O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 5 de março de 2012

Revisionismo diplomatico: em curso, a qual velocidade, mesmo?

A julgar pela matéria abaixo, parece que nos anos Lula a diplomacia brasileira viveu uma fase de "desaproximação" com os EUA -- ou afastamento, se vocês desejarem algo mais tangível -- e de apoio aos violadores dos direitos humanos, vocês sabem, esses ditadores anacrônicos, esses déspotas pouco esclarecidos, esses caudilhos histriônicos e outros candidatos ao lado ridículo da história.
Bem, não sou em quem está dizendo. Eu apenas deduzo do que leio...
Paulo Roberto de Almeida

Política externa: reaproximação com os EUA e direitos humanos

DESTAQUES EM BRASIL

RIO - Especialistas na política externa têm uma visão diferente do atual momento brasileiro. Acham que mudanças significativas na política externa brasileira já aconteceram no ano passado. Citam o evidente processo de reaproximação com os Estados Unidos e um foco maior na defesa dos direitos humanos como marcas nítidas das diferenças de atuação no cenário externo dos governos Dilma e Lula.- O caso do Irã é emblemático - observa o diplomata Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e ex-secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
Temas dominantes no segundo mandato de Lula, a busca de um papel mais ativo no Oriente Médio e a tentativa de liderar um acordo internacional sobre a questão nuclear iraniana foram abandonadas pelo Itamaraty do ministro Patriota.
Tudo isso foi equacionado de forma sensata na administração de Dilma Rousseff. O governo atual procurou mostrar que o Irã tem graves problemas em direitos humanos e deixou de falar do país como parceiro estratégico - diz Ricupero, lembrando que a nova postura levou à exclusão de Brasília numa recente viagem à América Latina do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Welber Barral, consultor e ex-secretário de Comércio Exterior do governo Lula, também destacou a mudança de postura do Brasil nas votações sobre a Síria.
- O governo Dilma já não mais vota contra ou se abstém em relação a países acusados de abusos contra os direitos humanos - disse Barral.
Já ao analisar a relação entre Brasil e Estados Unidos, o ex-ministro Ricupero ressalta que o governo se posicionou com jeito e habilidade para não brigar com sua clientela - o PT e a esquerda. Mas o que houve, de fato, foi a reaproximação com os Estados Unidos e o afastamento de países problemáticos.
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília Virgílio Arraes, os próximos movimentos do governo Dilma deverão se pautar pela busca de novos mercados de forma pragmática. No campo político, a área externa estará especialmente atenta às eleições presidenciais americanas, no segundo semestre deste ano.
- O Brasil deve continuar a diversificar a pauta comercial, porque os europeus estão em crise, e o mundo árabe, de certa forma, vive um momento de instabilidade que não é positivo - analisa Arraes. - Mas o país deve se voltar para si mesmo e melhorar sua imagem, pois em 2014 e 2016 estaremos expostos aos olhos do mundo, com a Copa e as Olimpíadas. A melhor propaganda não é na política externa, e sim na política interna.

Idiotice politicamente correta faz grandes progressos no Brasil

Juizes, procuradores, desembargadores, rabulas, adevogados de porta de cadeia, consciência moral do País, uní-vos, neste santo combate contra o impoliticamente incorreto, as frases capciosas, os conceitos deletérios, a nega de cabelo duro, o samba do crioulo doido, e todos esses pretos de alma branca, ou brancos de alma preta, que insistem em usar frases perniciosas para nossa correta moral e bons costumes.
Adiante idiotas do politicamente correto, limpai as estantes de livros de Monteiro Lobato, de Lima Barreto, enfim, qualquer coisa que contiver um pingo, um grama, um centímetro dessas coisas que ofendem nossas almas sensíveis e nossos cérebros desertos...
O Brasil é mesmo um país que vai para a frente: a toda velocidade para a mediocridade, para a imbecilização, as loucuras mais idiotas que se possa pensar, graças aos guardiões do ridículo e do irrelevante...
Paulo Roberto de Almeida 



Por Nathalia Goulart, na VEJA Online, 5/03/2012

O dicionário Houaiss vai resistir ao assédio das patrulhas ideológicas. Isso é o que garante Mauro Villar, diretor do Instuto Antônio Houaiss, que edita a obra. Na prática isso significa que o IAH pretende recorrer de eventual decisão judicial que o obrigue a apagar do volume acepções pejorativas de verbetes como cigano. Pode parecer absurdo. Mas, de fato, na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais entrou com uma ação na Justiça pedindo que sejam recolhidos os exemplares do dicionário porque o tal verbete explica que a palavra cigano pode assumir significados - insultuosos, bem destaca a obra - como “trapaceiro, velhaco, burlador”. Isso, na visão embaralhada do MPF, ajuda a disseminar o preconceito contra os ciganos e a intolerância étnica. “Nos solidarizamos com todos os grupos que se sentem vítima de preconceito e discriminação, mas entendo que os dicionários não são palco para lutas dessa natureza”, diz Villar. “Caso ela (a juíza que analisa o caso) decida acatar o pedido do MPF, acionaremos nossos advogados a iremos defender nossa posição na Justiça.” Leia a seguir a entrevista que ele concedeu a VEJA.
Qual a posição do IAH diante da ação do MPF em Minas Gerais?
Em 2010, recebemos uma notificação por intermédio da Editora Objetiva, que publica nosso dicionário. Analisamos a situação e enviamos à editora uma resposta formal, explicando nossa posição de manter o verbete cigano exatamente como está.
O que pesou na decisão?
Não vemos razão para qualquer tipo de supressão. Nos solidarizamos com todos os grupos que se sentem vítimas de preconceito e discriminação, mas entendo que os dicionários não são palco para lutas dessa natureza. Dicionários são um espelho da sociedade. Tudo o que existe de bom e de ruim deve estar registrado ali. Nada pode ir para debaixo do tapete. Tudo o que é pejorativo ou mesmo agressivo precisa estar ali, devidamente esclarecido. É como fazem os dicionários modernos em todo o mundo.
Os verbetes cigano e negro foram retirados da versão on-line do Houaiss. Essa decisão partiu do senhor?
Não. Foi uma decisão tomada dentro do Instituto enquanto eu estava fora do país, na semana passada. Assim que retornei, solicitei que fossem inseridos novamente os verbetes. Não vejo sentido nenhum nessa retirada.
O IAH, em parceira com a Objetiva, já prepara uma nova edição do dicionário. Ela trará mudanças?
Era uma mudança já prevista. Não haverá alterações nas acepções. No entanto, haverá uma observação nos usos pejorativos, com explicações mais aprofundadas e o objetivo de contextualizar determinados usos.
E quanto ao andamento do processo na Justiça?
A notícia que tenho é que a juíza da Justiça Federal de Uberlândia está analisando a ação. Caso ela decida acatar o pedido do MPF, acionaremos nossos advogados a iremos defender nossa posição na Justiça. 

Ditadores: grudai no poder (e nao largai, mas alguem pode derrubar...)

A revista Economist é sempre muito precisa quanto aos números, mas de uma metodologia toda inglesa. A Venezuela, por exemplo, trocou muito até 1999; se dependesse do Chávez, agora, ele ficaria até 2030. Não é por vontade própria que ele ficará menos...
Paulo Roberto de Almeida 
Daily chart

Staying power

Mar 5th 2012, 17:12 by The Economist online
How long leaders stay in office in different countries
OMAN’s name is thought to derive from a word meaning “a man residing permanently in the homeland"—but "presiding” might be more apt. Since 1945, the starting point for our analysis, the sultanate has only had two rulers, making it the country with the lowest turnover of leaders in the world. Countries in the Middle East tend to hold on to their leaders longer than anywhere else (a little over eight years on average). Africa comes next at more than seven years. Latin America, cursed for decades by coups, has in a more democratic era maintained its tendency to swap rulers every four years or so. Europeans tire of their leaders quicker than any other region, in part due to a general predominance of prime ministers over presidents, but also to power-sharing arrangements in countries like Switzerland. Our methodology, however, looks at individuals rather than terms, so does not fully account for the variations of revolving-door presidencies like that of Russia under Vladimir Putin.

Dilma determina mudança na política externa do Brasil - Agencia Globo


Dilma determina mudança na política externa do Brasil

- Houve fortes mudanças no mundo no último ano. Por isso, vamos redefinir um projeto de diversificação do Brasil no mundo - resume o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
Desde o início do ano, um seleto grupo de ministros e assessores especiais da área externa está discutindo formas de o Brasil aproveitar o entusiasmo com o país para amplificar a sua voz nos grandes temas da atualidade. A equipe é comandada pelos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Fazenda, Guido Mantega, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Cada um na sua área, eles mapearão as oportunidades para reforçar a presença brasileira na agenda mundial.
- Relações internacionais não são uma ciência exata. Tentamos buscar caminhos através de uma postura de coerência que dê credibilidade ao país - explica Patriota.
Numa linguagem mais simples, diplomatas menos estrelados contam que já estão sentindo o gostinho de participar das grandes decisões do mundo, e são muitos os indícios de que o Brasil está entrando para o grupo dos países dominantes.
- É esta experiência que precisamos sistematizar e transformar em política - diz um embaixador.
Segundo Patriota, o governo manterá o que chamou de "âncora regional" em sua política externa, focada na preservação da paz e da democracia na América do Sul. Na vertente econômica, o chanceler diz que as perspectivas para os países da região são as mais promissoras das últimas décadas.
- Isso permite que nos concentremos em uma agenda positiva e em um engajamento pleno nas grandes questões internacionais - observa o ministro.
Marco Aurélio concorda, mas acredita que os países da região necessitam de mais atenção do Brasil:
- Os vizinhos reclamam nossa atenção. Estão carentes.
Tanto ele como Patriota destacam que o mundo agora é multipolar, o que permite um número maior de protagonistas. Ambos citam a China como exemplo e ressaltaram as divergências de opiniões surgidas no Conselho de Segurança da ONU em relação à Síria: chineses e russos de um lado e americanos de outro.
- Parece a volta da Guerra Fria - diz Marco Aurélio
- O Brasil se mantém firme em suas posições e leva muito em conta a opinião dos países da região - enfatiza Patriota.
Encontro para discutir crise
Os dois, no entanto, rejeitam a ideia de que o Brasil está menos falante desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a faixa para Dilma. A presidente, dizem todos, gosta de fazer política externa, conhece o assunto e dedica ao tema o mesmo interesse que seu antecessor. Claro que cada um com seu estilo: Dilma lê para se informar, Lula era intuitivo.
Na semana passada, a presidente fez críticas aos países ricos, ao dizer que a Europa provocou um "tsunami monetário" com suas medidas adotadas para enfrentar a crise. Hoje, Dilma deverá tratar do tema com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. A presidente chegou na noite de ontem a Hannover, por volta das 20h30m, duas horas após o previsto. Uma escala técnica no Porto, em Portugal, provocou o atraso. O encontro com Merkel será hoje, na abertura da maior feira de tecnologia do mundo, a CeBit.
- Lula sempre se moveu a partir de suas intuições. As reuniões de cúpula da América do Sul com os países árabes e com a África, assim como a tentativa de mediação de um acordo com o Irã, foram ideias dele. Agora, o momento é de colher frutos, olhar de forma mais minuciosa as mudanças que houve no mundo - diz Marco Aurélio, assessor internacional da Presidência desde o primeiro mandato de Lula.
Ao ser perguntado, em Hannover, sobre a conversa que Dilma terá com a chanceler da Alemanha, Marco Aurélio diz que a presidente vai repetir em público e na reunião privada com a chanceler alemã a crítica que fez aos países ricos.

domingo, 4 de março de 2012

Cuba se prepara para el poschavismo - Carlos Alberto Montaner


Cuba se prepara para el poschavismo

Infolatam
Miami, 4 marzo 2012
Por CARLOS ALBERTO MONTANER
El gobierno cubano da por descontado que Chávez se morirá a corto plazo. Me lo dijo un diplomático acreditado en Cuba recitando unos conocidos versos de Martí: “El palacio está de luto y en el trono llora el rey/ el hijo del rey se ha muerto/ se le ha muerto el hijo al rey”.
Todavía no ha ocurrido. El hijo del rey todavía está vivo, aunque muy averiado, pero Raúl y un desconsoladoFidel dan su muerte como un hecho inevitable. Para Fidel es una catástrofe política. Chávez era su heredero en la tarea de luchar contra el imperialismo yanqui y crear un glorioso mundillo colectivista y autoritario como el que se hundió tras la “traición” de Gorbachov hace ya más de 20 años. Raúl no servía para nada de eso. Carecía de la facultad de soñar que puebla la sesera incendiaria de los revolucionarios. Raúl era demasiado pragmático, demasiado apegado a la realidad, esa cosa extraña y despreciable.
Fidel ha vuelto al estado anímico del prechavismo. En los noventa del siglo pasado languidecía melancólicamente convencido de que todo había sido inútil, cuando, súbitamente, apareció Chávez en el panorama con una cartera repleta de petrodólares y la furia del cruzado en la mirada. Fidel se volvió a ilusionar. Rápido, ensíllenme de nuevo a Rocinante. Ése era el hombre. Ése era su discípulo amado, el hijo de sus entrañas ideológicas, y ahora parece que se le muere en la flor de la vida política, a los 57 añitos.
¿Quién es el heredero? Dentro de Venezuela, nadie. Fuera de Venezuela, menos todavía. En el chavismo hay media docena que quisieran ocupar la poltrona presidencial –Cabello, Maduro, Jaua, Rangel Silva, Adam Chávez, José Vicente Rangel–, pero ninguno posee esa descocada vocación mesiánica que se necesita para salir a conquistar el planeta. Potencialmente, cualquiera de ellos puede administrar a palo y tentetieso el manicomio local, pero no es eso lo que Fidel tenía en su atormentada cabeza cuando ungió a Chávez como sucesor de su trono revolucionario.
Raúl Castro, que es un tipo previsor y metódico, ya está haciendo sus planes de contingencia. Para la dictadura son fundamentales los 110 000 barriles de petróleo  que Venezuela aporta diariamente. Esa notable cantidad de crudo puede ser sustituida por las extracciones que Repsol intenta realizar en aguas cubanas, pero según los cálculos de la empresa española, sólo hay un 17% de posibilidades de hallar ese petróleo y el bolsón de combustible quizás es una cuarta parte de lo que La Habana calcula.
En cualquier caso, si lo encuentran, ese petróleo tardará unos dos años en llegar a las termoeléctricas cubanas para generar electricidad –su principal destino– y a los mercados internacionales para adquirir dólares, para lo cual ya se ha creado una comisión destinada a administrar esos hipotéticos fondos. Raúl, pues, necesita prolongar al menos por dos años el ordeño de la generosa vaca venezolana.
¿Cómo intenta lograrlo? Primero, formando parte, muy cuidadosamente, aunque de forma poco visible, del mecanismo de trasmisión de la autoridad que escogerá al sucesor de Chávez. Segundo, acercándose discretamente a Henrique Capriles, el popular candidato de la oposición democrática, quien tiene una altísima probabilidad de ganar las elecciones del 7 de octubre.
Según el análisis de “los cubanos” (así les llaman a los interventores castristas), cualquiera que compita contraCapriles va a perder, y ni siquiera tendrá la oportunidad de hacer trampas sin provocar un golpe militar por la derecha que sería catastrófico para La Habana.
De manera que la fórmula más conveniente para Cuba es disolver pacíficamente el matrimonio contra natura entre los dos países, pero dándose el plazo de dos años que Raúl Castro cree necesitar para que la economía de la Isla no experimente la misma contracción que padeció tras el fin del subsidio soviético. Entonces, la ya miserable capacidad de consumo de los cubanos sufrió una merma del 50% y hubo miles de casos de desnutrición que provocaron la ceguera a muchas personas (ninguna de ellas, por cierto, perteneciente a la clase dominante).
¿Tendrán éxito las maniobras de Raúl? No lo creo. Generalmente, esos planes nunca funcionan. Las cosas ocurren de otro modo porque están sujetas a decisiones y sucesos imprevisibles que cambian el panorama en un instante. Es lo que los analistas llaman “los factores imponderables”.  ¿Quién hubiera pensado que el fin del chavismo se generaría a destiempo en la oscura humedad de un colon impertinente?. Esa es la extraña belleza de la historia.

Carlos Alberto Montaner nació en La Habana en 1943. Es escritor y periodista. Ha sido profesor universitario y conferenciante en varias instituciones de América Latina y Estados Unidos. Es autor de unos quince títulos, entre los que se destacan sus libros de ensayos Doscientos años de gringos, La agonía de América, Libertad, la clave de la prosperidad, No perdamos también el siglo XXI y Viaje al corazón de Cuba. Es coautor de "Manual del perfecto idiota latinoamericano" y de "Fabricantes de miseria". Como narrador, ha publicado las novelas "Trama" y "Perromundo". Ha sido traducido al inglés, el italiano, el portugués y el ruso. Semanalmente varias docenas de diarios de América Latina, España y Estados Unidos reproducen su columna periodística. Vive en Madrid desde 1970. Es vicepresidente de la Internacional Liberal.

Brasil e Mexico: irmaos inimigos? - Jorge Castaneda

Um artigo um pouco ranzinza do ex-ministro Jorge Castañeda contra o Brasil.
Compreende-se que ele não goste de propaganda mentirosa, muito comum entre os companheiros, mas esse tipo de artigo comparativo, para realçar o que eles, mexicanos, fizeram ou estão fazendo de bom, e o que nós, brasileiros, estamos deixando de fazer -- o que também é verdade -- não serve muito para enterrar essas comparações tão inúteis quanto indesejáveis.
Cada país deve fazer o melhor possível em suas missões históricas: crescer, reduzir desigualdades, se abrir ao mundo e educar o povo. Quem está fazendo melhor? Fulano, sicrano? OK, vamos ver o que se pode fazer de correto, e descartar o que não funciona.
Mas para isso é preciso que as elites sejam cultas, espertas, tenham bom-senso e sentido de realidade.
Nesse tipo de competição, creio que ambos os países perdem feio, para si mesmos, e para outros...
Paulo Roberto de Almeida 

El País, 2/03/2012

La economía mexicana creció más, pero los brasileños han realizado una magnífica labor de autoelogio y promoción mundial

Brasil está de moda en el mundo; México no. Brasil es, a los ojos de los mercados, los analistas, los académicos y los medios, una historia de éxito; México, de un fracaso. El país sudamericano aguarda la Copa del Mundo de fútbol en 2014, las Olimpíadas de 2016, y el petróleo del llamado presal, todo ello en el contexto del doble milagro de crecer y reducir la pobreza. Hasta la secular y aguda desigualdad brasileña disminuye.
México es visto como todo lo contrario. Un país estancado económicamente, preso de la violencia, de la inseguridad y de las violaciones a los derechos humanos, paralizado en materia política y cada vez más cercano a Estados Unidos, a pesar de sus ocasionales pataletas “anti-yanquis”. Huelga decir que a los mexicanos les irrita sobremanera este contraste, y que a los brasileños les encanta: en los años noventa la narrativa era exactamente la contraria, y provocaba la ira de Brasil y la arrogancia mexicana.
A los empresarios mexicanos y a algunos miembros de la comentocraciala comparación genera fastidio y un dejo de envidia; a un sector de la izquierda política e intelectual del país, los logros brasileños sirven para golpear al gobierno con cierta eficacia: lo que sí ha podido hacer un gobierno de izquierda en un país con retos tan grandes como los de México; ya urge tener un gobierno así. En Brasil, el cotejo tan favorable con México le resulta funcional a sus ambiciones regionales e internacionales: qué mejor justificación y sustentabilidad del liderazgo brasileño que el ocaso de su único rival latinoamericano, tanto por historial fallido como por su alejamiento de América Latina.

Claro que si en México y en Brasil la comparación tiende a ser favorable al gigante sudamericano, en el extranjero se amplifica. Por lo menos en Estados Unidos y en Europa, Brasil es un cuento de hadas, y México, de terror. Ahora bien, en realidad, los números no cuadran: simplemente no avalan este conjunto de apreciaciones. Muchos se sorprenderán al saber que el año pasado la economía mexicana creció casi 33% más que la brasileña: México se expandió aproximadamente 4%, Brasil ligeramente menos de 3%. Para el 2012, la expectativa de un crecimiento de alrededor de 3.5% es parecida para ambas economías, pero si Estados Unidos mantiene su recuperación y China y Europa siguen enfriándose, puede suceder lo mismo. No es imposible que en 2012, por segundo año consecutivo, México crezca más que Brasil.
No es que a México le vaya bien. El país no puede superar sus enormes desafíos sin crecer sostenidamente a menos del 5% anual; no se encuentra ni remotamente cerca de dichas metas. Pero estos datos sirven para mostrar que el famoso milagro brasileño empieza a perder brillo. En parte por un entorno internacional cada día más halagüeño para México que para Brasil; en parte por la necesidad que sintió el gobierno de Dilma Rousseff de reducir el gasto excesivo del expresidente Lula en año electoral; y en parte por una inflación de casi el doble de la mexicana (3.82% vs. 6.56%). Brasil hoy presenta expectativas más modestas de lo que el mundo piensa.
Es cierto que la clase media brasileña ha crecido y que hoy representa una proporción mayor que en México. Y es cierto también que la reducción de la pobreza en Brasil desde 2000 ha sido ligeramente mayor que en México. Habrá que ver si con los mejores números económicos mexicanos de estos años se revierte esta tendencia. Pero conviene recordar y subrayar que tanto en PIB per cápita, como en desarrollo humano, pobreza y desigualdad, México supera a Brasil por un margen estrecho, aunque no insignificante. En el Informe de Desarrollo Humano-2011 del Programa de Naciones Unidas para el Desarrollo, México ocupa el lugar 57 y Brasil el 84; México contaba en el 2011 con un PIB per cápita de 13.000 dólares y Brasil 10.000 dólares (en dólares PPP); el coeficiente Gini de México es menos malo, por no decir mejor, que el de Brasil.

Estos datos pueden ser sorprendentes, pero son explicables. Los dos últimos gobiernos brasileños y el actual han realizado una magnífica labor de autoelogio y promoción mundial. Los dos gobiernos mexicanos anteriores (Fox y Zedillo) desarrollaron faenas medianamente exitosas para vender sus logros en el mundo y dentro de México, pero el actual (Calderón) ha desarrollado un esfuerzo perseverante para pintar el panorama más negro posible ante el mundo y en México. Su insistencia en centrar todo en la guerra contra el crimen organizado, y los resultados de la misma (más de 50.000 muertos en cinco años, según el propio gobierno), han generado una percepción de debacle en el país azteca que no corresponde a la realidad económica y social del mismo.
Incluso la evolución de los distintos estamentos de la economía mundial tiende ahora a favorecer a México. Este último exporta principalmente manufacturas (casi tres cuartas partes de sus ventas totales en el extranjero), ante todo (80%) a Estados Unidos. La clara mejora económica norteamericana, si se consolida, le garantiza a México un mercado en expansión para sus exportaciones, que a su vez, por tratarse de productos elaborados, generan empleos (ciertamente en cantidades insuficientes). Brasil, en cambio, exporta commodities de manera creciente (más de la mitad de sus ventas foráneas), y China se ha convertido en su principal comprador, junto con la India, Europa y Japón. Todos estos países pasan por momentos difíciles en su coyuntura económica (en términos relativos, obviamente: el enfriamiento chino es objeto de envidia por toda la Unión Europea), y por tanto los precios de varias exportaciones brasileñas comienzan a caer. La soja, el hierro, el café, la carne de cerdo y el azúcar, junto con otras materias primas o alimentos, han visto descender sus precios, y en consecuencia los ingresos de Brasil. Si ambas tendencias se mantienen —recuperación estadounidense, letargo de los demás— la diversificación y “re-primarización” brasileña habrá resultado menos prometedora que la integración mexicana a América del Norte.
Cuando termine la guerra del narco en México (con el nuevo presidente en diciembre del 2012) y llegue el Mundial de Brasil en el 2014, haciendo que afloren todas las insuficiencias de infraestructura, comunicaciones, turismo e incluso de seguridad que padece Brasil, se podrá percibir la realidad con mayor nitidez. A lo largo de los últimos 80 años, los dos países han hecho las cosas más o menos igual de bien o de mal, tanto en lo político como en lo económico y social (a pesar de la nostalgia por la era priista en México, y de la actual prepotencia brasileña). Sus dos historias son de relativo éxito, y de decepciones recurrentes. Pero ninguno ha rebasado al otro de manera permanente. Salvo en dos cosas, en las que los brasileños son infinitamente mejores que nosotros los mexicanos: el fútbol y contar historias de éxito.

Jorge G. Castañeda es analista político y miembro de la Academia de las Ciencias y las Artes de Estados Unidos. Su más reciente libro es Mañana o pasado. El misterio de los mexicanos.

Addendum, enviado por uma leitora como comentário, aqui elevado à condição de parte integrante do post: 

Juliana deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Brasil e Mexico: irmaos inimigos? - Jorge Castaned...": 

Tenho aulas com ele e no primeiro dia de aula e já deixou clara sua antipatia e desconfiança em relação ao Brasil, sempre exaltando o México. Ele é um bom profissional, porém, como muitos outros, acredita que só seu ponto de vista está certo e tende a fechar os olhos pras circunstâncias que levaram Brasil e México estar onde estão hoje em termos de desenvolvimento. Ambas economias têm seus êxitos e suas deficiências, e muito disso em conta do contexto geopolítico em que estão inseridas.
Mas quando discursa eloquentemente acerca das maravilhas do MÉxico em sala, ele parece se esquecer disso.

O brasileiro de opereta: um tipo do passado da vida parisience (seculo XIX)

Tropeçando com a história (mas eu não sou desses brasileiros, fazendeiros de café, que acendiam charutos no Moulin Rouge com notas de 100 francos.
Prefiro comprar livros com os poucos euros disponíveis...
Paulo Roberto de Almeida

Bien que le terme ne soit pas précisément employé par Meilhac et Halévy, le type même du rastaquouère du xixe siècle est illustré par le Brésilien (Acte I, Scène XII) de La Vie parisienneopéra-bouffe (1866) de Jacques Offenbach :
Je suis Brésilien, j’ai de l’or,
Et j’arrive de Rio-Janeire
Plus riche aujourd’hui que naguère,
Paris, je te reviens encor !
Deux fois je suis venu déjà,
J’avais de l’or dans ma valise,
Des diamants à ma chemise,
Combien a duré tout cela ?
Le temps d’avoir deux cents amis
Et d’aimer quatre ou cinq maîtresses,
Six mois de galantes ivresses,
Et plus rien ! ô Paris ! Paris !
En six mois tu m’as tout raflé,
Et puis, vers ma jeune Amérique,
Tu m’as, pauvre et mélancolique,
Délicatement remballé !
Mais je brûlais de revenir,
Et là-bas, sous mon ciel sauvage,
Je me répétais avec rage :
Une autre fortune ou mourir !
Je ne suis pas mort, j’ai gagné
Tant bien que mal, des sommes folles,
Et je viens pour que tu me voles
Tout ce que là-bas j’ai volé !
Ce que je veux de toi, Paris,
Ce que je veux, ce sont tes femmes,
Ni bourgeoises, ni grandes dames,
Mais les autres… l’on m’a compris !
Celles que l’on voit étalant,
Sur le velours de l’avant-scène,
Avec des allures de reine,
Un gros bouquet de lilas blanc ;
Celles dont l’œil froid et calin
En un instant jauge une salle,
Et va cherchant de stalle en stalle
Un successeur à ce gandin,
Qui plein de chic, mais indigent,
Au fond de la loge se cache,
Et dit, en mordant sa moustache
Où diable trouver de l’argent ?
De l’argent ! Moi j’en ai ! Venez !
Nous le mangerons, mes poulettes,
Puis après, je ferai des dettes.
Tendez vos deux mains et prenez !
Hurrah ! je viens de débarquer,
Mettez vos faux cheveux, cocottes !
J’apporte à vos blanches quenottes
Toute une fortune à croquer !
Le pigeon vient ! plumez, plumez…
Prenez mes dollars, mes bank-notes,
Ma montre, mon chapeau, mes bottes,
Mais dites-moi que vous m’aimez !
J’agirai magnifiquement,
Mais vous connaissez ma nature,
Et j’en prendrai, je vous le jure
Oui, j’en prendrai pour mon argent.
Je suis Brésilien, j’ai de l’or,
Et j’arrive de Rio-Janeire
Vingt fois plus riche que naguère,
Paris, je te reviens encor !

 Retirado do verbete "Rastaquouère", da Wikipedia: http://fr.wikipedia.org/wiki/Rastaquou%C3%A8re