Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Eleicoes 2014: ah, esses especuladores maldosos com o governo da soberana...
Stefan Zweig, por Benjamin Moser (Bookforum, FSP)
STEFAN ZWEIG (1881-1942)
Uma história à luz do crepúsculo
Reproduzido da “Ilustríssima” da Folha de S.Paulo, 22/6/2014, tradução de Francesca Angiolillo
É fácil entender, quando se chega a Petrópolis vindo do Rio de Janeiro, por que alguém nascido e criado na alta burguesia vienense teria preferido viver nessa pequena cidade em lugar de escolher a caótica metrópole ao pé das montanhas. Não pelas numerosas construções em pretenso estilo alemão, mas pela sua ordem quase bávara, seu bem-estar e tranquilidade quase sem par no país, mesclados a um cenário natural com o qual se sonha sob a neve europeia.
Les Enjeux Internationaux: les pays emergents - Radio France (avec P.R. Almeida)
27.06.2014 - Les Enjeux internationaux
Quel avenir pour les pays émergents ? - 30e anniversaire des « Enjeux internationaux » 11 minutesPaulo-Roberto de Almeida est diplomate et universitaire à Brasilia
27.06.2014 - Les Enjeux internationaux
Quel avenir pour les pays émergents ? - 30e anniversaire des « Enjeux internationaux » 11 minutesPaulo-Roberto de Almeida est diplomate et universitaire à Brasilia
27.06.2014 - Les Enjeux internationaux
Quel avenir pour les pays émergents ? - 30e anniversaire des « Enjeux internationaux » 11 minutesPaulo-Roberto de Almeida est diplomate et universitaire à Brasilia
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Tangos y tragedias: hay que endurecerse hermanos, pero se puede llorar tambien...
Argentina holdouts
Argentina deposita pago de deuda reestructurada y recibe nuevo revés judicial
Buenos Aires, 26 de junio de 2014
La encrucijada de Argentina
Después de realizado el desembolso, el juez Griesa convocó para el viernes a las 10.30 hora local (14.30 GMT) a una audiencia a los representantes de Argentina y de los bonistas, abriendo una nueva oportunidad a las partes para que dialoguen.
La convocatoria de Griesa se conoce en un momento de alta tensión entre el Gobierno argentino y los fondos de cobertura que compraron la deuda impaga por cerca de 1.330 millones de dólares y no aceptaron las propuestas de canje con una quita.
La audiencia ante Griesa fue programada luego de que un abogado de NML Capital, una filial de Elliot Management Corp -uno de los demandantes-, le pidió que “atendiera esta violación de una orden de la corte”, en alusión al depósito realizado por Argentina.
Buenos Aires tiene un período de gracia de un mes para tratar de negociar una salida con los acreedores impagos, llamados “holdouts” por no haber aceptado los canjes que ofreció el país. Si no lo logra, el 30 de julio caerá en cesación de pagos técnica.
“En cumplimiento del prospecto y del contrato vigente con los tenedores que adhirieron voluntariamente al canje de deuda en el período 2005-2010, (Argentina) ha procedido al pago de los servicios de capital e intereses de sus bonos bajo legislación extranjera”, sostuvo Kicillof.
Argentina depositó unos 832 millones de dólares, de los que 539 millones fueron transferidos a cuentas del Bank of New York Mellon (BONY) en el Banco Central argentino.
Pese al depósito, un fallo del juez Griesa impide que los acreedores que aceptaron los canjes en el 2005 y el 2010 cobren su dinero si Argentina no paga también a los tenedores disconformes. Y ordenó a los bancos estadounidenses que procesan los pagos de deuda retener el dinero. Si bien el país sudamericano pidió al juez que suspenda temporalmente la medida para poder pagar a sus acreedores reestructurados y tener tiempo para negociar con los otros, el magistrado rechazó el jueves la solicitud, dejando al país al borde de un incumplimiento de deuda.
“Si alguien dispusiera de los fondos depositados en la cuenta del fiduciario, afectaría los derechos de sus verdaderos dueños, que no son otros que los tenedores adheridos voluntariamente al canje y constituiría una grave alteración a las condiciones fijadas en el prospecto”, advirtió Kicillof.
Los acreedores que sufrieron la reestructuración de casi un 93 por ciento de la deuda tras el gigantesco incumplimiento argentino de 100.000 millones de dólares en 2001-2002 aceptaron cobrar cerca de un 50 por ciento del pasivo en cuotas hasta el 2038.
Argentina asegura que si paga a los “holdouts” -que representan cerca del 1 por ciento del total de la deuda incumplida-, además de violar los acuerdos con los acreedores reestructurados abriría la puerta a reclamos de otros tenedores que no canjearon sus papeles por hasta 15.000 millones de dólares.
Este monto representa más de la mitad de las reservas internacionales del país, que ya dijo que no podría cumplir con un desembolso de esa magnitud.
Los mercados financieros argentinos reaccionaron ligeramente a la baja a las noticias del jueves.
O Principe do exotismo e o Rei da Cracolandia - Reinaldo Azevedo
O príncipe e o servil plebeu das ideias; desnecessário explicar quem é quem
Mas não vou me perder no atalho. Não sou do tipo que se envergonha de ser brasileiro. Nem me orgulho. Indivíduos são indivíduos em qualquer parte. Há coisas no Brasil que adoro. Há outras que abomino. Mas também as haveria de um lado ou de outro se meu país fosse a Suécia. A cada vez, no entanto, que vejo autoridades brasileiras se orgulhando da nossa miséria, da nossa degradação, da nossa desgraça, sinto revirar o estômago de puro constrangimento. E foi precisamente essa a sensação que tive ao ler as várias reportagens sobre a visita de Harry à Cracolândia, em São Paulo, devidamente escoltado pelo prefeito Fernando Haddad, com seu ar de deslumbramento servil, depois de ter esperado pelo príncipe por longos 45 minutos.
O rapaz foi levado para conhecer o programa “Braços Aberto”. Ninguém poderia ter dado melhor definição do programa do que um de seus formuladores, o secretário de Segurança Urbana, Roberto Porto, um dos queridinhos de certa imprensa descolada. Ele resumiu assim o espírito da visita do príncipe à Cracolândia: “Pelo contato que tive, que foi limitado, ele gostou do que viu. Ele quis saber a lógica de se ter um local monitorado, com as pessoas continuando a venda de crack”. Ele é promotor. Deve conhecer o peso das palavras. A venda de uma substância ilegal se chama “tráfico”; se tal substância é droga, é “narcotráfico”. Dr. Porto diz que o nobre inglês gostou de saber que há um pedaço no Brasil em que não se respeitam a Constituição e o Código Penal.
Sempre afirmei neste blog que o programa “Braços Abertos” era, na prática, uma ação coordenada de incentivo ao consumo de drogas. Talvez Harry tenha ficado mais espantado ainda ao saber que a Prefeitura garante o fluxo de dinheiro a uns 400 e poucos viciados, aos quais oferece moradia gratuita — em nome da dignidade, é claro! Quando foi informado, se é que foi, que os dependentes não precisam se submeter a nenhuma forma de tratamento, deve ter pensado: “Como são estranhos esses brasileiros! Na Inglaterra, nós recuamos até das liberalidades que haviam sido criadas para o consumo de maconha”. Ao olhar a paisagem que o cercava, deve ter dado graças aos Céus pelo vigilante trabalho dos conservadores de seu país.
Sim, senhores! Antes da visita do príncipe, a Cracolândia passou por uma rápida maquiagem, com lavagem das ruas, coleta de lixo, retirada do entulho que os zumbis vão largando por ali. Assim como deveríamos ter Copa o ano inteiro para que as autoridades sejam um tantinho menos incompetentes, a realiza europeia poderia nos visitar amiúde. As ruas seriam mais limpas, eu acho. Nem que fosse apenas para inglês ver.
O príncipe, o prefeito, seus auxiliares e os outros deslumbrados se foram — antes da hora prevista porque teve início um tumulto. Meia hora depois, os dependentes retornavam para o tal “fluxo”, aquele perambular contínuo marcado por consumo, tráfico, escambo, degradação pessoal, desordem pública… Um dos viciados sentenciou, informa o Estadão, pouco antes de ameaçar a reportagem com uma pedrada: “Venha quem vier, mas a Cracolândia sempre vai ser nossa”.
Eis o programa de combate ao crack que Haddad prometeu implementar na campanha eleitoral de 2012. Não sei quantos anos vai levar para a cidade se recuperar das consequências trágicas da gestão deste senhor. Para encerrar: em qualquer democracia do mundo, o Ministério Público — ou seu homólogo — levaria o prefeito Fernando Haddad e seu secretário de Segurança Urbana aos tribunais. Basta ler a Constituição. Basta ler o Código Penal. Basta ler a lei antidrogas. Quem responde por essa tragédia moral? Em primeiro lugar, os que a promovem. Em segundo lugar, os que, com o seu voto, puseram Haddad onde ele está.