA com o Estado Islâmico, muito diferente, obviamente, daquele diálogo aberto e generoso que nossa dirigente pretende manter com os representantes do novo Califado:
https://medium.com/war-is-boring/watch-america-strike-syria-one-photo-at-a-time-73227b072e34?
Watch America Strike Syria—One Photo at a Time
Military photographers and recon aircraft document missile & air raids
War is Boring · Read Now
https://medium.com/war-is-boring/watch-america-strike-syria-one-photo-at-a-time-73227b072e34?
Watch America Strike Syria—One Photo at a Time
Military photographers and recon aircraft document missile & air raids
War is Boring · Read Now
Estado Islamico: "eles so precisam de um pouco de dialogo..."
Claro! Como ninguém descobriu isso antes? É conversando que a gente se entende...

Quem sabe um pouco de atenção para as suas causas também?
Um pouco de carinho não faz mal a ninguém.
Paz e amor, gente boa...
Paulo Roberto de Almeida
Na ONU, Dilma condena 'uso da força' para resolver conflitos
Um dia depois de 'lamentar' bombardeio americano contra terroristas na Síria, presidente disse que 'intervenções militares' não levam à paz. Também voltou a criticar Israel e o 'uso desproporcional da força' em Gaza

A presidente Dilma Rousseff aguarda para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York (Mike Segar/Reuters)
Depois de “lamentar” o bombardeio dos Estados Unidos contra terroristas na Síria, a presidente Dilma Rousseff reafirmou sua posição nesta quarta-feira ao condenar o “uso da força” como forma de resolver conflitos mundiais. No discurso de abertura da 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Dilma colocou no mesmo cesto Iraque, Síria, Líbia, Ucrânia e Palestina, ignorando o fato de que, nos dois primeiros, um dos grupos terroristas mais selvagens em atividade está avançando e espalhando o horror de forma brutal, por meio de decapitações, crucificações e execuções sumárias.
"Não temos sido capazes de resolver velhos contenciosos nem de impedir novas ameaças. O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. Isso está claro na persistência da questão Palestina, no massacre sistemático do povo sírio, na trágica desestruturação nacional do Iraque, na grave insegurança na Líbia, nos conflitos no Sahel e nos embates na Ucrânia. A cada intervenção militar não caminhamos para a paz mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos".
"Verifica-se uma trágica multiplicação do número de vítimas civis e de dramas humanitários. Não podemos aceitar que essas manifestações de barbárie recrudesçam, ferindo nossos valores éticos, morais e civilizatórios", continuou.
Em seguida, Dilma insistiu na necessidade de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, dizendo que o grupo hoje vive uma “paralisação”. E voltou então a carga contra Israel, ao falar sobre a recente ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza. "Gostaria de reiterar que não podemos permanecer indiferentes à crise israelo-palestina, sobretudo depois dos dramáticos acontecimentos na Faixa de Gaza. Condenamos o uso desproporcional da força, vitimando fortemente a população civil, mulheres e crianças", afirmou, repetindo os termos de um comunicado divulgado pelo Itamaraty que deu início a um desentendimento com Israel – que chamou o Brasil de “anão diplomático”.
Para Dilma, o conflito entre Israel e Palestina "deve ser solucionado e não precariamente administrado, como vem sendo". "Negociações efetivas entre as partes têm de conduzir à solução de dois Estados – Palestina e Israel – vivendo lado a lado e em segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas". Os Estados Unidos têm intermediado as difíceis negociações entre representantes israelenses e palestinos, que esbarram não apenas em questões de fronteiras, mas em exigências dos terroristas do Hamas tidas como inaceitáveis pelo governo israelense, como o fim ao bloqueio ao enclave que, na prática, significaria abrir caminho para o grupo obter armas do exterior.
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