O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Historia sombria: Artistas e intelectuais franceses sob o domínio nazista

Enviado de Paris por meu amigo Mauricio David (26/05/2014):

Artistas e intelectuais franceses sob o domínio nazista
Carlos Russo Jr
Espaço Literário Marcel Proust, 22/05/2014

22 maio 2014por Carlos Russo JrPublicado em:ensaio3 comentários Description: http://proust.net.br/blog/wp-content/themes/inki_v.2.1/images/comments-icon.png

Ao contrário do que se possa pensar, para a maioria dos burgueses parisienses, a ocupação nazista que durou quatro anos (1940 /1944) não foi tão má quanto poderia parecer, afirma Gerassi, o biógrafo mais importante de Sartre.
O metrô funcionava bem, os teatros faziam sucesso, os bares e os restaurantes viviam cheios. É bem verdade que o café não era mais o mesmo, que a bebida tinha uma qualidade discutível, que a suástica drapejava sobre as Tulherias, sobre a Câmara dos Deputados e sobre o Palácio de Luxemburgo. Também é verdade que a tropa alemã descia diariamente os Champs-Élysées, sempre ao meio-dia e meia, marchando a passo de ganso; que a Torre Eiffel amanhecera, num dia de verão de 1940, adornada com um V gigantesco, acompanhado por um cartaz que dizia: “Deutschland siegt auf Allen Fronten”, ou “A Alemanha vence em todas as frentes”.
Ainda assim, os burgueses comiam muito bem, graças tanto às ligações mantidas ente a cidade e o campo, quanto ao mercado negro, tolerado e mancomunado com a autoridade de ocupação.
Em Paris, a “Festa Continuou”, diz Riding, em referência ao círculo intelectual e artístico daquela cidade então considerada, até pelos ocupantes nazistas, a capital cultural do mundo. A rigor, não houve nada no mundo do entretenimento e das artes de Paris que tenha sofrido durante a ocupação; a festa simplesmente seguira adiante. Os cinemas, por exemplo, viviam cheios, pese o banimento das películas norte-americanas e do jazz, porque, de acordo com um jornal colaboracionista, tinham um sabor “negro-judeu”.
E os comportamentos individuais? Num país onde os intelectuais e artistas eram reverenciados como “entes superiores”, e no qual a população era educada para reverenciar suas teorias e atitudes, o mundo cultural teve maiores responsabilidades pelo colaboracionismo com o nazismo, graças a essa influência.
Alguns cantores como Maurice Chevalier e Édith Piaf colaboraram com os invasores, realizando tournées musicais nos campos de prisioneiros de guerra franceses, como propagandistas do “bom tratamento” dado a eles pelos nazistas. Escritores como Célinecolaboraram ativamente na França e na Itália fascista. As atrizesDanielle Darrieux e Viviane Romance esqueciam as barbáries praticadas pelos nazistas enquanto, enquanto realizavam turismo através da pátria do nacional- socialismo hitlerista.
Coco Chanel vivia em sua suíte no Ritz com um alto oficial alemão. Le Corbusier, canonizado em vida como modernista por arquitetos do mundo inteiro no pós-guerra, inclusive no Brasil, grudou nas autoridades de ocupação em busca de verbas para seus projetos; afirmou, tentando agradar ao governo de ocupação, que “a sede dos judeus por dinheiro havia corrompido o país”.
O esperto André Gide disse: “Prefiro não escrever nada hoje, que possa me deixar arrependido amanhã”, o autor que ganharia o Nobel em 1947. Outros artistas adotaram atitudes semelhantes, calaram-se e procuraram pouco aparecer. Picasso optou por permanecer em Paris durante a ocupação, vendendo discretamente seus quadros, e recusou-se, por covardia, a assinar uma petição pela liberdade de um amigo, o poeta Max Jacob, preso pela Gestapo – documento que até mesmo colaboracionistas assinaram. Jacob morreu no infame campo de concentração de Drancy.
O editor Bernard Grasset, o primeiro a editar Proust em 1913, chegou quase a implorar a Joseph Goebbels o direito de publicar na França a “obra magistral” do sumo sacerdote da propaganda nazista.
Sacha Guitry, ator e cineasta de renome no pós-guerra, tornou-se íntimo do embaixador do III Reich, Otto Abetz; Tino Rossi, um dos melhores tenores de sua época, interpretou na Ópera de Paris para a alta oficialidade das tropas de ocupação.
Os escritores Drieu de La Rochelle e Robert Brasillack viajaram a Nuremberg para aplaudirem Goebbels. Os artistas plásticos Derain,Vlaminck e Maillot cruzaram o Reno para receberem medalhas por seus trabalhos, outorgadas pelos invasores da França.
A censura era feroz. Em 1941, nada menos que duas mil obras e mais de oitocentos e cincoenta escritores haviam sido banidos e todos os editores, com exceção de Emile-Paul, o aprovaram. O Presidente da Associação dos Editores Franceses, René Philippon disse “que essas disposições (listas de proibições), não criam grande problema para a atividade editorial, pelo contrário, possibilitam o desenvolvimento do pensamento autenticamente francês… e estimulam a união dos povos.”
Gallimard, o editor de Sartre, nomeou Drieu de La Rocheleeditor da prestigiada revista Nouvelle Revue Française, a qual editou traduções de escritores nazistas. É verdade que se livrou de editar Les Décombres, um lixo literário de exaltação aos “heróis do nazismo”, escrito por Lucien Rabanet, que terminou publicada por Denoel.

É bem verdade que muitos intelectuais e artistas recusaram-se a trabalhar na França ocupada. Foi o caso do indignado Jean Renoir, diretor de obras-primas como “A Regra do Jogo”, que preferiu se refugiar nos Estados Unidos a filmar na França, no que foi seguido pelos seus colegas René ClairMax Ophalus e Duvivier, assim como pelos atores Michele MorganAumont e Dalio.
Uns poucos, bem poucos, como o ator Jean Gabin e o escritorAlbert Camus, incorporaram-se aos maquis, e colaboraram na resistência armada. Do mesmo modo que Jean Guehenno e Jean Brullerpassaram a escrever na clandestinidade fundando as clandestinasEditions de Minuit. Disse o filósofo Politzer, amigo de Sartre, em 1941:“Hoje, na França, literatura legal significa literatura de traição.”
No entanto, a grande maioria dos artistas e dos intelectuais, como o fez quase toda a burguesia francesa, simplesmente continuou sua vida normal, tentando ganhar o pão de cada dia, como se os alemães não existissem, e assim o fizeram escritores como Simenon, Paulhan e Aragon.
A divisão clássica sobre a conduta dos franceses durante os anos da ocupação, entre heroísmo e covardia, que permanece em vigor até hoje em romances e filmes, a começar pelo inevitável “Casablanca” é pura ficção. De um lado estariam os cidadãos decentes e patriotas, que optaram pela Resistência e vão combater o invasor na clandestinidade; no outro ficariam os colaboradores ou traidores, que continuam levando sua vida de sempre, convivendo em paz com o ocupante e ajudando-o a governar. Riding, entretanto, assim como Gerassi, recusam-se a aceitar essa divisão. Seus livros revisitam a vida real da gente real na Paris ocupada – e aí entramos numa zona de sombra onde é inútil procurar respostas em preto e branco.
Depois da guerra, Sartre tentaria explicar: “Durante quatro anos, nosso futuro nos foi roubado”. “Todos os nossos atos eram provisórios, seu significado limitado ao dia em que eram cometidos”. É verdade que havia uma Resistência, mas ela “afetava muito pouco a História, tinha mais um valor simbólico; é por isso que tantos resistentes entravam em desespero: sempre os símbolos! Uma rebelião simbólica numa cidade simbólica- só que as torturas eram reais”. E ainda: “O que era terrível não era sofrer e morrer, mas sofrer e morrer em vão… durante esse período, pouca gente se comportou na França com coragem e precisamos compreender que a Resistência ativa estava limitada a uma minoria que se oferecia deliberadamente e sem esperanças ao martírio, o que basta para resgatar nossas fraquezas.”
NUNCA BASTOU!

Fontes:
1. Gerassi, John. Talking with Sartre: Conversatios and debates.
2. Gerassi John. Sartre a consciência odiada de seu tempo.
3. Riding, Alain. Em Paris a Festa Continuou. Companhia das Letras, 2012.
4. Sartre, J.P. O que é um colaborador?



Leia o ensaio na íntegra no http://proust.net.br/blog/?p=469

Partido dos companheiros nao expulsa o seu corrupto, mas quer o seu cargo na Camara

Tentando ser esperto...
Paulo Roberto de Almeida 

Deputado é alvo de denúncia de envolvimento com doleiro preso pela Polícia Federal. Partido alega que ele se desfiliou sem justificativa

Laryssa Borges, de Brasília
Foto 5 / 7
AMPLIAR FOTOS
O vice presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT PR), manda mensagens de celular durante sessão no Congresso Nacional
O vice presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT PR), manda mensagens de celular durante sessão no Congresso Nacional - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Depois de escantear o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) e se recusar a defender publicamente as relações do parlamentar com o doleiro Alberto Youssef, o PT entregou nesta segunda-feira à Justiça Eleitoral pedido para que o congressista perca o mandato na Câmara dos Deputados. O argumento petista é que Vargas se desfiliou da legenda sem justa causa, o que permitiria que ele perdesse o cargo eletivo. Nos bastidores, porém, o pedido é interpretado como uma tentativa de  desvincular de vez o nome de Vargas dos candidatos do PT que disputarão as eleições de outubro, entre os quais estão os ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo, e Gleisi Hoffmann, pré-candidata ao governo do Paraná. 
Desde que foram expostas as relações de Vargas com o doleiro Youssef, preso na Operação Lava-Jato, o PT pressionava para que o deputado deixasse os quadros da sigla e evitasse que o partido sangrasse em meio ao lamaçal de denúncias e de suspeitas de tráfico de influência e corrupção passiva. Vargas chegou a anunciar a renúncia, mas recuou da decisão.
Um dos principais defensores dos condenados no julgamento do mensalão e articulador pessoal do movimento “Volta, Lula”, o deputado começou a cair em desgraça após a revelação de que ele e sua família utilizaram um jatinho de Youssef para passar as férias de fim de ano em João Pessoa (PB). Na sequência, a situação de Vargas se agravou depois de reportagem deVEJA revelar novos detalhes de sua estreita ligação com o doleiro preso por comandar um esquema de lavagem de dinheiro. Youssef, a quem Vargas chamava de “irmão”, mantinha contato constante com o congressista. Os dois trabalhavam para enriquecer juntos fraudando contratos com o governo federal. Mensagens de celular interceptadas pela Polícia Federal evidenciaram que Vargas exercia seu poder para cobrar compromissos de Youssef.

As investigações da PF mostraram ainda desdobramentos que respingaram na candidatura do petista Alexandre Padilha ao governo de São Paulo. Conforme mensagens de celular interceptadas pelos policiais, Vargas articulava para ajudar o doleiro a obter um contrato com o Ministério da Saúde. Em setembro do ano passado, por exemplo, técnicos do Ministério da Saúde foram destacados para certificar o laboratório farmacêutico Labogen Química Fina e Biotecnologia, de propriedade de Youssef. A ajuda foi materializada em um contrato inicial de 30 milhões de reais firmado com a pasta.
Saiba mais: Doleiro Youssef prometeu cargo no 'governo Padilha'

Perda de mandato – No pedido apresentado pelo PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido alega que tem direito à vaga de Vargas porque sua desfiliação não foi justificada. No dia 25 de abril o deputado comunicou sua saída do partido. Por lei, políticos podem se desfiliar dos partidos em caso de incorporação ou fusão da legenda, criação de nova sigla, mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário ou grave discriminação pessoal. “Resta caracterizado, a toda evidência, o desligamento voluntário da agremiação e exposição de motivos pessoais alheios ao programa partidário ou que denotem discriminação”, alega o PT na ação entregue ao TSE.

Eleicoes europeias: um voto punitivo contra os partidos nacionais - Nikolaus Blome

Opinion: A Victory for European Democracy

Der Spiegel, May 25, 2014
The European Parliament in Strasbourg, France: For the first time, voters have decided on one of the most important posts in the European Union. Zoom
AFP
The European Parliament in Strasbourg, France: 
For the first time, voters have decided on one of the 
most important posts in the European Union.
Although voter turnout was down in many places and right-wing populists scored significant gains, this weekend's European Parliament election was historically important. It has shifted the balance of power in Europe in favor of voters.
For the first time in the European Union's history, the major parties in the European Parliament launched top candidates who campaigned for the job of European Commission president and gave stump speeches across much of Europe in an experiment that affected more than 400 million voters.
The aim of creating the leading candidates was to establish a central feature in what are essentially national elections and also the personalization of the campaign and the intensification of the election on television. The hope had been that voter participation would increase enough on Sunday to hold the right-wing populists at bay in most countries.
The experiment didn't work as many had hoped it would.
Jean-Claude Juncker campaigned on behalf of the conservative Christian Democrats and Martin Schulz for the center-left Social Democrats. Both candidates took on the task of creating a truly European election to the point of exhaustion. Throughout, they had to tackle a number of small and large adversities that at times put them under great strain.
Voters Settle Scores
Despite their efforts, the two didn't manage to increase voter turnout dramatically. They had more success in doing so in countries where the economy is doing relatively well, like Germany. In countries like France, Italy, Britain, Austria and Greece, however, their campaigns didn't succeed in a drowning out domestic debates and sensitivities. Instead, voters in those countries on the left and on the right settled scores with their own governments. For them, anti-EU parties were a means to an end, and national considerations outweighed European issues. As happened in the past, the vote was used to punish national parties.
On this issue, the experiment of fielding leading candidates was a failure. The election was, however, still a historically important one.
It may not be the case in Germany, but it will make waves in domestic politics in some member states and rock the current situation. Above all, the balance of power has shifted in Europe -- providing quite a bit more to the European Parliament and the voters.
The two leading candidates, with their personalization of the election, have created some facts that will be hard to change. It is very hard to imagine that the leaders of the EU member states would be able to prevent election victor Jean-Claude Juncker from becoming the next president of the European Commission if a majority in parliament backs him. The traditional "grand coalition" in the European Parliament between the conservative Christian Democrats (the European People's Party) and the center-left Social Democrats (Socialists and Democrats) will this time be led by the conservatives and is likely to achieve that needed majority. What that ultimately means is that leaders like Germany's Angela Merkel, who has said the winner wouldn't automatically become the EU Commission president, will have to yield to the wishes of voters. Although the leaders will still be free to choose other important EU posts, including the other members of the Commission, a very important one has likely now been turned over to the discretion of voters. That's how things should be and it is a positive development.
Although the experiment with the leading candidates didn't work out as well as people had hoped, it still proved to be a worthwhile endeavor. Even if voter turnout wasn't as great as it could have been, this election has still made Europe more democratic.

Eleicoes 2014: Ronaldo Fenomeno (envergonhado por causa da Copa) diz que apoia a oposicao

26/05/2014 13h21 - Atualizado em 26/05/2014 14h03

Ronaldo declara apoio a Aécio na disputa pela Presidência

Ex-jogador disse ao jornal 'Valor Econômico' que se engajará na campanha.
Pentacampeão mundial se declarou 'amigo' do pré-candidato tucano.

Do G1, em Brasília
Membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, o ex-jogador da Seleção Ronaldo Nazário declarou que irá apoiar a campanha de Aécio Neves (PSDB-MG) para a Presidência da República na eleição de outubro. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (26) pelo jornal "Valor Econômico", o pentacampeão mundial disse que pretende auxiliar de alguma maneira na campanha do pré-candidato tucano, o qual classificou como um "amigo".
"Eu voto no Aécio. (...) Minha amizade com Aécio tem 15 anos. Ele foi o único cara que eu apoiei publicamente. Apoiei para governador de Minas e aí ele fez um excelente trabalho. Sempre tivemos uma amizade muito forte e agora vou apoiá-lo. É meu amigo, confio nele e acho que é uma ótima opção para mudar o nosso país", disse o ex-atleta ao jornal.
Na última sexta (23), em entrevista à agência de notícias "Reuters", o ex-atacante ressaltou que se sentiu envergonhado pelo modo como o Brasil se preparou para receber o mundial da Fifa. Ele defendeu a realização do torneio, que foi apadrinhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas criticou a burocracia e os atrasos nas obras. Ronaldo disse que tem uma "ótima relação" com Lula, que, segundo ele, é um "cara sensacional".
No dia seguinte, sem citar Ronaldo diretamente, a presidente Dilma Rousseff declarou em um evento político que a Copa é motivo de "orgulho" e nós, brasileiros, "não temos do que nos envergonhar".
Indagado pelos repórteres sobre se tinha algum receio de ser "marcado como tucano", ele destacou que não é filiado a nenhum partido político, não tem pretensões de ingressar na política e não tem "medo de ser marcado por nada". Ídolo de grandes clubes de futebol, como Corinthians, Real Madri e Inter de Milão, Ronaldo recomendou na entrevista que o vencedor da eleição presidencial deste ano ouça a população.
"O grande desafio para o próximo presidente é escutar a população. Mas escutar e fazer o que o povo está pedindo. Acho que o grande foco da política deveria ser a educação", opinou.
Essa insegurança que estamos vivendo, essa instabilidade, a revolta, o ódio do povo... o governo deveria tranquilizar a população, o setor empresarial. Dizer que está tudo tranquilo, mas não faz isso"
Ronaldo Nazário, ex-jogador da Seleção comentando sobre o ambiente político e econômico do país
Investimentos
Empresário da área de marketing esportivo, Ronaldo criticou o cenário econômico do Brasil e a atual gestão do Palácio do Planalto. Dizendo-se "inseguro" com o atual momento do país, o ex-centroavanterelatou ao jornal que desistiu de fazer investimentos no Brasil em 2015 em razão da instabilidade da economia.
"Essa insegurança que estamos vivendo, essa instabilidade, a revolta, o ódio do povo... o governo deveria tranquilizar a população, o setor empresarial. Dizer que está tudo tranquilo, mas não faz isso. A gente vive tapando buraco aqui e ali e o governo não dá segurança à população", reclamou.
'Chute contra o próprio gol'
No sábado (24), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, rebateu as declarações de Ronaldo em entrevista ao Portal da Copa, do governo federal. Para Rebelo, o ex-jogador deu "um chute contra o próprio gol".
"A frase dita pelo Ronaldo [sobre se sentir envergonhado com a organização brasileira na Copa], tomada de forma isolada, é um chute contra o próprio gol, já que ele foi parte do grande esforço para construir a Copa do Mundo. Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais. Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha", ponderou o ministro.
O titular do Esporte afirmou ainda que o país tem aproveitado a Copa como "esforço de construção e desenvolvimento do Brasil".

Brasil: crescimento do PIB e dilemas de politica economica - Mansueto Almeida

Por Mansueto Almeida, 26/05/2014

O titulo deste post é claramente uma provocação. Mas a provocação vai pegar carona no artigo do Samuel Pessôa hoje, na Folha de São Paulo (clique aqui), para chamar atenção para a diferença de crescimento da renda via pesquisas domiciliares (PNAD) e o crescimento do PIB per capita. Como fala Samuel no seu artigo hoje na Folha:
“Entre 2003 e 2012, ano da Pnad mais recente disponível, o PIB per capita cresceu em termos reais 28%, enquanto a renda mediana domiciliar per capita teve aumento de 78%! Houve defasagem na velocidade de crescimento dos PIBs “do povo” e “dos economistas” de 50 pontos percentuais.”
Essa polêmica (positiva) vem de alguns cálculos do nosso colega Marcelo Neri, que é um excelente economista e que há anos vem se dedicando a desvendar as fontes do crescimento da renda, redução da pobreza e queda de desigualdade de renda no Brasil.
Como Samuel, não tenho nenhum reparo dos dados que Marcelo Neri tem destacado, cuja tese básica é que o crescimento per capita das renda domiciliar e, principalmente, das famílias de baixa renda foi desde 2002 muito superior ao crescimento do PIB per capita.
A discordância que tenho é como algum utilizam esse dado para defender a tese que o Brasil tem um modelo de desenvolvimento, um modelo cujo dinamismo de alguma forma não está sendo plenamente captado pelo crescimento do PIB e do PIB per capita que são as variáveis de crescimento que se debruçam os macroeconomistas. Não existe tal modelo.
O que o Brasil faz muito bem é gastar muito além de suas possibilidades – na linguagem técnica, nós economistas falamos que o crescimento da absorção (gastos das famílias, consumo do governo e investimento) é maior que o crescimento o PIB e, assim, a conta só fecha porque podemos recorrer à ajuda do resto do mundo (déficit em conta corrente).
Isso em uma economia com recursos ociosos não é necessariamente ruim, inclusive se utilizarmos a ajuda do resto do mundo (produtos que importamos) para aumentar a taxa de investimento, com impacto positivo no crescimento, que pode, no futuro, se traduzir na redução da nossa dependência externa (que viria do aumento da poupança doméstica). Mas não é este o nosso caso.
A má notícia é que apesar de o crescimento do Brasil nos últimos 40 anos, não quebramos a nossa dependência de poupança externa (ajuda do resto do mundo) para crescer. E, nos últimos oitos anos, o nosso crescimento do déficit em conta corrente (ajuda do resto do mundo) se refletiu no forte crescimento do investimento até 2008, mas não depois, o que sugere que passamos a fazer um jogo perigoso: passamos desde 2008 a utilizar, excessivamente, a ajuda do resto do mundo não mais para investir, mas para aumentar o consumo.
Gráfico 1 – Saldo em Conta Corrente 12 meses (% do PIB) – dez/1990-abril/2014

O que tudo isso significa? Se fizermos uma extrapolação do que ocorreu no passado recente para os próximos dez anos, acho que a grande maioria dos economistas há de concordar que não é aconselhável e talvez nem seja possível elevar o déficit em conta corrente para perto de 7% do PIB para que a renda e consumo cresçam muito além do crescimento do PIB. Dado que agora nem mesmo temos uma taxa de desemprego elevada como era o caso em 2003, a dinâmica do crescimento do Brasil (o PIB dos economistas) e do crescimento do PIB do povo (renda domiciliar per capita medida pela PNAD) dependerá cada vez mais do crescimento da produtividade, se não quisermos aumentar a nossa vulnerabilidade externa.
Que bom! Então há consenso? Não. De cada 100 economistas, todos concordam com a importância do crescimento da produtividade. Mas esses mesmos economistas não concordam “com a forma de aumentar a produtividade”. Por exemplo, o protecionismo e o excesso de intervenção da “Nova Matriz Econômica” é vista por alguns economistas do governo como uma forma legítima de aumentar o crescimento da produtividade. Outros economistas enxergam nessas intervenções justamente a causa da estagnação recente da nossa produtividade.
Qual a grande dúvida do mercado? Se a presidenta Dilma concorda com os seus economistas ou se passou a concordar com economistas críticos de sua política econômica. Em outras palavras, será que a Presidenta acredita que é possível que o PIB do povo (renda per capita medida pela PNAD como chama o Samuel) continue crescendo à uma taxa muito superior ao crescimento do PIB dos economistas?
Para terminar, se você economista quer entender como a bonança externa nos permitiu crescer mais rápido desde 2005 sem que para isso fosse preciso nos preocuparmos muito com reformas, além do excelente artigo do Samuel hoje na Folha, o economista Edmar Bacha se debruçou sobre isso no seu capítulo (Bonança externa e desindustrialização: uma análise do período 2005-211) no livro o Futuro da Industria no Brasil, 2013.
A preocupação de Bacha neste texto era entender de que forma o forte crescimento do gasto doméstico (com consumo e investimento) estava se traduzindo em perda de dinamismo da indústria. A analise de Bacha mostra que, de 2005 a 2011, o efeito ganho dos termos de troca mais transferências externas (ajuda do resto do mundo que toma a forma de déficit em conta corrente) nos permitiu que, neste período, o gasto doméstico crescesse entre 9 a 10 pontos de percentagem a mais do que o crescimento do PIB a preços constantes. Neste período, entre 2005 a 2008 houve crescimento do investimento, mas depois de 2008 o que se destaca é o crescimento do consumo.
Infelizmente, não existe país desenvolvido com crescimento da renda domiciliar per capita muito acima do crescimento do PIB per capita ao logo de duas, três ou mais décadas. O que fecha o nossos modelo recente de crescimento são os ganhos nos termos de troca e o aumento do déficit em conta corrente (o que estou chamando aqui de ajuda do resto do mundo). E sem os ganhos nos termos de troca, a partir de 2008, a situação de potencial desequilíbrio externo seria ainda pior, pois como lembra Samuel no seu artigo:
“Conta simples sugere que, se não tivesse havido a alteração dos preços em nosso favor, a variação do deficit de transações correntes entre 2003 e 2012 seria de mais de sete pontos percentuais do PIB, visto que nesse período a absorção (consumo e investimento dos setores público e privado) cresceu 60%, e o produto, 40%.”
Em resumo, o crescimento da renda domiciliar per capita ultrapassou o crescimento do PIB per capita? Sim! isso significa que o Brasil tem um modelo de crescimento sustentável e que o equipe econômica atual fez um bom trabalho para garantir o crescimento do país? Infelizmente, não, o que significa que será difícil termos mais uma década inclusiva como foi a anterior.

O forte crescimento do PIB do povo teve a ajuda do resto do mundo para o seu crescimento e ainda estamos com uma taxa de investimento baixa em relação aos nossos pares e sem a mínima ideia de como será a evolução do crescimento da produtividade nos próximos anos. Além disso, a poupança doméstica não cresceu e continuamos reduzindo o superávit primário e aumentando os subsídios. Difícil ver consistência macroeconômica nesses resultados.

As viagens ilustram? Depende de qual estagio cultural se parte...

Passeando pelos Estados Unidos sob pretextos culturais -- congresso da Latin American Studies Association, em Chicago -- encontramos vários amigos e colocamos a conversa em dia.
Dizer que viajamos por motivos acadêmicos seria uma inverdade, pois nada de muito interessante me atraía nas dezenas, centenas de painéis da LASA, realizados num grande hotel do South Loop de Chicago, a dois passos do Art Institute, onde passamos o primeiro dia, vendo muita coisa, sobretudo uma exposição especial sobre o Egito depois de Alexandre (vejam mais abaixo), e comendo no Terzo Piano.
No segundo dia, fomos ao Navy Pier, para o Smith Museum of Stained Glass, provavelmente o maior, mais famoso, mais completo e mais bonito dos EUA em vitrais, inclusive muitos do Louis Comfort Tiffany.
No terceiro, fomos jantar fora...
Bem, na verdade, só assistimos dois painéis, sendo um o meu próprio, sobre lideranças políticas e protestos no Brasil. O outro foi sobre as eleições no Brasil, com a participação de Paulo Sotero (Brazil Institute do Wilson Center de Washington), David Fleischer (da UnB e conhecido especialista na política brasileira) e Thomas Trebat, da Columbia University (atualmente no Rio de Janeiro).
Faltei a um ou dois que me interessavam, mas não lamento ter perdido a maior parte.
Havia um no qual se falou de "sexo depois do neoliberalismo", o que me deixou boquiaberto. Não imaginava que o sexo pudesse mudar (a sua prática, quero dizer) em função de regimes políticos ou econômicos. Será que o neoliberalismo inibe a libido? Ou seja, seria ele broxante? Sinto muito mas não sei dizer, pois faltei ao painel.

Em todo caso, de todas as conversas que tivemos, muitas deles sobre viagens, consegui reter duas observações brilhantes contadas entre risos em rodas de conversa:

Ouvido por acaso no Coliseu de Roma, um marido brasileiro dizendo para sua distinta esposa:

"Fotografa, fotografa, era aqui que o faraó atirava os cristãos para serem comidos pelos leões..."

Fecha o pano rápido, como se dizia antigamente...
Um outro amigo confessa que, cada vez que encontra um bando com sacolinhas da CVC, ele sai correndo de perto...

Má estratégia, pois ele deixa de ouvir pérolas como a transcrita acima.
Ou esta outra, a propósito do famoso Obelisco que está na praça de la Concorde, no começo do Champs Elysées, em Paris:

"Quando o faraó deu o obelisco para o Napoleão..."

Bem, o resto fica para a imaginação de vocês.
Retomo a pergunta do título: viagens ilustram?
Depende...
Em alguns casos, fortalece a ignorância...
Paulo Roberto de Almeida

Bem, pelo menos para algo serviu a vitoria da direita na Franca...


O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, prometeu nesta segunda-feira promover mais cortes de impostos neste ano, depois do triunfo do partido de ultradireita Frente Nacional... 

Toda realidade política, ou econômica, tem sempre duas faces, a boa e a má, a de quem ganha, e a de quem perde.
Neste caso, a vitória da direita serviu pelo menos para aliviar uma das maiores cargas tributárias existentes na Europa.
Viva a direita, devem estar dizendo os cidadãos contribuintes.
Eles prometem continuar votando pela direita, até os impostos baixarem ainda mais...
O problema é que essa direita anti-europeia, que ganhou as eleições, não é necessariamente liberal no plano econômico, ou seja, não significa que, chegando ao poder, venha a implementar reformas liberalizantes nos seus países. Direita burra e xenófoba, anti-imigrante, que é a que ganhou as eleições europeias anti-europeias, costuma ser estatizante, corporativa, quase fascista, senão inteiramente fascista.
Os europeus vão continuar mal-servidos de políticos...
Paulo Roberto de Almeida

O Guiness da coerencia politica no hemisferio sul: o partido dos companheiros (e associados...)

Um amigo me manda este cabeçalho indignado, e abaixo o recado de um ex-petista, ainda mais indignado...
Paulo Roberto de Almeida


O PT, COERENTE com as piores causas: em Minas, com Newton Cardoso ( o Newtão é aquele que transformou Minas num negócio particular e a mulher ia a compras com jatinho público)

E também tem fartas acusações de corrupção, escapando pelo  jeito malufista, tendo deixado o estado totalmente quebrado
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
: "Na minha condição de ex-petista, confesso que fico p. da vida quando cobram coerência do PT. Desconheço partido mais coerente que ele na atual conjuntura. Em SP, Maluf; no Maranhão, Sarney; em Alagoas, Collor e Renan. Em Minas, seu principal aliado não podia ser outro que não Newton Cardoso. Vai se coerente assim lá no Itaquerao... E de jegue..."

Aniversário de Newton Cardoso para 2 mil pessoas no dia 23/05, Fernando Pimentel afirma que conta com a sua ajuda para transformar Minas Gerais