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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Como está e que fim levou o jornalismo de qualidade? Entrevista com Norma Couri (Observatório da Imprensa)

 

Wednesday, 28 de December de 2022 ISSN 1519-7670 - Ano 22 - nº 1219 

Norma Couri: “Não há governos eternos com alergia a jornalistas” 

(Foto: Reprodução Roda Viva)

“Fica claro que os impressos, incluindo livros, são um sustentáculo do Estado democrático pela assimilação mais profunda e por conter muito menos erros do que as matérias virtuais despejadas nas redes por motivações muitas vezes pessoais”, diz em entrevista Norma Couri. “Não é à toa que a fúria do governo autoritário se insurja contra os jornais e revistas”, argumenta.

Quanto à crítica da mídia, Norma diz que jornalistas “precisam se acostumar a ser olhados de fora, julgados enquanto julgam ou investigam. Só vejo benefícios para profissionais e leitores”.

Ela afirma que a ditadura deu à sua geração “aquela experiência que só se adquire na guerra. Não há dúvida de que somos uma geração mais culta e solidária. As novas gerações carecem de um dom que nos foi imposto: saber escrever. E para isso, ler”.

Não se trata de desencorajar os que chegam agora à profissão.

Ela recomenda aos recém-chegados “curiosidade, garra, interesse por todo e qualquer assunto, leituras que vão de Shakespeare aos almanaques, conhecer as entranhas da profissão, ter faro para notícia, e, fundamental, ter emprego para colocar tudo isso em prática. Se não tiver, trabalhar assim mesmo”.

Lamenta que tenha deixado de existir a diversidade etária nas redações, mas lança uma palavra de esperança: “não há governos eternos com alergia a jornalistas nem escuridão que dure para sempre”.

Norma Couri tem 48 anos ininterruptos de profissão. É formada em Jornalismo pela PUC-RJ, com mestrado em Jornalismo na Columbia University de Nova York e doutorado em História Social na USP. Trabalhou no Jornal do Brasil, na Veja, na Folha de S.Paulo, no Estadão, na Época e no Observatório da Imprensa até hoje. Foi correspondente do Jornal do Brasil, baseada em Lisboa, com coberturas pela Europa, África e Ásia por dez anos e correspondente, no Brasil, da revista Visão, de Portugal. Atualmente, trabalha em projeto de pós-doutorado em Jornalismo.

A seguir, a entrevista.

Que importância têm para você jornais e revistas?

Acho indispensável a leitura de jornais e revistas impressos, que trazem análises, permitem reflexões, tomadas de posição e nos dão o tempo necessário para deglutir, arquivar. Assinei algum tempo o Jornal do Brasil virtual, mas, com a rapidez e eficiência das redes, a leitura é sempre mais rápida e menos concentrada. Em contraste com as redes sociais, que inevitavelmente nos invadem e nos tomam mais tempo do que deveriam, tenho a certeza de que a assimilação é diferente; nas telinhas, as informações são multiplicadas, mais superficiais e atropeladas pela quantidade oferecida.

Fica claro que os impressos, incluindo livros, são um sustentáculo do Estado democrático pela assimilação mais profunda e por conter muito menos erros do que as matérias virtuais despejadas nas redes por motivações muitas vezes pessoais. A internet é o paraíso dos mitômanos. Os jornais e revistas impressos mantêm uma hierarquia nas redações, a matéria passa por vários crivos antes de ser publicada. Não é à toa que a fúria do governo autoritário se insurge contra os jornais e revistas. Mantenho as assinaturas que eu e [Alberto] Dines sempre tivemos, dos quatro jornais e duas revistas de informação brasileiros, além do The New York Review of Books, o Magazine Littéraire e a revista The Economist. O excelente El País, agora, só na internet.

É uma conquista ter a imprensa inteira nas mãos, numa telinha que viaja conosco e está ali para informação minuto a minuto. Um plus. Aliás, um alerta para os jornais que querem permanecer como referência investindo em boa reportagem, profissionais experientes e apuro de informação. Só assim não se deixarão engolir pela máquina virtual. O resto é escolher bem o site e ficar feliz quando abrir um blog ou site como um The Intercept, um Observatório da Imprensa, 360, alguns bons de crítica de filmes, este Olha Só, para citar alguns.

Qual é o papel da crítica da mídia?

A crítica é o espelho. Indispensável num ambiente democrático. Jornalistas precisam se acostumar a serem olhados de fora, julgados enquanto julgam ou investigam. Só vejo benefícios para profissionais e leitores.

Fale-nos do legado de Alberto Dines.

Alberto Dines foi o primeiro ombudsman brasileiro com a coluna Jornal dos Jornais, na Folha de S.Paulo, entre 1975 e 1977, não por acaso censurada na ditadura. Criou o Observatório da Imprensa online e na TV, que só alimentou o público com “o outro lado dos assuntos da semana” e tinha o objetivo de fazer pensar; o slogan é “você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito”.

Uma profissão vivida intensamente durante 65 anos não pode ir para o brejo. O Instituto Alberto Dines pretende manter seu legado, aberto a estudantes, estimulando o jornalismo investigativo com prêmios que andam escassos e promovendo uma cátedra para disseminar as áreas mais focadas por ele, jornalismo em todas as áreas, democracia, fascismo, nazismo, humor, biografias, censura, artes gráficas e plásticas, fotografia.

Que perspectiva se estende diante dos grandes jornais, hoje, a braços com um modelo de negócios que foi atropelado pelo advento da esfera digital?

The New York Times não fechou as portas, se reergueu com a versão digital mantendo na redação jornalistas premiados, alargando a cobertura, criticando especialmente o presidente Trump, que, a exemplo do Nixon durante a publicação dos papéis do Pentágono, proibiu a entrada de seus repórteres na Casa Branca.

O mesmo acontece aqui com a Folha de S.Paulo em relação ao Planalto, sinal de que os coleguinhas estão cumprindo bem o seu script. O jornal digital tem essa grande vantagem, dar sobrevida ao papel num momento de agonia. Tem investidores mundo afora, como Warren Buffet, especializado em comprar jornais falidos para relançá-los, para não deixar que morram, como aconteceu com o Jornal do Brasil. A imprensa é o pilar da democracia, não importa o suporte.

O que os novos jornalistas devem fazer para elevar os padrões de qualidade do material que produzem?

A ditadura nos deu aquela experiência que só se adquire na guerra. Não há dúvida de que somos uma geração mais culta e solidária. As novas gerações carecem de um dom que nos foi imposto: saber escrever. E para isso, ler.

Os novos jornalistas têm a ousadia necessária, mas, em geral, falta estofo. Ouço barbaridades nas rádios, leio absurdos nos textos, vejo atrocidades na TV. Eles foram pior educados nas escolas e faculdades, pegaram carona num ambiente social mais pobre, para dar certo têm de nadar de braçada nos assuntos espinhosos – são poucos os que conseguem alcançar a praia. Corro o risco de ser antiga neste quesito mas já fiz um questionário rápido e os bons leitores só param para ler com calma as matérias escritas por profissionais experientes e as que são bem arquitetadas, apuradas. No resto, sempre se dá uma passada de olhos, mas esse tipo de profissional se dá melhor nas redes com miniflashes de notícias e de ideias. Fomos a última geração sem celular ou internet. Cá pra nós, teve suas vantagens.

O que você recomenda aos recém-chegados?

Curiosidade, garra, interesse por todo e qualquer assunto, leituras que vão de Shakespeare aos almanaques, conhecer as entranhas da profissão, ter faro para notícia e, fundamental, ter emprego para colocar tudo isso em prática. Se não tiver, trabalhar assim mesmo. Uma pena que não aconteça a diversidade etária de outros tempos nas redações. Ter com quem aprender. Isso aceleraria o crescimento profissional, como acontecia com gerações anteriores. Mas não há governos eternos com alergia a jornalistas nem escuridão que dure para sempre.

Publicado originalmente no Facebook.

***

Mauro Malin é jornalista.


quarta-feira, 7 de abril de 2021

Hipólito da Costa: um jornalista de sete instrumentos - Paulo Roberto de Almeida e outros autores, Observatório da Imprensa

 Hipólito da Costa: um jornalista de sete instrumentos

 

Paulo Roberto de Almeida

Rio de Janeiro, 1897: 29 maio e Brasília, 10 junho 2008, 3 p. 

Depoimento concedido à TV Brasil no quadro do programa especial do Observatório da Imprensa sobre Hipólito José da Costa e os 200 anos da imprensa no Brasil. Não registrado de forma independente. Integrado seletivamente ao programa e descrito em matéria do Boletim Observatório da Imprensa (10.06.2008; Programa “200 Anos da Imprensa no Brasil – Parte 2”, apresentado em 10 de junho de 2008).

 

 

Observatório da Imprensa na TV

200 anos da imprensa brasileira: Correio Braziliense e Hipólito da Costa

Por Lília Diniz em 11/6/2008

 


O Observatório da Imprensa exibido na terça-feira (10/06) pela TV Brasil comemorou o bi-centenário do primeiro jornal do país, o Correio Braziliense. Impresso em Londres pelo jornalista Hipólito da Costa, o periódico circulou de 1808 a 1822, um período de profundas transformações na estrutura sócio-política do Brasil. Perseguido pela Inquisição, hoje Hipólito é o patrono dos jornalistas e da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Participaram do programa ao vivo a historiadora Isabel Lustosa, no estúdio do Rio de Janeiro, e o escritor e professor Antônio Costella, em São Paulo.

 

No editorial que precede o debate ao vivo, Alberto Dines questionou a razão de a imprensa não ter valorizado os 200 anos do Correio: "Que pecado cometeu Hipólito da Costa para ser esquecido numa data tão gloriosa? O que há de errado na sua biografia para incomodar tanto os donos da verdade? Só porque era maçom, só porque combateu a censura e a Inquisição, deve Hipólito ser condenado ao esquecimento?". O jornalista ressaltou que as duas exceções foram a Folha de S.Paulo e o Correio Brasiliense do Distrito Federal.

 

Também antes do debate, Dines comentou os fatos de destaque da semana. A estréia da jornalista Lílian Witte Fibe como âncora do programa Roda Viva, da TV Cultura, foi o primeiro tema da seção "A mídia da Semana". Em seguida, o foco foi o papel da imprensa no monitoramento dos candidatos nas próximas eleições municipais. Para finalizar, Dines analisou a falta de continuidade da cobertura esportiva e o mote do comentário foi a polêmica do último jogo do Vasco da Gama contra o Cruzeiro.

 

A primeira grande missão de Hipólito

 

A reportagem exibida antes do debate ao vivo mostrou que Hipólito da Costa nasceu na colônia de Sacramento, uma povoação portuguesa que hoje pertence ao Uruguai, em 1774 e era filho de fazendeiro. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal, em 1798. O diplomata e cientista político Paulo Roberto Almeida explicou que D. Rodrigo de Souza Coutinho, então ministro de D. João VI e futuro Conde de Linhares, encarregou Hipólito da Costa de uma missão que marcou a vida do jornalista: uma longa viagem de prospecção industrial e agrícola aos Estados Unidos.

 

O objetivo era recolher espécies e modelos e enviar relatórios a Portugal. O projeto tinha aspectos secretos, como a missão de recolher amostras da cochonilha, um inseto usado no processo de tingimento. Além da Filadélfia, onde passou a maior parte dos dois anos, Hipólito também conheceu Washington e Nova York.

 

Hipólito da Costa escreveu um relato desta "viagem antropológica aos Estados Unidos", como definiu Paulo Roberto Almeida, o Diário da Minha Viagem para a Filadélfia. No livro, o jornalista tratou de assuntos como o sistema bancário americano, eleições, indústria, especulação financeira, democracia e liberdade de culto. Também se deteve sobre temas mais amenos, como festas, mulheres e cavalos. Para o jovem Hipólito da Costa, educado em Coimbra, o comportamento do presidente americano parecia "grosseiro" e as festas locais, "caipiras". Hipólito conheceu um mundo completamente diferente do Europeu.

 

O relato do jornalista, o primeiro americanista brasileiro, é "atual" na opinião de Paulo Roberto Almeida. Provavelmente, foi nesta viagem que Hipólito da Costa foi iniciado na maçonaria e teve o primeiro contato com idéias liberais. "Foi uma espécie de mestrado prático que ele fez", analisou o diplomata. Neste período, conheceu as idéias do pensador e jornalista americano Benjamin Franklin e solidificou suas convicções democráticas e liberais.

 

A Inquisição persegue Hipólito

 

Nomeado em 1801 para a Imprensa Real, Hipólito fez uma viagem oficial à Inglaterra e França. Quando retornou, foi preso, acusado de disseminar a maçonaria. Passou três anos nos cárceres da Inquisição. Fugiu para Londres em 1805, onde conheceu o duque de Sussex, filho do rei da Inglaterra e também maçom. Hipólito foi protegido por ele quando os portugueses pressionaram o governo britânico para que o jornalista fosse repatriado. Londres era uma espécie de metrópole universal do século XIX. Hipólito da Costa conviveu com diversos líderes latino-americanos como Simon Bolívar, Francisco de Miranda e San Martín.

 

Em 1811, Hipólito publicou o livro Narrativa da perseguição, sobre o cárcere e os procedimentos da Inquisição portuguesa. Na obra, expôs o regimento do Santo Ofício, até então inédito. Demonstrou indignação com a existência de um tribunal com o poder de prender e processar pessoas por culpas que não existiam no código criminal da nação.

 

Longe da censura dos reinos de Portugal, lançou o Correio Braziliense, em 1º de junho de 1808. Paulo Roberto Almeida considera Hipólito da Costa como "o primeiro jornalista absoluto". Um cronista identificado com as novas idéias iluministas. Ao relatar o que ocorre em Portugal, na Europa e no Brasil, elabora uma crônica dos eventos correntes. Paulo Roberto Almeida aconselha que os jovens jornalistas leiam a "Introdução" do primeiro volume do Correio Braziliense. Para ele, a mensagem de compromisso com a verdade e de defesa da liberdade que o Hipólito passa deve nortear a profissão: "Ele era um jornalista de sete instrumentos".

 

A historiadora Tereza Cristina Kirshner afirmou que Hipólito foi crítico da administração do governo português. Censurava a inércia dos ministros e a corrupção, mas sempre poupou a figura do soberano. As reformas deveriam se conduzidas pela monarquia, e não pelo povo.

 

Um Armazém Literário em 175 edições

 

O público do Correio era restrito, cerca de quinhentos assinantes. De circulação mensal, tinha o formato de um livro, com cerca de 100 páginas. Dedicava-se ao jornalismo interpretativo e tinha como subtítulo Armazém Literário. No jornal, Hipólito defendia a liberdade de imprensa, segundo o modelo liberal inglês. Difundia os avanços da ciência e novas idéias culturais e artísticas. Brasileiros e portugueses podiam acompanhar pelo Correio fatos internacionais, tomar conhecimento de teorias iluministas e de novos conceitos de economia. O fim da Inquisição, da escravatura e da censura eram defendidos por Hipólito da Costa no jornal.

 

Paulo Roberto Almeida comentou que Hipólito da Costa agia como um jornalista moderno ao dividir o periódico em seções de economia, política, ciências, cultura e curiosidades. O jornal também publicava as cotações dos produtos brasileiros na bolsa de valores de Londres e por isso era essencial para o comércio da época. Hoje, historiadores podem usá-lo como fonte primária para pesquisa do período.

 

Por que Correio Braziliense e não "Correio Brasileiro"?

 

O professor emérito da UFF e integrante da Academia Brasileira de Letras, Domício Proença Filho, analisou a escolha do sufixo "ense" o lugar de "ano" ou "eiro". "Brasileiro" era o termo usado para designar os comerciantes de pau-brasil no início da colonização e o mais comum para designar os habitantes do país no século XIX. Ao optar por "Braziliense", Hipóltio talvez quisesse marcar uma diferenciação, pois o sufixo empregado era mais erudito.

 

No debate ao vivo, Dines perguntou à Lustosa por que Hipólito da Costa é "injustiçado" pela História. Lustosa explicou que o jornalista foi reconhecido como "uma força política e intelectual" ainda em vida, mas que enfrentava grande oposição. Polêmico e prestigiado, Hipólito foi protegido pelo conde de Linhares, mas depois se distanciaram, provavelmente na época em que Hipólito esteve preso pela Inquisição. Em Londres, o jornalista aproximou-se do futuro marquês de Funchal, irmão de Linhares, mas posteriormente também romperam. "A História tem ondas", disse.

 

Antônio Costella acredita que a apatia da mídia no bi-centeário da imprensa está ligada ao "deslumbramento" que houve durante a comemoração dos 200 anos da vinda da família real para o Brasil, em março deste ano. Outro fator que teria contribuído, na opinião de Costella, foi a falta de informação dos jornalistas sobre Hipólito. Para ele, é fundamental relembrar a vida do jornalista. Costella foi amigo de um dos primeiros biógrafos de Hipólito da Costa, o pesquisador Carlos Rizzini. O escritor afirmou que a paixão de Rizzini pela vida do biografado o contagiou.

 

Rizzini começou a pesquisa sobre o tema para a obra O livro, o jornal e a tipografia no Brasil, editada na década de 1940, quando poucos dados da vida e obra do jornalista eram conhecidos. Em seguida, o pesquisador adquiriu uma coleção do Correio: "Rizzini reencontrou e encontrou um Hipólito da Costa que não conhecia. O jornalista além do que estava escrito no Correio Braziliense", afirmou Costella. Na década de 1950, Rizzini conheceu Gastão Nothman, adido do Brasil em Londres, que preencheu diversas lacunas sobre a vida de Hipólito da Costa e também foi contagiado pelo interesse na vida do patriarca da imprensa. Gastão localizou os herdeiros de Hipólito e diversos arquivos e documentos.

 

Isabel Lustosa explicou que Hipólito da Costa fez parte de um grupo que pretendia construir uma grande nação. Assim como outras personalidades da época, como José Bonifácio, imaginava um império luso-brasileiro. O fato de ambos terem vivido fora do país teria contribuído para que pudessem vislumbrar essa possibilidade, classificada por ela como "utópica". Lustosa ressaltou que o jornalista passou muitos anos fora do Brasil, mas que escreveu continuamente sobre o país durante 14 anos. Para ela, Hipólito da Costa "idealizou e pensou o Brasil". Influenciado pelo reformismo ilustrado, pretendia manter as bases da monarquia, mas "iluminar a estrutura". Já em 1822, Hipólito da Costa pretendia preservar a unidade do Brasil.

 

O poder da maçonaria

 

Antônio Costella explicou que a maçonaria iniciou suas atividades no Brasil no século XVIII e que sua ideologia estava ligada ao liberalismo econômico e à garantia das liberdades individuais. No Brasil e em Portugal, a maçonaria funcionava como um "partido" ligado aos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade da Revolução Francesa. A maçonaria teria sido uma espécie de "gestora" da Independência do país. Figuras importantes para o processo de emancipação como José Bonifácio e Gonçalves Ledo tinham ligação com a sociedade secreta. "Não se pode escrever a história da Independência do Brasil sem se reportar à maçonaria", disse.

 

Hipólito da Costa morreu em 1823, depois de ser convidado para ser cônsul do Império Brasileiro em Londres. Só em meados do século XX foi reconhecido como o primeiro jornalista brasileiro. Em 2001, seus restos mortais foram transladados para o Brasil e, hoje, se encontram no Museu da Imprensa, em Brasília.

 

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Observatório da Imprensa: um empreendimento persistente - Paulo Roberto de Almeida

A continuidade, a resiliência, a persistência do Observatório da Imprensa, grande empreendimento jornalístico do magnífico jornalista que foi Alberto Dines, já é uma forma de prestar homenagem e de reverenciar a memória do intelectual excepcional que foi Dines, falecido pouco tempo atrás.
Minha atenção foi despertada para essa "sobrevivência" por um artigo recente. e daí fui procurar por eventuais colaborações minhas, já de muitos anos atrás.
Para minha completa surpresa, o sistema de busca retornou-me imediatamente muitos resultados, alguns talvez duplicados, que passo a reproduzir aqui.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de maio de 2019

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17 fev. 2004 ... Por Paulo Roberto de Almeida em 17/02/2004. Bresser Pereira apresenta, em seu artigo da Folha de S.Paulo (9/2/04), algumas idéias ...
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1 jan. 2008 ... Para o leigo que acha que faz jornalismo na internet – José Paulo ..... que é difícil encontrar quem saiba escrever – Paulo Roberto de Almeida.
observatoriodaimprensa.com.br/...a.../imprensa-moral-nao-e-etica/
17 out. 2005 ... Melhor: vamos colher a manifestação, no Canal do Leitor deste Observatório, do cidadão Paulo Roberto Almeida, de Brasília, sobre a idéia de ...
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1 jan. 2008 ... Para o leigo que acha que faz jornalismo na internet – José Paulo ..... que é difícil encontrar quem saiba escrever – Paulo Roberto de Almeida.
observatoriodaimprensa.com.br/.../gte-a-desigualdade-genteo-artista-invasor/
Paulo Roberto de Almeida constata que os jornalistas não conseguem ultrapassar a descrição do espetáculo do Fórum Social Mundial e penetrar nas ...
observatoriodaimprensa.com.br/...do.../criacionismo-e-fukuyama/
8 jun. 2004 ... Paulo Roberto Almeida, diplomata, Brasília. Ulisses Capozzoli responde. Caro Sr. Almeida, obrigado por sua mensagem e suas observações.
observatoriodaimprensa.com.br/todos/page/3777/
ROBERT LEVINE (1940-2003) Paulo Roberto de Almeida (*) Robert Levine era o que se poderia chamar um "americano tranqüilo", mas isso apenas no trato ...
observatoriodaimprensa.com.br/category/primeiras-edicoes/.../132/
HIPÓLITO E SEU TEMPO Paulo Roberto de Almeida (*) Recém-formado em direito por Coimbra em meados de 1798, Hipólito José da Costa recebe do conde ...
observatoriodaimprensa.com.br/todos/page/3725/
HIPÓLITO E SEU TEMPO Paulo Roberto de Almeida (*) Recém-formado em direito por Coimbra em meados de 1798, Hipólito José da Costa recebe do conde ...