O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Vencedores do Concurso 3ro Forum da Liberdade

Conheça os vencedores do concurso cultural Você no 3º Fórum da Liberdade

Por Instituto Liberal
19 de outubro de 2016
INSTITUTO LIBERAL © 2015 | Rua Álvaro Alvim, 37 - Sala 518 - Cinelândia - Centro | Rio de Janeiro, RJ CEP 20031-010 | Brasil | Contato: +55 21-2539-1115

O Instituto Liberal tem o prazer de anunciar os vencedores do concurso cultural Você no 3º Fórum da Liberdade.
Para participar foi preciso curtir nossa página no Facebook, o post da promoção, marcar um amigo nos comentários (do post no Facebook) e responder a seguinte pergunta:
Para você, o que é fundamental para se construir uma sociedade aberta e livre?
Lembrando que o 3º Fórum da Liberdade ocorrerá no dia 22 de Outubro de 2016 das 08:00 às 16:30hs no Transamérica Expo Center que fica na Av. Dr. Mario Vilas Bôas
Apresentamos abaixo o nome e resposta dos ganhadores:

Primeiro Colocado(a): Gusttavo Lima
Resposta:
O professor e diplomata brasileiro Paulo Roberto de Almeida em um artigo onde tenta descrever quem são os liberais afirma que: “os liberais verdadeiros não possuem respostas definitivas para todos os problemas de organização social ou dilemas humanos[…] O liberalismo é antes de mais nada uma construção social em constante estado de aperfeiçoamento doutrinal. ”. Utilizo-me dessa pequena definição do ilustre professor para iniciar minha dissertação onde tento explicar meu ponto de vista sobre o que é fundamental para se construir uma sociedade aberta e livre.
Primeiro ponto que vejo como essencial é sem dúvidas o aprofundamento da difusão das ideias de liberdade entre todos. É praticamente impossível se construir uma sociedade livre sem que os cidadãos dessa sociedade saibam o real significado dessas ideias. É importante ressaltar que as ideias de liberdade derivam de grandes pensadores e pensadoras que sofreram em um mundo onde elas pouco importavam e lutaram para que elas fossem aceitas e viessem a mudar o curso da humanidade. O conhecimento a respeito dessas ideias deve ser a base de uma sociedade que pretende ser aberta e livre e é dever de cada um que realmente acredita nessas ideias propaga-las ao máximo para que daí se construa, dentro da sociedade, uma cultura que ressalte a grande importância dos ideais de liberdade.
Um conhecido economista austríaco já dizia que “ Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão”. Um segundo ponto, que de certa forma vem para consolidar o primeiro, é a forma como essas ideias devem ser trabalhadas para que elas sejam efetivamente aceitas e possam de fato imperar na nossa sociedade. No passado, muitos que realmente acreditavam nessas ideias achavam que pelo simples fato delas serem boas iriam inevitavelmente ser aplicadas em todas as sociedades. A história nos mostrou o contrário, os obstáculos postos para a aceitação só cresceram e hoje há a necessidade de uma retomada aos entendimentos mais básicos sobre o que significa de fato liberdade e liberalismo. Nesse ponto, já é possível notar um avanço com o aparecimento de novas correntes que defendem as ideias de liberdade e com o fortalecimento dos movimentos que já são antigos e fazem um excelente trabalho na transmissão de informação ao público em geral.
O que temos que ter em mente é uma sociedade livre e aberta só se constrói com cidadãos que possuam apreço pela liberdade e pela tolerância. Essa sociedade só se consolida se houver espaço para o debate de ideias contrárias e onde as diferenças sejam respeitadas. O liberalismo nada mais é do que o conjunto de valores que surgiu justamente para defender tais premissas. Os indivíduos com suas peculiaridades constroem a sociedade em que vivemos e o respeito a esses indivíduos é o ponto que deve ser a o fio condutor da sociedade que almejamos.

Segundo Colocado(a): Gabriel Vaz
Resposta:
Uma sociedade sem dominação e potestades desalojadas.
É difícil admitir o quanto é natural do homem em querer dominar outro homem. O medo é o principal fator para dominação. Há uma diversidade de poderes especiais em cada raça que subjuga. A negação da existência da superioridade humana facilita absurdamente a vantagem de controle de uns para com os outros. Como lidar, numa sociedade livre, com os desinformados, os desfavorecidos, os de crenças enganosas, ou com aqueles que são realmente preguiçosos, sem visão futura, medrosos e conformistas, e etc… sem escravizá-los?”
Em tempos de monarquia, não se imaginava uma sociedade livre de um rei e não ser ela anárquica. Hoje não é diferente. É difícil para a maioria das mentes medianas conceber a ideia de uma sociedade livre da Entidade Estado, sem o controle anárquico. A vida é regida por princípios de liderança. Sempre vão existir pessoas mais experientes, mais competentes e capacitadas que outras nas diversas áreas da sociedade. Elas exercerão influência e liderança. Por isso, na pratica não é possível existir uma completa anarquia. 
Em tempos de monarquia as pessoas queriam o de sempre, a saber, a liberdade. Elas queriam o direito de possuir, de dar e receber. Mas constantemente eram roubadas por saqueadores sedentos, que nutriam a ideia de serem superiores. Então parecia óbvio entregar partes do direito de possuir, para que tivessem a proteção do rei, e ficar com o que sobrava da liberdade. Melhor que nada e, porquanto, uma regra injusta.
A sociedade moderna descentralizou a monarquia, mas não as antigas regras. Hoje são mais pessoas no poder. Escolhidas por um processo eletivo que fixa a desejar. A grande questão é que são as mesmas pessoas, as quais continuam usurpando dos direitos de alguns para que outros usufruam! 
Não se constrói uma sociedade justa usurpando os direitos de um indivíduo possuir para que outrem possua. Uma sociedade livre e aberta seria aquela que todos usufruíssem de um produto ou serviço que elas trabalharam para ter, ou no máximo recebeste por real doação, desde que não por “rachide”*, como se assemelha a tal distribuição dos recursos públicos. É totalmente possível e viável esse conceito ser aplicado aos produtos e serviços públicos, desde estradas, escolas, hospitais e etc. As despesas da sociedade podem ser divididas de acordo com o uso delas. 
Mas o que seria fundamental para alcançar essa sociedade livre, aberta e justa?
O sonho de todos está em consumir sem o ônus de produzir. Essa sempre será uma das principais razões de um governo não querer se auto-minimizar. Por causa desse sonho louco é que a inveja comunista se fortalece. Qualquer ser racional sabe que não é sustentável o consumir sem o produzir. E porque de tanta insistência? Porque não é uma questão de razão. Quem nunca argumentou em vão com um socialista? O fato é que pouco pode ser feito com o uso de argumentações racionais (até mesmo essa minha). 
Penso que para resolver esse dilema, o sonho louco precisa ser mantido, e não mais combatido. Acredito que soluções tecnológicas podem fornecer uma produção abundante de produtos e serviços a custos altamente acessíveis. 
Não precisamos de pessoas boas no poder, mas de gerenciamento inteligente capaz de minimizar a necessidade do governo humano. Para tanto, são necessárias tecnologias atuais de informação, produção e distribuição. Alguém precisou trabalhar muito – produzir – para que mais pessoas hoje pudesse trabalhar menos. Esse é o “fator tecnologia”. Já foi mais do que demonstrado o poder da tecnologia em solucionar os dramas da vida. Nós sabemos que não existe problemas tecnológicos, mas apenas políticos! Não precisamos de mais um político, mas de empreendedores valentes para confrontar o império das trevas chamado Estado.
São esses empreendedores que trarão ao mundo uma nova mentalidade de abundância. Eles mostrarão o acesso às fontes infinitas de energia e às transações financeiras livres de intermediadores burocratas. Com a aplicação de tecnologias nessas áreas o governo perderá o sentido de ser!  

Terceiro Colocado(a): Vanessa dos Santos Rodrigues
Resposta:
O fundamental para termos uma sociedade aberta e livre? Nós, liberais, sabemos o que é necessário para alcançarmos esse objetivo, que é o respeito à vida, liberdade e propriedade. Os três conceitos parecem (e são!) muito simples, mas, como a visão oposta ao que defendemos, aquela que preza pela manutenção de um estado (com “e” minúsculo porque não é Deus) grande e que interfere tanto na vida privada quanto na esfera econômica dos brasileiros foi hegemônica por tanto tempo, esses conceitos básicos dos princípios liberais foram constantemente esquecidos ou mesmo ignorados.
As consequências disso são notórias no país: desemprego, inflação e gravíssima crise econômica.
Entretanto, nos últimos anos, as ideias liberais voltaram ao debate público. Vimos o surgimento de think thanks, institutos, grupos de estudos e eventos em todo o país, de norte a sul, para fomentar o debate das ideias liberais, principalmente no que tange à escola austríaca de economia. Conseguimos adentrar até na universidade, com disciplinas de escola austríaca, pós graduação e inclusive defesas de monografias com direcionamento liberal em cursos de humanas. Em pouquíssimos anos, nossas ideias saíram praticamente do total ostracismo para chegarmos ao nível de hoje. Tudo bem, ainda estamos um pouco longe de mudar o país e a esquerda continua sendo muito forte, mas, acredito que estamos no caminho certo e, no mínimo, já estamos incomodando (e muito!).
Ainda não somos uma sociedade totalmente aberta e livre, mas, realmente acredito que estamos no caminho certo, afinal, como diz o grande Ludwig Von Mises, “ideias, somente ideias, podem iluminar a escuridão”. Estamos, mesmo que aos poucos, conseguindo iluminar o país!

O Instituto Liberal é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a pesquisa, produção e divulgação de idéias, teorias e conceitos que revelam as vantagens de uma sociedade organizada com base em uma ordem liberal. 
https://www.institutoliberal.org.br/blog/conheca-os-vencedores-do-concurso-cultural-voce-no-3o-forum-da-liberdade/

quarta-feira, 9 de março de 2016

I Concurso de Artigos em Comercio Internacional - FGV-SP

I Concurso de Artigos em Comércio Internacional

Cátedra OMC no Brasil
Centro do Comércio Global e Investimentos – CCGI
Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas –
EESP/FGV

I Concurso de Artigos em Comércio Internacional
Edital 002/2016-CACI

A Cátedra OMC no Brasil, representada por sua Titular, Professora Vera Thorstensen, diretora do Centro de Estudos do Comércio Global e Investimentos da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (CCGI-EESP/FGV), com endereço na Rua Itapeva, 286, 10º andar, Bela Vista – São Paulo/SP, 01332-000, torna público aos interessados o Edital com o regulamento do Concurso de Artigos em Comércio Internacional, com as regras que seguem.

1. Objeto

O presente Concurso tem por objetivo selecionar seis artigos científicos que versem sobre o seguinte tema: “O Novo Sistema Econômico Internacional”. Os artigos científicos poderão ser submetidos em duas categorias: (i) graduação; e (ii) pós-graduação, não sendo requerida formação em área especifica para participação. Serão selecionados três artigos científicos na categoria de graduação e três na categoria de pós-graduação. O artigo científico vencedor em cada categoria.

2. Critérios para a inscrição

Poderão participar do Concurso de Artigos em Comércio Internacional estudantes universitárias/os brasileiras/os e estrangeiras/os matriculadas/os em Instituições de Ensino Superior brasileiras, Universidades e/ou Faculdades, que apresentem artigos científicos em matéria de comércio internacional seguindo o tema “O Novo Sistema Econômico Internacional”, conforme disposto no item 3.

3. Tema

Os artigos científicos devem seguir o tema: “O Novo Sistema Econômico Internacional”, podendo ser abordados aspectos legais, econômicos, políticos e/ou de gestão relativos aos seguintes subtemas:

a. A coerência do Sistema Econômico Internacional;
b. Estabilidade financeira, regulação financeira e supervisão de riscos sistêmicos;
c. As novas barreiras regulatórias ao comércio (barreiras técnicas, sanitárias, fitossanitárias e
padrões privados);
d. Os mega-acordos, o futuro da política de acesso a mercados e acordos comerciais regulatórios;
e. Investimentos, comércio e regimes tributários;
f. Desenvolvimento sustentável, direitos humanos e o seu papel no novo sistema econômico internacional;
g. O papel do Comércio Internacional e suas instituições no Sistema Econômico Internacional;
h. Organização Mundial do Comércio (OMC) e os novos temas do comércio internacional no Século XXI;
i. Análise de instituições do Sistema Econômico Internacional.

A proposta desse concurso de artigos científicos endereça um problema que vem crescendo nos debates sobre economia internacional, que é a profusão de áreas e instituições com competências duplamente positivas ou duplamente negativas. Nesse sentido, é necessário reavaliar, primeiro, o conteúdo tratado no âmbito do Sistema Econômico Internacional, que envolve áreas como o Direito Internacional Econômico, Economia Internacional, Política Internacional, dentre outros. Nos últimos anos, novos temas têm ganhado corpo nas negociações internacionais e gerado um conflito de coerência sistêmica. Nesse sentido, até que ponto o sistema financeiro interfere no comércio internacional ou no sistema bancário internacional, ou na regulação de disciplinas ambientais? O sistema internacional está pronto para não apenas enfrentar novas questões sistêmicas que se apresentam, mas está dotado de instituições que funcionam com esse objetivo? A atualização do Sistema Econômico Internacional, passando por sua coerência interna, e as áreas a ele ligadas, é o que torna o tema aqui proposto atual e instigante para a/o jovem pesquisadora e interessada/o na área.

Seguem os links para o Edital 002/2016-CACI e para a Ficha de Inscrição.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Quer ganhar uma viagem paga para a Europa? Escreva um belo trabalho... - concurso da UE

Divulgando:

A União Europeia, Delegação no Brasil, lançou  o 6º  Concurso de Monografias da União Europeia, aberto a todos universitários brasileiros ou estrangeiros matriculados em Universidades brasileiras.
Assim como nas cinco outras edições, o tema é livre sobre a União Europeia, e os(as )  autores(as) das duas monografias vencedoras,  nas categorias de graduação e pós-graduação,  receberão como prêmio uma viagem de estudo de uma semana à Europa.
O edital e ficha de inscrição encontram-se disponíveis abaixo e neste link: http://eeas.europa.eu/delegations/brazil/press_corner/all_news/news/2015/20151105_1_pt.htm

 aqui.

6º Concurso de Monografias da União Europeia (05/11/2015)

A Delegação da União Europeia no Brasil lança a  6ª edição do  Concurso de Monografias , com tema livre sobre a União Europeia.
Edital
A Delegação da União Europeia no Brasil, pessoa jurídica de direito público internacional, com endereço na SHIS QI 07 – Bloco A – Lago Sul, Brasília-DF, representada por seu Chefe de Delegação, Embaixador João Gomes Cravinho, torna público aos interessados o Edital contendo o regulamento do Concurso de Monografias sobre a União Europeia, mediante as seguintes cláusulas e condições:
Capítulo I – Do objeto
Constitui objeto deste Concurso a seleção de seis monografias dispondo sobre a União Europeia – tema livre, três monografias na categoria de graduação e três na categoria de pós-graduação. O prêmio para a monografia vencedora em cada uma das categorias compreende uma viagem a Bruxelas, para visita às instituições da União Europeia. As outras quatro monografias receberão uma menção honrosa. Os (as) autores(as) dos seis trabalhos escolhidos serão convidados(as) especiais virem à Brasilia para evento, em maio de 2016, em Brasília, onde terão deslocamento e estadia pagos.
Capítulo II – Dos requisitos para a inscrição
Estão aptos a participar do Concurso de Monografias sobre a União Europeia estudantes universitários brasileiros e estrangeiros matriculados em Universidades/Faculdades rasileiras, ou Instituições Brasileiras de Ensino Superior, que apresentarem trabalhos acadêmicos sobre a União Europeia, nas suas diversas áreas.
Capítulo III – Da Comissão Julgadora
A Comissão Julgadora será composta por equipe selecionada pela Delegação da União Europeia no Brasil.
Capítulo IV – Do conteúdo e apresentação dos trabalhos
O trabalho a ser apresentado deverá ser uma monografia que atenda às normas gerais para o desenvolvimento do trabalho científico.
Serão considerados:
  • Trabalhos de cunho teórico e/ou prático que levem ao desenvolvimento do pensar crítico;
  • Trabalhos que apresentem aspectos inovadores no tratamento das questões ligadas ao tema (ver sugestões de tema logo a seguir);
  • Trabalhos que analisem os processos políticos, sociais, econômicos, culturais, ambientais ou tecnológicos, ligados ao tema (ver sugestões de tema a seguir);
  • Sugestões de tema:1) A Parceria Estratégica União Europeia - Brasil: prioridades em comum; 2) Meio-Ambiente e desenvolvimento sustentável; 3) A luta pelos direitos humanos; 4) Apoio ao multilateralismo, paz e segurança internacional; 5) Políticas sociais; 6) A reforma institucional da União Europeia; 7) O alargamento da União Europeia; 8) O Euro e a cooperação econômica na União Europeia; 9) A política da UE na America Latina; 10) A cooperação e ajuda ao desenvolvimento da UE no exterior; entre outros temas relacionados à União Europeia de sua própria escolha.
Os trabalhos deverão ser apresentados da seguinte forma:
  • Preenchimento da ficha de inscrição disponível na página: http://eeas.europa.eu/delegations/brazil/index_pt.htm
  • Apresentação de resumo de, no máximo 500 palavras, com três palavras-chave;
  • Estrutura contendo: Resumo, Índice, Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e Bibliografia;
  • Máximo de 20 e mínimo de 10 laudas em espaço 1,5 com fonte, tamanho 12 em papel A4, com margens superior e inferior de 2,5cm e margens laterais de 3 cm;
  • Não serão aceitas ilustrações e/ou fotografias no corpo da monografia;
  • Escritos na língua portuguesa ou inglesa.
Capítulo V – Dos critérios de avaliação
Serão considerados os seguintes requisitos para o julgamento dos trabalhos inscritos:
I. Qualidade técnica. Apresentação e desenvolvimento do trabalho, com coerência textual e lógica. O resumo e os capítulos devem ser bem estruturados com início, meio e fim. A apresentação das conclusões deve ser pertinente ao tema desenvolvido durante a monografia;
II. Adequação às normas. A formatação do trabalho deverá seguir as normas da ABNT-NBR 14724/2011 (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para a elaboração de trabalhos científicos;
III. Inovação. Presença de raciocínio ou desenvolvimento de idéias inovadoras.
Relacionamento entre idéias já fundamentadas, com apresentação de novos conceitos ou conclusões diferenciadas. A avaliação da Comissão Julgadora será irrecorrível. A Comissão Julgadora reservase o direito de não conceder prêmio se a qualidade dos trabalhos não corresponder aos requisitos mínimos dos critérios de avaliação.
A monografia deverá ser – obrigatoriamente – inédita. Entende-se por inédito o trabalho não editado e não publicado (parcialmente ou em sua totalidade) em antologias, coletâneas, suplementos literários, jornais, revistas ou por qualquer outro
meio de comunicação.
Capitulo VI - Da inscrição
A inscrição para o Concurso de Monografias consiste na entrega da monografia, de acordo com o estipulado pelo Capítulo IV, até o dia 31 de MARÇO de 2016, pelo email: delegation-brazil-doc@eeas.europa.eu
No sujeito do e-mail deverá constar "6º Concurso de Monografias da União Europeia".
Associado ao e-mail de inscrição deverá ser anexado documento em PDF contendo a monografia em conformidade ao modelo descrito no Capítulo IV deste Regulamento.
Deve também ser associada a ficha de inscrição. Cada participante poderá concorrer somente com um trabalho individual. Não serão aceitas inscrições de trabalhos de membros da Comissão Julgadora, de diplomatas e demais funcionários vinculados à União Europeia.
Capitulo VII – Da análise e seleção dos trabalhos
A análise e o julgamento das propostas obedecerão aos seguintes procedimentos:
I. Análise preliminar das propostas pela Delegação da União Europeia no Brasil para definição de elegibilidade observando os seguintes requisitos:
  • Entrega da monografia até o prazo estipulado;
  • Cumprimento dos critérios estabelecidos no Capítulo IV relativos à forma;
  • Pertinência do trabalho apresentado com um tema sobre a União Europeia, conforme o Capítulo IV;
II. Análise pela Comissão Julgadora estabelecida pela União Europeia, que pontuarão, segundo os critérios estabelecidos no Capítulo V, as seis melhores monografias, três em cada uma das categorias.
Os (as) autores (as) das monografias selecionadas serão requisitados (as) a apresentar prova de inscrição em universidade ou entidade equivalente.
III. Os seis trabalhos selecionados serão analisados pela Comissão Julgadora que definirá, em plenária, os dois trabalhos premiados (um em cada categoria) e os quatro trabalhos que receberão menção honrosa (dois em cada categoria).
Capítulo VIII – Do prêmio e da divulgação dos trabalhos
As 6 monografias classificadas, sendo 3 na categoria "Graduação" e 3 na categoria "Pós-graduação", serão divulgadas no dia 25/04/2016 no sítio eletrônico da Delegação da União Europeia no Brasil: http://eeas.europa.eu/delegations/brazil/index_pt.htm e na página do Facebook da Delegação: http://www.facebook.com/delegacaouebrasil
Os (as) 6 autores (as), serão convidados (as) especiais de evento a ser realizado durante as comemorações do mês da Europa, em maio de 2016, a virem à Brasília, com deslocamento e estadia pagos.
Os (as) dois (duas) autores (as) das monografias vencedoras serão anunciados durante o evento e receberão, como premiação:
  • Uma viagem de 7 dias à Europa, com estadia em Bruxelas,
  • Visita às instituições europeias em Bruxelas
Os (as) estudantes que vierem a Brasília deverão escrever um pequeno artigo sobre sua visita, que será publicado posteriormente no sítio eletrônico da Delegação: http://eeas.europa.eu/delegations/brazil/index_pt.htm e na página do Facebook
http://www.facebook.com/delegacaouebrasil
Os (as) estudantes das monografias ganhadoras, nas duas categorias, deverão igualmente escrever um pequeno artigo sobre a visita às instituições europeias, que serão publicados nos sítios eletrônicos anteriormente referidos.
Os (as) estudantes ganhadores nas duas categorias, bem como os (as) estudantes laureados com menção honrosa, serão também convidados a apresentar e divulgar suas monografias na própria instituição de ensino, ações para as quais poderão contar com eventual apoio da Delegação da União Europeia no Brasil.
Os trabalhos premiados e as menções honrosas serão divulgados no sítio eletrônico da Delegação e no Facebook.
Com a inscrição no Concurso, os (as) eventuais autores (as) das monografias vencedoras concordam em ceder à Delegação da União Europeia no Brasil os respectivos direitos autorais, por um período de dois anos, contado a partir da data da outorga do prêmio.
A dotação orçamentária financeira para a cobertura das despesas decorrentes da outorga do prêmio de que trata este Edital – incluindo as viagens para Brasília e para a Europa – correrá por conta dos recursos da Delegação da União Europeia no Brasil.
Capítulo IX – DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
As datas definidas neste Regulamento podem ser alteradas e, neste caso, serão informadas em tempo hábil.
O presente Regulamento ficará à disposição dos interessados no sítio eletrônico da Delegação da União Europeia no Brasil: http://eeas.europa.eu/delegations/brazil/index_en.htm
As questões não previstas neste Regulamento serão resolvidas pela Comissão Julgadora.
As solicitações de esclarecimentos adicionais deverão ser formalizadas até 21 dias antes do prazo final para a entrega da monografia, e serão respondidas em até 11 dias antes do prazo final para a entrega da monografia pelo e-mail: delegation-brazildoc@eeas.europa.eu , com indicação no sujeito do e-mail de: "6º Concurso de Monografias da União Europeia".
Este regulamento entra em vigor na data de sua divulgação.
João Gomes Cravinho
Embaixador da União Europeia no Brasil

segunda-feira, 2 de março de 2015

Ciencia Politica na UFMG: professores desempregados, ou aspirantes a se-lo (professores, nao desempregados...)

Aos que podem, aos que querem, aos que acham interessante ser professor, uma profissão que já foi nobre, e hoje eu não sei bem o que é...
Paulo Roberto de Almeida

Concurso para Professor Adjunto na área de POLÍTICA INTERNACIONAL E COMPARADA
Departamento de Ciência Política - Universidade Federal de Minas Gerais

Número de vaga(s): 01 (uma).
Área de conhecimento: Política Internacional e Comparada.
Regime de trabalho: Dedicação Exclusiva.

Ti t u l a ç ã o: Doutorado em Ciência Política ou áreas afins.

Perfil desejado do candidato: Doutorado em Ciência Política ou áreas afins.
Período de inscrição: até 20 de abril de 2015 [60 (sessenta) dias a partir da publicação do Edital].
Endereço: Secretaria Geral da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha - Belo Horizonte - MG - CEP 31270-901.
Horário: Das 09:00 às 11:00 e das 14:00 às 16:00, nos dias úteis.
Contato Telefone(s): (31) 3409-5016.
Correio eletrônico: secgeral@fafich.ufmg.br.

Tipos de prova: 
Prova de Títulos, Prova Escrita com caráter eliminatório e Apresentação de Seminário.
Escopo do Seminário: Apresentação de um projeto de pesquisa, incluindo sua base teórica e desenho metodológico.
Período de realização do Concurso/Datas prováveis para realização das provas: De 30 (trinta) a 90 (noventa) dias, contados a partir da data de encerramento das inscrições.
PROGRAMA
1) Método comparativo: controvérsias recentes
2) Regimes políticos domésticos e internacionais em perspectiva comparada
3) Instituições democráticas, governos e estabilidade em perspectiva comparada
4) Conflitos, contestação pública e atores políticos em perspectiva comparada
5) Política internacional e análise comparativa de políticas externas
6) Economia política internacional, globalização e regionalismos
7) Democracias e redistribuição no contexto latino-americano
Edital publicado no Diário Oficial da União:http://www.cienciapoliticaufmg.com.br/…/Edital_145_-_Profes…
Mais informações: http://www.cienciapoliticaufmg.com.br

domingo, 18 de maio de 2014

Concurso do FMI: alguns comentários pessoais - Paulo Roberto de Almeida

O FMI anunciou um concurso, como vocês podem ver nesta postagem que efetuei anteriormente:

sábado, 17 de maio de 2014

- See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/05/estudante-universitario-uma-boa-redacao.html#sthash.XrYb0HhW.dpuf

Sem pretender, e sem poder concorrer, ainda assim o tema me interessou. Mas, como só podia ser uma redação de 500 palavras, acabei escrevendo um pouco mais do que isso, mas acredito que os candidatos encontrarão o seu próprio estilo e preferências. Como sempre escrevo demais, eu também seria eliminado por isso.
Boa sorte, em todo caso...
Paulo Roberto de Almeida

Como construir um futuro melhor para a América Latina

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 17-18 de Maio de 2014

Tomei conhecimento, recentemente, deste concurso aberto pelo FMI, voltado para estudantes universitários (o que eu não sou mais), e destinado a selecionar cinco felizardos (ou respondedores merecedores) para um estágio na capital americana, à condição que a redação oferecida em respostas às questões colocadas abaixo seja considerada boa o bastante – na verdade teria que ser excelente – para corresponder ao prêmio oferecido. Creio que se trata de uma boa oportunidade para estudantes brasileiros, sobretudo porque oferecem inclusive a possibilidade de que a redação possa ser feita em Português. Suponho que tenha de ser em bom Português, ademais de certa consistência na argumentação, ou perfeita adequação do argumento às questões que foram colocadas. Leiam:

Concurso do FMI: 8 de março a 30 de maio de 2014
Prazo para envio da redação:
30 de maio de 2014, para o endereço: ConcursoFMI@imf.org

Como parte dos preparativos para as Reuniões Anuais de 2015, que serão realizadas em Lima, o FMI convida os estudantes universitários latino-americanos a escreverem uma redação curta (500 palavras) sobre o tema “Como construir um futuro melhor para a América Latina”. A redação deverá focalizar a opinião dos jovens sobre os temas e desafios que afetam as futuras gerações e suas possíveis soluções. O concurso está aberto a estudantes de vários países da região. Os idiomas oficiais são espanhol, inglês e português.

A redação deve ser estruturada em torno das seguintes perguntas:
i) Quais são, na sua opinião, os três maiores desafios que a região enfrenta?
ii) Qual é o tema que mais o preocupa sobre seu futuro?
iii) O que você e sua geração podem fazer hoje e nos próximos 10 anos para melhorar as perspectivas para sua região?


Não posso, como disse, participar do concurso, mas talvez possa oferecer algumas sugestões de redação aos candidatos, ou seja, aos estudantes interessados em apresentar suas redações de até 500 palavras sobre o tema geral e sobre as questões em especial. Não o faço com a intenção de sugerir a ninguém que copie as minhas propostas, mas apenas porque o tema me interessa e apresenta para mim o desafio de sintetizar uma vida de leituras, de estudo e de reflexões sobre a América Latina e o seu não desenvolvimento, eventualmente tocando nos pontos certos (não eventualmente aqueles esperados pelos organizadores, ou revisores das revisões, mas pelo menos aqueles que eu mesmo considero como corretos, ou necessários). Vejamos, portanto, o que eu poderia oferecer como sugestão.

Como construir um futuro melhor para a América Latina
A própria formulação do título já deixa supor, ou entender, que o passado, certamente, e o presente, possivelmente, não foram os melhores possíveis; ou seja, para haver um futuro melhor para a região, algumas coisas, certamente, ou mesmo muitas coisas, possivelmente, devem ser mudadas, novas políticas devem ser implementadas e diversas medidas precisariam entrar em vigor, imediatamente, em médio prazo e de forma contínua, para que o continente deixe de ser o marasmo que foi nas últimas décadas, de fato no último meio século, com seus altos e baixos em termos de crescimento, diversos surtos hiperinflacionários, planos frustrados de estabilização, trocas de moedas, calotes nas dívidas interna e externa, fuga de capitais, desvalorizações cambiais, desinvestimentos, dezenas de ministros de economia substituídos, sem falar de alguns golpes de estado e mudanças de regime completas (nem sempre para melhor).
A recomendação efetuada – “A redação deverá focalizar a opinião dos jovens sobre os temas e desafios que afetam as futuras gerações e suas possíveis soluções.” – também traduz esse sentido de urgência e frustração, pois desafios e soluções são termos que só se empregam quando existe uma percepção de carência quanto às políticas e resultados “normais”, ou considerados satisfatórios. Essa percepção não deveria surpreender, pois é um fato que a América Latina acumulou tantas carências sociais, e tantas políticas econômicas equivocadas, ao longo desse último meio século, que a conclusão a ser tirada dos diversos itinerários nacionais só pode ser a de um fracasso rotundo, ou pelo menos de insuficiências repetidas (embora existam exceções, mas depois dos referidos fracassos, como já referido). Vejamos agora as questões a que devem responder os candidatos.

i) Quais são, na sua opinião, os três maiores desafios que a região enfrenta?
Se dependesse exclusivamente de mim, eu diria apenas isto: educação, educação, educação, ponto. Com educação de qualidade, os próprios latino-americanos  poderiam resolver os seus problemas, e não precisariam da ajuda de nenhum organismo multilateral – seja ele o FMI, o BIRD, o BID, a ONU, ou qualquer outro – para ajudá-los a encontrar soluções feitas sob encomenda ou por sugestão de tecnocratas nacionais ou “multilaterais”. Como aparentemente o continente carece de pessoal capacitado, os tecnocratas estrangeiros se apresentam para “ajudá-los”, das mais diversas maneiras, inclusive promovendo concursos para estudantes. Talvez cabeças frescas, livres do peso da influência nefasta (ou pelo menos ultrapassada) de “economistas mortos”, possam oferecer novas soluções para velhos problemas, que são os mesmos: pobreza, miséria, pobreza, desigualdade, pobreza, distorções nas políticas econômicas, pobreza, corrupção, má governança, desrespeito às leis, violência criminosa, pobreza...
De toda forma, os problemas da região são muitos, mas uma má abordagem – de quem quer que tenha concebido a ideia do concurso e formulado as questões – seria começar por unificar a região num mesmo conjunto supostamente uniforme, a partir do qual o mesmo conjunto de prioridades devesse ser desenhado para responder a problemas e desafios supostamente iguais, ou pelo menos similares. Esse tipo de tratamento unificado simplesmente não funciona, pois a região não pode ser vista como um bloco dotado de características similares, com problemas e desafios mais ou menos semelhantes, aos quais devessem ser aplicado o mesmo conjunto de diagnósticos e, em seguida, um conjunto relativamente homogêneo de prescrições resolutivas. Isto é o que fazem burocratas externos à região, numa intensidade efetivamente bem maior em regiões e continentes mais atrasados, do que propriamente na América Latina.
O economista – ex-Banco Mundial – William Easterly acaba de publicar um livro, The Tyranny of Experts, que fala justamente dessas soluções prêt-à-porter, feitas justamente com essa intenção de resolver problemas de outros povos, mas que acabam atrapalhando a busca de soluções pelo próprio povo, no exercício de suas liberdades. Pois bem, independentemente da qualidade dessas expertises impostas de fora, e do fato que o continente não é um só, e não poderia receber soluções uniformes para problemas tão diversos entre os países, vejamos quais seriam os três grandes desafios para a média dos países da região:
1) Falta de educação de qualidade
2) Falta de boa governança
3) Falta de abertura ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros
Como a redação necessita ser de apenas 500 palavras, não seria possível desenvolver em detalhes cada um dos desafios, mas algumas considerações são importantes, já que o candidato não vai perder tempo, como eu fiz, com comentários iniciais muito longos ou reproduzindo os termos do concurso ao início deste texto. O que poderia ser dito, portanto, sobre cada um das questões apontadas?
Não há novidade nenhuma na constatação de que, com algumas diferenças nos níveis, a qualidade da educação na América Latina é genericamente desastrosa em quase todos os países, em todos os níveis, e igualmente má no setor público ou na rede particular de ensino. Não se trata tão somente de falta de prioridade entre as elites e o próprio povo, mas de critérios deformados de formação de mestres e professores e de ausência quase total de controle de qualidade quanto aos conteúdos didáticos e as pedagogias selecionadas. O setor mereceria uma grande revolução, o que está longe de acontecer, inclusive porque ele é dominado por sindicatos comprometidos unicamente com a remuneração uniforme para todos os seus afiliados, sem qualquer concessão a critérios meritocráticos ou correlação com os resultados.
A governança é um conceito amplo que, posto em sua formulação mais simples, significa um governo capaz de oferecer serviços à população ao menor custo possível. No seu sentido amplo implica uma política econômica capaz de produzir crescimento sustentado, sobre a base de estabilidade de regras, baixa inflação, ambiente favorável aos negócios, respeito aos contratos, baixa taxação, infraestrutura adequada, justiça funcional e rápida e outras condições macro e micro compatíveis com a expansão da produtividade do sistema produtivo e a manutenção da competitividade do país. A experiência acumulada em anos e décadas de políticas econômicas equivocadas na América Latina deveria ensinar aos dirigentes atuais quais as que funcionam e quais aquelas condenadas inevitavelmente ao fracasso. Basta olhar para alguns países e seus indicadores econômicos e sociais para constatar quais são umas e quais são outras.
No que tange a abertura externa, trata-se igualmente de simples bom senso e uma rápida constatação visual: países abertos, grandes comerciantes, são, em geral, os mais ricos e prósperos, ao passo que os fechados vegetam no baixo crescimento e no atraso tecnológico. Não deveria haver muitas dúvidas quanto a isso tampouco.

ii) Qual é o tema que mais o preocupa sobre seu futuro?
Como estudante, deveria ser a possibilidade de encontrar emprego e poder ascender profissionalmente. Como cidadão, poder eleger políticos decentes, não corruptos, que saibam administrar um país a partir de políticas sensatas. Como futuro aposentado, gostaria que a aposentadoria oficial não fosse à falência antes do prazo, ou que as aposentadorias complementares não corressem o risco de quebra ou fraude. Como as duas últimas condições são extremamente aleatórias, volto à primeira, que por acaso se aproxima da minha prioridade educacional: com uma boa educação, posso conseguir um bom trabalho e aumentar o meu valor de mercado, o que corresponde, imagino, às aspirações que todo jovem estudante deveria ter. Mas, para que essa educação seja colocada a serviço de minha prosperidade pessoal, seria preciso que o país oferecesse as condições adequadas para um crescimento sustentado, o que nos faz voltar às outras duas prioridades, a boa governança e a abertura do país ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros diretos. O círculo se fecha e temos, portanto, prioridades que se casam com as expectativas futuras.

iii) O que você e sua geração podem fazer hoje e nos próximos 10 anos para melhorar as perspectivas para sua região?
A condição básica, no plano individual, é ter uma consciência adequada dos problemas do país, e preparar-se para colaborar na sua resolução. Em primeiro lugar, sendo um bom estudante, obter bons resultados e colocar a capacitação adquirida a serviço de meu próprio futuro, o de minha família, e o do país. Ao votar, saber escolher políticos não corruptos – talvez seja um pouco ilusório pedir que eles sejam ademais competentes? – e cobrar-lhes resultados, pelo acompanhamento de seu trabalho. Em terceiro lugar, tentar alguma participação cidadã, seja na escola, nas associações de pais e mestres, nos clubes de cidadania, ou em partidos políticos, o que for. Estas seriam tarefas básicas, de aplicação permanente e observância regular.
Numa perspectiva de dez anos, caberia uma reflexão de caráter estratégico, e talvez a elaboração, em bases individuais ou coletivas (via partido político, por exemplo), de algum plano de ação que melhorasse a qualidade de vida ou dos serviços públicos em alguma área de concentração pessoal, por identificação profissional, ou interesse pessoal. Mas, seria preciso não manter sonhos irrealistas, como essa de que minha geração vai fazer algo para a região: essa é uma perspectiva ilusória, pois ninguém trabalha com sua geração ou na sua região. Todos atuamos num círculo menor de pessoas, de grupos mais limitados, e localmente, nunca nacionalmente ou em escala regional. A perspectiva pode até ser nacional, mas a atuação sempre é local, em escala limitada à nossa capacidade de intervenção.
Ser realista não é uma opção, mas uma necessidade. Simples assim.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 18 de maio de 2014. 

sábado, 17 de maio de 2014

Estudante universitario: uma boa redacao, pode leva-lo a Washington

CONCURSO DE REDAÇÃO
Como construir um futuro melhor para a América Latina 
8 de março a 30 de maio de 2014

Como parte dos preparativos para as Reuniões Anuais de 2015, que serão realizadas em Lima, o FMI convida os estudantes universitários latino-americanos a escreverem uma redação curta (500 palavras) sobre o tema “Como construir um futuro melhor para a América Latina”. A redação deverá focalizar a opinião dos jovens sobre os temas e desafios que afetam as futuras gerações e suas possíveis soluções. O concurso está aberto a estudantes de vários países da região. Os idiomas oficiais são espanhol, inglês e português.

A redação deve ser estruturada em torno das seguintes perguntas: 
i) Quais são, na sua opinião, os três maiores desafios que a região enfrenta? 
ii) Qual é o tema que mais o preocupa sobre seu futuro? 
iii) O que você e sua geração podem fazer hoje e nos próximos 10 anos para melhorar as perspectivas para sua região? 

Critério de participação:
O concurso se dirige a estudantes universitários de graduação e pós-graduação na América Latina.
Limite da redação:
Máximo de 500 palavras.

Idiomas:
Espanhol, inglês, português

Prazo para envio da redação:
30 de maio de 2014, 23h59 (horário de Washington), para o endereço: ConcursoFMI@imf.org

Instruções gerais:
Todas as redações devem abordar as três perguntas acima, ser redigidas em um dos três idiomas oficiais do concurso e não ultrapassar o limite de 500 palavras. Ao avaliar o conteúdo das redações, a comissão avaliadora levará em conta esses requisitos e também considerará os seguintes atributos: pertinência, originalidade, coerência, estrutura e eloquência da redação; países de origem, sexo, representação equilibrada de universidades públicas e privadas e diversidade acadêmica.

Premiação:
Cinco finalistas serão anunciados em julho de 2014. Os cinco finalistas serão convidados a participar das Reuniões Anuais do FMI que serão realizadas em Washington, em outubro de 2014 (o FMI arcará com os custos de viagem e estadia por um período de cinco a sete dias). O vencedor do concurso será anunciado em Washington, e o vencedor e o segundo colocado serão convidados a participar da mesa-redonda “Diálogo com a Juventude” durante as Reuniões Anuais, um evento que será moderado um membro da alta administração do FMI e transmitido ao vivo no website do FMI.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ministerio da Defesa lhe oferece 12 mil: se habilita? Precisa pensar eescrever bem...

O regulamento do VI CONCURSO DE DISSERTAÇÕES E TESES SOBRE DEFESA NACIONAL já está disponível na página da DICOOP no site do Ministério da Defesa. Promovido pelo Ministério da Defesa, por intermédio do Departamento de Ensino, o concurso visa estimular o desenvolvimento de pesquisas e estudos acadêmicos sobre Defesa e Segurança Nacional e Internacional, em especial no meio civil.
Neste ano, serão premiadas Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado que tenham sido aprovados no período de 2 de agosto de 2012 a 1° de agosto de 2014, em programas de pós-graduação stricto sensu no âmbito das Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e Afins, integrantes do sistema de avaliação da pós-graduação da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 
A premiação consistirá em pagamento em dinheiro, aos autores dos trabalhos vencedores em cada uma das categorias, com os valores a seguir:
- Categoria Mestrado:
1° lugar: R$ 12.000,00
2° lugar: R$ 9.000,00
3° lugar: R$ 7.000,00

- Categoria Doutorado:
1° lugar: R$ 14.000,00
2° lugar: R$ 11.000,00
3° lugar: R$ 9.000,00

As inscrições serão abertas de 1º de julho a 29 de agosto de 2014.
Informações sobre como se inscrever em http://www.defesa.gov.br/index.php/espaco-academico/concurso-de-dissertacoes-e-teses-sobre-defesa-nacional ou acesse o facebook da Divisão de Cooperação: https://www.facebook.com/divisaodecooperacao.ministeriodadefesa


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cozinha do STF mantem reserva de mercado para jornalistas,contraditoriamente ao Plenario

Responsável pelo fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo, STF só aceita graduados em concurso

     
“Diploma, devidamente registrado, de curso de nível superior de graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC, e registro na Delegacia Regional do Trabalho”. Esses são os requisitos exigidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a função de ‘Analista Judiciário – Comunicação Social’ do concurso público cujo edital é de 11 de outubro.
Apesar de exigir a graduação em jornalismo em seu concurso, o STF foi o órgão responsável pela queda da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão no Brasil. Em decisão tomada em setembro de 2009, os ministros avaliaram que a exigência da formação superior por parte dos veículos de comunicação e outras empresas para a contratação de profissionais da área ia contra a Constituição e representava resquícios dos tempos da ditadura.
No julgamento da ação, o então presidente do Supremo e relator do caso, Gilmar Mendes, argumentou que a profissão de jornalista era “diferenciada” e usou como exemplo o setor culinário ao defender a queda da obrigatoriedade do diploma. “Um excelente chefe de cozinha certamente poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima o Estado a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”.
O concurso
Com remuneração inicial de R$ 7.506,55, interessados na vaga de ‘Analista Judiciário – Comunicação Social’ do STF devem se inscrever no site do Cespe-UnB até a próxima segunda-feira, 4 de novembro, mediante o pagamento da taxa de R$ 80. A carga horária da função, assim como as demais do concurso, não foi divulgada. Informações sobre o modelo de avaliação e critérios para a seleção podem ser conferidas no edital.
Descrição das tarefas
“Realizar atividades de nível superior, de natureza técnica, relacionadas ao planejamento, organização, coordenação, supervisão, assessoramento, estudo, pesquisa e execução de tarefas que envolvam todas as etapas de uma cobertura jornalística integrada: produção, redação, reportagem e edição de conteúdos para mídias eletrônicas como rádio, TV, internet e imprensa escrita”.
00-a-concurso-stf-diploma
Apesar de própria decisão do STF contra a obrigatoriedade do diploma de jornalista, 
concurso da Casa exige a gradução para a função (Imagem: Rafabarbosa.com)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Canadofilos francofonos: aproveitai


Le Département de science politique de l’Université de Montréal sollicite des candidatures pour occuper un poste de professeure ou de professeur, à temps plein, au rang d’adjoint, dans le domaine de la politique internationale.
Entrée en fonction: 1er juin 2013.
Les personnes intéressées sont priées de consulter la description détaillée de ce poste sur la page Web du Département de science politique à l’adresse suivante : 
Éric Montpetit, directeur
----
The Department of Political Science at the Université de Montréal invites applications for a full-time tenure-track position as Assistant Professor in international politics. 
Starting Date: June 1st 2013.
Interested parties should consult the detailed description of this position on the Department of Political Science Web site at: 
Éric Montpetit, chair

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Teoria "Marquissista" I e II - concurso para "profeçor" da Unesp

Bem, o concurso para professor da Unesp-Marília é teoricamente para a disciplina "Teoria Política I e II".
Em princípio, deveria exigir conhecimentos amplos sobre essa área,  desde os primeiros pensadores da política (isto é, os gregos), passando por Santo Agostinho, Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, e chegando até os clássicos contemporâneos, ou seja Tocqueville, Marx, Weber, e todos os pensadores da teoria política no século XX, entre liberais, conservadores, socialistas, a exemplo de Raymond Aron e vários outros.
Esta a chamada: 

Período de Inscrição: de 02/08/2012 até 31/08/2012

Acham-se abertas, nos termos do Despacho nº 627/2012-RUNESP, de 28/06/2012, publicado no Diário Oficial do Estado – DOE – Poder Executivo – Seção I de 29/06/2012, com base no Estatuto e Regimento Geral da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP, bem como na legislação em vigor, as inscrições para o concurso público de provas e títulos para provimento de  01 (um) cargo de PROFESSOR ASSISTENTE, com titulação mínima de Doutor, em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa – RDIDP, junto ao  Departamento de Ciências Políticas e Econômicas, da Faculdade de Filosofia e Ciências, do  Campus de Marília, nas disciplinas  “Teoria Política I e II”


Mas vejam o programa:
Programa
1- Marx e a crítica da política  
2- Marx e as revoluções de 1848  
3- Marx e a Internacional  
4- Marx e o movimento operário alemão  
5- Engels e a social democracia  
6- As vertentes teóricas da social democracia  
7- A teoria do partido revolucionário  
8 - A teoria da revolução democrática  
9 - A teoria da transição socialista  
10 - A teoria dos conselhos  
11 - Estado e sociedade civil  
12 - Luta de classes e hegemonia 

Ou seja, a "teoria política" da Unesp se resume, em tudo e por tudo (e não é pouco, reconheçamos), a uma suposta teoria da revolução segundo os cânones do marxismo-leninismo. Edificante, não é mesmo?
Inclusive uma tal de "transição socialista" que, como todos sabemos, está na ordem do dia.

E eis a Bibliografia recomendada (aliás obrigatória, do contrário, o pobre do candidato não conseguiria passar em tão complicada prova de conhecimentos revolucionários aplicados à realidade do mundo atual).


Bibliografia 
BARATTA, G. I quaderni e le rose. Roma: Gamberetti, 1999. 
BARATTA, G.; CATONE, A. Tempi moderni: Gramsci e la critica dell´americanismo. Roma: Edizione Associate, 1989. 
BERTELLI, A. R. Capitalismo de estado e socialismo. São Paulo: IAP: IPSO, 1999. 
BUKHARIN, N. Le vie della rivoluzione. Roma: Riuniti, 1980. 
BURGIO, A.; SANTUCCI, A. Gramsci e la rivoluzione in occidente. Roma: Riuniti, 1999. 
DEL ROIO, M. O império universal e seus antípodas: a ocidentalização do mundo. São Paulo: Ícone, 1998. 
______. Os prismas de Gramsci: a fórmula política da frente única. São Paulo: Xamã: IAP, 2005. 
______. Marxismo e oriente: quando as periferias se tornam o centro. São Paulo: Ícone; Marília: Oficina Universitária Unesp, 2008. 
ENGELS, F. Anti-Duhring. São Paulo: Paz e Terra, 1977.  
______. Revolução e contra-revolução na Alemanha. Lisboa: Avante, 1981. 
FEUERBACH, L. A essência do cristianismo. Campinas: Papirus, 1997. 
FREDERICO, C. O jovem Marx: as origens da ontologia do ser social. São Paulo: Cortez, 1995. 
FREDERICO, C.; SAMPAIO, B. A. Dialética e materialismo: Marx entre Hegel e Feurebach. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2006.   
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. 6 v.  
GRUPPI, L. Il pensiero de Lenin. Roma: Riuniti, 1970. 
______. O conceito de hegemonia em Gramsci. Rio de Janeiro: Graal, 1980.  
HEGEL, G. W. F. Princípios da filosofia do direito. São Paulo: Ícone, 1997. 
HOBSBAWN, E. (Org.). Storia del marxismo. Torino: Einaudi, 1978-1982. 4 t. 
LENIN, V. Duas táticas da social democracia na revolução democrática. Rio de Janeiro: Vitória, 1945. 
______. Que fazer? Lisboa: Estampa, 1973.  
______ . Obras escogidas. Moscú: Progreso, 1975. 12 t. 
______. O estado e a revolução. São Paulo: Hucitec, 1979. 
______. O desenvolvimento do capitalismo na Rússia: o processo de formação do mercado 
interno para a grande indústria. São Paulo: Abril Cultural, 1982.  
LOSURDO, D. Antonio Gramsci dall liberalismo al comunismo crítico. Roma: Gamberetti, 1997. 
LOWY, M. A teoria da revolução no jovem Marx. Petrópolis: Vozes, 2002. 
LUKACS, G. Ontologia do ser social: a falsa e a verdadeira ontologia de Hegel. São Paulo: Ciências Humanas, 1979. 
_____. Ontologia do ser social: os princípios ontológicos fundamentais de Marx. São Paulo: Ciências Humanas, 1979. 
_____. História e consciência de classe. Lisboa: Martins Fontes, 2003. 
LUXEMBURG, R. Scritti politici. Roma: Riuniti, 1976. 
MARTORANO, L. C. A burocracia e os desafios da transição socialista. São Paulo: Xamã, 2002. 
______. Conselhos e democracia. São Paulo: Expressão Popular, 2011. 
MARX, K.  Luta de classes na França. Introdução e organização de Friedrich Engels. Rio de Janeiro: Vitória, 1956. 
______. El capital. México: FCE, 1976. 3 v.  
______. A questão judaica. São Paulo: Centauro, 2000. 
______. Introdução a crítica da filosofia do direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2002.  
______. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004. 
MARX, K.; ENGELS, F. Obras escolhidas. Rio de Janeiro: Vitória, 1956. 3v.  
______. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 1998. 
______. A sagrada família. São Paulo: Boitempo, 2002. 
______. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007. 
______. Luta de classes na Alemanha. São Paulo: Boitempo, 2010.  
MCLELLAN, D. Karl Marx: vida e pensamento. Petrópolis: Vozes, 1990. 
MESZAROS, I. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2003. 
______. A teoria da alienação em Marx. São Paulo: Boitempo, 2007. 
NETTO, J. P. Capitalismo e reificação. São Paulo: LECH, 1981. 
SANTOS, A. Marx, Engels e a luta de partido na Primeira Internacional (1864-1874). Londrina: Ed. UEL, 2002. 
TEXIER, J. Revolução e democracia em Marx e Engels. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2005. 
TROTSKY, L. A revolução permanente. São Paulo: LECH, 1979

O redator do edital e responsável pelo programa é, indiscutivelmente, um adepto da bibliografia italiana, sendo, sem sombra de dúvida, um remanescente do exílio italiano, do qual ele ainda não conseguiu se liberar. Tanto é assim, que cita a obra dirigida pelo Hobsbawm na sua edição italiana -- Storia del marxismo -- quando existe uma edição em Português desde muitos anos. O autor do edital espera, entretanto, que os candidatos não apenas leiam a edição italiana, mas que eles leiam, como "teoria política", exclusivamente essa bibliografia sectária.

É ou não é um concurso destinado apenas a um companheiro desempregado?
Edificante como se notam progressos fantásticos no que se converteu em lixo das humanidades nas universidades públicas brasileiras.
Eu poderia passar no concurso, pois conheço toda essa bibliografia marxista, mas suponho que na prova didática os companheiros só vão selecionar aqueles plenamente identificados com o seu "marquissismo" altamente idiota.
Paulo Roberto de Almeida 
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Addendum em 9/08/2012:
Um comentário que merece promoção de nota de rodapé a corpo de texto:


paulo araújo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Teoria "Marquissista" I e II - concurso para "prof...": 

Paulo

Boa sua resposta ao Anônimo horrorizado.

Senti falta na bibliografia do Dialética da Natureza, do Engels. hehe

Roberto Romano contou o que certa vez aconteceu há muitos anos em uma sala de aula:

"Permitam-me contar-lhes uma anedota verdadeira. Em certo campus paulista, uma aluna perguntou-me qual o conteúdo da disciplina a ser ministrada por mim. Respondi que iria analisar os escritos de Maquiavel. "Que bom!" disse ela. "Já estava cansada de Marx". Naqueles anos os professores freqüentavam muito Marx e pouco outros autores. A situação mudou. Hoje, os docentes evitam ensinar marxismo, fora de moda para os intelectos que medem os pensadores pelo metro do mercado financeiro ou político. Outra aluna, militante, protestou: "Num curso marxista, se estuda Marx". "Errado", retruquei: "num curso marxista se imitaria Marx. Nele, seriam vistos Aristóteles, Hegel, Smith, Ricardo etc." Numa universidade pública, arrematei, todos os sistemas e pensamentos devem ser discutidos. Se a estudante imaginava ser "marxista" é porque já havia estudado os autores antes de cursar as disciplinas ensinadas no campus: ninguém opta por esta ou aquela filosofia sem acurado exame prévio. Neste caso, o curriculum não seria essencial. Se desejava aprender marxismo, ela precisaria, antes, comunicar-se com os pensadores que definiram o campo teórico a partir do qual Marx refletiu. Para isso, bastaria conferir os subtítulos dos trabalhos de Marx: "crítica da economia política". "Crítica" é exame, seleção, partilha, análise."

E sendo o assunto do post o ensino de Marx (principalmente de segunda mão gramsciana), vale lembrar o ó timo trabalho de Orlando Tambosi, que, por óbvio, não está na bibliografia:

O declínio do marxismo e a herança hegeliana (Editora da Universidade Federal de Santa Catarina,1999). O livro, praticamente deconhecido nos meios acadêmicos brasileiros, foi bem recebido na Itália e ganhou tradução: Perché il marxismo ha fallito (Milano, Mondadori, 2001). Leitura mais que bem-vinda para quem quer arriscar-se no pensamento do passado de uma ilusão. 

Tambosi (tese de doutoramento na UNICAMP em 1991 que deu origem ao livro) produziu uma análise do ideário marxista a partir dos escritos de Lucio Colleti.

Uma rápida resenha:

O livro apresenta um panorama das doutrinas marxistas na Itália e seus vínculos com o hegeliano Croce. Gramsci, sabemos, era conhecedor e admirador de Croce. Posteriormente, Della Volpe produziu uma vigorosa crítica do idealismo hegeliano e das concepções historicistas que marcavam profundamente o comunismo italiano. Colletti entra no debate pela vertente dellavolpiana nos anos 40/50. Essa turma tentou contrapor ao historicismo uma visão do marxismo como ciência. Colletti, nesse percurso, faz-se profundo conhecedor de Hegel e Marx. No início dos anos 70 ele radicaliza suas análises e conclui que Marx era um epígono de Hegel. 

Ao afirmar a existência de contradições na realidade (sobretudo via Engels, na Dialética da Natureza) o marxismo apresentou-se como uma filosofia da história: a ideia da história como portadora de uma ontologia (finalidade) que nos conduziria para uma determinada e necessária meta (o comunismo, a sociedade sem classes e sem Estado eram o corolário da história).

Colletti concluiu que a dialética de Marx, que supunha ter invertido a dialética hegeliana em termos materialistas, não superou o idealismo alemão. Colletti concluiu que o marxismo é, sim, uma metafísica herdeira de Hegel. 

Com o mesmo rigor, honestidade e independência intelectual com que analisou a “conexão Marx-Hegel”, procurando nela esmiuçar os elementos científicos do marxismo, Colletii desmonta a concepção que durante 25 anos ele ajudou a construir (marxismo como ciência) e rompe (início dos anos 70) com o marxismo, aproximando-se cada vez mais de uma perspectiva liberal.

sábado, 15 de outubro de 2011

Rio Branco: concurso da ABL e do Itamaraty


ABL e Itamaraty lançam concurso de redação em homenagem ao Barão do Rio Branco

(Notícias, 13/10/2011)
Academia Brasileira de Letras e o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), por intermédio da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) lançam o “Concurso de Redação Barão do Rio Branco – 100 anos”, que se insere na celebração do primeiro centenário da morte de José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, que ocorrerá em 10 de fevereiro do próximo ano.
Poderão ser inscritos alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, regularmente matriculados em escola reconhecida. A redação visa avaliar a capacidade de expressão escrita e o conhecimento dos estudantes sobre a vida e a obra de Rio Branco, Patrono da Diplomacia Brasileira.
Cada candidato poderá participar com apenas uma redação, que deverá ter extensão mínima de 60 (sessenta) e máxima de 90 (noventa) linhas. Para validar a participação, o candidato deverá preencher o formulário de inscrição que encontra-se no  Edital (disponível também no site http://www.funag.gov.br/) e enviá-lo a concursos@academia.org.br, até às 18h da sexta-feira, dia 25 de novembro de 2011. As inscrições encaminhadas depois desta hora e dia serão automaticamente recusadas.
A data limite para entrega da redação será a dia 10 de março de 2012, sexta-feira. Cada autor premiado receberá a importância de R$ 2 mil, a ser depositada na conta bancária em nome do beneficiário.
Confira o Edital do concurso.

CONCURSO DE REDAÇÕES Nº 01/2011
BARÃO DO RIO BRANCO – 100 ANOS
CAPÍTULO I 
Do Objeto e das Condições de Pagamento 
Art. 1º O “Concurso de Redações Ministério das Relações Exteriores/Fundação
Alexandre de Gusmão-Academia Brasileira de Letras (MRE/FUNAG-ABL) Barão do 
Rio Branco – 100 anos”  insere-se na celebração do Primeiro Centenário da Morte de 
José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, que ocorre em 10 de 
fevereiro de 2012. A redação visa a avaliar a capacidade de expressão escrita e o 
conhecimento dos estudantes de ensino médio sobre a vida e a obra de Rio Branco, 
Patrono da Diplomacia Brasileira.  
Art. 2º  As despesas com o presente Concurso correrão à conta do orçamento da 
Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), para o exercício de 2012.  
CAPÍTULO II 
Das Inscrições e Envio das Redações 
Art. 3º  Poderão ser inscritos no “Concurso de Redações MRE/FUNAG-ABL Barão do 
Rio Branco – 100 anos” os alunos do 1º, 2º ou 3º anos do Ensino Médio, regularmente 
matriculados em escola reconhecida.  
Art 4º  É vedada a participação no Concurso de parentes em primeiro grau de membros 
da Comissão Julgadora, de servidores do MRE, da FUNAG, de Acadêmicos e de  
servidores da ABL.  
Art. 5º  Cada  candidato poderá participar com apenas uma redação. Tal redação deverá  
ter  extensão mínima de 60 (sessenta) e máxima de 90 (noventa) linhas, digitada com 
fonte “Times New Roman”, tamanho: 12  em espaço 1,5;  margens laterais: 3 cm; 
margem superior e inferior: 2,5 cm.  
Art. 6º Para validar sua inscrição, o candidato deverá preencher o formulário de 
inscrição, disponível em http//www.funag.gov.br e http//www.academia.org.br,                               
e enviá-lo a  concursos@academia.org.br, até às 18:00 horas da sexta-feira,  25 de 
novembro de 2011. As inscrições encaminhadas depois da hora e data antes 
mencionadas serão automaticamente recusadas.  
Art. 7º Após o envio do formulário de inscrição mencionado no artigo 6º, o candidato 
receberá uma resposta, dentro de cinco (5) dias úteis, com o seu código individual, o 
qual passará a ser o identificador para quaisquer contatos, em todas as fases, até ao fim 
do concurso.  Art. 8º Caso não receba o código identificador dentro do prazo estipulado no art. 7°, o  
candidato deverá entrar em contato com a ABL, por intermédio do email 
concursos@academia.org.br
Art. 9º Na folha de redação, o candidato deverá colocar somente o código de 
identificação atribuído no ato de inscrição. 
Art. 10º O candidato deverá enviar sua redação, com a devida identificação do 
remetente, pelos Correios, ao endereço da Academia  Brasileira de Letras, avenida 
Presidente Wilson, 203, Castelo 20030-021, Rio de Janeiro, RJ, com a indicação 
“Concurso Barão do Rio Branco”,  ou por via eletrônica, ao endereço eletrônico 
concursos@academia.org.br                               .                                .  
Art. 11  A data-limite para entrega da redação é  a sexta-feira,  10 de março de 2012, até 
às 18:00 horas. Para efeito de participação, será considerada a data de envio, pelos 
Correios ou via eletrônica.  O envio em data e hora posterior desclassificará 
automaticamente o candidato.  
Art. 12 O ato de inscrição no concurso implica a cessão, sem ônus, dos direitos autorais 
à FUNAG, com vistas a eventual publicação das redações.  
Capítulo III 
Da Comissão Julgadora 
Art. 13 A Comissão Julgadora, co-presidida pelo Presidente da FUNAG e pelo 
Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da Morte do 
Barão do Rio Branco, criada pela Portaria 02/2011,  do Presidente da Academia 
Brasileira de Letras, atuará graciosamente e será composta paritariamente por seis 
membros, de reconhecido mérito, escolhidos de comum acordo pelos Co-Presidentes.  
Art. 14  Os membros da Comissão Julgadora selecionarão as redações a serem 
premiadas, de acordo com os seguintes critérios:  
a) adequação à proposta e ao gênero; 
b) argumentação (fuga do senso comum, informalidade, unidade); 
c) coesão (ligação de ideias, substituição, paragrafação); 
d) coerência (clareza, organização das ideias, progressão temática); 
e) gramática (acentuação, ortografia, pontuação, concordância e regência); e 
f) estética (letra legível,  margens regulares, ausência de borrões e rasuras, título 
centralizado).  
Art. 15  Até a data provável de 30 de junho de 2012, serão divulgados, pelos sites 
www.funag.gov.br e www.academia.org.br, os nomes dos autores das redações 
premiadas.  
Art. 16  A Comissão Julgadora fará a entrega dos prêmios mencionados neste edital, em 
cerimônia conjunta a ser realizada até 28 de agosto de 2012, na sede da ABL, no Rio de 
Janeiro.  Art. 17 A Fundação Alexandre de Gusmão arcará com os custos relativos às passagens 
aéreas dentro do território nacional dos autores premiados, bem como de hospedagem,  
para participação na cerimônia de premiação. As passagens aéreas serão concedidas, 
necessariamente, em classe econômica.  
Caso os autores premiados sejam menores de idade, serão também fornecidas 
passagem em classe econômica e hospedagem para um acompanhante.  
CAPÍTULO IV 
Da Premiação 
Art. 18  Serão atribuídos prêmios às dez redações consideradas como as melhores pela 
Comissão Julgadora. As decisões da Comissão Julgadora serão soberanas, em quaisquer 
circunstâncias. A Comissão Julgadora poderá deixar  de conferir prêmios, caso julgue 
cabível.  Cada autor premiado receberá  a importância de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a 
ser depositada em conta bancária em nome do beneficiário. Os dados da referida conta 
deverão ser informados à FUNAG com antecedência de 15 (quinze) dias da premiação.  
CAPÍTULO V 
Disposições Finais 
Art. 19. A falta de cumprimento de qualquer exigência deste edital acarretará a 
automática eliminação da redação concorrente. 
Art. 20. A participação implica a plena aceitação das normas deste edital e o 
descumprimento de qualquer uma delas acarretará a desclassificação. 
Art. 21. A Comissão Julgadora será competente para dirimir, graciosamente, eventuais 
dúvidas de interpretação do presente edital. 
Brasília,  26  de setembro de 2011 
(Gilberto Vergne Sabóia) 
Presidente da Fundação Alexandre de Gusmão 
(Alberto da Costa e Silva) 
Presidente  da Comissão Organizadora das Comemorações do  
Centenário da Morte do Barão do Rio Branco da 
Academia Brasileira de Letras